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Capítulo 3: Confidência na praia de eurwangni

A semana havia sido um turbilhão de emoções para Sofia. A adaptação à nova vida em Seul, o trabalho desafiador na empresa de Arthur, e a alegria das novas amizades com Angel, Kim e Jun, haviam se mesclado em uma experiência intensa e transformadora. Mas, por trás do sorriso e da aparente felicidade, Sofia carregava consigo as marcas do passado. A lembrança da traição do ex-namorado, a dor da cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera, ainda ecoavam em seu coração, como sombras teimosas que se recusavam a se dissipar. A distância da família, a saudade da vida que deixara para trás no Brasil, tudo isso contribuía para uma sensação de melancolia que, por vezes, a invadia como uma onda implacável. A pressão do novo emprego, a necessidade de provar seu valor em um ambiente competitivo, tudo isso adicionava mais peso à sua jornada.

Em um final de semana, buscando um escape da rotina intensa, o grupo decidiu fazer uma viagem à praia. Angel, sempre animada e cheia de energia, havia sugerido um passeio noturno à praia de Eurwangni, conhecida por sua beleza serena e atmosfera relaxante. A ideia era relaxar, desfrutar da brisa do mar e celebrar a nova amizade que havia se formado entre eles. A praia de Eurwangni, com sua atmosfera mais intimista e menos agitada que outras praias da região, prometia um cenário perfeito para reflexões e confidências.

Enquanto Angel e Kim se divertiam na água, mergulhando nas ondas e rindo alto, Sofia permaneceu sentada na areia, observando o mar e perdida em seus pensamentos. O movimento suave das ondas, o som ritmado do mar, e a brisa fresca da noite criavam uma atmosfera serena e contemplativa. Mas a serenidade da paisagem contrastava com a turbulência interior de Sofia. A lembrança da traição do ex-namorado, a dor da cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera, tudo isso voltava à tona, como se as ondas do mar estivessem trazendo à superfície as lembranças adormecidas em seu subconsciente. A saudade da família, a distância de tudo o que conhecia, a incerteza do futuro, tudo isso contribuía para uma sensação de melancolia profunda. A pressão do trabalho, a necessidade de provar seu valor em um ambiente competitivo, tudo isso adicionava mais peso à sua jornada.

Jun se aproximou, sentando-se ao seu lado. Ele observou Sofia em silêncio por um instante, percebendo a tristeza em seus olhos, a fragilidade em sua postura. A atmosfera da noite, a beleza serena da praia de Eurwangni, e a profunda tristeza de Sofia criaram um clima de intimidade e cumplicidade.

— Você está tão pensativa, Sofia. Aconteceu alguma coisa? — perguntou Jun, com um tom suave e preocupado, sua voz baixa o suficiente para não perturbar a tranquilidade da noite.

As palavras de Jun quebraram a barreira que Sofia havia erguido em torno de si mesma. As lágrimas começaram a escorrer, e ela começou a contar sua história, relembrando a traição do ex-namorado, a dor de descobrir a cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera. Ela descreveu a sensação de aprisionamento, a impossibilidade de seguir seus sonhos, a luta para se libertar de um relacionamento tóxico e sufocante. Contou sobre o namorado psicótico, que a reprimia, que queria impedi-la de estudar, de trabalhar, que a controlava em todos os aspectos de sua vida. A cada palavra, a dor em sua voz aumentava, a angústia se intensificava. Ela descreveu como ele a isolava, a impedia de ver os amigos, de se comunicar com a família. A solidão, a falta de apoio, a sensação de estar completamente sozinha no mundo, tudo isso aflorou em suas palavras. Ela falou sobre a dificuldade de deixar tudo para trás, sobre a luta para reconstruir sua vida em um país estrangeiro, sobre a insegurança e a incerteza do futuro.

Jun ouviu com atenção, sem interromper, apenas oferecendo palavras de conforto e compreensão. Ele a abraçou, sem palavras, mas com um gesto que transmitia apoio e carinho. Naquele momento, a amizade entre eles transcendeu o simples convívio, tornando-se algo mais profundo e significativo. A escuridão da noite, a imensidão do mar, e a vulnerabilidade de Sofia criaram um cenário perfeito para a confissão. A sinceridade de Sofia, a empatia de Jun, e a beleza da noite estrelada na praia de Eurwangni se uniram para criar um momento mágico e inesquecível.

Nos dias seguintes, Jun começou a demonstrar ainda mais atenção para Sofia. A cada dois ou três dias, ele levava um docinho especial da confeitaria, um pequeno gesto que demonstrava seu carinho e afeto. Sofia apreciava os mimos, sentindo-se acolhida e protegida por sua amizade. Os doces eram mais do que simples guloseimas; eram símbolos de afeição, de cuidado, de uma amizade que estava crescendo a cada dia.

Dez dias depois da noite na praia de Eurwangni, Jun a procurou. Ele estava visivelmente nervoso, as mãos trêmulas, o sorriso hesitante. — Sofia… — começou ele, hesitando, procurando as palavras certas para expressar o que sentia. — Eu… eu não sei como dizer isso, mas… eu tenho sentido algo muito forte por você. Eu sei que você disse que seu coração está fechado, e eu respeito isso. Mas… eu também estive com o coração fechado por muito tempo, depois de um relacionamento complicado… uma traição, muito parecido com o que você passou… Eu me identifico com sua força, sua resiliência… e… e eu não consigo mais esconder o que sinto.

A declaração de Jun ficou suspensa no ar, interrompida pelo som de uma mensagem no celular de Sofia, que a interrompeu bruscamente, quebrando o clima íntimo

quando ela olha para a mensagem a palidez toma conta do seu rosto

(A mensagem)

A mensagem vibrou no celular de Sofia, interrompendo abruptamente a atmosfera romântica deixada pela declaração de Jun. As palavras na tela eram curtas e diretas, mas carregavam um peso que transcendia as letras impressas. Um comando, mais do que um pedido, ressoando com a autoridade inquestionável de um CEO acostumado a ser obedecido: "Estou chegando de viagem em 4 dias. Peça para que arrumem minha sala, deixem tudo limpo e a papelada em ordem. Tenho muita coisa para fazer e muita coisa para pôr em dia."

A assinatura eletrônica: Arthur choi.

A ficha de Sofia caiu lentamente. Arthur, o CEO da empresa, o homem que ela ainda não havia visto pessoalmente em seus 30 dias de trabalho, havia lhe enviado uma mensagem. A palidez tomou conta de seu rosto. Normalmente, Amanda, que estava sendo sua assistente temporária ate a chegada do Sr Choi, era a intermediária de todas as comunicações com o CEO, que estava viajando havia três meses. A ausência de contato de Arthur não era incomum, mas a mensagem direta, a exigência de que tudo estivesse em ordem em poucos dias... tudo isso era inusitado.

A notícia a atingiu como um raio. trinta dias. trinta dias trabalhando em uma empresa gigantesca, navegando em um mar de responsabilidades e metas desafiadoras, e ela ainda não havia trocado uma única palavra com o CEO. A responsabilidade de preparar a sala dele, de colocar a papelada e contratos em ordem em apenas 4 dias, era imensa. A pressão, acumulada durante semanas, explodiu em sua mente. Era mais do que apenas organizar documentos; era uma prova de sua capacidade, uma avaliação silenciosa de sua competência. Ela sabia que Arthur tinha uma pilha gigantesca de tarefas para pôr em dia após três meses de ausência e a pressão era incomensurável. Ela sentia que estava sendo avaliada silenciosamente, que estava em uma corrida contra o tempo para provar seu valor.

A declaração de Jun, o momento vulnerável e íntimo na praia de Eurwangni, evaporou de sua mente como orvalho matinal sob o sol escaldante. A urgência da situação, a imensa responsabilidade que repousava sobre seus ombros, ofuscaram completamente qualquer outro pensamento. O medo de falhar, de decepcionar o CEO, de não estar à altura do desafio, a consumia. A sensação de pânico, de sufocamento, era avassaladora. Ela se sentia perdida em um turbilhão de tarefas, de prazos apertados, e da enorme pressão de impressionar alguém que ela ainda não conhecia pessoalmente.

Sofia se levantou, sentindo as pernas bambas. Ela precisava agir rápido. A organização da sala de Arthur não era apenas uma questão de limpeza e organização de documentos; era uma demonstração de sua capacidade de lidar com pressão, de sua eficiência, de sua capacidade de antecipar e resolver problemas. Era uma prova, um teste silencioso, e ela precisava se sair bem.

Esquecendo a declaração de Jun, a fragilidade que sentia momentos antes, Sofia se transformou. A vulnerabilidade deu lugar à determinação, a fragilidade à força de vontade. Ela pegou seu celular, começando a fazer ligações, enviando e-mails, delegando tarefas, mobilizando a equipe para cumprir a exigente demanda do CEO. A noite serena na praia de Eurwangni havia dado lugar a uma noite de frenética atividade, a uma corrida contra o tempo para estar preparada para a chegada de Arthur. A mensagem do CEO não apenas interrompeu um momento romântico, mas também expôs Sofia a um novo e intenso desafio profissional, forçando-a a se reinventar e a se mostrar capaz de enfrentar a pressão de trabalhar para um homem tão exigente e poderoso quanto Arthur choi. O silêncio da noite era agora preenchido pela lembrança do barulho das máquinas de fax, das impressoras, e das vozes apressadas de sua equipe, trabalhando em conjunto para superar o desafio imposto pela mensagem do CEO.

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