Sofia caminha pela rua, a cabeça a mil, os pensamentos confusos e carregados de raiva. "Que situação ridícula! Aquele mauricinho, aquele menino mimado... Como eu pude me deixar levar tanto? "A lembrança do corpo de Arthur próximo ao dela, do perfume dele, da tensão sexual que quase resultou em um beijo, a deixa furiosa. "Eu não sou assim! Eu não me deixo levar por qualquer um... Mas por que eu não o beijei? Por que eu não o deixei me beijar? Eu queria, eu senti... A confusão a consome, a raiva se mistura com o arrependimento. Eu perdi o controle. Totalmente. E agora, que imagem eu passei? Que profissional eu sou?"A raiva de Arthur se intensifica." Ele que se dane! Tirando folga? Com a pilha de trabalho que temos? Aquele... aquele... " Ela não consegue nem formular um insulto que a satisfaça, a fúria a domina. "Ele que se vire! Que se arranje! Eu não preciso dele, não preciso de ninguém!" A autoafirmação soa oca, vazia, sem conseguir apagar a sensação de frustr
Sofia chega à empresa e concentra-se em seu trabalho, tentando deixar para trás os eventos da noite anterior. A pilha de tarefas é considerável, e ela se mantém ocupada, tentando evitar pensar em Arthur. No entanto, ao longo da manhã, vários clientes ligam insistentemente, solicitando falar pessoalmente com Arthur. Sofia tenta transferi-las para a caixa postal, mas a insistência dos clientes a deixa impaciente. Após várias tentativas frustradas de contato com a sala de Arthur, e com a crescente pilha de mensagens, ela resolve tomar uma atitude. Com um suspiro de impaciência, Sofia pega a chave reserva da sala de Arthur e abre a porta, esperando encontrar uma explicação para a ausência do ceo. A sala está vazia, apenas os papéis espalhados sobre a mesa testemunham a ausência de Arthur, deixando Sofia ainda mais confusa e irritada. A frustração se mistura com a preocupação, e ela se pergunta onde Arthur está e o que aconteceu.Sofia, ainda parada na porta da sala de Arthur, a lem
Chegando ao prédio de Arthur, ele a convida para subir até seu apartamento para conversar melhor.Arthur: Sofia, você pode subir para conversarmos?Sofia olha para ele, hesita por um instante, mas nega.Sofia: Não, obrigada. Já está tarde.Arthur, percebendo a hesitação dela, tenta acalmá-la.Arthur: Eu não trago ninguém aqui. Além do mais, eu jamais faria mal a uma mulher. Você sabe disso. Nunca te desrespeitei.Sofia, após um momento de reflexão, responde:Sofia: Tudo bem.Sofia entra no apartamento de Arthur. O ambiente é aconchegante, mas a tensão paira no ar. Eles conversam por um tempo, Arthur se explicando, falando sobre a pressão do trabalho, a solidão, e a forma como o álcool se tornou uma válvula de escape temporária, uma confissão sincera e vulnerável. Sofia escuta atentamente, sua expressão uma mistura de compreensão e preocupação. No meio da conversa, o celular de Arthur toca. É Ji-hoon.Arthur atende, um pouco sem graça. A voz de Ji-hoon ecoa fracamente, mas Sofia c
Arthur, com um sorriso vitorioso, mas sem perder a elegância, dirigiu-se a Sofia.Arthur: Pois é, Senhorita Sofia. Minha vitória é incontestável. Meu pedido seria um filme e um jantar, não é mesmo? Mas você já providenciou o jantar... risosEle fez uma pausa, observando a expressão ainda surpresa de Sofia.Arthur: Então, vamos ao filme. Nos próximos dias, decidimos os outros pedidos. Afinal, você ainda me deve três. E eu já estou pensando em alguns... 😉Arthur, com um sorriso travesso, colocou o filme. Um filme de terror.Sofia olhou para ele, arqueando uma sobrancelha.Sofia: Logo um de terror? Sério isso?Arthur apenas sorriu, abrindo o sofá para que ambos pudessem se acomodar confortavelmente. Eles dividiram um pote generoso de sorvete, a combinação doce contrastando com a tensão crescente do filme.As cenas de suspense começaram a surgir na tela. Sofia, inicialmente hesitante, logo se viu envolvida na trama. Mas a cada grito e susto, ela se encolhia, agarrando o pote
Sofia acorda com o aroma de café fresco. Ao abrir os olhos, vê Arthur na cozinha, preparando o café da manhã. Ele se vira, sorrindo suavemente.Arthur: Bom dia. Espero que tenha dormido bem.Sofia: Bom dia. (Sorri) Dormi muito bem, obrigada. O café está com um cheiro delicioso.A conversa flui naturalmente, mas os olhares trocados revelam a atração que existe entre eles. Um toque acidental de mãos enquanto ele lhe entrega uma xícara de café cria uma faísca de tensão.De repente, o telefone de Arthur toca. É seu pai, sua voz séria e autoritária ecoa pelo telefone. Arthur muda de expressão, a tensão toma conta do ambiente. A conversa é breve, mas revela uma preocupação grave na empresa.Arthur desliga o telefone, sua expressão séria. Ele olha para Sofia, um misto de preocupação e incerteza em seus olhos.Arthur: Temos um problema. Um grande problema na empresa. Preciso da sua ajuda.Sofia, compreensiva, se oferece para ajudá-lo, mostrando sua lealdade e profissionalismo..to
Capítulo 21 Sofia entrou no apartamento, a chave girando na fechadura com um baque familiar. Ela respirou fundo, tentando afastar os pensamentos que ainda rondavam sua mente. A noite com Arthur, a tensão... tudo parecia um sonho distante, quase irreal. O apartamento, silencioso e vazio, parecia a refletir o turbilhão de emoções que Sofia carregava dentro de si. Ela deixou a bolsa cair no sofá, seus pés pesados caminhando até a cozinha. Abriu a geladeira, procurando algo para comer, mas a fome não era o que a afligia. Era a sensação de impotência, de ter perdido o controle da situação. Foi então que uma voz familiar a interrompeu. Angel: Nossa, Sofia, onde que você tava? Te mandei mensagem umas cinco vezes! Sofia se virou, encontrando Angel parada na porta da cozinha, a expressão curiosa. A presença de Angel, sempre tão acolhedora, a fez se sentir um pouco mais segura. Sofia: Ah, Angel... Eu acabei... indo pra casa do Arthur. Angel: (Arregalou os olhos) O que?! Sofia as
Seul. A palavra soava como um sussurro gélido, um contraste brutal com o calor sufocante das lembranças que Sofia tentava, em vão, deixar para trás. Vinte e cinco anos, uma idade que deveria vibrar com a promessa de um futuro radiante, mas que para ela carregava a amarga poeira da traição. O golpe duplo, a facada nas costas desferida pelo ex-namorado e pela melhor amiga, havia deixado cicatrizes profundas em sua alma, cicatrizes que a acompanhavam na longa viagem até a Coreia do Sul. Seus cabelos cacheados, negros como a noite mais escura, emolduravam um rosto que refletia a força e a resiliência de uma guerreira. A força de uma mulher negra que havia se erguido da pobreza da favela, conquistando dois idiomas e um diploma universitário com suor e determinação. Mas os olhos, ah, os olhos… neles ainda pairava a sombra da desilusão, a frieza de um coração fechado para o amor, blindado contra novas decepções. A entrevista na renomada empresa de tecnologia era mais do que uma oportunida
O elevador subiu silenciosamente, transportando Sofia para o topo do imponente edifício. O nervosismo, contido até então, voltou com força total. Era seu primeiro dia como secretária do Sr. Arthur, e a responsabilidade era imensa. A imagem da Senhorita Amanda, com seu sorriso confiante e olhar perspicaz, voltou à sua memória, acalmando um pouco a agitação interior. Ao sair do elevador, Sofia foi recebida por um corredor amplo e silencioso, decorado com obras de arte abstratas e plantas exóticas que contrastavam com a frieza do aço e do vidro. O escritório do Sr. Arthur era uma suíte espaçosa e moderna, com duas amplas janelas: uma oferecia uma vista panorâmica da cidade de Seul, um mar de prédios e luzes cintilantes; a outra, uma visão serena e relaxante do jardim exuberante que emoldurava o edifício, um oásis de verde em meio à selva de concreto. Uma secretária auxiliar, uma mulher de meia idade com um ar profissional e eficiente, a recebeu com um sorriso discreto e a conduziu até