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Capítulo 5: Confidência na praia de eurwangni

A semana havia sido um turbilhão de emoções para Sofia. A adaptação à nova vida em Seul, o trabalho desafiador na empresa de Arthur, e a alegria das novas amizades com Angel, Kim e Jun, haviam se mesclado em uma experiência intensa e transformadora. Mas, por trás do sorriso e da aparente felicidade, Sofia carregava consigo as marcas do passado. A lembrança da traição do ex-namorado, a dor da cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera, ainda ecoavam em seu coração, como sombras teimosas que se recusavam a se dissipar. A distância da família, a saudade da vida que deixara para trás no Brasil, tudo isso contribuía para uma sensação de melancolia que, por vezes, a invadia como uma onda implacável. A pressão do novo emprego, a necessidade de provar seu valor em um ambiente competitivo, tudo isso adicionava mais peso à sua jornada.

Em um final de semana, buscando um escape da rotina intensa, o grupo decidiu fazer uma viagem à praia. Angel, sempre animada e cheia de energia, havia sugerido um passeio noturno à praia de Eurwangni, conhecida por sua beleza serena e atmosfera relaxante. A ideia era relaxar, desfrutar da brisa do mar e celebrar a nova amizade que havia se formado entre eles. A praia de Eurwangni, com sua atmosfera mais intimista e menos agitada que outras praias da região, prometia um cenário perfeito para reflexões e confidências.

Enquanto Angel e Kim se divertiam na água, mergulhando nas ondas e rindo alto, Sofia permaneceu sentada na areia, observando o mar e perdida em seus pensamentos. O movimento suave das ondas, o som ritmado do mar, e a brisa fresca da noite criavam uma atmosfera serena e contemplativa. Mas a serenidade da paisagem contrastava com a turbulência interior de Sofia. A lembrança da traição do ex-namorado, a dor da cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera, tudo isso voltava à tona, como se as ondas do mar estivessem trazendo à superfície as lembranças adormecidas em seu subconsciente. A saudade da família, a distância de tudo o que conhecia, a incerteza do futuro, tudo isso contribuía para uma sensação de melancolia profunda. A pressão do trabalho, a necessidade de provar seu valor em um ambiente competitivo, tudo isso adicionava mais peso à sua jornada.

Jun se aproximou, sentando-se ao seu lado. Ele observou Sofia em silêncio por um instante, percebendo a tristeza em seus olhos, a fragilidade em sua postura. A atmosfera da noite, a beleza serena da praia de Eurwangni, e a profunda tristeza de Sofia criaram um clima de intimidade e cumplicidade.

— Você está tão pensativa, Sofia. Aconteceu alguma coisa? — perguntou Jun, com um tom suave e preocupado, sua voz baixa o suficiente para não perturbar a tranquilidade da noite.

As palavras de Jun quebraram a barreira que Sofia havia erguido em torno de si mesma. As lágrimas começaram a escorrer, e ela começou a contar sua história, relembrando a traição do ex-namorado, a dor de descobrir a cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera. Ela descreveu a sensação de aprisionamento, a impossibilidade de seguir seus sonhos, a luta para se libertar de um relacionamento tóxico e sufocante. Contou sobre o namorado psicótico, que a reprimia, que queria impedi-la de estudar, de trabalhar, que a controlava em todos os aspectos de sua vida. A cada palavra, a dor em sua voz aumentava, a angústia se intensificava. Ela descreveu como ele a isolava, a impedia de ver os amigos, de se comunicar com a família. A solidão, a falta de apoio, a sensação de estar completamente sozinha no mundo, tudo isso aflorou em suas palavras. Ela falou sobre a dificuldade de deixar tudo para trás, sobre a luta para reconstruir sua vida em um país estrangeiro, sobre a insegurança e a incerteza do futuro.

Jun ouviu com atenção, sem interromper, apenas oferecendo palavras de conforto e compreensão. Ele a abraçou, sem palavras, mas com um gesto que transmitia apoio e carinho. Naquele momento, a amizade entre eles transcendeu o simples convívio, tornando-se algo mais profundo e significativo. A escuridão da noite, a imensidão do mar, e a vulnerabilidade de Sofia criaram um cenário perfeito para a confissão. A sinceridade de Sofia, a empatia de Jun, e a beleza da noite estrelada na praia de Eurwangni se uniram para criar um momento mágico e inesquecível.

Nos dias seguintes, Jun começou a demonstrar ainda mais atenção para Sofia. A cada dois ou três dias, ele levava um docinho especial da confeitaria, um pequeno gesto que demonstrava seu carinho e afeto. Sofia apreciava os mimos, sentindo-se acolhida e protegida por sua amizade. Os doces eram mais do que simples guloseimas; eram símbolos de afeição, de cuidado, de uma amizade que estava crescendo a cada dia.

Dez dias depois da noite na praia de Eurwangni, Jun a procurou. Ele estava visivelmente nervoso, as mãos trêmulas, o sorriso hesitante. — Sofia… — começou ele, hesitando, procurando as palavras certas para expressar o que sentia. — Eu… eu não sei como dizer isso, mas… eu tenho sentido algo muito forte por você. Eu sei que você disse que seu coração está fechado, e eu respeito isso. Mas… eu também estive com o coração fechado por muito tempo, depois de um relacionamento complicado… uma traição, muito parecido com o que você passou… Eu me identifico com sua força, sua resiliência… e… e eu não consigo mais esconder o que sinto.

A declaração de Jun ficou suspensa no ar, interrompida pelo som de uma mensagem no celular de Sofia, que a interrompeu bruscamente, quebrando o clima íntimo

quando ela olha para a mensagem a palidez toma conta do seu rosto

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