Benjamin Scott é o bispo da badalada Catedral de São Patrício, que apenas com trinta e nove anos é cotado para se tornar Cardeal após a morte do antecessor. Mas o que esse servo de Deus não esperava é que durante a cerimônia de um casamento o Diabo pudesse enviar alguém para desestabilizar o Bispo que sempre foi um servo fiel e leal as doutrinas da igreja. Camilla Coppola é a filha do meio de um mafioso romano, são um dos convidados mais importantes de um casamento e nesse momento o olhar dela é capturado pelo presença do único homem proibido para qualquer pessoa. O homem de batina! Ela enlouque e decide ser a própria enviado do demônio para atormentar a mente do bispo. Mas o que nenhum dos dois esperava é as consequências que surgiriam após o seu primeiro encontro. O segredo que eles carregam consigo e os atormentam… Uma luta entre a lealdade e o desejo de seu coração… o seu coração dividido entre o seu amor pela igreja e pela garota que o conquistou em uma manhã de primavera.
Ler maisRaul CarrilloNa sala de interrogatório, Ching estava sentado, algemado a uma cadeira de metal. Seu rosto estava cansado, mas ele sorria. Era um sorriso que eu odiava, um sorriso de alguém que acreditava ainda ter controle.— Então, você finalmente decidiu se juntar a nós? — ele disse com sarcasmo, me encarando enquanto eu entrava.Ignorei. Peguei uma cadeira e me sentei à sua frente.— Você sabe como isso vai acabar, Ching. Está em suas mãos decidir o quão difícil vai ser.Ele inclinou a cabeça, o sorriso desaparecendo lentamente.— Eu já contei aos seus homens o que eles queriam saber. Mas você, Raul… você parece querer algo mais.— Quero saber tudo. Quem está por trás de você, por que fez isso? Onde estão os pais de Xuan? E quero agora.Ele riu, mas dessa vez foi uma risada amarga.— Você acha que sou o único problema aqui? Há pessoas muito maiores do que eu nesse jogo, Carrillo. Pessoas que você nem imagina. Sou apenas uma peça.— Talvez. Mas você é a peça que temos agora. Então,
Raul CarrilloO porto surgia à nossa frente como uma fera adormecida. Era um labirinto de contêineres empilhados, guindastes enferrujados e sombras que pareciam se mover ao ritmo do vento. O cheiro de sal misturado com óleo era sufocante, mas meus sentidos estavam em alerta total. Cada ruído, cada movimento parecia uma pista.— Setores A e B limpos. Sem sinal de Ching ou qualquer atividade recente — informou o rádio.Respirei fundo, tentando manter a calma. Ele estava aqui, eu sabia disso. Ching não teria tempo de escapar tão rápido. Seu plano era se esconder até que um navio estivesse pronto para levá-lo. Ele era calculista, mas eu o conhecia bem o suficiente para saber que, quando encurralado, podia cometer erros.— Dividam-se em duplas. Verifiquem cada canto. Quero cada entrada e saída bloqueada. — Minhas ordens saíram automáticas, como se meu corpo estivesse no controle enquanto minha mente vagava.Ching havia nos destruído de tantas maneiras que eu nem sabia por onde começar a co
Raul CarrilloOs dias recentes haviam sido uma espiral de caos. Ching nos colocou em um jogo cruel, um tabuleiro de decisões impossíveis, e agora o som do alerta ecoava pelos corredores como o toque de um sino de guerra. Enquanto me preparava para o que vinha a seguir, observei meu amigo se aproximar. Ele estava pronto para partir, mas algo em seu olhar mostrava que ele sabia exatamente o que estava deixando para trás.Eu sabia que deveria me concentrar na missão, mas minha mente era uma mistura de planos, medos e desejos. Cada vez que eu pensava nela, sentia como se o chão firme sob meus pés vacilasse. Não era apenas por ela. Era pelos pais dela. Pela promessa que fiz, silenciosa, a mim mesmo: trazê-los de volta vivos. Eu precisava garantir a segurança deles para que, quando tudo isso acabasse, ela pudesse olhar para mim com algo mais do que desconfiança ou dívida.Benjamin parou à minha frente, o olhar firme, a mão estendida para um aperto que parecia dizer mais do que qualquer pala
Giorgia ScottO primeiro dia na universidade deveria ser sobre liberdade, independência e novas oportunidades. Mas, para mim, era apenas mais uma extensão do controle sufocante dos meus pais. Benjamin e Camilla Scott, ícones de força e influência, não conseguiam aceitar que eu podia cuidar de mim mesma.Então, aqui estou eu, caminhando pelo campus com dois brutamontes me seguindo como sombras inconvenientes.Respiro fundo, tentando ignorar a sensação de ser vigiada, mas a cada passo deles ouvia ecoar como um lembrete irritante de que, na mente dos meus pais, eu sou um alvo ambulante para qualquer um que deseje o poder de meu pai.— Relaxe, Giorgia, é só o primeiro dia — murmuro para mim mesma, ajustando a alça da mochila no ombro.Enquanto atravesso o corredor do prédio de engenharia, olho para o mapa do campus no celular, tentando me localizar. Foi nesse momento que aconteceu. Esbarrei em alguém com força suficiente para quase perder o equilíbrio. Livros e papéis caíram no chão, e eu
Camilla ScottO restaurante para onde ele nos trouxe fica escondido entre os prédios da cidade, pequeno e acolhedor, com janelas grandes que ofereciam uma vista perfeita da neve caindo do lado de fora. As velas sobre as mesas lançavam sombras suaves nas paredes, criando uma atmosfera íntima que parecia ter sido feita sob medida para nós dois.Sentamos em uma mesa no canto mais reservado, longe de olhares curiosos que nos olhavam com um pouco de medo ao perceber que estava ao meu lado. Benjamin parecia diferente esta noite, ele estava mais relaxado, quase despreocupado, talvez a nossa diversão no carro tenha surtido o efeito que desejava. O observava enquanto ele tirava o casaco e ajeitava o cabelo de um jeito casual que me fazia esquecer como respirar.Durante o jantar, conversamos sobre coisas simples: como a neve sempre o fazia lembrar dos invernos da sua infância, as últimas notícias da fábrica de uísque e até mesmo sobre o livro que estava lendo. Mas havia algo na maneira como ele
Camilla ScottSair de casa foi quase uma maratona. Benjamin se mostrou paciente enquanto deixava uma lista de recomendações para as duas babás que ficaram com o nosso quarteto, assim como para Sophia e Amélia que surgiram em casa a procura do marido e de Ravi.Não queria sair, mas entendi que esse momento com meu Bispo é importante, não apenas para ele, mas para mim também. Preciso relembrar que não sou apenas a mãe de quatro bebês lindos que estão começando a falar, mamãe. O que está deixando o meu marido enciumado.Hoje, nosso carro vermelho e esportivo, totalmente diferente da mini van que usamos quando é preciso levar o nosso quarteto para alguma consulta. Ainda não tive coragem de levá-los para passear, temo que possamos sofrer alguma emboscada e dificultar a vida de Benjamin que não está tão fácil como imagino.— Tão pensativa! — Ele diz ao segurar a minha mão.— Apenas me dando conta de quão somos afortunados…Sorrio ao notar que ele estacionou o carro no estacionamento do resta
Benjamim ScottOs dias têm se passado lentamente e mesmo assim estamos felizes e completos com a nossa família em casa. Sempre imaginei como seria a minha vida após tomar uma decisão tão drástica quanto largar a batina, mas nunca pensei que seria assim.Deitado no sofá no quarto de brinquedo dos nossos filhos, com Camilla ao meu lado, observando os nossos bebês que estavam de bruços, olhando para o espelho à frente deles, sentia que o meu coração estava leve. Leve de um jeito que nem o peso de fazer parte da máfia poderia tirar.Camilla estava a todo vapor, tentando organizar uma rotina para os nossos pequenos como uma profissional. Com ela ainda deitada sobre o meu peito, deslizava a mão por suas costas enquanto observávamos nossos bebês com admiração. Camilla sempre teve algo nela que mostrava o quanto era forte, determinada e que gostava de exercer controle e agora estava ainda mais evidente. Entre risadas e olhares cúmplices, nossos filhos estavam nos ensinando sobre o caos e o amo
Benjamin ScottPassou um pouco mais de um mês que estávamos aqui no hospital. Além de meus quatro filhos terem nascido, os filhos dos meus primos e o da minha cunhada nasceram enquanto esperávamos que Julian, Vincenzo, Will e Giorgia estivessem prontos para irem para casa.Não posso negar que estava tenso enquanto observava Camilla preparando tudo para a nossa partida. O nosso quarto no hospital estava todo organizado para nos dar um pouco de conforto e privacidade.Ergo o olhar e estava tudo pronto. As malas estavam empilhadas perto da porta, e as cadeirinhas dos bebês já estavam aguardando por eles no carro. A sensação era surreal. Após semanas de idas e vindas ao hospital, por mais que quisesse ficar aqui vinte quatro horas, tinha assuntos para resolver e sempre tinha que sair por alguns instantes.Mas hoje finalmente estaríamos indo para casa. Nós e nossos quatro pequenos milagres.Olhei para o espelho tentando ajustar mais uma vez a camisa que estava usando. Olhando para a camisa
Camilla ScottCaminho devagar em direção ao meu quarto e vejo que a porta do quarto estava entreaberta, olho pela fresta e o vejo sentado na poltrona ao lado da cama, com o rosto iluminado pela luz do abajur. Havia uma tranquilidade em Benjamin que sempre me desarmava, como se ele fosse um porto seguro em meio ao caos do mundo. Ele estava lendo um livro, mas eu sabia que seus pensamentos estavam longe, talvez comigo, talvez com nossos filhos.Entrei devagar, sem fazer barulho, mas ele me percebeu. Fechou o livro e levantou o olhar para mim, seus olhos brilhando com aquela intensidade que me fazia sentir como se ele pudesse ver diretamente minha alma.— Finalmente chegou… — ele disse, com um sorriso terno.Sua voz era um abrigo, um lugar onde eu poderia descansar.Caminhei até ele lentamente, com a mão em cima da minha cirurgia e noto quando a enfermeira que estava comigo me deixa sozinha com o meu marido. O meu coração estava acelerado como sempre ficava quando estava perto dele. Mesmo