Tentáculos de sombra deslizavam sobre sua pele, enrolados naquela gélida névoa, parecendo pulsar com vida própria, cada movimento uma silenciosa invasão, profunda, a conectando a algo sinistro. Seu corpo tremia, não apenas pelo toque gelado, mas pela intensidade da emoção, conforme suaves gemidos e gritinhos jorravam de seus lábios, conforme o calor do rubor em seu rosto contrastava com o frio das trevas.Ela estava caindo, mas não havia fundo — desde que suas costas atravessara o chão pelas sombras, enquanto o mundo mortal desaparecia, a escuridão se expandindo em volta, densa e opressiva, como se tencionasse consumi-la inteiramente. Lágrimas escorriam silenciosamente, refletindo a luta interna entre o pavor e uma estranha atração pelo abismo. De vez em quando, surgia nela um impulso de voltar à superfície, de escapar daquela escuridão que a inundava como um abismo sem fundo. Mas, em meio às sombras, ela percebia que nadar era impossível. Não havia correnteza, não havia direção, apen
As sombras apertavam-se aqui e ali, envolventes e insistentes, como se ansiassem fundir-se ao corpo da jovem, conforme tentáculos de escuridão resvalavam, explorando cada curva, conforme pressionavam suas nádegas, o vigor ao mesmo tempo agressivo e sedutor. A sensação gelada subia pela espinha, deixando um rastro de arrepios que mesclavam desconforto e prazer. As trevas avançavam mais e mais, roçando a junção de suas coxas com movimentos lentos e deliberados, como se conhecessem cada extensão dela melhor do que ela mesma, cada toque uma fricção que a fazia estremecer, uma valsa de sombras a arrastando para um abismo de sensações contraditórias.Vez por outra, ela se pegou mergulhando em pensamentos que a perturbavam: o que Tupã diria se a visse assim? Seriam seus olhos capazes de compreender? Ou se encheriam de desilusão ao descobrir que, em seu coração, haviam ecoado sensações tão sombrias, tão íntimas, despertadas pelas trevas que agora a embrulhavam? Ela imaginava sua reação, talve
A escuridão era viva. Não era apenas a ausência de luz, mas uma entidade que respirava, que se movia, que a envolvia como um abraço sufocante. Yara sentia-a em sua pele, fria e viscosa, como se milhares de dedos invisíveis a tocassem, explorassem, violassem. Tentou gritar, mas o som se perdeu no vácuo das trevas, engolido antes mesmo de deixar sua garganta. As sombras riam, uma gargalhada ensandecida que ecoava em sua mente, dilacerando-a por dentro.Ela não sabia há quanto tempo estava ali. O tempo não existia naquele lugar. Era um eterno presente de dor e desespero, onde cada segundo se arrastava como uma eternidade. Tentou se mover, mas suas pernas estavam presas por tentáculos de sombra que se enrolavam em seus tornozelos, puxando-a para baixo, sempre para baixo. Lutou, golpeou o ar com os braços, mas suas mãos só encontravam mais escuridão, mais vazio."Resista", sussurrou uma voz dentro dela, fraca, quase imperceptível. Era sua própria voz ou o eco de algo que já foi? Yara não s
Tentáculos sombrios se enroscavam ao seu corpo, conforme sombras a invadiam profundamente. De novo e de novo e de novo... Yara soltava gemidos suaves, o rosto avermelhado pela emoção que a dominava.Ela mergulhava numa queda interminável, as trevas se condensando ao seu redor, espalhando-se como um véu pesado e impenetrável. A escuridão avançava, fria e intrusiva, conforme lágrimas silenciosas escorriam de seus olhos, refletindo a dor e o desespero que a consumiam, conforme a sombra movia-se dentro e fora dela com avassaladora força, deslizando com uma textura gelatinosa, como se fosse uma substância viscosa atravessando um suave canal, cada movimento a fazendo arquejar involuntariamente, os quadris cedendo ao ritmo imposto, conforme gemidos escapavam de seus lábios a cada impacto, a cada fricção entre carne e sombra macia. Contrações e expansões se alternavam, num ciclo que mesclava dor e prazer, num sombrio e incontrolável êxtase.O silêncio na toca de Ceiba era profundo, mas não um
O mundo de Yara era feito de trevas.Não havia céu, nem chão. Apenas sombras se retorcendo ao seu redor, sussurrando em línguas que ela não conhecia.Ela não sabia há quanto tempo estava ali. Horas? Dias? Uma eternidade?O tempo não fazia sentido naquele lugar.A única certeza era a dor em seu corpo e o cansaço esmagador que pesava sobre sua alma.As sombras danç
As trevas em volta dela pulsavam como um coração vivo, vibrantes e incessantes e sufocantes. As sombras, fluidas e intencionais, serpenteavam sobre ela, penetrando-a sem dó, a fazendo arquejar intensamente, cada toque uma mistura de dor e prazer, uma cruel e deliciosa valsa que a levava ao limite entre a resistência e a entrega, seus gemidos ecoando no vazio, quebrados por soluços roucos e gritos abafados, como se cada som fosse arrancado de suas entranhas. Seu corpo se contorcia, incapaz de decidir se queria fugir ou se entregar àquela coisa que a consumia, a linha entre o tormento e o êxtase tênue, quase inexistente. Ela se via perdendo-se nela, mergulhando numa espiral de sensações...As raízes da floresta se despediam dele em silêncio, como se cada uma carregasse um fragmento de sua antiga vida. Tupã deu um último olhar para Ceiba, conforme a sabedoria antiga daquela guardiã vibrava na brisa noturna, como um eco de eras passadas.— Obrigado.Ceiba não respondeu com palavras. Apena
O pântano era um mundo à parte, onde a vida e a morte dançavam em um equilíbrio precário. A névoa esverdeada pairando sobre as águas estagnadas parecia respirar, subindo e descendo como o peito de um gigante adormecido. Os sons da floresta — o coaxar distante de sapos, o farfalhar de folhas sob patas silenciosas, o grito agudo de uma ave noturna — eram intercalados por um silêncio denso, como se a própria natureza segurasse o fôlego.Tupã avançava com passos ágeis, seus pés metálicos afundando levemente no solo encharcado. O Guardião do Pântano Sagrado lhe dera uma direção, e ele a seguia com a precisão de uma flecha em busca do alvo. Seu novo corpo, agora uma fusão de metal e alma, respondia a cada movimento com uma fluidez que antes parecia impossível. A máscara de Sith cobria sua face, seus olhos reluzindo com uma luz azulada que cortava a escuridão como faróis em uma noite sem lua.Os libertos das minas, aqueles que haviam escapado das correntes de Donaldo, estavam sendo caçados.
O pântano era um reino de névoa e segredos. A luz da lua se escondia atrás de nuvens espessas, como se temesse iluminar demais os horrores que ali se desenrolavam. A água estagnada refletia apenas fragmentos do céu, criando um espelho quebrado que distorcia as formas e confundia os sentidos. Era um lugar onde o tempo parecia se dobrar, onde cada passo poderia levar a um destino desconhecido.Tupã movia-se como uma sombra, seu corpo biônico mesclando-se com a escuridão, seus olhos azulados reluzindo como faróis em meio à névoa. Ele era um predador, ágil e silencioso, e o pântano era sua caça.Os mercenários não o viram chegar.Eles estavam agrupados em uma clareira, suas lanternas balançando suavemente conforme conversavam em vozes baixas. A confiança deles era evidente, como se acreditassem que o pântano lhes pertencesse. Mas eles estavam errados.Tupã observou-os por um momento, calculando, avaliando cada movimento, cada sombra. Ele contou doze homens, todos armados, mas distraídos.