— eu não pedi para que você comesse. Eu ordenei. — eu não sou sua escrava para receber ordens! — não, você não é minha escrava. — a voz dele era fria, cortante. Os olhos verdes brilhavam intensos, carregados de algo que a fez engolir em seco. — mas você é minha. E fará o que eu mandar. Collin tentou se mover, ele a manteve presa sob seu olhar. — não gosto de lidar com crianças mimadas, fêmea. Ou você come... — ou o quê? — a pergunta escapou antes que ela pudesse pensar. Era insano desafiá-lo. Ele era um alfa. Um movimento dele poderia ser fatal. O alfa inclinou-se, aproximando-se até que o calor da sua respiração roçasse o rosto dela. Collin instintivamente recuou, pressionadando-se contra a árvore. — tem certeza de que quer me desafiar? — o tom baixo e ameaçador fez sua pele arrepiar-se inteira.
Ler maisCollin*Collin sentiu o corpo congelar. O ar pareceu sumir de seus pulmões enquanto encarava a besta diante dela. Aquela criatura enorme, de olhos famintos e presas à mostra, não hesitaria. Ele mataria elas. Mataria o bebê.— Collin... — Eve sussurrou, apertando o filho contra o peito. Seu rosto estava pálido, mas sua voz carregava o desespero de quem sabia que não haveria escapatória. Lentamente, ela se colocou de pé, as mãos tremendo. — Ele vai nos matar...— Não vai. — A voz de Collin mal passou de um sussurro.O lupino avançou um passo, mordendo o ar, como se já pudesse sentir o gosto do sangue. Seus olhos brilharam, cruéis.— Eu vou me divertir bastante — rosnou, revelando um sorriso predador.Collin viu como ele olhou para Eve e para o bebê. Seu estômago revirou. Ela não deixaria isso acontecer.No canto do quarto, sobre um pequeno baú, viu uma faca. Estava longe, mas era sua única chance. Seus músculos se retesaram. O lupino se preparou para atacar Eve. Collin correu.Num movim
Collin*Os três correram em direção à tenda de Eve. Collin foi a primeira a entrar. A amiga estava deitada na cama, suando e gemendo de dor. Rapidamente, Collin se aproximou.— Eve... Estamos aqui. — Sem demora, Eve segurou sua mão com força.— Você veio... — gemeu, tentando conter a dor.— Quando nos conhecemos, você disse que a companheira do alfa tinha que estar com a mulher grávida no dia do parto, não é? Bem... Estou aqui. — Mesmo ofegante e gemendo de dor, Eve sorriu levemente. Collin encarou Damon, que estava parado ao lado de Liam. Seu rosto pálido, sua expressão tensa.— Já chamou o curandeiro? — Liam questionou.— Já, mas ele ainda não chegou... Já deveria estar aqui. — Damon apertou os punhos. Liam franziu o cenho, a preocupação evidente.— É melhor se nós... — Antes que ele terminasse a frase, um grito cortou o acampamento.— INVASORES! — A voz de um lupino ecoou, fazendo todos lá fora entrarem em alvoroço. O caos começou. Liam e Damon se prepararam. Collin não soltou a mã
Collin seguiu em direção a Liam, que conversava com os outros lupinos no canto do acampamento. Ele estava sério, concentrado em resolver a situação com Maden o quanto antes. Mas, assim que o viu, sentiu novamente aquele arrepio estranho na nuca. Averina surgiu ao seu lado sem aviso, a observando de esguelha.— Olá. — O tom da fêmea era neutro, mas seu olhar revelava algo mais.— Olá. — Collin respondeu, tentando decifrar aquela expressão.Collin hesitou um instante até de perguntar: — Sobre o que você e Liam conversaram ontem? Além de Maden e Alicerce Azul.Averina franziu a testa.— Nada muito importante.— Isso é mentira. — Averina estreitou os olhos.Collin cruzou os braços.— Liam está estranho. Você também. O que não estão me contando?— Colen, não há nada sendo ocultado. O que você sabe é a verdade. Apenas estamos todos muito tensos.A fêmea não acreditou naquela resposta. Havia algo no tom de Averina, uma hesitação sutil, que fez sua desconfiança crescer ainda mais.— A maiori
Collin*A noite ao lado de Liam havia sido confusa e estranha. Fazer amor com ele havia sido perfeito, como sempre. Mas tinha algo em seus olhos. Algo incômodo, uma inquietação velada. Ele não era bom em fingir com ela. Assim que se pôs de pé, ele já estava acordado. Sentado na beirada da cama, já vestido, observava-a dormir com uma expressão carregada.— Isso é um pouco estranho. — Ela murmurou, estreitando os olhos.Liam sorriu de canto, mas havia algo ausente naquele sorriso.— Acredita que... Eu acho você ainda mais linda quando acorda? — O tom rouco de sua voz fez um arrepio subir pela espinha dela.Collin riu baixo, deslizando os lençóis para cobrir melhor o corpo nu.— Você é um grande mentiroso. — O sorriso dela murchou quando percebeu que ele não retribuía. Em vez disso, continuava a encará-la com aqueles olhos tempestuosos.Ela se inclinou para frente, deslizando as mãos pelos ombros dele até sua nuca. Seus lábios se encontraram em um beijo demorado, mas havia urgência no mo
Liam seguiu Averina até a tenda maior, notando a tensão no semblante dela. O ar parecia carregado, como se algo sombrio pairasse entre eles.— Alguns batedores descobriram algo que pode nos prejudicar. — Averina começou, a voz firme, mas levemente hesitante.Liam cruzou os braços, impaciente.— O que exatamente?— Maden Star está trabalhando com os Vênus. Eles fizeram uma aliança contra você.Uma chama de ódio se acendeu dentro dele. Seu sangue ferveu. Depois de tudo, aqueles desgraçados ainda ousavam traí-lo? Seus punhos se cerraram com tanta força que as articulações estalaram.— Você tem certeza disso?— Tenho. Fontes confiáveis o viram indo até Alicerce Azul pelo menos três vezes.Liam respirou fundo, tentando conter a fúria avassaladora. Ele arrancaria a cabeça de cada um deles, esmagaria o que estavam tentando construir antes que se tornasse uma ameaça real.— Temos que agir rápido, Liam. — Averina continuou. — Temos muitos lupinos, mas Alicerce Azul é uma fortaleza e eles têm m
Algumas semanas se passaram desde a chegada deles ao acampamento de Averina. Liam estava determinado a ensinar Collin a lutar, e todos os dias a treinava com paciência implacável ou simplesmente observava seus movimentos com olhos afiados.Naquela tarde, Collin estava suada, ofegante, cada músculo de seu corpo queimando de tanto esforço. Mas Liam? Ele parecia apenas levemente aquecido, com aquele maldito sorriso no canto dos lábios.— Já se cansou? — A voz carregada de provocação deslizou até ela.— Cala a boca — retrucou, apoiando as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego.O sorriso dele apenas se alargou, puro desafio.— Por que não me faz calar? — Sua voz veio baixa, rouca, perigosamente sedutora.Collin ergueu os olhos e, deuses, não deveria ter feito isso. O suor escorria pelo peito nu de Liam, deslizando entre os músculos definidos. As marcas da alma de um, que ela tanto odiava estavam ali, mas naquele momento, ela não se importava com elas. Tudo o que via era um homem fe
Assim que o dia nasceu, Collin já estava de pé. Não perdeu tempo esperando Liam acordar; foi direto ao encontro de Averina.O acampamento estava movimentado, os lupinos transitando de um lado para o outro, preparando-se para algo grande. Quando Collin encontrou a tenda principal, Averina estava tomando café com outros guerreiros.Ela se aproximou lentamente.— Colen, bom dia.— Bom dia. — Sentou-se ao lado dela sem cerimônia.Averina arqueou as sobrancelhas.— Acordou cedo.— Não gosto de dormir muito.A líder lupina assentiu, levando a xícara aos lábios.— Onde está Liam?— Ainda dormindo. Não quis acordá-lo.Averina apenas fez um gesto de compreensão, mas Collin se ajeitou na cadeira, tensa.— Você falou ontem sobre Maden. Tem algum plano para voltar até lá?Averina pousou a xícara sobre a mesa, o olhar ficando mais afiado.— Sim. Reunir todos os lupinos e partir para cima. Liam me disse que mataram muitos dele. Agora é a hora.O estômago de Collin revirou.— Eu sei, mas… não acha q
Damon*Averina lhes havia cedido uma tenda maior e mais confortável devido à gravidez de Eve. E Damon, por mais que se sentisse perdido ultimamente, agradeceu silenciosamente aos deuses. No mínimo, queria vê-la bem.Foi até Averina para agradecê-la. Ela conversava com alguns lupinos, mas, ao notar sua presença, dispensou os outros.— Averina.Ela virou-se para ele, um sorriso discreto nos lábios.— Damon.Ele assentiu, mantendo o olhar firme.— Obrigado pela tenda. Eve realmente precisava disso.O sorriso dela se alargou.— Não há de quê. Ela está grávida. Precisa de conforto.Ele sorriu de volta, sem realmente sentir o gesto.— Temos um curandeiro, caso ela precise.— Direi a ela.Ele já ia se virar quando sentiu os dedos dela segurarem sua mão. Damon parou. O contato foi breve, mas intencional. Ele voltou o olhar para Averina, que mordia o lábio inferior.— Ah… — Ela hesitou por um instante, mas depois firmou a voz. — Vou beber um pouco na minha tenda. Se quiser…Ela inclinou a cabe
Averina os guiou pelo acampamento. Havia muitos lupinos espalhados pelo lugar, cada um ocupado com suas tarefas. Collin observava tudo com atenção, até que seu olhar pousou em Averina. — Você é da realeza, Averina? — perguntou, analisando-a.Averina sorriu de lado, mantendo o passo firme.— Sim, sou uma princesa.Collin não desviou o olhar.— De onde?Houve um breve silêncio, e então a fêmea respondeu com um brilho travesso nos olhos:— De um lugar bem distante.— Averina gosta de ser misteriosa — Liam comentou, sua voz carregada de diversão.Collin sentiu o calor da mão dele em sua lombar, um toque firme e possessivo.— Gosto de ser um pouco reservada — Averina disse. — Mas talvez logo eu conte para vocês.Collin arqueou a sobrancelha, sem esconder sua desconfiança.— E por que resolveu nos ajudar? Pelo que Liam disse, vocês só se conhecem há um mês.Averina parou abruptamente e girou nos calcanhares, encarando Collin com um sorriso confiante.— Você é desconfiada. Eu entendo. Mas e