Capítulo 4: fragmentos

A exaustão tomou conta de Sofia como uma onda gigante. Cada tarefa era um fardo, cada e-mail uma obrigação, cada documento uma montanha a ser escalada. A pressão imensa do trabalho, a responsabilidade de preparar tudo para a chegada de Arthur, a deixavam sem fôlego. Não havia ameaças, apenas a imensa quantidade de trabalho a ser feito, papeis a serem recolhidos de todas as áreas para apresentar ao Sr Choi

A mensagem de Arthur, uma simples notificação de sua volta, sem qualquer tom agressivo, a havia lançado em uma frenética corrida contra o tempo. Dormir? Comer? Respirar fundo? Luxos inimagináveis. A pressão era uma força física, sufocando-a, deixando-a sem ar.

A declaração de Jun, a vulnerabilidade em suas palavras, o pedido de desculpas subsequente – tudo isso ficou perdido no turbilhão. A primeira mensagem de jun, uma declaração novamente, vibrou em seu celular, mas a exaustão foi mais forte. A segunda mensagem, um pedido de desculpas, também passou despercebida. Sofia estava em um estado de alerta máximo, cada segundo dedicado à organização da sala de Arthur, cada minuto uma corrida contra o relógio.

No meio dessa correria frenética, o desastre aconteceu. O celular de Sofia caiu. A tela trincada, um espelho de sua própria fragilidade naquele momento. A queda não foi apenas física; foi um símbolo da implosão de sua vida pessoal, esmagada pela pressão profissional. O celular, seu portal para o mundo, agora era um pedaço inútil de tecnologia. Com ele, foram os contatos, as mensagens, o histórico de conversas – tudo perdido no vazio digital. Restou apenas um aparelho provisório, uma caixa vazia que recebia chamadas e mensagens, mas não preservava o passado. Não havia como acessar as mensagens de Jun, nem responder ao seu pedido de desculpas.

Ela precisava ligar para as pessoas, reconstruir os contatos, organizar a papelada – tudo isso com um celular provisório, sem histórico de chamadas ou mensagens. Os números de telefone, os nomes, tudo perdido em meio aos fragmentos da tela quebrada. O conserto levaria três dias, um prazo que parecia uma eternidade em sua situação atual.

A correria continuou, agora ainda mais frenética. A lista de contatos do celular provisório era seu único guia, um lembrete dos afazeres que precisavam ser feitos antes da chegada de Arthur. Cada ligação era uma batalha, cada e-mail uma corrida de obstáculos. A mensagem de Arthur, simples e direta, ainda assim ecoava em sua mente, um lembrete constante da imensa pressão que sentia. A exaustão física e mental a esmagava, e ela mal conseguia processar a avalanche de tarefas que a aguardavam.

Exaustas, Sofia e Angel resolveram sair para jantar e tomar um vinho. Era uma tentativa de aliviar a tensão acumulada, um respiro antes da tempestade que se aproximava. A conversa fluiu naturalmente, entre risos e confissões, um bálsamo para as almas cansadas. Mas o descanso foi breve. De volta ao apartamento, o peso da exaustão e dos problemas retornou. Angel, então, fez sua confissão: "Prima, enquanto a gente estava tomando vinho... eu percebi... eu acho que estou apaixonada pelo Kim. E não sei se ele sente o mesmo." A confissão de Angel foi sussurrada, quase um segredo compartilhado entre duas almas. Sofia ficou surpresa, mas também sentiu uma onda de compreensão. A exaustão, a pressão, a confusão... tudo isso era compartilhado entre elas, de formas diferentes, mas com a mesma intensidade. A conversa sobre Jun ficou em segundo plano, substituída pela necessidade de apoiar Angel em sua descoberta, em sua jornada emocional. O cansaço físico e mental persistia, mas a conexão entre as primas, a empatia compartilhada, criou um espaço de conforto e compreensão, um refúgio em meio à tempestade. A mensagem de Arthur, agora um detalhe menor em um quadro maior, que incluía a fragilidade e a complexidade das relações humanas, e a busca por conexão em meio ao caos da vida moderna. A noite, apesar do início relaxante, terminou com a mesma intensidade emocional do dia.

(Espaço entre nós)

O domingo amanheceu ensolarado, um convite irresistível para a praia. Sofia e Angel, precisando desesperadamente de um descanso, decidiram aproveitar o dia livre. Kim e Jun se juntaram a elas, o clima levemente tenso pela confusão emocional dos dias anteriores. Na areia, enquanto os rapazes jogavam vôlei, Sofia e Angel aproveitaram para colocar as coisas em pratos limpos. Angel, apesar do clima romântico que se instalou entre ela e Kim – os abraços constantes, a proximidade, o jeito como se olhavam – ainda não conseguia se declarar. A insegurança a paralisava, a vergonha a prendia em um ciclo de desejos não expressos. Kim, sentiu-se mal, um enjoo súbito o fez cair na água, interrompendo a conversa..os dois cansados foram para a areia.

Enquanto isso, Sofia tentava explicar sua situação para Jun.

-Jun, eu preciso que você entenda. Eu gosto muito de você, tenho um sentimento forte, mas não é amor. Não consigo sentir aquela conexão, aquela centelha que você merece. O que aconteceu no passado me deixou… marcada. Eu te valorizo como amigo, mas não posso te amar como você espera, e não posso te prometer algo que não sei se poderei cumprir.

As palavras saíram em um sussurro, carregadas de sinceridade e uma ponta de tristeza. Jun ouviu atentamente, seus olhos escuros refletiam a compreensão, misturada a uma profunda decepção.

Ele respirou fundo, buscando serenidade.

_Eu entendo, Sofia. Não vou desistir de você, mas não vou ficar em cima. Preciso de um tempo, um espaço para não confundir as coisas. Se, em algum momento, você sentir algo por mim, ou sentir minha falta, pode me procurar. Podemos voltar a ser amigos, como antes. Mas preciso desse afastamento, até por mim também.

A decisão de Jun, embora dolorosa, era razoável. Ele precisava de espaço para lidar com seus próprios sentimentos, para não alimentar uma esperança que, naquele momento, parecia infrutífera. A praia, palco de um encontro casual, tornou-se o cenário de uma separação necessária, um adeus temporário carregado de uma esperança tênue, mas real. O sol da tarde, antes um símbolo de descanso, agora testemunhava o início de uma nova fase, incerta, mas carregada de uma profunda compreensão mútua.

Sofia, sentindo a necessidade de relaxar após os eventos recentes e a ausência de Jun, decidiu convidar Kim e Angel para uma noite de vinho. Tudo estava preparado para uma noite descontraída, mas uma reviravolta inesperada aconteceu. Quando Kim chegou, Sofia confessou que não estava se sentindo bem e sugeriu que Angel saísse com Kim sem ela. Angel ficou perplexa, seus olhos arregalados em surpresa e preocupação. Ela percebeu o esforço de Sofia em facilitar as coisas para ela e Kim, mas também sentiu uma pontada de culpa.

Kim, porém, reagiu com calma e tranquilidade.

-Tranquilo, vamos deixar ela descansar. Ela precisa, amanhã tem trabalho. Só nós dois então? Tudo bem!

Ele sorriu, e Angel sentiu seu coração acelerar. A proximidade com Kim, agora sem a presença de Sofia, era eletrizante. As semanas de encontros casuais e olhares furtivos culminaram naquele momento, em uma oportunidade única.

Sofia, apesar de querer distrair, fica feliz em deixar os dois sozinhos. Ela sabia que era o melhor para todos. Kim e Angel foram para um restaurante, e depois para uma festa. Em meio à música e às luzes, enquanto Kim a observava com admiração, Angel sentiu-se mais próxima do que nunca de declarar seus sentimentos. Mas, dessa vez, foi Kim quem tomou a iniciativa. Em um momento de profunda conexão, após um longo olhar apaixonado, ele se declarou, expressando seus sentimentos com sinceridade e intensidade. Foi uma confissão inesperada, mas profundamente desejada por Angel, que, apesar de seu desejo, não havia conseguido se declarar antes. A noite terminou sob o encanto de uma declaração de amor, um novo capítulo na história de Angel e Kim.

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