Na pequena e conservadora cidade de Sant’Elisa, Valentina, uma jovem de 22 anos dedicada à fé e recém-aceita como noviça, encontra-se presa entre o céu e a terra ao cruzar o caminho de Gabriel, um empresário irresistível com um passado sombrio e uma ambição perigosa: demolir o convento que ela jurou proteger. Enquanto tenta resistir à sedução de Gabriel, Valentina descobre que lutar contra o desejo é muito mais difícil do que imaginava, especialmente quando ele parece determinado a desafiá-la a cada encontro. Gabriel, por outro lado, começa a questionar seu coração endurecido ao se aproximar dessa mulher tão pura quanto inatingível. Com segredos obscuros, olhares ardentes e um amor proibido que ameaça arruinar a ambos, Valentina e Gabriel enfrentam uma batalha onde não há vencedores, apenas pecados e promessas quebradas. Afinal, como proteger sua alma quando o coração já foi tomado?
Ler maisO escritório improvisado de Gabriel, no pequeno hotel de Sant’Elisa, estava mais caótico do que o habitual. Pilhas de documentos estavam espalhadas pela mesa, enquanto ele revisava relatórios com um olhar cada vez mais sombrio. As notícias que recebeu pela manhã foram um golpe inesperado. Seu assistente pessoal, Eduardo, havia lhe informado que contratos importantes estavam sendo cancelados sem explicação, e parceiros de negócios estavam reconsiderando os projetos planejados para a cidade. Algo estava errado, e Gabriel sentia que não era apenas coincidência. "Alguém está interferindo," murmurou para si mesmo, apertando os olhos. Eduardo entrou na sala com mais um envelope nas mãos. "Recebi isso agora. Parece que outra empresa apresentou uma proposta para comprar terras próximas ao convento. E pelo valor oferecido, é claro que querem nos tirar da jogada." Gabriel pegou o envelope com firmeza. "Quem está por trás disso?"
O dia amanheceu com uma calmaria enganosa em Sant’Elisa. Valentina estava no jardim do convento, cuidando das rosas com um olhar distante. A conversa com Gabriel ainda ecoava em sua mente. A intensidade de seus sentimentos era um misto de confusão e calor que a deixava vulnerável.Ela se abaixou para arrancar algumas ervas daninhas, mas ouviu passos atrás de si. Mesmo sem olhar, sabia quem era."Gabriel, você não deveria estar aqui," disse ela, sem se virar."Precisamos conversar, Valentina." Sua voz era firme, mas havia um toque de preocupação que chamou sua atenção.Ela se levantou lentamente e se virou para encará-lo. Ele estava mais sério do que o normal, seus olhos fixos nela de um jeito que parecia atravessar qualquer barreira que ela tentasse construir."Já falamos ontem," respondeu ela, cruzando os braços em um gesto defensivo."Não como devíamos." Gabriel deu um passo à frente, reduzindo a distância entre eles. "Eu sei q
A manhã em Sant’Elisa começou com um céu cinzento, prometendo chuva. Gabriel estava no escritório improvisado que montara no único hotel da cidade, revisando papéis e arquitetando estratégias. A tensão em seu maxilar denunciava que algo não estava bem. Ele ainda pensava na conversa com Valentina no jardim do convento. Mas, antes que pudesse mergulhar mais fundo nesses pensamentos, a porta se abriu bruscamente."Gabriel Moretti. Sempre cheio de planos."A voz era carregada de sarcasmo. Gabriel ergueu o olhar e encontrou o rosto familiar de Leonardo Vargas, um antigo parceiro de negócios que ele não via há anos — e nem queria ver."Leonardo." Gabriel se levantou, mantendo a postura firme. "O que você está fazendo aqui?"Leonardo fechou a porta com força e caminhou lentamente até a mesa, seu sorriso era uma mistura de ironia e ameaça. "Acho que você sabe muito bem. Vim buscar o que é meu."Gabriel arqueou uma sobrancelha. "Não há nada aqui q
O fim da tarde em Sant’Elisa trouxe um céu tingido de laranja e vermelho, como se o próprio horizonte estivesse preso entre a paz e o caos. Valentina caminhava pelo jardim do convento, o coração apertado. As palavras de Irmã Amélia ainda ecoavam em sua mente. "Você precisa escolher, Valentina. Não entre ele e Deus, mas entre medo e coragem."Ela se sentou no banco de pedra sob a sombra de uma grande árvore. As mãos tremiam levemente enquanto seguravam o terço, os dedos passando pelas contas como se aquilo pudesse acalmar o turbilhão dentro dela. Mas não era suficiente. O conflito entre sua devoção e os sentimentos confusos por Gabriel parecia crescer a cada dia."Está fugindo de mim, Valentina?" A voz grave de Gabriel quebrou o silêncio. Ele estava parado a poucos metros, as mãos no bolso, os olhos fixos nela. Havia algo em seu olhar que a fazia sentir-se exposta, como se ele pudesse enxergar muito além do que ela queria mostrar."Eu não estou fugindo", re
A tarde estava nublada, o vento sussurrava entre as árvores que cercavam a praça do convento. Gabriel estava encostado em seu carro, observando a fachada do edifício sagrado. Seus pensamentos estavam dispersos, divididos entre os negócios que vinham acumulando problemas e a figura de Valentina, que insistia em invadir sua mente como uma tempestade silenciosa.Ele inalou profundamente o ar fresco, como se isso pudesse clarear sua confusão, mas foi interrompido por uma presença inesperada. Irmã Amélia estava ali, parada a poucos metros, seu olhar severo cravado nele. Gabriel arqueou uma sobrancelha, surpreso pela ousadia da freira.— Veio rezar por mim, irmã? — perguntou, com um sorriso de canto que carregava mais ironia do que gentileza.Amélia cruzou os braços, permanecendo imóvel.— Não estou aqui para preces. Estou aqui para falar sobre Valentina.Gabriel deixou escapar uma risada baixa.— Sempre ela, não é? Parece que todos nesse conven
A praça principal da cidade estava cheia de vida naquela tarde ensolarada. Barracas de comida, música ao vivo e um aroma doce de algodão-doce preenchiam o ar. O evento anual de arrecadação de fundos do convento sempre atraía uma multidão, e Valentina estava ocupada ajudando na organização, tentando manter sua mente ocupada.Ela sabia que Gabriel estaria lá. Ele sempre estava onde não deveria, especialmente quando se tratava dela. Desde o último confronto, Valentina lutava para controlar o turbilhão de emoções que ele despertava. Culpa, raiva, atração — tudo se misturava de uma forma que a deixava confusa e vulnerável.Enquanto ajustava os arranjos de flores em uma das mesas, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Não precisava olhar para saber que ele estava lá. A presença de Gabriel era como um calor sufocante que a envolvia, e quando ela finalmente ergueu os olhos, lá estava ele, de terno casual, parado a poucos metros, observando-a com aquele sorriso desafiado
A noite estava fria, e Gabriel, sentado em um bar discreto na periferia da cidade, girava o copo de uísque nas mãos, perdido em pensamentos. O lugar era pequeno e vazio, exceto por ele e outro homem sentado à sua frente. Este era Raul, um amigo de longa data, alguém que conhecia o Gabriel antes de todo o poder e ambição. — Nunca imaginei que te veria assim, Gabriel — disse Raul, recostando-se na cadeira e cruzando os braços. — O que está acontecendo com você?Gabriel riu, mas era um som vazio. — Talvez eu esteja perdendo o controle.— Não, isso não é do seu feitio. Você sempre tem controle de tudo, até do que sente.Gabriel inclinou-se para frente, o rosto tenso. — É aí que está o problema, Raul. Não tenho mais controle.Raul arqueou uma sobrancelha, intrigado. — Isso tem a ver com o convento? Ou... com alguém de lá?O silêncio de Gabriel foi resposta suficiente. Raul riu, balançando a cabeça. — Então é isso. Você, Gabriel de Morais, está mexido por uma mulher.— Não é só isso. —
A manhã era fresca, mas Valentina sentia o peso do dia antes mesmo de ele começar. O documento que Gabriel lhe entregara estava escondido no fundo de sua gaveta, mas ocupava espaço demais em seus pensamentos. Cada vez que tentava rezar, o rosto dele surgia em sua mente, junto com a pergunta que não conseguia evitar: "Por que ele mexe tanto comigo?"Enquanto realizava suas tarefas, os olhares das outras irmãs eram difíceis de ignorar. Cochichos seguiam cada passo seu, e Valentina sabia que algo havia mudado. Até mesmo Irmã Amélia, que sempre fora sua confidente, parecia inquieta.— Valentina, precisamos conversar — disse a Madre Superiora mais tarde, com um tom severo que não permitia recusas.Valentina assentiu e seguiu a líder até o escritório. Lá dentro, o ar era ainda mais pesado.— O que está acontecendo? — perguntou Valentina, mesmo sabendo que não gostava da resposta que estava por vir.A Madre Superiora pousou uma carta sobre a mesa, sem perder tempo. — Existem rumores, minha
O dia estava nublado, como se o céu refletisse a tempestade que se formava dentro de Valentina. Desde que Gabriel lhe entregara aquele documento, ela se sentia dividida. Ele era carismático, mas também perigosamente persuasivo. Sua mente sabia que deveria manter distância, mas seu coração — ou talvez algo mais profundo — insistia em desafiá-la.Valentina caminhava pelo jardim, perdida em seus pensamentos, quando ouviu uma voz familiar.— Pensativa de novo? — Gabriel estava encostado em uma árvore, observando-a com aquele sorriso que parecia tanto um convite quanto uma armadilha.Ela parou, surpresa, mas logo recuperou a compostura. — O que está fazendo aqui, Gabriel? Este é um lugar privado.Ele deu de ombros, caminhando em sua direção. — Não sabia que jardins eram restritos. Só vim dar uma volta.— Você nunca "só vem dar uma volta". Sempre tem um motivo — respondeu ela, cruzando os braços.Ele parou a poucos passos dela, as mãos nos bolsos, mas os olhos fixos nos dela. — Talvez o