capítulo 2: O Primeiro dia

O elevador subiu silenciosamente, transportando Sofia para o topo do imponente edifício. O nervosismo, contido até então, voltou com força total. Era seu primeiro dia como secretária do Sr. Arthur, e a responsabilidade era imensa. A imagem da Senhorita Amanda, com seu sorriso confiante e olhar perspicaz, voltou à sua memória, acalmando um pouco a agitação interior.

Ao sair do elevador, Sofia foi recebida por um corredor amplo e silencioso, decorado com obras de arte abstratas e plantas exóticas que contrastavam com a frieza do aço e do vidro. O escritório do Sr. Arthur era uma suíte espaçosa e moderna, com duas amplas janelas: uma oferecia uma vista panorâmica da cidade de Seul, um mar de prédios e luzes cintilantes; a outra, uma visão serena e relaxante do jardim exuberante que emoldurava o edifício, um oásis de verde em meio à selva de concreto.

Uma secretária auxiliar, uma mulher de meia idade com um ar profissional e eficiente, a recebeu com um sorriso discreto e a conduziu até sua mesa, uma elegante escrivaninha de madeira escura posicionada estrategicamente para visualizar a porta principal e, ao mesmo tempo, apreciar a tranquilidade do jardim.

A mesa estava impecavelmente organizada, com um computador moderno, agendas, canetas finas e um porta-recados vazio, esperando pela avalanche de compromissos que o dia prometia. Sofia respirou fundo, organizando seus pensamentos e se preparando para o desafio. O telefone tocou, uma chamada interna, e a secretária auxiliar explicou as funções básicas e a rotina do escritório, com precisão e eficiência. A primeira tarefa foi verificar a agenda do Sr. Arthur, um documento digital altamente organizado, dividido em horários específicos, cada um com suas anotações detalhadas e informações relevantes.

A manhã passou velozmente em um turbilhão de ligações, e-mails e organização de documentos. Sofia se surpreendeu com sua própria eficiência, lidando com cada tarefa com uma calma e precisão que até ela mesma achava admirável. Ela se movia com uma desenvoltura que impressionava, conseguindo manter o controle mesmo diante da pressão de prazos e exigências. Porém, era uma calma tensa, uma expectativa crescente para o encontro com o Sr. Arthur. Afinal, este seria o verdadeiro teste. A tarde se aproximava, e junto com ela, a perspectiva de conhecer o homem que seria o foco central de sua nova jornada. A ansiedade se misturava à excitação, alimentando uma determinação inabalável de demonstrar sua capacidade e conquistar seu espaço naquela empresa poderosa.

O telefone vibrou no bolso de Sofia, interrompendo o turbilhão de pensamentos sobre seu primeiro dia. Era Angel, sua prima e melhor amiga. Com um suspiro de alívio, ela atendeu, sentindo a tensão do dia se esvair um pouco.

— Angel, que dia! Foi uma loucura! — Sofia exclamou, sua voz ainda carregada de adrenalina. — Primeiro, o carro… você não vai acreditar, o pneu furou bem na hora do rush! Acordei atrasada, quase perdi a entrevista, a correria para trocar o pneu. Foi tudo muito corrido.

Ela explicou a mudança repentina de cargo, de recepcionista para secretária do CEO, a pressão do novo trabalho, a organização frenética da agenda do Sr. Arthur choi, e a expectativa do encontro com ele.

— As pessoas aqui dizem que ele é lindo, mas… muito sério. Ninguém dura muito tempo aqui, sabe? Ou as pessoas não aguentam o ritmo, ou ele não aguenta as pessoas — Sofia confessou, rindo nervosa. — Estou com um medo danado, mas também com uma euforia enorme! Quero muito agradar, sabe? Preciso fazer dar certo.

Do outro lado da linha, Angel a ouvia com atenção, oferecendo palavras de apoio e compreensão.

— Depois do serviço, a gente sai para comemorar! — sugeriu Angel, animada. — Balada! Precisa relaxar um pouco.

— Balada? em plena Segunda-feira…? eu vou estar morta de cansaço amanhã. Não vai dar, Angel. — Sofia hesitou.

— Tudo bem, então vamos ver um filme, comer alguma coisa gostosa. Precisa relaxar, Sofia. Você merece! — Angel respondeu, sua voz suave e carinhosa.

— Um filme… tá bom — Sofia concordou, um sorriso finalmente se formando em seus lábios. A ideia de um momento de calma, de compartilhar suas experiências com Angel, era exatamente o que ela precisava para equilibrar a adrenalina do dia e a ansiedade do dia seguinte. A perspectiva de um filme e um jantar tranquilo com sua prima era um bálsamo para sua alma agitada.

(Novas amizades)

Após um dia frenético, a companhia de Angel foi um bálsamo para Sofia. O encontro não foi em uma balada agitada, como Angel inicialmente sugeriu, mas em um cinema aconchegante, seguido por sorvete artesanal em uma sorveteria charmosa. A atmosfera descontraída permitiu que Sofia relaxasse, compartilhando suas experiências e emoções com a prima e seus amigos.

Angel apresentou Sofia a um grupo animado e diversificado. Havia alguns homens atraentes entre eles, alguns com atitudes mais ousadas, outros mais respeitosos. Entre eles, um em particular chamou a atenção de Sofia: Kim Wang, um jovem arquiteto com um sorriso encantador e um olhar gentil. Kim era diferente dos outros; havia nele uma inteligência e uma sensibilidade que a cativou imediatamente. A conversa fluiu naturalmente entre eles, e logo Sofia se sentia à vontade na companhia de Kim e Angel, o trio se encaixando com uma facilidade surpreendente.

Enquanto saboreavam seus sorvetes, Sofia começou a contar sua história, a jornada que a levou até Seul. A distância da família, as traições amorosas que havia sofrido, as dificuldades e as inseguranças afloraram em suas palavras, e algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto. Mas em meio à emoção, havia uma força inabalável, uma determinação que transparecia em sua voz.

— Eu sei que o passado foi difícil, com traições e muita dor… — Sofia confessou, sua voz embargada pela emoção. — Mas aqui… aqui é diferente. É uma grande oportunidade, uma chance de realizar meus sonhos. Meu coração está fechado para relacionamentos por enquanto. Preciso me concentrar no trabalho, em mim mesma. Mas estou aberta a amizades verdadeiras, e vocês… vocês já são muito importantes para mim. Tenho grandes esperanças de que tudo dará certo.

Kim e Angel a ouviram com atenção, oferecendo palavras de apoio e compreensão. A conexão entre os três se fortaleceu ainda mais naquele momento de vulnerabilidade e confiança mútua. A noite terminou com a promessa de novos encontros, a certeza de uma amizade genuína e o conforto de saber que, mesmo em um país distante e com um futuro incerto, Sofia não estava sozinha. A amizade com Kim e Angel se tornou um porto seguro em meio à tempestade de emoções e desafios que a vida em Seul lhe reservava.

A noite no cinema e na sorveteria havia sido agradável, mas a amizade entre Sofia, Angel e Kim estava apenas começando. Nos dias seguintes, os três se encontraram diversas vezes, criando uma dinâmica divertida e confortável. Um novo rosto, porém, começou a aparecer em seus encontros.

Era Ji-hoon, mas todos o chamavam de "Jun". Jun era o gerente da confeitaria "Doce Tentação", uma pequena joia escondida perto do prédio onde Sofia trabalhava. Jun era um confeiteiro talentoso, com um toque mágico para criar doces e bolos incríveis. Seu cargo na confeitaria lhe dava uma flexibilidade invejável, permitindo que ele organizasse seu tempo de trabalho de forma independente. Apesar da responsabilidade, ele emanava um carisma contagiante, sempre com um sorriso fácil e uma palavra amável.

Jun se juntou ao grupo de forma natural, sua personalidade amável e seu humor leve criando uma atmosfera ainda mais descontraída. Ele demonstrava um interesse genuíno por Sofia, mas de uma forma sutil e respeitosa, ciente de sua declaração de manter o coração fechado para relacionamentos. Ele a fazia rir com suas piadas, a ajudava com suas dúvidas sobre a cidade, e sempre demonstrava admiração por sua força e determinação.

Sofia apreciava a companhia de Jun, sentindo-se à vontade com sua gentileza e atenção. A presença dele adicionou um toque extra de alegria e leveza aos encontros com o trio, sem jamais ultrapassar os limites da amizade. A amizade com Jun, Kim e Angel se tornou um refúgio para Sofia, um espaço seguro onde ela podia ser ela mesma, sem a pressão do novo trabalho e as lembranças dolorosas do passado. A doce confeitaria de Jun se tornou um ponto de encontro frequente, um local onde o aroma delicioso dos bolos e doces se misturava ao aroma da amizade verdadeira.

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