capítulo 7: Fragmentos

A exaustão tomou conta de Sofia como uma onda gigante. Cada tarefa era um fardo, cada e-mail uma obrigação, cada documento uma montanha a ser escalada. A pressão imensa do trabalho, a responsabilidade de preparar tudo para a chegada de Arthur, a deixavam sem fôlego. Não havia ameaças, apenas a imensa quantidade de trabalho a ser feito, papeis a serem recolhidos de todas as áreas para apresentar ao Sr Choi

A mensagem de Arthur, uma simples notificação de sua volta, sem qualquer tom agressivo, a havia lançado em uma frenética corrida contra o tempo. Dormir? Comer? Respirar fundo? Luxos inimagináveis. A pressão era uma força física, sufocando-a, deixando-a sem ar. A declaração de Jun, a vulnerabilidade em suas palavras, o pedido de desculpas subsequente – tudo isso ficou perdido no turbilhão. A primeira mensagem dele, a declaração novamente, vibrou em seu celular, mas a exaustão foi mais forte. A segunda, um pedido de desculpas, também passou despercebida. Sofia estava em um estado de alerta máximo, cada segundo dedicado à organização da sala de Arthur, cada minuto uma corrida contra o relógio.

No meio dessa correria frenética, o desastre aconteceu. O celular de Sofia caiu. A tela trincada, um espelho de sua própria fragilidade naquele momento. A queda não foi apenas física; foi um símbolo da implosão de sua vida pessoal, esmagada pela pressão profissional. O celular, seu portal para o mundo, agora era um pedaço inútil de tecnologia. Com ele, foram os contatos, as mensagens, o histórico de conversas – tudo perdido no vazio digital. Restou apenas o aparelho provisório, uma caixa vazia que recebia chamadas e mensagens, mas não preservava o passado. Não havia como acessar as mensagens de Jun, nem responder ao seu pedido de desculpas. Ela precisava ligar para as pessoas, reconstruir os contatos, organizar a papelada – tudo isso com um celular provisório, sem histórico de chamadas ou mensagens. Os números de telefone, os nomes, tudo perdido em meio aos fragmentos da tela quebrada. O conserto levaria três dias, um prazo que parecia uma eternidade em sua situação atual.

A correria continuou, agora ainda mais frenética. A lista de contatos do celular provisório era seu único guia, um lembrete dos afazeres que precisavam ser feitos antes da chegada de Arthur. Cada ligação era uma batalha, cada e-mail uma corrida de obstáculos. A mensagem de Arthur, simples e direta, ainda assim ecoava em sua mente, um lembrete constante da imensa pressão que sentia. A exaustão física e mental a esmagava, e ela mal conseguia processar a avalanche de tarefas que a aguardavam.

Exaustas, Sofia e Angel resolveram sair para jantar e tomar um vinho. Era uma tentativa de aliviar a tensão acumulada, um respiro antes da tempestade que se aproximava. A conversa fluiu naturalmente, entre risos e confissões, um bálsamo para as almas cansadas. Mas o descanso foi breve. De volta ao apartamento, o peso da exaustão e dos problemas retornou. Angel, então, fez sua confissão: "Prima, enquanto a gente estava tomando vinho... eu percebi... eu acho que estou apaixonada pelo Kim. E não sei se ele sente o mesmo." A confissão de Angel foi sussurrada, quase um segredo compartilhado entre duas almas. Sofia ficou surpresa, mas também sentiu uma onda de compreensão. A exaustão, a pressão, a confusão... tudo isso era compartilhado entre elas, de formas diferentes, mas com a mesma intensidade. A conversa sobre Jun ficou em segundo plano, substituída pela necessidade de apoiar Angel em sua descoberta, em sua jornada emocional. O cansaço físico e mental persistia, mas a conexão entre as primas, a empatia compartilhada, criou um espaço de conforto e compreensão, um refúgio em meio à tempestade. A mensagem de Arthur, agora um detalhe menor em um quadro maior, que incluía a fragilidade e a complexidade das relações humanas, e a busca por conexão em meio ao caos da vida moderna. A noite, apesar do início relaxante, terminou com a mesma intensidade emocional do dia.

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