Chegando ao prédio de Arthur, ele a convida para subir até seu apartamento para conversar melhor.Arthur: Sofia, você pode subir para conversarmos?Sofia olha para ele, hesita por um instante, mas nega.Sofia: Não, obrigada. Já está tarde.Arthur, percebendo a hesitação dela, tenta acalmá-la.Arthur: Eu não trago ninguém aqui. Além do mais, eu jamais faria mal a uma mulher. Você sabe disso. Nunca te desrespeitei.Sofia, após um momento de reflexão, responde:Sofia: Tudo bem.Sofia entra no apartamento de Arthur. O ambiente é aconchegante, mas a tensão paira no ar. Eles conversam por um tempo, Arthur se explicando, falando sobre a pressão do trabalho, a solidão, e a forma como o álcool se tornou uma válvula de escape temporária, uma confissão sincera e vulnerável. Sofia escuta atentamente, sua expressão uma mistura de compreensão e preocupação. No meio da conversa, o celular de Arthur toca. É Ji-hoon.Arthur atende, um pouco sem graça. A voz de Ji-hoon ecoa fracamente, mas Sofia c
Arthur, com um sorriso vitorioso, mas sem perder a elegância, dirigiu-se a Sofia.Arthur: Pois é, Senhorita Sofia. Minha vitória é incontestável. Meu pedido seria um filme e um jantar, não é mesmo? Mas você já providenciou o jantar... risosEle fez uma pausa, observando a expressão ainda surpresa de Sofia.Arthur: Então, vamos ao filme. Nos próximos dias, decidimos os outros pedidos. Afinal, você ainda me deve três. E eu já estou pensando em alguns... 😉Arthur, com um sorriso travesso, colocou o filme. Um filme de terror.Sofia olhou para ele, arqueando uma sobrancelha.Sofia: Logo um de terror? Sério isso?Arthur apenas sorriu, abrindo o sofá para que ambos pudessem se acomodar confortavelmente. Eles dividiram um pote generoso de sorvete, a combinação doce contrastando com a tensão crescente do filme.As cenas de suspense começaram a surgir na tela. Sofia, inicialmente hesitante, logo se viu envolvida na trama. Mas a cada grito e susto, ela se encolhia, agarrando o pote
Sofia acorda com o aroma de café fresco. Ao abrir os olhos, vê Arthur na cozinha, preparando o café da manhã. Ele se vira, sorrindo suavemente.Arthur: Bom dia. Espero que tenha dormido bem.Sofia: Bom dia. (Sorri) Dormi muito bem, obrigada. O café está com um cheiro delicioso.A conversa flui naturalmente, mas os olhares trocados revelam a atração que existe entre eles. Um toque acidental de mãos enquanto ele lhe entrega uma xícara de café cria uma faísca de tensão.De repente, o telefone de Arthur toca. É seu pai, sua voz séria e autoritária ecoa pelo telefone. Arthur muda de expressão, a tensão toma conta do ambiente. A conversa é breve, mas revela uma preocupação grave na empresa.Arthur desliga o telefone, sua expressão séria. Ele olha para Sofia, um misto de preocupação e incerteza em seus olhos.Arthur: Temos um problema. Um grande problema na empresa. Preciso da sua ajuda.Sofia, compreensiva, se oferece para ajudá-lo, mostrando sua lealdade e profissionalismo..to
Capítulo 21 Sofia entrou no apartamento, a chave girando na fechadura com um baque familiar. Ela respirou fundo, tentando afastar os pensamentos que ainda rondavam sua mente. A noite com Arthur, a tensão... tudo parecia um sonho distante, quase irreal. O apartamento, silencioso e vazio, parecia a refletir o turbilhão de emoções que Sofia carregava dentro de si. Ela deixou a bolsa cair no sofá, seus pés pesados caminhando até a cozinha. Abriu a geladeira, procurando algo para comer, mas a fome não era o que a afligia. Era a sensação de impotência, de ter perdido o controle da situação. Foi então que uma voz familiar a interrompeu. Angel: Nossa, Sofia, onde que você tava? Te mandei mensagem umas cinco vezes! Sofia se virou, encontrando Angel parada na porta da cozinha, a expressão curiosa. A presença de Angel, sempre tão acolhedora, a fez se sentir um pouco mais segura. Sofia: Ah, Angel... Eu acabei... indo pra casa do Arthur. Angel: (Arregalou os olhos) O que?! Sofia as
Seul. A palavra soava como um sussurro gélido, um contraste brutal com o calor sufocante das lembranças que Sofia tentava, em vão, deixar para trás. Vinte e cinco anos, uma idade que deveria vibrar com a promessa de um futuro radiante, mas que para ela carregava a amarga poeira da traição. O golpe duplo, a facada nas costas desferida pelo ex-namorado e pela melhor amiga, havia deixado cicatrizes profundas em sua alma, cicatrizes que a acompanhavam na longa viagem até a Coreia do Sul. Seus cabelos cacheados, negros como a noite mais escura, emolduravam um rosto que refletia a força e a resiliência de uma guerreira. A força de uma mulher negra que havia se erguido da pobreza da favela, conquistando dois idiomas e um diploma universitário com suor e determinação. Mas os olhos, ah, os olhos… neles ainda pairava a sombra da desilusão, a frieza de um coração fechado para o amor, blindado contra novas decepções. A entrevista na renomada empresa de tecnologia era mais do que uma oportunida
O elevador subiu silenciosamente, transportando Sofia para o topo do imponente edifício. O nervosismo, contido até então, voltou com força total. Era seu primeiro dia como secretária do Sr. Arthur, e a responsabilidade era imensa. A imagem da Senhorita Amanda, com seu sorriso confiante e olhar perspicaz, voltou à sua memória, acalmando um pouco a agitação interior. Ao sair do elevador, Sofia foi recebida por um corredor amplo e silencioso, decorado com obras de arte abstratas e plantas exóticas que contrastavam com a frieza do aço e do vidro. O escritório do Sr. Arthur era uma suíte espaçosa e moderna, com duas amplas janelas: uma oferecia uma vista panorâmica da cidade de Seul, um mar de prédios e luzes cintilantes; a outra, uma visão serena e relaxante do jardim exuberante que emoldurava o edifício, um oásis de verde em meio à selva de concreto. Uma secretária auxiliar, uma mulher de meia idade com um ar profissional e eficiente, a recebeu com um sorriso discreto e a conduziu até
A semana havia sido um turbilhão de emoções para Sofia. A adaptação à nova vida em Seul, o trabalho desafiador na empresa de Arthur, e a alegria das novas amizades com Angel, Kim e Jun, haviam se mesclado em uma experiência intensa e transformadora. Mas, por trás do sorriso e da aparente felicidade, Sofia carregava consigo as marcas do passado. A lembrança da traição do ex-namorado, a dor da cumplicidade da amiga, a opressão e o controle que sofrera, ainda ecoavam em seu coração, como sombras teimosas que se recusavam a se dissipar. A distância da família, a saudade da vida que deixara para trás no Brasil, tudo isso contribuía para uma sensação de melancolia que, por vezes, a invadia como uma onda implacável. A pressão do novo emprego, a necessidade de provar seu valor em um ambiente competitivo, tudo isso adicionava mais peso à sua jornada. Em um final de semana, buscando um escape da rotina intensa, o grupo decidiu fazer uma viagem à praia. Angel, sempre animada e cheia de energia,
A exaustão tomou conta de Sofia como uma onda gigante. Cada tarefa era um fardo, cada e-mail uma obrigação, cada documento uma montanha a ser escalada. A pressão imensa do trabalho, a responsabilidade de preparar tudo para a chegada de Arthur, a deixavam sem fôlego. Não havia ameaças, apenas a imensa quantidade de trabalho a ser feito, papeis a serem recolhidos de todas as áreas para apresentar ao Sr Choi A mensagem de Arthur, uma simples notificação de sua volta, sem qualquer tom agressivo, a havia lançado em uma frenética corrida contra o tempo. Dormir? Comer? Respirar fundo? Luxos inimagináveis. A pressão era uma força física, sufocando-a, deixando-a sem ar. A declaração de Jun, a vulnerabilidade em suas palavras, o pedido de desculpas subsequente – tudo isso ficou perdido no turbilhão. A primeira mensagem de jun, uma declaração novamente, vibrou em seu celular, mas a exaustão foi mais forte. A segunda mensagem, um pedido de desculpas, também passou despercebida. Sofia estava em