Arthur, com um sorriso vitorioso, mas sem perder a elegância, dirigiu-se a Sofia.Arthur: Pois é, Senhorita Sofia. Minha vitória é incontestável. Meu pedido seria um filme e um jantar, não é mesmo? Mas você já providenciou o jantar... risosEle fez uma pausa, observando a expressão ainda surpresa de Sofia.Arthur: Então, vamos ao filme. Nos próximos dias, decidimos os outros pedidos. Afinal, você ainda me deve três. E eu já estou pensando em alguns... 😉Arthur, com um sorriso travesso, colocou o filme. Um filme de terror.Sofia olhou para ele, arqueando uma sobrancelha.Sofia: Logo um de terror? Sério isso?Arthur apenas sorriu, abrindo o sofá para que ambos pudessem se acomodar confortavelmente. Eles dividiram um pote generoso de sorvete, a combinação doce contrastando com a tensão crescente do filme.As cenas de suspense começaram a surgir na tela. Sofia, inicialmente hesitante, logo se viu envolvida na trama. Mas a cada grito e susto, ela se encolhia, agarrando o pote
Sofia acorda com o aroma de café fresco. Ao abrir os olhos, vê Arthur na cozinha, preparando o café da manhã. Ele se vira, sorrindo suavemente.Arthur: Bom dia. Espero que tenha dormido bem.Sofia: Bom dia. (Sorri) Dormi muito bem, obrigada. O café está com um cheiro delicioso.A conversa flui naturalmente, mas os olhares trocados revelam a atração que existe entre eles. Um toque acidental de mãos enquanto ele lhe entrega uma xícara de café cria uma faísca de tensão.De repente, o telefone de Arthur toca. É seu pai, sua voz séria e autoritária ecoa pelo telefone. Arthur muda de expressão, a tensão toma conta do ambiente. A conversa é breve, mas revela uma preocupação grave na empresa.Arthur desliga o telefone, sua expressão séria. Ele olha para Sofia, um misto de preocupação e incerteza em seus olhos.Arthur: Temos um problema. Um grande problema na empresa. Preciso da sua ajuda.Sofia, compreensiva, se oferece para ajudá-lo, mostrando sua lealdade e profissionalismo..to
Capítulo 21 Sofia entrou no apartamento, a chave girando na fechadura com um baque familiar. Ela respirou fundo, tentando afastar os pensamentos que ainda rondavam sua mente. A noite com Arthur, a tensão... tudo parecia um sonho distante, quase irreal. O apartamento, silencioso e vazio, parecia a refletir o turbilhão de emoções que Sofia carregava dentro de si. Ela deixou a bolsa cair no sofá, seus pés pesados caminhando até a cozinha. Abriu a geladeira, procurando algo para comer, mas a fome não era o que a afligia. Era a sensação de impotência, de ter perdido o controle da situação. Foi então que uma voz familiar a interrompeu. Angel: Nossa, Sofia, onde que você tava? Te mandei mensagem umas cinco vezes! Sofia se virou, encontrando Angel parada na porta da cozinha, a expressão curiosa. A presença de Angel, sempre tão acolhedora, a fez se sentir um pouco mais segura. Sofia: Ah, Angel... Eu acabei... indo pra casa do Arthur. Angel: (Arregalou os olhos) O que?! Sofia as
Seul. A palavra soava como um sussurro gélido, um contraste brutal com o calor sufocante das lembranças que Sofia tentava, em vão, deixar para trás. Vinte e cinco anos, uma idade que deveria vibrar com a promessa de um futuro radiante, mas que para ela carregava a amarga poeira da traição. O golpe duplo, a facada nas costas desferida pelo ex-namorado e pela melhor amiga, havia deixado cicatrizes profundas em sua alma, cicatrizes que a acompanhavam na longa viagem até a Coreia do Sul. Seus cabelos cacheados, negros como a noite mais escura, emolduravam um rosto que refletia a força e a resiliência de uma guerreira. A força de uma mulher negra que havia se erguido da pobreza da favela, conquistando dois idiomas e um diploma universitário com suor e determinação. Mas os olhos, ah, os olhos… neles ainda pairava a sombra da desilusão, a frieza de um coração fechado para o amor, blindado contra novas decepções. A entrevista na renomada empresa de tecnologia era mais do que uma oportunida
O elevador subiu silenciosamente, transportando Sofia para o topo do imponente edifício. O nervosismo, contido até então, voltou com força total. Era seu primeiro dia como secretária do Sr. Arthur, e a responsabilidade era imensa. A imagem da Senhorita Amanda, com seu sorriso confiante e olhar perspicaz, voltou à sua memória, acalmando um pouco a agitação interior. Ao sair do elevador, Sofia foi recebida por um corredor amplo e silencioso, decorado com obras de arte abstratas e plantas exóticas que contrastavam com a frieza do aço e do vidro. O escritório do Sr. Arthur era uma suíte espaçosa e moderna, com duas amplas janelas: uma oferecia uma vista panorâmica da cidade de Seul, um mar de prédios e luzes cintilantes; a outra, uma visão serena e relaxante do jardim exuberante que emoldurava o edifício, um oásis de verde em meio à selva de concreto. Uma secretária auxiliar, uma mulher de meia idade com um ar profissional e eficiente, a recebeu com um sorriso discreto e a conduziu até
A semana havia sido um turbilhão de emoções para Sofia. A adaptação à nova vida em Seul, o trabalho desafiador na empresa de Arthur, e a alegria das novas amizades com Angel, Kim e Jun, haviam se mesclado em uma experiência intensa e transformadora. Mas, por trás do sorriso e da aparente felicidade, Sofia carregava consigo as marcas do passado. A lembrança da traição do ex-namorado, a dor da cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera, ainda ecoavam em seu coração, como sombras teimosas que se recusavam a se dissipar. A distância da família, a saudade da vida que deixara para trás no Brasil, tudo isso contribuía para uma sensação de melancolia que, por vezes, a invadia como uma onda implacável. A pressão do novo emprego, a necessidade de provar seu valor em um ambiente competitivo, tudo isso adicionava mais peso à sua jornada. Em um final de semana, buscando um escape da rotina intensa, o grupo decidiu fazer uma viagem à praia. Angel, sempre animada e cheia de energia,
A exaustão tomou conta de Sofia como uma onda gigante. Cada tarefa era um fardo, cada e-mail uma obrigação, cada documento uma montanha a ser escalada. A pressão imensa do trabalho, a responsabilidade de preparar tudo para a chegada de Arthur, a deixavam sem fôlego. Não havia ameaças, apenas a imensa quantidade de trabalho a ser feito, papeis a serem recolhidos de todas as áreas para apresentar ao Sr Choi A mensagem de Arthur, uma simples notificação de sua volta, sem qualquer tom agressivo, a havia lançado em uma frenética corrida contra o tempo. Dormir? Comer? Respirar fundo? Luxos inimagináveis. A pressão era uma força física, sufocando-a, deixando-a sem ar. A declaração de Jun, a vulnerabilidade em suas palavras, o pedido de desculpas subsequente – tudo isso ficou perdido no turbilhão. A primeira mensagem de jun, uma declaração novamente, vibrou em seu celular, mas a exaustão foi mais forte. A segunda mensagem, um pedido de desculpas, também passou despercebida. Sofia estava em
O ambiente da festa pulsava ao redor deles, mas para Kim e Angel, só existia o momento presente. Kim, com um misto de nervosismo e paixão nos olhos, aproximou-se de Angel. Ele hesitou por um instante, a mão tremendo levemente enquanto buscava o ponto certo para começar, a timidez era uma novidade para ele que sempre foi tão extrovertido e com palavras na ponta da língua, quase gaguejando ele começa a falar, e toma coragem, depois das primeiras palavras não tem como voltar atrás — Olha, eu não sei se este é o momento ideal, mas não consigo mais guardar isso para mim. Eu preciso te dizer como me sinto. Assim como Jun se declarou para Sofia, mesmo que as coisas não tenham dado certo entre eles, eu resolvi me abrir para você, porque a ideia de perder essa chance me assusta demais. Angel, eu não consigo esconder mais. Ultimamente, nossa proximidade tem sido intensa, e isso despertou em mim um sentimento profundo, algo que vai muito além de uma simples atração. Eu não sei se você sente o