Capítulo 6:
O relógio marcava 13h50. Sofia podia sentir o suor frio escorrendo pelas têmporas. Três dias. Três dias de uma maratona frenética para deixar a sala presidencial impecável para a volta de Arthur Choi. A tela trincada do seu celular, um reflexo da fragilidade que sentia por dentro, era um lembrete constante do caos dos últimos dias. A ausência das mensagens de Jun pesava, mas a prioridade era a iminente chegada do CEO. Ela relatou cada detalhe dos últimos dias à Senhorita Amanda, a secretária-chefe, enquanto finalizava a revisão dos documentos. A organização meticulosa da papelada, a limpeza impecável da sala, a confirmação de todas as agendas – tudo estava pronto. A tensão era palpável, um nó na garganta que a impedia de respirar fundo. — ...e então, Senhorita Amanda, verifiquei todas as reservas de voos e reuniões... tudo está na agenda digital, como o senhor Choi prefere. — Sofia concluiu, sentindo a voz trêmula. De repente, o elevador sibilou, abrindo-se com um estrondo. Um homem surgiu, o corpo coberto de graxa, o rosto suado, os cabelos despenteados. O cheiro de óleo de máquina invadiu o ar, um contraste brutal com a sofisticação do hall. Sem olhar para Sofia, sem sequer um aceno de cabeça, ele se dirigiu à porta da presidência, a chave girando na fechadura com um clique metálico. Sofia tentou intervir, a voz presa na garganta. — Senhor? Senhor... o senhor não pode... — A frase morreu na boca, interrompida por um impacto brutal. Um portaço. A madeira sólida da porta presidencial se fechando com violência em seu rosto. Ela cambaleou para trás, o choque a deixando sem ar. A porta permaneceu impenetrável, o som abafado de passos dentro da sala a única evidência da presença daquele homem. Sofia batia insistentemente na madeira, os nós dos dedos brancos, a respiração ofegante. — Amanda! — gritou, a voz carregada de pânico. — Amanda, por favor! A voz calma e firme de Amanda cortou o silêncio. — Sofiaaa, acalme-se! — Como me acalmar, Amanda?! Você viu?! Aquele homem, todo sujo, entrando na presidência como se fosse sua casa! Vai sobrar para mim! Se ele mexer em alguma coisa, eu terei problemas sérios! E... — Sofia estava histérica, os olhos lacrimejando, borrando sua visão. Amanda interrompeu-a, a voz firme e suave, mas com uma inflexão de autoridade. — Sofia, SOFIA! Acalme-se. Aquele é o Sr. Arthur. A afirmação de Amanda atingiu Sofia como um choque. — Senhor Arthur? Como assim? Todo sujo? Um CEO de uma empresa desse porte? Amanda suspirou, a expressão séria. — Não sei o que aconteceu, Sofia. Mas assim que possível, falarei com ele. Por enquanto, por favor, tente se acalmar. Sofia permaneceu ali, atordoada, o eco do portaço ainda ressoando em seus ouvidos. A imagem do homem sujo, o cheiro de graxa, a violência do portaço... tudo isso se misturava à imensa responsabilidade que carregava. A chegada de Arthur Choi não tinha sido como planejado. E agora? (As expressões de amanda) Ao ver Arthur, a expressão de Amanda transitou rapidamente do choque inicial à uma controlada perplexidade. Seus olhos, inicialmente arregalados, se estreitaram em uma expressão de apreensão contida, a palidez denunciando a surpresa. Rapidamente, porém, ela recompôs a postura, a expressão se tornando impassível, mas com um fundo de preocupação velada. Era a máscara de profissionalismo, rachada, mas ainda firme. A mente de Amanda trabalhava a mil por hora. Amanda: -Meu Deus, o que aconteceu com ele? Está completamente diferente... Essa graxa, esse cheiro... Ele parece ter saído de uma oficina mecânica, não de um aeroporto. Preciso manter a calma, manter a compostura. Sofia não pode entrar em pânico. Mas... o que eu digo a ela? Preciso descobrir o que houve com o Sr. Choi o mais rápido possível. Essa viagem... algo deu terrivelmente errado. Isso pode ser um problema sério, muito sério... Preciso pensar rápido, preciso agir com cuidado. Não posso deixar que isso afete a imagem da empresa... (A conversa A cena: A sala presidencial de Arthur Choi. A sala é moderna e minimalista, mas com um toque de desordem sutil, como se alguém tivesse trabalhado ali freneticamente. Arthur está sentado em sua cadeira, com vestígios de graxa em suas roupas. Amanda entra, cautelosa.) Amanda: Senhor Choi, posso ajudá-lo em algo? Arthur: (Suspira, massageando seu rosto) Amanda, você precisa me explicar. Onde está minha secretária? Eu deixei vários recados no celular dela, liguei e ninguém atendeu. Meu carro quebrou no meio do caminho, fiquei esperando ajuda, tentei mexer no motor e me sujei todo. Só consegui chegar aqui depois que um fazendeiro me deu carona. Imagine a situação: eu, o CEO desta empresa, todo sujo de graxa, em um restaurante de beira de estrada, com todos me olhando com pena e eu morrendo de fome e raiva! E tudo isso porque a "MINHA" secretária... Amanda: (Interrompendo suavemente, mas com firmeza) Senhor Choi, por favor, respire fundo. Eu entendo sua frustração, mas vamos resolver isso. Seu celular deu problema? Arthur: Não! O problema não era meu celular, Era o celular da minha nova secretária, a Sofia! Eu precisei ligar para a assistência técnica do meu carro, e... (Ele se interrompe, passando a mão pelos cabelos) Eu estava tão frustrado, tão furioso... Eu só pensava em como você, Amanda, pôde contratar uma secretária tão incompetente! depois de tanto ligar,minha bateria acabou!! Amanda: (Um lampejo de compreensão em seus olhos) Senhor Choi, eu acho que posso explicar... Eu peguei o celular de Sofia emprestado esta manhã, para fazer algumas ligações pessoais. Eu... eu me esqueci completamente de devolvê-lo. Deixei-o aqui na sua sala. De fato Arthur ja havia visto o celular em sua mesa. Arthur: (A raiva diminui, dando lugar à perplexidade) Você... pegou o celular dela emprestado? E esqueceu? Amanda: (Assentindo, envergonhada) Sim, senhor. Me perdoe. Foi um erro meu, eu admito. Eu estava tão preocupada com a organização da sua sala, com sua chegada... Arthur: (Ainda visivelmente irritado, mas mais calmo) Preocupada? Você deveria estar preocupada com a incompetência da sua equipe! Eu estava com fome, sujo, atrasado e ninguém atendeu minhas ligações! Amanda: (Pegando o celular na mesa) Eu vou providenciar isso imediatamente, senhor. Vou falar com a Sofia e me desculpar pelo ocorrido. E vou garantir que isso não se repita. Arthur: (Respira fundo novamente) Espero que sim, Amanda. Espero que sim. (Ele olha para o celular em suas mãos) Espero que o mecânico tenha pelo menos tirado fotos do meu carro quebrado caso precise acionar a seguradora... (Amanda sai da sala, o celular de Sofia em mãos, deixando Arthur sozinho em sua sala, ainda visivelmente irritado, mas com a situação um pouco mais esclarecida.)A porta do escritório se abriu, revelando Amanda, que saía da sala de Arthur. Amanda parecia um pouco nervosa, mas com um leve sorriso nos lábios. Sofia, sentada em sua mesa, organizando alguns papéis, levantou o olhar, curiosa. Sofia: Aconteceu algo, Amanda? Amanda: (Suspira) Foi uma longa história, Sofia. O senhor Choi teve problemas com o carro no caminho, tentou consertar e se sujou todo..tentou te ligar porém não conseguiu,e ficou com muito ódio e sem bateria,disse que mandou varias mensagens Sofia tenta explicar porém amanda interrompe e diz que explicou que havia pegado o celular com sofia,e esqueceu de devolver, nesta hora ela rira o celular do bolso e entrega em suas mãos Sofia: Nossa... o rigada amanda... E ele? Como ele está? Amanda: Irritado, no começo. Mas depois que eu expliquei, ele se acalmou um pouco. Ainda está visivelmente frustrado, mas... Ele parece diferente. Mais... observador. Sofia assentiu, ainda processando a informação. A imagem de Arthur, o CEO
Arthur: (Após um longo silêncio, finalmente encontrando a voz, ainda um pouco rouca pela surpresa) Sofia... eu... me desculpe. Eu não esperava... Eu estava... (gesticula sem jeito em direção à toalha) Sofia: (Ainda corada, mas encontrando um pouco de firmeza na voz) Não se preocupe, senhor Choi. Eu... eu estava apenas... (procura uma desculpa, sem sucesso) Eu... eu já ia embora. Arthur: (Ajeitando a toalha, visivelmente envergonhado) Sim, claro. Eu... devo ter me esquecido completamente da hora. Sofia: (Tentando parecer natural, apesar do tremor em suas mãos) Tudo bem. Boa noite, senhor Choi. Arthur: (Assentindo, ainda sem jeito) Boa noite, Sofia. E... desculpe mais uma vez pela... (ele hesita, sem conseguir encontrar uma palavra adequada para descrever a situação) ... inconveniência. Sofia se vira e sai rapidamente da sala, sentindo o alívio de estar longe daquela situação embaraçosa, mas também uma estranha sensação de inquietação. A imagem de Arthur, em sua vulnerabilidade
Arthur se pega pensativo: Droga, que dia! Ainda estou pensando naquela situação com a Sofia... Aquele susto no chuveiro... Que constrangimento! Ela deve ter achado um absurdo. Mas, por outro lado, a forma como ela se comportou depois... profissional, eficiente, quase como se nada tivesse acontecido. Admiro isso nela. Aquele olhar... aquele leve rubor nas bochechas... Não consigo tirar da cabeça. Será que ela está bem? Deveria ter insistido em levá-la para casa eu mesmo. Mas não queria parecer invasivo, um chefe inconveniente. E a Amanda... que sorte a dela ter aparecido em minha mente na hora certa! Ainda bem que consegui contornar a situação. Mas... tem algo diferente entre nós agora. Uma tensão... uma eletricidade no ar. Não sei definir. É profissionalismo? Respeito? Ou algo mais? Não consigo parar de pensar nela. Naquele sorriso discreto, naquela forma como ela se concentra no trabalho... é... ela é realmente fascinante. Preciso parar de pensar nisso. Tenho que focar no trabalho. M
O sol da manhã entrava pela janela do escritório de Arthur, iluminando a poeira suspensa no ar. Ele chegou cedo, como de costume, e se dedicou ao trabalho com a mesma eficiência de sempre, mas uma frieza calculada permeava seus atos. Sofia chegou pouco depois, e a interação entre eles foi mínima, estritamente profissional. Arthur respondeu às perguntas dela com brevidade, mantendo o tom de voz impessoal e o olhar fixo nos papéis. Evitou qualquer contato visual prolongado, qualquer gesto ou palavra que pudesse ser interpretado como um sinal de afeição ou mesmo de reconhecimento do incidente anterior. Seus movimentos eram precisos, seus comandos claros e concisos, sem espaço para qualquer tipo de conversa informal ou comentário pessoal. Ele se comportou como um chefe impecável, eficiente e distante, uma muralha impenetrável entre ele e Sofia. A frieza não era grosseira, mas sim uma demonstração calculada de controle, uma tentativa de apagar qualquer vestígio de emoção ou vulnerabilidade.
Sofia retorna ao escritório, a leveza do almoço com Kim ainda presente. Mas a atmosfera muda assim que ela encontra Arthur. O silêncio é pesado, o ar frio. Arthur a trata com a mesma frieza de antes, conciso e distante. O trabalho se desenrola em um clima de desconforto. Finalmente, Sofia não aguenta mais a tensão.Sofia:Arthur,(ela começa, a voz um pouco insegura)conteceu alguma coisa? Eu fiz algo de errado?Arthur a olha, seus olhos impenetráveis. _Não, Sofia. Está tudo bem.(A resposta é seca, sem a simpatia que ela esperava)O tempo passa. A frieza de Arthur continua, inabalável. Até que, no final da tarde, ele a surpreende._Sofia (ele diz, a voz ainda fria, mas com um tom diferente, uma inflexão que Sofia não consegue decifrar). Que horas você vai sair hoje?Sofia responde, indicando o horário. Arthur continua, a voz mais baixa agora, quase um sussurro:_E… seu namorado vai te buscar?Sofia franze a testa, surpresa pela pergunta. _Não, eu não tenho nam
O escritório de Arthur, ao final do expediente. Amanda está arrumando seus materiais para ir embora. A sala é organizada, com uma vista bonita da cidade através da janela. Um clima de fim de dia tranquilo, mas com uma leve tensão subjacente. Arthur: Amanda, podemos conversar um pouco antes de você ir? Amanda: Claro, Arthur. Arthur: As coisas têm andado muito bem na empresa ultimamente, e o trabalho da Sofia tem sido excepcional. Estou muito satisfeito com sua performance. O que você acha de lhe darmos mais responsabilidades? (Amanda pensa: Responsabilidade maior? Só se eu virar gerente... ou se eu for demitida... Ela sorri, tentando disfarçar seus pensamentos.) Amanda: (Com um sorriso sincero) Ah, eu acho ótimo! Se o senhor valorizar o serviço dela, dando a ela mais responsabilidades, estaria fazendo uma das melhores escolhas. Ela é realmente muito eficiente. Gostei muito da forma como ela trabalha. A decisão, porém, fica a seu critério. Arthur: Eu concordo plenamente. Na v
(Sofia chega à sala de Amanda com uma expressão furiosa, a face completamente fechada. Amanda, surpresa pela mudança repentina de atitude de Sofia, fica confusa e preocupada.)Amanda: Sofia? O que foi? Aconteceu alguma coisa?(Sofia, mantendo a expressão séria por um instante, começa a rir, um riso que quebra a tensão e revela a verdade por trás da sua aparente raiva.)Sofia: Ah, só você, danadinha! Só você mesma para fazer isso comigo! Me deixou toda curiosa! E no final, uma oportunidade maravilhosa para as duas! Não acredito que você não me contou antes!Amanda: (Sorrindo) Ah, mas eu queria que fosse uma surpresa!Sofia: Que surpresa! Eu amei!(Amanda se levanta, e Sofia a agarra pelo pescoço, dando muitos beijos em sua bochecha.)Sofia: Oi!Amanda: (Rindo) Sofia, chega, chega! Daqui a pouco você vai me derreter! Já sabe que sou manteiga derretida!(As duas se abraçam, compartilhando um momento de alegria e cumplicidade. A raiva inicial se transforma em felicidade compartilhad
A proximidade física, enquanto ela observa a tela do computador ao seu lado, intensifica a atração. Um leve toque acidental de mãos, enquanto apontam para algo na tela, cria uma faísca inegável. Mas desta vez, Sofia, absorta na explicação de um gráfico complexo, apoia sem perceber a mão na coxa de Arthur. Ele fica paralisado, sem reação, seu corpo enrijecido sob o toque leve, mas incrivelmente intenso, da mão dela. Seus olhos se fixam na mão dela, hipnotizados, enquanto ela continua a falar sobre os dados na tela, totalmente alheia à sua reação.Arthur tosse, uma tosse seca e nervosa, na tentativa de chamar a atenção dela, de quebrar o momento. Mas Sofia, imersa no trabalho, não percebe. Ele tosse novamente, mais forte desta vez, a garganta seca pela tensão. Ainda assim, ela continua sem notar, totalmente concentrada na tela.Arthur, em um misto de pânico e desejo, tenta desconversar. Com um movimento delicado, mas firme, ele retira a mão de Sofia de sua coxa, tentando ao mes