Maude era uma rica herdeira da cidade de Portland, casada a três anos com um homem que era tido como distinto, mas transformou a sua vida em um inferno de maus tratos e humilhações . Quando descobriu que estava grávida contou ao marido que com a ajuda da amante a espancou quase até a morte . Abandonada para morrer, ela é salva por um fazendeiro viúvo chamado Owen Grant, que estava na cidade a procura de uma nova esposa. Compadecido com o estado que a encontrou, ele a leva para sua propriedade no interior, para que se recupere. Naquele novo lugar, Maude começa a aprender o valor das coisas simples da vida e do trabalho duro. Teria ela ainda tempo de encontrar a felicidade nos braços daquele homem? Ou seu desejo de vingança irá se sobrepor ao nascimento de um novo amor?
Ler maisOwen ajustava as correias de suas botas no celeiro quando Thomas se aproximou, sorrindo como sempre. Era a última noite antes da missão com os Koda, e eles tinham uma tradição peculiar para celebrar a camaradagem e o fato de que não sabiam se voltariam vivos antes de partir.— Owen, meu velho amigo, acredito que não esteja tão animado e pronto para a nossa visita habitual ao bordel da cidade? Thomas perguntou, sorrindo. Owen olhou para ele, esboçando um sorriso sem graça. — Bem, Thomas, estive pensando... talvez dessa vez seja melhor pularmos essa tradição. Tenho outras coisas em mente, e não creio que seja adequado, afinal sou um homem casado agora.Thomas franziu a testa, fingindo estar surpreso.— Outras coisas? Desde quando você desiste do bordel, especialmente na noite antes de uma viagem? Esqueceu que já foi casado antes, e isso nunca foi um impedimento.— Você sabe que é diferente, o meu casamento com Ana foi um caos desde o começo. Ela nunca deixou eu me aproximar o suficien
Ela era incrível! Owen refletiu, sem poder tirar Maude do pensamento. A forma como ele a havia encontrado, quem ela havia sido. Tudo isso simplesmente não batia com a mulher que ela havia se transformado. Ela era forte, aprendia rápido e suas habilidades eram surpreendentes. Quando estavam treinando, ele tinha que se esforçar para esconder o sorriso de satisfação e não parecer um bajulador.Estar ao lado de uma mulher assim era instigante e desafiador. Ela o surpreendia a cada movimento e a cada palavra que dizia. Também se tornara exigente, tinha opiniões muito fortes e não se contentava em ser tratada como uma simples esposa ou empregada. Ela participava ativamente de tudo, tomava decisões e não exitava em discordar das dele que ela julgasse equivocadas. Era impossível não fazer comparações com a debilidade que sua esposa Ana sempre demonstrou.Maude era uma mulher bem nascida, com todos os privilégios, passou por uma provação terrível, mas escolheu viver. Lutou para ficar bem e s
No dia seguinte, Owen e Maude decidiram explorar um campo aberto na vasta propriedade para treinar suas habilidades de tiro. O sol lançava seus raios sobre a paisagem,trazendo um cenário com um horizonte azul. Maude, apesar de nunca ter segurado uma arma antes, revelou-se surpreendentemente hábil quando as mãos tocaram o coldre do revólver.Owen, observando com admiração, ajustou os alvos no campo. -Vejamos como você se sai com esses, Maude. Vamos começar devagar.Com concentração e determinação, Maude disparou. O estampido do revólver ecoou pelo campo, seguido pelo som das balas disparadas a esmo em direção aos alvos, sem acertar nenhum deles. Owen observou enquanto ela tentava acertar os alvos sem sucesso, mas demonstrava uma precisão notável para quem não tinha nenhuma experiência. As balas não estavam passando assim tão longe dos alvos. Ela segurava a arma com firmeza e parecia confiante.-Parece que você tem um talento natural para isso, Maude. Estou impressionado. Comentou Owe
Quando Owen se afastou, Maude ainda estava petrificada devido ao beijo. Ela levou alguns segundos para reagir. Ele seguiu parado, em frente a ela, em silêncio, esperando alguma reação, quando percebeu que talvez o silêncio dela estava se prolongando demais ele achou melhor se desculpar.— Desculpe se eu a deixei desconfortável, acho que me empolguei e exagerei na brincadeira.Ela seguia estagnada na frente dele.— Realmente foi surpreendente…A vontade de beijá-la havia sido forte, mas uma ponta de culpa começou a corroer Owen, afinal ele havia feito uma promessa a ela, de não tentar nenhum tipo de aproximação. Mas, naquele momento, estavam tão descontraídos que ele se deixou levar.— Maude, eu realmente ainda muito…eu havia prometido..Ela o interrompeu subitamente, parecendo estar recuperada do choque inicial.— Sim Owen, você prometeu! Mas ingênua fui eu em acreditar que seria diferente, que você seria realmente diferente! No final são todos iguais mesmo, você, o Sebastian…da no me
Owen a envolveu em um abraço forte, trazendo-a para bem perto de si. Estavam tão próximos que ela podia sentir as batidas do coração dele e o calor que emanava de seu corpo. Aquele contato não era desconfortável, o que foi outra grata surpresa, igual havia sido dormir ao lado dele.— Você precisa tomar mais cuidado e nunca dispersar a atenção quando estiver em situações que exijam cuidado. Você poderia ter facilmente caído e quebrado o pescoço.Ele disse, sem deixar de abraçá-la.— A ideia de me fazer subir nessa árvore foi sua, não deveria estar tão bravo.— Eu queria que você subisse aqui para que soubesse fazê-lo com agilidade e segurança, e não para que agisse como uma criança desajeitada e quase me matasse do coração.Maude levantou a cabeça para encará-lo com um misto de sentimentos. O tom que ele usava tinha um pouco de zanga, mas era também engraçado. Ele parecia chateado, preocupado e aliviado simultaneamente.Ela teve que disfarçar um pequeno sorriso, tentando não irritar el
Ao contrário do que imaginava, Maude não teve dificuldade em dormir ao lado de Owen. Cada um permaneceu no seu lado da cama, mas ela pode sentir um calor que irradiava de onde ele estava. Ela acordou e quando foi se levantar ele sentou-se sobressaltado, assustado-a um pouco.— Desculpe, tenho o sono leve. Já vai levantar? Hoje você tem uma boa justificativa se quiser ficar mais um pouco na cama.— Eu preciso ver as crianças, já devem estar acordando.— Você não sabia? O Thomas e a Magena se dispuseram a ficar dois dias responsáveis por eles. Disseram que esse era o seu presente de casamento, para que nós pudéssemos aproveitar a lua de mel.— Eu não sabia, eles vão cuidar dele o dia todo?Ela perguntou um pouco incrédula e divertida.— Por dois dias e noites inteiros!— Owen disse, se recostando no travesseiro novamente, parecendo tão abismado quanto ela. — Mas e o trabalho na fazenda, quem vai fazer?— Os peões vão fazer o básico apenas, esse é outro dos motivos de estar todo mundo fel
Os noivos partiram para a cidade bem cedo na manhã seguinte. Foram direto falar com o pároco, para marcar a cerimônia. O homem estava tão satisfeito em resolver o problema, que resolveu celebrar no dia seguinte a cerimônia. Seria apenas para a família e Thomas como testemunha.Antes de partirem, passaram no armazém, para providenciar uns tecidos, pois Maude nem sequer possuía um vestido adequado para usar. Quando chegaram de volta à fazenda, decidiram contar juntos às crianças a novidade, na hora de colocá-los na cama.Magene estava com eles, quando Maude e Owen entraram no quarto.— Meninos, eu e o pai de vocês temos uma coisa para contar a vocês. Nós descemos nos casar.A menina pulou da cama e correu para abraçá-los, e o menino apenas comentou.— Já era hora, agora finalmente a senhorita Maude pode ser nossa mãe de verdade.— Tobby, nós já conversamos sobre isso.Ele revirou os olhos, com a reprimenda.— Eu sei, nós já tivemos uma mãe. Mas você é tão diferente de como ela era, você
Owen levou o dia todo escolhendo o momento ideal para abordar o assunto com Maude, e esse melhor momento simplesmente não apareceu. Mal conseguiu se concentrar no trabalho, e seu humor não estava dos melhores. No fim da tarde, Thomas foi questioná-lo, pois já não tinha mais explicações a dar aos peões sobre o mau gênio do chefe. Owen estava observando a doma, escorado na cerca do curral, quando o amigo se aproximou.— Acho melhor você colocar para fora ou tratar de resolver o que o está incomodando, porque ninguém aguenta mais Grant.— Você não faz ideia do quanto eu estou encrencado Thomas. O pastor me chamou para uma conversinha esta manhã, para falar que a cidade está escandalizada por eu ter duas mulheres solteiras na minha casa.— Eu pensei que isso mais cedo ou mais tarde poderia acontecer, cidades pequenas são um antro de fofocas e falatórios. Quais as opções que lhe foram dadas meu amigo?— Adivinhe? Ou me caso com Maude, ou elas terão que ir embora, sob uma forte ameaça de bo
Apesar do cansaço do dia, Owen teve dificuldade em conciliar o sono a noite. Na manhã seguinte teria que ir bem cedo até a cidade, falar com o pastor da igreja. A mensagem que ele mandou não abria brechas para recusas. O conteúdo da carta era passível de interpretação, solicitava a presença dele na igreja para tratar de boatos que corriam pela cidade, e ameaçavam a moral e os bons costumes de SunCity.Porém, ele tinha quase certeza que tinha algo a ver com empregar e abrigar em sua casa, duas mulheres solteiras. Aquela era uma cidade pequena, afinal, as notícias se alastram como fogo na palha. Quando chegou à igreja no dia seguinte, suas suspeitas foram confirmadas.— É bom ver que atendeu rapidamente o meu convite senhor Grant. Estava ansioso para fala