Capítulo 3: O primeiro dia

O elevador subiu silenciosamente, transportando Sofia para o topo do imponente edifício. O nervosismo, contido até então, voltou com força total. Era seu primeiro dia como secretária do Sr. Arthur, e a responsabilidade era imensa. A imagem da Senhorita Amanda, com seu sorriso confiante e olhar perspicaz, voltou à sua memória, acalmando um pouco a agitação interior.

Ao sair do elevador, Sofia foi recebida por um corredor amplo e silencioso, decorado com obras de arte abstratas e plantas exóticas que contrastavam com a frieza do aço e do vidro. O escritório do Sr. Arthur era uma suíte espaçosa e moderna, com duas amplas janelas: uma oferecia uma vista panorâmica da cidade de Seul, um mar de prédios e luzes cintilantes; a outra, uma visão serena e relaxante do jardim exuberante que emoldurava o edifício, um oásis de verde em meio à selva de concreto.

Uma secretária auxiliar, uma mulher de meia idade com um ar profissional e eficiente, a recebeu com um sorriso discreto e a conduziu até sua mesa, uma elegante escrivaninha de madeira escura posicionada estrategicamente para visualizar a porta principal e, ao mesmo tempo, apreciar a tranquilidade do jardim.

A mesa estava impecavelmente organizada, com um computador moderno, agendas, canetas finas e um porta-recados vazio, esperando pela avalanche de compromissos que o dia prometia. Sofia respirou fundo, organizando seus pensamentos e se preparando para o desafio. O telefone tocou, uma chamada interna, e a secretária auxiliar explicou as funções básicas e a rotina do escritório, com precisão e eficiência. A primeira tarefa foi verificar a agenda do Sr. Arthur, um documento digital altamente organizado, dividido em horários específicos, cada um com suas anotações detalhadas e informações relevantes.

A manhã passou velozmente em um turbilhão de ligações, e-mails e organização de documentos. Sofia se surpreendeu com sua própria eficiência, lidando com cada tarefa com uma calma e precisão que até ela mesma achava admirável. Ela se movia com uma desenvoltura que impressionava, conseguindo manter o controle mesmo diante da pressão de prazos e exigências. Porém, era uma calma tensa, uma expectativa crescente para o encontro com o Sr. Arthur. Afinal, este seria o verdadeiro teste. A tarde se aproximava, e junto com ela, a perspectiva de conhecer o homem que seria o foco central de sua nova jornada. A ansiedade se misturava à excitação, alimentando uma determinação inabalável de demonstrar sua capacidade e conquistar seu espaço naquela empresa poderosa.

O telefone vibrou no bolso de Sofia, interrompendo o turbilhão de pensamentos sobre seu primeiro dia. Era Angel, sua prima e melhor amiga. Com um suspiro de alívio, ela atendeu, sentindo a tensão do dia se esvair um pouco.

— Angel, que dia! Foi uma loucura! — Sofia exclamou, sua voz ainda carregada de adrenalina. — Primeiro, o carro… você não vai acreditar, o pneu furou bem na hora do rush! Acordei atrasada, quase perdi a entrevista, a correria para trocar o pneu. Foi tudo muito corrido.

Ela explicou a mudança repentina de cargo, de recepcionista para secretária do CEO, a pressão do novo trabalho, a organização frenética da agenda do Sr. Arthur choi, e a expectativa do encontro com ele.

— As pessoas aqui dizem que ele é lindo, mas… muito sério. Ninguém dura muito tempo aqui, sabe? Ou as pessoas não aguentam o ritmo, ou ele não aguenta as pessoas — Sofia confessou, rindo nervosa. — Estou com um medo danado, mas também com uma euforia enorme! Quero muito agradar, sabe? Preciso fazer dar certo.

Do outro lado da linha, Angel a ouvia com atenção, oferecendo palavras de apoio e compreensão.

— Depois do serviço, a gente sai para comemorar! — sugeriu Angel, animada. — Balada! Precisa relaxar um pouco.

— Balada? em plena Segunda-feira…? eu vou estar morta de cansaço amanhã. Não vai dar, Angel. — Sofia hesitou.

— Tudo bem, então vamos ver um filme, comer alguma coisa gostosa. Precisa relaxar, Sofia. Você merece! — Angel respondeu, sua voz suave e carinhosa.

— Um filme… tá bom — Sofia concordou, um sorriso finalmente se formando em seus lábios. A ideia de um momento de calma, de compartilhar suas experiências com Angel, era exatamente o que ela precisava para equilibrar a adrenalina do dia e a ansiedade do dia seguinte. A perspectiva de um filme e um jantar tranquilo com sua prima era um bálsamo para sua alma agitada.

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