"E agora, o que vou fazer? Grávida e abandonada. Sem casa e sem ter para onde ir." Luma engravidou do filho de um fazendeiro muito rico e, sem apoio da família do rapaz, acabou sendo colocada para fora de casa pela própria família, carregando seu filho na barriga. Sem ter para onde ir, vagou pela cidade até que uma senhora a acolheu, porém, havia uma condição: após o nascimento do bebê e de passado o período de resguardo ela teria que trabalhar na casa de prazeres da mulher em outra cidade. Anos mais tarde, com seu filho adolescente e conformada com seu destino, o passado volta a atormentá-la. Gabriel jamais esqueceu um amor da adolescência, e nunca se conformou pelo fato da moça tê-lo traído e ainda engravidado de outro. Amargurado, ele jurou jamais se envolver novamente. Mas ficou difícil manter a promessa quando ele encontra uma linda mulher em sua visita na cidade vizinha, mas a mulher pareceu indiferente a ele e seu poder aquisitivo. Movido pelo desafio, a cada visita ele deixa uma flor de presente. O que será desse amor? As dores do passado poderão ser superadas? Venha se envolver em um romance cheio de drama, segredos e um passado doloroso.
Ler maisTrês anos depoisJoãoPrimeiro ano de casamento. Mal consigo acreditar que estamos completando um ano de casados. Nos casamos dois anos depois que começamos a namorar de verdade e eu não me arrependo nem por um segundo.Estamos com as malas prontas em nosso quarto, mas antes de viajarmos, fomos convidados para um jantar em família na casa de minha mãe. Mas se engana quem acha que ela está morando sozinha naquele apartamento. Aos pouquinhos o senhor Antônio, novo porteiro do condomínio, começou a se aproximar de minha mãe e já tem dois anos que os dois estão de namorico. Gosto de ver a felicidade brilhando em seus olhos como eu nunca vi antes, ela merece ser feliz com alguém que além de amar, saiba respeitar.— Vamos, João. Sua mãe vai reclamar que nos atrasamos — apressa-me minha esposa.— Eu já estou indo, meu amor. Só estava conferindo os documentos.Coloco uma mala sobre a outra e as arrasto pelo quarto até a porta de saída da casa em que moramos. Camila não quis um apartamento, es
JoãoDurante a última semana, peguei o celular várias vezes, mas desisti de ligar ou mandar mensagem pra Camila. Não sei o que fazer.Ela veio até mim, disse o que eu precisava ouvir e agora, o que falta? Sinto que ainda falta algo, mas o quê?— Tá muito esquisito esses dias, moleque?Meu pai me questiona. Estamos sentados à mesa tomando café da manhã. Ainda é muito cedo, o Sol ainda está muito tímido e aquele friozinho da manhã invade a cozinha.A fumaça do café fumegante dança na minha frente.— Quem tá esquisito? — Levo um gole do café até a boca.— Ocê tá esquisito. Só fica encarando esse telefone e não fala nada com ninguém.— Ah, pai...— É aquela moça que esteve aqui, não é? Eu vi como ocê ficou. Fugia da garota como o diabo foge da cruz.— Eu não sabia como agir na frente dela, pai. Por isso ia me refugiar no serviço pesado.Passo manteiga no pão e dou uma mordida.— Nem parece meu fio. — Ele beberica seu café.Antes que eu pudesse responder, meu telefone toca e quando verific
JoãoQuando Camila me ligou dizendo que estava aqui, eu me sentei imediatamente em uma cadeira, pois minhas pernas amoleceram. Não podia ser. Eu fujo da mulher e ela vem atrás de mim.Depois, quando ela disse que havia se decidido, eu senti as pernas amolecerem novamente. Mas também senti que havia algo a mais, algo por trás de sua decisão e eu preciso saber o que é.Combinamos de conversar no quarto onde estou ficando na mansão do meu pai. E agora estamos frente a frente.— Pronto, Camila, agora você pode falar.Ela me encara, coloca um sorriso no rosto e responde, estendendo o braço, vindo na minha direção para me abraçar.— Eu me decidi, meu amor. Escolhi ficar com você.Seguro os seus braços para que ela não me abrace.Era tudo o que eu queria ouvir há até pouco tempo atrás, mas depois de três semanas, essa simples frase esconde algo que ela não quer me contar.— Camila, o que fez você mudar de ideia?— Poxa, João. Eu me despenco até aqui, falo exatamente o que você sempre quis o
CamilaEstou deitada na cama, meio de lado, com a cabeça sobre o colo da minha amiga Luma. Ela está recostada em um monte de travesseiros com os pés para o alto e, enquanto eu reclamo da vida, ela afaga meus cabelos.— Você sabe que corre esse risco, não é? — Luma fala enquanto passeia os dedos delicadamente pelos fios do meu cabelo.— Mas nunca havia acontecido algo assim antes — reclamo.— Não? O que foi aquele ato do Rafael, então? Fez até Nice contratar um segurança pra ficar na porta do lado de fora!— Mas isso é diferente.— A única diferença é que ele tentou me obrigar a subir na cara de pau, na frente de todo mundo. E esse cara foi mais esperto. Te seduziu, te levou pro quarto primeiro, onde você estava totalmente vulnerável.— E ele voltou, ontem! — Pontuo estarrecida, pois não esperava que depois daquilo ele fosse voltar — Teimou com Nice que queria estar comigo novamente, mas eu já tinha informado a ela o que havia acontecido.— O que está esperando pra largar essa vida, Ca
CamilaQuase um mês que não vejo o João. Ele me deu um curto espaço de tempo pra pensar. Como vou decidir toda a minha vida em apenas duas semanas? É claro que eu não tinha uma resposta pra dar e ele se mandou pra roça.Converso com Luma pelo aplicativo de mensagens quase todos os dias e ela me disse que ele estava muito triste, mas disposto a cumprir o que prometeu. Ele até pediu demissão do emprego, mas ela me disse que o Gabriel o colocou de férias. Sem João saber, é claro. Assim ele tem um tempo pra pensar e decidir se é isso mesmo que ele quer.Tento afastar João da minha cabeça e me preparar para mais uma noite de trabalho. A maquiagem pesada disfarça a minha tristeza. Não adianta mentir para mim mesma, é fato, estou triste por João ter cumprido o que prometeu.Os cabelos bem cacheados e volumosos destacam bem o meu rosto maquiado; o vestido colado destaca minhas curvas e o salto alto compensa um pouco a minha altura.Chego no salão exalando sensualidade. Me sento no bar com al
JoãoDias depois, recebo o resultado dos exames e eu mais uma vez consegui boas notas e fui aprovado sem a necessidade de provas finais. Suspiro ao olhar para a tela com a tabela das matérias e a palavra “aprovado” ao lado de cada uma delas. Era para estar festejando, pulando de alegria, pois a cada semestre que cumpro, minha formação está mais próxima.Mas a alegria não me invade. Camila sumiu, e como não obtive uma resposta sua, vou cumprir o que disse e voltar para a roça.Assim que o sistema permitir, vou trancar a faculdade. Essa é mais uma atitude que me dói no peito. Estava gostando dos estudos, da formação, da ideia de ter uma faculdade e trabalhar em uma grande empresa como a do Gabriel. Mas tudo será enterrado por causa dela.Ergo meu corpo da cadeira e pego a mala, começo a colocar as roupas dentro dela.— O que está fazendo, João? — Minha mãe fala ao abrir a porta, me observando fazer as malas. — Vai viajar?— Vou voltar pra roça — respondo decidido.— Vai mesmo fazer essa
JoãoEstou feliz por minha mãe estar completando mais um ano de vida, mas meu coração está partido. Gosto da Camila, mas ela só pensa em seus objetivos egoístas. Por isso, há dois anos que estamos em uma amizade com benefícios e ficamos juntos de vez em quando. Mas estou cansado disso, quero colocar um ponto final nessa situação.Já tentei iniciar um relacionamento com uma garota da faculdade, mas quando estava com ela, só conseguia me lembrar de Camila. Até me esforcei, tentei me dedicar ao relacionamento para tentar esquecer a morena, mas foi em vão, o que sinto pela Camila é mais forte, e não achei certo continuar, pois poderia iludir a garota e ela não merecia sofrer uma desilusão amorosa pelo fato de eu estar amando outra.Essa semana conversei com Gabriel, que acabou se tornando um amigo e confidente, e acabei abrindo meu coração para ele. Disse o quanto estou cansado desse relacionamento mal definido que temos e o quanto estou sofrendo com o fato da Camila não querer outro trab
Camila— Posso saber que carinha é essa? — Levanto meu rosto ao ouvir a voz de minha amiga, me tirando de meus devaneios.— Oi, amiga. Não é nada — respondo, tentando não entrar no assunto que me deixa com a cabeça em outro lugar.— Vocês brigaram outra vez, não é? — Luma se senta ao meu lado.Estou na casa de minha sogra, viemos todos para um almoço, comemorando mais um ano de vida de dona Nádia. Sentei-me no sofá para me distrair, assistindo kayo jogar video game, mas minha mente se dissipou rapidamente.— Ele não me entende, Luma, mas eu gosto tanto dele — reclamo — Não consigo ficar longe por tanto tempo.— Você também não o entende, Camila. — Minha amiga toca em meu rosto, me fazendo olhar dentro daqueles olhos verdes penetrantes. — Já se colocou no lugar dele? — Tento abaixar a cabeça, mas ela não permite — E vocês já estão nesse caso que ninguém sabe definir o que é há mais de dois anos.— É complicado. — Consigo desviar o olhar para a TV novamente. Olho para o meu sobrinho jog
JoãoMeses depois de conhecer Camila, estamos vivendo um momento complicado.Tudo parece caminhar bem. Gabriel me contratou como seu assistente e estou fazendo faculdade de administração durante a noite, a rotina é cansativa, mas é satisfatória. Depois que me formar terei um cargo melhor na empresa. Então, se não olhar para a vida amorosa, posso dizer que tudo está indo bem.Camila é uma jovem linda, e eu me apaixonei no momento em que meus olhos pousaram sobre ela. Porém, a gente vive indo e vindo.Quando achei que teria que voltar para a roça, meu coração se entristeceu, pois eu não desejava deixá-la para trás. E então minha mãe decidiu deixar meu pai e permanecer morando na cidade grande, levando uma nova vida sem a opressão do senhor Mário, meu pai. Com a notícia meu coração se alegrou.Quando minha mãe revelou sua intenção de se separar do meu pai e ficar por aqui, fui logo contar para Camila. Foi aí que as coisas começaram a desandar.“— Preciso te contar uma coisa, mas por enqu