Camilla Coppola
Ouvir o mesmo discurso que o meu pai vem proferindo nos últimos três meses chega a me enjoar. Não quero ser obrigada a casar com um lunático por poder, sei que esse russo quer apenas usar o meu sobrenome para fortalecer alianças antigas.
— Camilla não adianta discutir, a decisão está tomada! — Meu pai esbraveja batendo a mão na mesa que assusta a todos. — Qual a dificuldade de ser obediente?
Mantenho a cabeça erguida sem perder o foco em meu olhar, não tenho medo de meu pai e tenho certeza que ele sabe o quão são tão psicopata como a minha irmã Letícia a nossa diferença é que não faço questão de nada disso.
Na verdade, queria apenas ter uma vida tranquila, quem sabe encontrar uma pessoa que me fizesse descobrir o que é o amor e criar uma família tranquila ao meu lado. Respiro fundo depois de sustentar o olhar irritado do meu pai.
— Tudo bem, quando me encontrar morta em alguma vala, não diga que não avisei! — Digo bufando de raiva, viro de costas para meu pai.
— Menina afrontosa, pensa que está falando com quem? — Ele grita e arremessa o cinzeiro de cristal que espatifa aos meus pés.
— Sou sua filha, mas pelo que vejo, não passo de uma moeda de troca! — Digo por cima dos ombros e não espero para ouvir os seus gritos.
Saio daquele escritório sabendo que a minha vida em casa vai se tornar um inferno até que me case com Oleg Volkov e ele se torne o meu próprio torturador, ou no pior dos casos o meu executor.
Caminho para fora de casa e vou em direção a único lugar que me traz conforto e tranquilidade, algo que não tenho mais em família desde que minha mãe se foi. Essa m*****a doença a levou de uma forma horrenda. Ela sentia dores a cada minuto do dia, a ponto dela implorar que meu pai desse um fim a esse tormento.
Entro na estufa de orquídeas que ela sempre amou e cuidou como se estivesse cuidando de mim e de Letícia. Sento no primeiro banquinho puxando as pernas para cima e abraço minhas pernas, solto um suspiro e deito a minha cabeça sobre os joelhos e decido conversar com o espírito de minha mãe.
— Oh, mamãe, por que papai se tornou nesse homem que não se importa com a felicidade da filha? — Pergunto olhando para o conjunto de orquídeas bem cuidadas.
Fecho os olhos para tentar ouvir a sua voz. Sinto tantas saudades da mulher que mesmo sabendo do terrível destino das filhas cuidou para que não sofresse antes da hora e pior ainda que não nos fossemos dadas a qualquer idiota.
Minha irmã teve sorte, quando o seu noivo foi escolhido nossa mãe ainda estava lúcida e deu a sua opinião sobre o noivo, mas para mim…
Tudo cooperava para o meu trágico fim, meu casamento já estava marcado para daqui a seis meses, teríamos apenas que ir participar do casamento do filho do líder da alta cúpula da máfia, Leon Carter estava se casando com Ella Walker, uma garota que entrou no nosso mundo e sem treinamento algum mostrou o seu valor para todos esses homens que subestimam o poder de uma mulher.
Desde a minha última discussão com meu pai se passou quase duas semanas e estava ansiosa para ter um dia de patricinha pelas suas da badalada Nova York. Somente eu e minha irmã mais velha, sei que ela está ansiosa para comprar coisas para usar nas suas núpcias.
— Precisa de parar com essas brigas com o papai. — Minha irmã diz quando entramos de carro na Quinta Avenida.
— Que ele me transforme em uma freira, mas não me case com Oleg… — Reclamo e vejo o meu segurança me olhando pelo espelho. — Vamos ficar aqui. — Digo com firmeza.
Não os quero ouvindo as minhas lamúrias, já basta Letícia não ser tão assim do meu lado. Os nossos seguranças param o carro e descemos com eles logo atrás da gente.
— Duvido que nosso pai faça isso, mas tenho certeza que enquanto você continuar batendo nessa tecla, ele manterá a sua palavra com os Volkov. — Pela primeira vez vejo a minha irmã realmente preocupada com a situação.
— Ele é um psicopata, soube que ele matou uma vadia apenas por que os dentes dela roçaram em seu pau! — Digo sentindo um cala frio.
Sinto a mão de Letícia em meus ombros e naquele momento de cumplicidade entre irmãs, sei que ela vai me apoiar se fizer qualquer loucura. Naquele da seguimos com os planos de fazer compras e mesmo que já tivesse decidido o vestido que usaria no casamento decido comprar outro com um ar mais primaveril.
Meu pai havia solicitado um andar inteiro para a nossa família e sabia que ele não ficaria no hotel durante a semana do casamento, ele iria se divertir nas boates da família Carter que foram reservados apenas para os convidados. O que me deixou mais tranquila para aproveitar o dia e a noite sozinha sem nenhuma preocupação.
Na cerimônia já havia arrumado meu cabelo e a maquiagem discreta, faltava apenas colocar o vestido e ir em direção à igreja. Que se tornou um martírio ao dar de cara com Oleg assim que entrei de braços dados com Letícia que estava compartilhando comigo as cenas da nossa série favorita.
— Bom dia, senhorita Coppola! — Viro em direção a quem referiu o meu nome.
O homem que não devia ser mais alto que meu pai estava ali de olhos fixos em mim, loiro dos olhos azuis, sem barba e com um sorrisinho convencido. Senti um reboliço em meu estômago apenas com a aproximação.
— Bom dia! — Digo e viro de costas para continuar a andar.
— Camilla! — Minha irmã diz.
— Cala a boca e anda… — Peço e passo por nosso pai rebocando a minha irmã.
Sei que meu pai vai me engolir por isso, mas não estou nem aí. Caminho para a frente da igreja, sei que há lugares vagos por lá e quero ficar o mais longe possível do meu pai e principalmente daquele idiota com quem estou sendo obrigada a casar.
Assim que nos sentamos sinto várias pessoas olhando para a minha direção, sinto um pouco de vergonha então percebo que eles olhavam para o homem de batina que passou próximo a mim e que homem lindo um puro desperdiço para estar usando uma roupa daquela. Mantenho os meus olhos fixos nele e por um segundo os nossos olhares se conectam. Então percebo que o afetei.
Então o plano passa por minha cabeça, se me entregar a ele ou a qualquer outro meu pai não poderá mais me casar com aquele russo assassino.
Troco de lugar com a minha irmã e fico satisfeita quando vejo o Bispo saindo do altar e indo em direção confessionário não muito longe de mim.
— Leticia? — Chamo a minha irmã que me olha preocupada. — Preciso ir ao banheiro, minha menstruação acabou de descer…
Finjo um olhar desesperada e levanto do banco.
— Tudo bem, acho que ali é um banheiro, quer que vá com você? — Nego com a cabeça.
— Não, segura o meu lugar aí do seu lado! — Digo naturalmente.
E o que acontece no gabinete no Bispo é algo tão inesperado que fico sem fala e impressionada com a forma como ele me beijou, sentia o desespero para tirar tudo de mim assim como o cuidado por saber que essa era a minha primeira experiência.
E é claro que ele não aceitou a minha oferta, o que me frustrou. Queria muito que ele fosse um desses devotos que não cumprem com o celibato e por um minuto cheguei a pensar que seria. Irritada voltei para o meu lugar e sentei ao lado da minha irmã, menti para ela e começamos a prestar atenção na cerimônia que foi linda.
Assistimos à união de um casal que lutou muito para conseguir ficar juntos, espero um dia ter um casamento dessa forma, que o meu noivo olhe para mim como Leon olha para a sua Ella, a mulher que com certeza faz dele de gato e sapato.
— Quer ir comigo, ou prefere ir com o seu futuro noivo? — Minha irmã diz e aponta em uma direção discretamente.
— Camilla, deixei que você vá com o Oleg, ele pediu para conversar a sós com você! — Via o meu pai sorrindo de orelha a orelha.
— Eu ia com a Letícia… — Começo a dizer e Oleg se põe ao meu lado.
Olho para o meu pai e o vejo estreitar os olhos, sei muito bem que aqui não é o melhor lugar para uma cena.
— Vamos querida! — Oleg diz.
Caminho e passo pelo Bispo que conversava com a senhora Carter e suspiro irritada por estar de braços dados com esse idiota. Saímos da igreja e em pouco minutos estávamos entrando em uma SUV escura. Oleg abre a porta e me ajuda a entrar no carro.
Assim que ele senta ao meu lado ele se vira em minha direção.
— Finalmente a sós bambina… — Ele diz em meu idioma o que não me agrada em nada.
Agora é aturar o que esse homem quer de mim, que Deus tenha misericórdia.
Camilla CoppolaO desgraçado começa a me tocar e sinto o desejo de vomitar com o seu toque mais ousado dele. A raiva que sinto do meu pai apenas aumenta ao notar que ele me deixou assim tão vulnerável com um homem que ele sabe que desprezo.— Podemos nos conhecer melhor, o que acha? Já que em algumas semanas estaremos casados! — Sua mão desce e começa a puxar o meu vestido para cima e ele toca a parte interna da minha coxa.Com a sua invasão eu travo o meu corpo assustada o suficiente para apenas abrir os meus olhos e esperar o que ele tinha em mente. Mantenho os meus olhos fixos no homem que deixou o desejo dele por mim ficar ainda mais explicito.Mas a lembrança de minha mãe vem a tona…“Somos Coppola e nunca, nunca mesmo, deixamos nossa vontade ou desejo de lado. Sempre sobreponha o seu desejo e querer acima de qualquer um. Nunca se esqueça disso!”Respiro fundo e retiro a sua mão do meu corpo, sem me importar com o que esse russo pensará ou falará com o meu pai.— Deve estar me co
Camilla CoppolaNaquele momento que vi o Bispo entrando em meu quarto sem suas roupas sacerdotais sabia que ele não estava ali como um enviado de Deus e sim como o homem que atentei. Assim como o diabo tentou a Cristo no deserto.Sentia ainda mais vergonha por estar fazendo com o que o homem divino cometesse o pecado da fornicação, ainda mais com uma garota que já está prometida para outro homem.— Olhe para mim e diga o que houve! — Suspiro ao sentir a sua mão tocando a minha.Ainda estava me sentindo envergonhada por estar fazendo isso com ele, além de saber o quão perigoso é para ele estar ali comigo e com certeza me ver, de olhos inchados e com o pescoço cheio de hematomas.— Há uma luta constante dentro de mim, diabinha! — Ele começa a dizer.Olho quando ouço o apelido que me deu e vejo o esboço de um sorriso surgindo, mas quando seus olhos descem a sua mão vai para o meu queixo e o ergue. Sei que ele verá as marcas que Oleg fez em meu pescoço.— Está tudo bem… — Digo levantando
Benjamin Scott Depois da conversa que nunca esperei ter, só me resta sair daquela saleta onde estavam algumas pessoas do alto escalão da “First”. Não me sinto leve depois da conversa, mas finalmente consegui preencher algumas lacunas que por anos me consumiam.Caminho ao lado da senhora Carter que insiste mais uma vez sobre a tal Lessie. Expliquei a ela que até o momento não havia conseguido nenhuma informação, mas que as teria em poucos dias.Assim que consegui tranquilizar a mulher ao meu lado fiz a pergunta que estava me incomodando há algumas horas.— Por que o seu real interesse em uma mulher que surgiu num contêiner? — Pergunto antes de entrar no grande salão.O olhar de Laís Carter se encontra com o meu e vejo o seu sorriso se abrir exibindo duas fileiras de dentes perfeitos.— Você ouviu a história que a minha mãe contou e eu tenho as minhas próprias histórias, talvez esteja apenas interessada no responsável que a colocou naquela caixa, ou posso estar interessada naquela garo
Benjamin Scott Posso, sim, protegê-la, mesmo não podendo me envolver com a minha família nesse momento. Tenho uma missão para cumprir e farei isso até conseguir o que me foi solicitado.Suspiro olhando para o sorriso bobo de Camilla em meu colo e entro com ela no box do banheiro. Esfrego o meu nariz em sua têmpora, aproveitando o seu corpo aproximo ao meu e mesmo me sentindo péssimo por cair na tentação dessa diabinha linda. A coloco no chão do box e a viro de para mim.— Diabinha o que você fez comigo? — Pergunto e aperto o seu mamilo.O sorriso dela estava leve, é como se os problemas que estão flutuando acima de sua cabeça tivesse sumido e agora apenas a jovem Camilla estive ali na minha frente.— O que fiz? — Ela pergunta mordendo o lábio inferior.— Me seduzir… — Passo a mão por sua cintura e a puxo para os meus braços.— Fico feliz e triste o mesmo tempo! — Ela diz suspirando.— Não correspondi as suas expectativas? — Pergunto beijando o canto de seus lábios.Não que meu ego te
Camilla CoppolaSentia o meu corpo leve e estava tranquila, mesmo sabendo que assim que meu pai entrasse nesse quarto sentiria em minha pele a fúria que ele deve estar sentindo pela vergonha que causei.Abro os olhos lentamente, fito o teto do quarto e passo a observar todos os detalhes que há sobre a minha cabeça. E como uma doce lembrança, tudo o que aconteceu nesse quarto volta a minha mente. Viro para o lado e começo a deslizar a minha mão sobre o travesseiro que ele o meu Bispo usou.A fragrância que exalava dos tecidos era do bispo que me pediu dois dias para me tirar dessa situação. Apesar de não querer depositar a minha fé cegamente em um homem que fiz quebrar seus votos, me agarro à sua promessa.Meu corpo ainda podia sentir que ele esteve ali, toco em meus mamilos que durante a noite foram sugados por uma língua que se apresentou ter mais experiência do que podia supor. Da mesma forma a minha buceta estava ardendo pela invasão daquele pênis enorme e com veias tão inchadas qu
Benjamin Scott Dirijo o carro com os pensamentos rodando em direção à garota que deixei dormindo na cama do hotel. Não queria me sentir tão responsável assim por ela, mas algo no olhar daquela garota enquanto entrava nela tentando ser carinhoso mexeu comigo.Não que deseje largar a batina por aquela diabinha, sinto a minha vocação tão forte como me sinto na obrigação de ajudar a diabinha de cabelos loiros e olhos azuis em se livrar daquele homem que a tocou deixando a sua pele machucada. Aperto o volante do carro com força sentindo algo dentro de mim se apertar ao imaginar o que vai acontecer com a minha diabinha.— A proteja, é tudo o que peço, sei que pequei, que transgredi os meus votos de castidade… — Começo a pedir em oração.Sei que não devia estar pedindo nada a Deus, ainda mais por estar indo em direção ao único homem que poderia me ajudar nesse momento. Enquanto levo o carro em direção onde sei que ele deve estar, deixo antigas memórias voltarem.Aos meus nove anos descobri
Camilla CoppolaCaminhar pelos corredores do hotel estava me dando uma sensação estranha é como se meu corpo sentisse que estava indo para a morte. Tudo dentro de mim, estava em um estado de alerta e desejava que fugisse dali.Que eu fosse para qualquer lugar, mas que não ficasse perto do meu pai. Tenho certeza que ele me fará pagar por minha escolha de uma forma que não gostarei.Fecho os olhos entrando no elevador sentindo a mão de Letícia apertando os meus dedos, sei muito bem que assim que chegarmos em casa, minha convivência com ela será diminuída, Denaro não permitirá que ela fique ao meu lado acalentando a dor que sentirei.Quando o elevador chega ao térreo, puxo o capuz sobre a cabeça e escondo os hematomas em meu rosto com óculos escuros.— Tenta ficar calada, não discuta com o papai… — Ouço minha irmã dizendo.— Lê, não é preciso dizer qualquer coisa para que ele me puna! — Digo caminhando ao lado dela e vendo os soldados que nos aguardavam nos acompanhando.— Tenho certeza
Camilla CoppolaSe minha irmã está disposta a me ajudar, talvez consiga sua ajuda para avisar ao Ben que estou indo embora e contar a ele o que aconteceu agora pela manhã. Respiro fundo quando começo a sentir o meu corpo reagindo com as lembranças eróticas pelo meu breve encontro com o Bispo, que ficarão para sempre dentro de mim.Observo o rosto de minha irmã e a vejo negar com a cabeça.— Esqueça o que aconteceu, não se aproxime desse homem ou fará com que o nosso pai o persiga… — Olho para Fabrizio e nosso motoristas que se mantém calados.Mas sei que, o que a minha irmã está dizendo é apenas, para nenhuma vida ser retirada pelo erro que causei.— Ele precisa saber que não estou mais aqui! — Insisto.Observo Fabrizio ficar tenso e ele tenta não virar em minha direção.— Por que essa necessidade? — Ele pergunta e decido confiar nas pessoas dentro deste carro.— Ele me pediu dois dias, disse que faria o impossível para me tirar dessa aliança de casamento! — Falo com um sorriso e olho