Qual é a probabilidade de você pagar uma dívida que não é sua? Helena foi escolhida entre muitos para quitar a dívida bilionária de seu noivo, Yago Falcone. Sua ruína, entretanto, caiu nas mãos de Alexander Gambino, o filho mais velho do capo da máfia americana. Apesar de Alexander ser contra algumas atitudes de seu pai, desta vez ele não teve escolha a não ser obedecer. A vida da pessoa que ele mais amava estava em risco. Ele não podia falhar novamente em uma missão. Ele tinha uma dívida a cobrar. Ela tinha uma dívida que não era sua para pagar. Seus caminhos se cruzaram de maneira trágica, mas o futuro reservou a cada um a oportunidade de recomeçar e corrigir os erros.
Ler mais8 anos depois...Estou sentado sob uma pequena árvore na nossa ilha nas Bahamas, o refúgio que usamos para escapar das intensas disputas entre as máfias.Observo Alice minha, princesa agora com 13 anos, eu não consigo acreditar em como o tempo voa. Alice está tão linda quanto o dia em que nasceu, mas agora com uma maturidade e um modo de pensar impressionantes. É inteligente, determinada e comprometida com tudo o que faz.Vejo também Lucas, com 9 anos, um garoto esperto. Recentemente, notei que ele é um ótimo estrategista. Mesmo sem conhecer o mundo da máfia, o sangue fala mais alto, e já percebo sinais de um grande Dom. Tenho certeza de que ele não me decepcionará.Meu olhar se volta para Henry, ele foi planejado durante um ano por mim e Helena, ela estava totalmente ansiosa pela chegada dele, e no final, ele atrasou um pouco para nascer. O que deixou minha mulher na época totalmente frustrada. Meu garoto tem 4 anos e é a minha cópia e a de Lucas. A diferença é que Lucas tem a cor do
Estou encantada com esta ilha. Quando Alexander mencionou o destino, corri para pesquisar, eu nunca tinha ouvido falar dela antes. A realidade superou todas as minhas expectativas – é um milhão de vezes mais incrível pessoalmente do que nas fotos.As águas do oceano, com tons de verde e azul, tornam o ambiente ainda mais deslumbrante. A vegetação é esplêndida; eu definitivamente consideraria morar aqui para sempre.Passamos a tarde explorando lugares incríveis. Os barzinhos pé na areia, super decorados, são os mais legais, e me viciei nos frutos do mar na grelha – acho que posso engordar uns dez quilos se continuar comendo assim.Agora, observando o sol se pôr no horizonte deste paraíso pela varanda do quarto. O mar está tranquilo e um vento suave traz o cheiro do oceano que tanto me fascina. Posso afirmar que Alexander escolheu um lugar realmente magnífico. Vou deixar que ele escolha todos os nossos futuros destinos.Sinto quando Alexander me abraça e nós dois ficamos observando o so
Eu ainda estou avaliando as palavras dela, me perguntando onde foi que eu errei.Desde o momento em que coloquei um anel de noivado em seu dedo, tenho tentado demonstrar o quanto me importo com ela. Mas, pelo visto, todo o meu esforço até aqui foi em vão. É inacreditável como a mente dela pode pensar que eu a deixaria depois de tudo o que ela passou. E para ser sincero, se ele a tivesse tocado intimamente – coisa que, graças aos céus, não aconteceu – eu ainda não a deixaria.Helena é minha, e não importa o quanto eu tenha que repetir isso, eu irei até ela entender. Mesmo que um abismo se abra entre nós, eu encontrarei uma maneira de chegar até ela. Nunca, em hipótese alguma, eu a deixaria, ainda mais da mesma forma que ele a deixou.Olho para ela que está deitada, conversando por mensagem com Mariana, enquanto eu tento me concentrar em alguns e-mails da empresa. Preciso encontrar uma maneira de sair deste hospital ainda hoje.– O que foi? – Ela pergunta, se virando em minha direção.–
Acordei um pouco assustada, quase não sabendo onde estava. Me sentei, passando as mãos no rosto e ajeitando meus cabelos. Observo ao redor e percebo que estou no quarto onde Alexander está internado, entretanto ele não se encontra na cama. Quando estou prestes a descer e procurá-lo, vejo a porta do banheiro se abrir, e, para o meu alívio, ele sai.— Que bom que você acordou. — Ele diz. Sorrio ao vê-lo vindo em minha direção.Alexander está usando muletas, o que me deixa ainda mais preocupada. Nós sabíamos que isso provavelmente iria acontecer pós-cirurgia; o médico nos informou sobre sua situação atual.— Como você se sente? — Pergunto, observando ele dar a volta e se sentar na cama ao meu lado com um pouco de dificuldade.— Tirando o problema na perna, estou bem. Quase pronto para outra.— Você está louco? — Questiono, querendo socar esse rostinho bonito. — Não quero passar nunca mais por algo assim.Digo com pesar, sentindo meu peito doer. Só de lembrar tudo que aconteceu e imaginar
Eu estava em um labirinto, e era como se eu andasse em círculos porque, por mais que eu tentasse, não encontrava a saída. Uma névoa muitas vezes cobria o lugar, fazendo com que minha mente se confundisse ainda mais.Até que escutei ao longe a risada dela.Fiquei parado, quieto, tentando localizar a direção daquele som. Depois de alguns minutos, outra risada, e eu entendi onde estava. Fechei meus olhos com força e logo após os forcei a abrir. Uma luz forte atingiu minha visão e o som de um bip pôde ser ouvido.Fechei novamente meus olhos para me concentrar no lugar onde estava, e alguns segundos depois percebi que estava em um hospital.Um maldito hospital.Eu odeio hospital.Abro meus olhos novamente e a luz do local já não me afeta tanto. Então eu a procuro e encontro uma sala vazia. A porta está entreaberta e posso escutar a voz suave dela vindo do lado de fora, porém eu não chamo ninguém. Preciso colocar minha mente para pensar.Minhas últimas lembranças são de quando eu estava no
Eu não consigo dormir. Todas as vezes que eu fecho os olhos eu vejo Yago, o sangue escorrendo pelo seu rosto e ele de olhos abertos, olhando para mim.Antes de atirar, eu consegui ver uma centelha do homem que conheci, do homem que amei. Não me julgo pelo que fiz, se eu voltasse atrás faria tudo de novo, só que dói... dói ter passado pela situação em que passei, dói saber que quase perdi tudo que consegui construir nesses últimos meses, e por mais que eu tente me libertar dessa dor, eu não consigo.Queria que Alexander estivesse aqui. Tenho certeza que ele conseguiria acalmar minhas tempestades. Será que essa é a sensação quando quase perdemos tudo? O medo e a culpa que me consomem não me deixam enxergar a realidade da situação. Se eu for mais a fundo na história, irei descobrir que a culpa não é minha. Porém, quanto mais penso, quanto mais tento ser forte, mais o jugo da culpa me consome.Tenho medo que Alexander não acorde. Tenho medo de que, quando ele acordar e descobrir como Yago
Chego no galpão e vejo o espetáculo. O velho Leopoldo está acorrentado entre duas barras de ferro. Eu não gosto de torturar enquanto estão sentados, não tem graça, e outra: por que eu daria tanto conforto a um traidor?Ele se encontra enfiado até a cintura em um barril de gelo, o que o faz tremer descontroladamente. Tenho certeza de que foi Otávio quem deu a ordem; ele adora dar choque térmico nos prisioneiros.– O carro?– Nos fundos, Senhor.Caminho até a área externa no galpão. De longe, vejo o carro de Yago.– Alguém abriu o veículo?– Não, Senhor. Seguimos conforme às ordens.Caminho o mais rápido que posso e abro a porta do motorista. O corpo de Yago cai ao chão. Há muito sangue em sua camisa, um tiro em sua testa e seus olhos estão abertos. Sorrio para a cena.Lembro-me bem que, no dia do casamento de Alexander, Helena me disse que ela seria a mulher que meteria uma bala na cabeça de Alexander e também na minha. Realmente, minha cunhada sabe dar um belo tiro na cabeça. Tenho qu
Mantenho a velocidade do carro reduzida, isto dará tempo para que Helena descanse um pouco, já que ela quer passar o restante da noite no hospital.São exatamente 2:30 da manhã. Sei que ela não conseguirá dormir depois de tudo que ocorreu.Olho para ela. Ela se encontra de olhos fechados, seus dedos ainda agarrados ao paletó, mas sei que ela não está dormindo porque sua respiração está agitada.Sou despertado pelo barulho do celular e atendo ao segundo toque.— Rodolfo Gambino.— Senhor, chegamos no local marcado.Antes tarde do que nunca, penso.— Reboquem este carro para o galpão. — Vejo Helena abrir os olhos e me encarar.— Tem um homem aparentemente desacordado dentro.— É lógico que tem. — Suspiro frustrado por ter que explicar o básico. — Apenas peguem a porra do carro e retirem-no da estrada. Quero este veículo no galpão e ninguém tem a permissão de encostar nele até eu chegar.— Sim, chefe.Desligo. Eu não tenho o mínimo de paciência com alguns homens que trabalham conosco.—
Chegamos ao local do acidente 20 minutos depois da ligação de Helena. Encontramos a polícia, o corpo de bombeiros e a ambulância no local.Olhei para Otávio, sinalizando para ele ir falar com os policiais, ele sendo advogado que resolva esses problemas.Saio do carro às pressas para chegar onde estão Alexander e Helena.— Senhor. — Um dos policiais entra na minha frente. — Ninguém pode passar sem autorização.— Eu sou irmão da vítima. — Dou um passo à frente, me aproximando dele. — Vai me proibir?Ele dá um passo atrás e eu passo sem olhar para ele. Dane-se todos eles!Cheguei quando os bombeiros estavam tirando Alexander do veículo. Ele tinha um corte na testa e muito sangue nas pernas e camisa, estava desacordado. Sinto algo me remoendo por dentro, meu irmão não merecia passar por isso.Entre nós três, Alexander sempre foi o mais compreensivo, o mais calmo, o mais perspicaz. Um bom líder, um ótimo irmão, um excelente pai e, como dizia Luiza, um extraordinário marido. Ele sempre soub