Quando Yara, a corajosa amazona conhecida como Ninfa Fogosa, é capturada por uma força sombria, seu destino é envolvido pelas trevas. Agarrada e subjugada por um mestre sombrio, ela é levada ao coração do domínio do temível Naaldlooyee, o Lorde das Sombras Abissais, que deseja usá-la como peça em um jogo de poder que ameaça devorar o mundo. Tupã, o destemido guerreiro chamado Gavião Tempestuoso, recebe a terrível notícia: sua amada fora levada pela escuridão. Mesmo gravemente ferido e com a morte à espreita, ele não pode ignorar o chamado da floresta nem o amor que pulsa em seu coração. Agora, ele deve reunir todas as suas forças e encarar um inimigo cuja escuridão ameaça engolir não apenas Yara, mas também a conexão vital entre a natureza e o espírito humano. Em uma jornada repleta de perigos, sacrifícios e revelações, Tupã deve decidir até onde está disposto a ir para salvá-la — e se conseguirá vencê-lo antes que seja tarde demais. Ora, o destino de Yara e Tupã se entrelaça em uma batalha entre luz e trevas, amor e desespero. Mas quando o coração da floresta se conecta ao coração de um guerreiro, mesmo as sombras mais abissais podem ser desafiadas. (Segundo Volume de Amor entre Sombras e Brisas)
Leer másO mundo a seu redor era feito de névoa e murmúrios.Donaldo via-se à deriva num oceano de trevas líquidas, como se sua alma houvesse sido arrancada do corpo e mergulhada num limbo sem fim, o silêncio tão denso que pressionava seu crânio.Mas havia algo mais ali. Algo latente.E então… veio o som.Um pulsar profundo e gutural, como um coração que batia sob a terra.Tum-tum. Tum-tum.Ele piscou e, de repente, não estava mais flutuando. Estava de pé em seu próprio salão, rodeado por suas concubinas. Elas estavam nuas, envoltas por um brilho úmido, com os olhos negros como um céu sem estrelas.Elas respiravam em uníssono.Tum-tum. Tum-tum.Donaldo tentou falar, mas sua voz se perdeu, dissolvendo-se no ar viscoso.As mulheres se aproximaram, deslizando como espectros, os cabelos esvoaçando como serpentes.E então, uma delas segurou sua mão e a pressionou contra o próprio ventre.Ele estremeceu. Dentro dela, algo se movia.Uma ondulação grotesca deformava sua pele, como se uma criatura tent
Tupã fixou os olhos na flutuante máscara branca, sentindo o peso do oculto olhar lhe devolvendo o gesto. Seu corpo metálico repousava na vaziez conforme mãos enluvadas manipulavam com destreza o fluxo de energia Sith, reinfundindo vida em sua estrutura biomecânica.— Mesmo camuflado — murmurou Tupã, sua voz ecoando estranhamente na sombria dimensão —, achei que Naaldlooyee e seus lacaios me farejariam. Até mesmo nesta... "Toca dos Duendes das Sombras".Seus dedos se contraíram involuntariamente ao mencionar o nome do inimigo.Mapache inclinou levemente a máscara, o brilho âmbar de seus olhos cintilando através das fendas.— As sombras dos Sith vibram em frequência diferente das de Naaldlooyee — explicou, conforme seus dedos continuavam trabalhando. — Somos ecos distintos na mesma escuridão, pode-se dizer.Tupã sentiu a pergunta brotar antes mesmo de formular:— Por quê? — A voz soou mais áspera do que pretendia. — Por que me ajudar?O mascarado fez uma sutil pausa, mas as mãos não vac
A brisa matinal serpentava pelas ruas, soprando o perfume úmido da terra e o dulçor enganoso das flores silvestres. A vila parecia adormecida em sua pintada paz — mas Atenor conhecia bem o sabor amargo das fachadas.Mulheres desapareciam.E onde havia segredos podres, ele e Chloe cavavam até encontrar o cerne apodrecido.O sobretudo de Atenor colou-se ao corpo conforme avançavam pelos paralelepípedos irregulares. A seu lado, Chloe movia-se como uma sombra faminta, os olhos faiscando com a frieza de um lobo a farejar sangue.— Já notou? — sussurrou ela, ajustando o capuz com dedos que jamais tremiam. — Sempre há um cão de Donaldo nos vigiando... "acidentalmente".Os cantos da boca de Atenor curvaram-se.— E sempre um "aliado" excessivamente solícito tentando nos desviar.Como se invocado pelo diálogo, um vulto bem-vestido surgiu na esquina — sorriso de cobra, gestos de palhaço.— Senhores! Que alegria inesperada!Atenor trocou um olhar com Chloe.— Outro guia turístico? A vila está mes
No extenso oceano do inconsciente, Donaldo flutuava.Não havia solo abaixo de seus pés, apenas um céu negro cravejado de estrelas mortas; o vento soprava como um sussurro de vozes esquecidas. Ele voava sem esforço, suspenso entre o infinito e o nada, sentindo o frio cortante da vaziez tocar sua pele como garras de gelo.Era um sonho, mas também não era.Ele sempre soubera que sua mente era um território de guerra.Um campo de batalhas entre o homem que um dia fora e o monstro que estava se tornando.Então, ele a viu.Primeiro, como uma sombra difusa. Depois, como uma forma mais definida, moldada pela luz escassa da lua sem brilho.Clara.Sua ex-esposa estava ali, com os cabelos ao vento, o vestido flutuando como névoa prateada. O olhar dela... um misto de surpresa e algo mais profundo—uma tristeza que cortava como vidro quebrado.— Ainda pensa em mim, Naldo? — A voz dela ecoou pelo céu vazio, reverberando como um trovão distante.Ele abriu a boca para responder, mas não conseguiu.Porq
Com a maioria dos prisioneiros dormindo quietos, as celas mergulhavam em silêncio.A assassina olhou em volta.Ratos e baratas e centopeias espreitavam em fissuras.Cada sombra da cela zombava dela, cada sombra um possível inimigo, cada sombra um provável esconderijo.Ela não conseguia deixar de pensar no que acontecera.O sujeito havia desaparecido como fumaça ao vento.E pensar que o canalha evaporaria daquele jeito...A assassina respirou fundo, sentindo o gosto amargo da decepção e da raiva crescendo em sua garganta. Ela supôs que Donaldo se tornava cada vez mais parecido com Naaldlooyee — em poder e maldade — conforme se moldava pelos sacrifícios em nome da escuridão.Se ela pudesse usar magia para escapulir dali...Se ao menos os grilhões não bloqueassem sua magia como aqueles malditos talismãs de papel… Kahrienna cerrou os olhos até ver luzes dançando sob as pálpebras, tentando forçar sua essência a se desdobrar em formas líquidas — uma serpente, uma lacraia, qualquer coisa que
No instante seguinte ao salto, Tupã aterrissara agachado.E agora percebia...Aparecera alguns metros atrás do bando de Naaldlooyee, um espesso nevoeiro pairando no ar.Os inimigos olhavam em volta, suas expressões rígidas, como se sentissem sua presença, mas não conseguissem localizá-lo.Ele estava perfeitamente camuflado nas sombras, como um espectro — um verdadeiro Duende das Sombras.De repente, a misteriosa voz ecoou em sua mente, suave, mas urgente:— O que planejavas fazer? Suicidar-te? Pulaste diretamente contra o bando do demônio. E tiveste sorte de cair camuflado a uma distância segura, graças ao sistema de inteligência do invólucro, projetado para se preservar.Tupã abriu a boca para responder, mas a voz interrompeu-o:— Não fales. Nem mesmo um sussurro. Eles não podem me ouvir, pois sou como uma voz interior, falando diretamente à tua mente. Mas qualquer som que fizeres pode te entregar. Escuta-me bem: não estás pronto para enfrentar Naaldlooyee e seus seguidores. Conseguis
A madrugada se avultava sobre a floresta, um manto frio e denso, repleta de sussurros, passos apressados e o tilintar de lâminas sendo afiadas.As tribos em movimento.Hei e Kaena caminhavam entre os guerreiros reunidos, observando cada detalhe da fortificação improvisada. Rostos de todos os tipos – jovens com olhos determinados, anciões que seguravam lanças com firmeza, mulheres com arcos e punhais enfiados nos cintos.Ninguém mais dormindo.O ataque de Donaldo podia não ser imediato, mas era impendente.— Coloquem mais estacas ali! — Hei apontou para a entrada da clareira. Um grupo de guerreiros já cavava buracos para as armadilhas. — Se eles passarem pelo primeiro bloqueio, terão uma surpresa.Kaena observava os montes de provisões empilhados ao lado das tendas principais.Farinha, carne seca, ervas medicinais, flechas. Tudo seria essencial para resistirem.Ela virou-se para Hei, cruzando os braços.— Acha que Duncan já deveria ter voltado?O guerreiro respirou fundo.— Uma hora. É
A escuridão. Não apenas ausência de luz. Um véu entre os mundos, um limiar onde mentes fragilizadas tornavam-se portas abertas para quem soubesse como entrar. Donaldo flutuava entre sombras e sussurros, atravessando o limiar entre o sono e a vigília. A Umbrasonance havia se tornado instintiva para ele agora, tão natural quanto respirar. E essa noite, ele tinha um novo visitante. O sonho do garoto se formava diante dele como um espelho quebrado. Imagens fragmentadas de um vilarejo simples, o cheiro de lenha queimando, o ranger da madeira das casas. Mas tudo distorcido, coberto por um filtro cinza, como se algo essencial tivesse sido arrancado daquele lugar. O menino estava lá. Sozinho. Ele se assentava sob uma árvore retorcida, as sombras se espalhando a seu redor como raízes afiadas, seu rosto jovem, mas os olhos… os olhos já conheciam um tipo de sofrimento que nenhuma criança deveria suportar. Donaldo pousou suavemente sobre o solo onírico, seu corpo fundindo-se ao cenário c
A lua, cheia e espectral, pairava solitária no céu sem nuvens, lançando sua luz pálida sobre as vastas terras do rancho de Calixto. O farfalhar do vento acariciava os campos de trigo, criando um murmúrio rítmico e tranquilo.Mas naquela noite, a tranquilidade não passava de uma ilusão.Calixto, um fazendeiro de mãos calejadas e olhar perspicaz, olhava para o horizonte como se pudesse enxergar além do escuro. Ele sentia o cheiro da noite, o gosto do vento, o peso oculto do presságio que se escondia na penumbra.Então, o som de cascos soou na estrada de terra.Dois cavaleiros surgiram da névoa, suas silhuetas vacilantes sob a luz das lanternas penduradas no rancho. Um homem e uma mulher, ambos exaustos, cobertos de poeira da estrada.E, nos olhos deles, o tipo de desespero que nenhum viajante deveria carregar.Calixto apertou os olhos ao ver o casal desmontar com pressa. O homem era um rancheiro robusto, de ombros largos e mãos fortes, mas sua postura carregava um peso invisível. A mulh