Alicia e seu chefe, Ethan, decidem se unir em um plano para incomodar seus ex fingindo que estão juntos. No entanto, o que começa como uma brincadeira se complica quando os sentimentos falsos começam a se tornar reais. Durante dois anos, Alicia Montenegro trabalhou como secretária do influente bilionário Ethan Miller. Para ele, Alicia não passa de uma colega de trabalho: uma mulher discreta, com roupas conservadoras, um coque impecável e sempre disposta a seguir suas ordens. Mas tudo muda quando Alicia sofre sua primeira desilusão amorosa e Ethan começa a perder a batalha para evitar Grace, sua ex-namorada, que agora está casada com um de seus melhores amigos. Em uma tentativa de ajudar um ao outro, eles decidem fingir um relacionamento. Quão difícil pode ser evitar se apaixonar?
Leer másPOV WADE—Sabe de uma coisa? Se continuar escrevendo cartas de amor para a Carla, não me surpreenderia se um dia acabasse se apaixonando por ela — disse Leonidas quando Ismael foi ao banheiro.—Eu? Tá brincando? — ri. — Ela é bonita... mas não é o tipo de garota com quem eu sairia.—Então você acha a Carla bonita? — Leonidas me lançou um olhar malicioso e zombeteiro, e depois caiu na gargalhada quando eu olhei pra ele, confuso. — Cuidado pra que o Ismael não ouça você dizendo isso.Balancei a cabeça e continuei escrevendo a carta.—Deixa disso, cara, já falei. Ela não é meu tipo.—Ah, sim. Você é obcecado pela Martha. Por que não vai atrás dela? Ela tá só esperando você se mexer.Obcecado? Nada disso.Minha paixão pela Martha estava sumindo aos poucos. Simplesmente parei de pensar nela. Não lembro desde quando, mas já faz tempo.Martha era uma garota bonita e talentosa. Dançava muito bem, e isso a tornava popular. A maioria dos garotos da escola era apaixonada por ela. E sim, eu era u
POV CELESTEInacreditável. Ele ainda não me respondeu. Então é isso que acontece depois de dez anos de casamento. Você esquece o próprio aniversário de casamento.Liguei para Eros de novo, mas ele continuava sem atender.Eu estava começando a ficar muito irritada.Abri o guarda-roupa e procurei algo para vestir para a festa. Rachel ligou novamente para me dizer que eu deveria usar um vestido longo. Decidi colocar meu vestido novo, formal, tomara-que-caia, de cetim roxo com pedrarias. Tinha comprado algumas semanas atrás. Me apaixonei por aquele vestido. Além disso, é minha cor favorita.Calcei meus saltos agulha prateados de dez centímetros, fiz uma maquiagem glamourosa e soltei o cabelo. Queria aproveitar a noite e comemorar meu décimo aniversário de casamento sem o Eros.Suspirei fundo. Como ele pôde esquecer o nosso aniversário? Era o nosso décimo ano juntos. Eu entendia que as crianças esquecessem, mas o Eros... Naquele momento, eu estava muito decepcionada com ele.Fui ver como e
POV CELESTEVai ser um dia maravilhoso!Acordei ao amanhecer sentindo-me muito feliz. Era nosso décimo aniversário de casamento. Olhei para Eros, que ainda dormia ao meu lado, na nossa cama de casal. Ele roncava baixinho, e isso me fez sorrir.— Feliz aniversário — sussurrei no ouvido dele quando o vi se mexer. Depois o abracei e beijei sua bochecha.Ele se virou para o outro lado, de costas para mim.— Ei — falei.Ele levantou um pouco a cabeça e me olhou com uma expressão confusa. Depois afundou o rosto no travesseiro e voltou a dormir.Ele se esqueceu do nosso aniversário de casamento!Tudo bem. Isso acontece quando a pessoa ainda está meio dormindo. Daqui a pouco ele lembra. Ele sempre lembra. Sexo pela manhã e café da manhã na cama. Hmm... Virou tradição todo aniversário. Sorri ao pensar nisso. Fui ver como estava a Rubi e depois voltei para a cama.Mas o que eu esperava não aconteceu.Eros acordou mais tarde, andando cambaleando até o banheiro. Tropeçou no tapete e xingou, depoi
POV CELESTE— O que é isso? — perguntei para Eros. Tínhamos acabado de acordar e ficamos surpresos ao ver cinco caixas grandes na sala.— Não sei — respondeu ele, examinando as caixas. — São para a Esmeralda.— O quê? — Conferi as caixas. Eram mesmo para Esmeralda, de uma loja online.O que tem dentro? Ela pediu tudo isso pela internet?Com as mãos na cintura, olhei para Eros com raiva, e ele deu de ombros.Foi ideia dele dar um cartão de débito para Esmeralda há um mês, quando ela fez oito anos. Eu disse pra esperar até que ela fosse suficientemente responsável, talvez com doze, como o Wade. Mas Eros insistiu que era melhor dar agora. Ela podia perder o dinheiro e passar fome na escola. Assim aprenderia a ser responsável com o próprio dinheiro.Mas isso aqui?!— Uau! Pacotes? — disse Wade atrás de mim. Também tinha acabado de acordar, descendo correndo com seu pijama azul.— São para a Esmeralda.— Tudo isso? — as sobrancelhas dele se ergueram surpresas.— Sim. Ela pediu tudo numa lo
POV CELESTE— A Rubí é tão fofa — disse minha mãe.— Tem um cabelo preto muito bonito. Igual ao do Wade — Lillian passou os dedos pelo cabelo de Rubí. — Ela puxou mais para os traços dos Pedrosa.Sorri.— Sim, mas não o temperamento.Lillian riu.— Aleluia por isso.— Quase não chora. Desde que a trouxemos para casa, nunca chorou a não ser por fome. Dorme a noite toda. O pediatra disse que está tudo bem. Tivemos sorte dela ter nascido assim — continuei.— Igualzinha a você. Você quase não chorava quando era bebê — disse mamãe, brincando com a mão da Rubí.— Sério?— Sim. Acho que Rubí tem a sua personalidade.— Quem deu chocolate pra bebê Rubí? — gritei. Tinha acabado de ir ao banheiro e, quando voltei pra sala, vi a boca da bebê toda suja de chocolate.— Eu não — Wade saiu da cozinha.Esmeralda estava no chão brincando com nosso cachorro, Marsh. Fingiu que não me ouviu. Sabia que era culpada.— Vocês dois. Não deem comida pra Rubí, tá bom? Ela não é um cachorro, pelo amor de Deus — f
POV CELESTEEu estava no café bebendo chá verde quente e observando a menina do lado de fora vendendo biscoitos. Estava frio, mas ela já estava ali havia quase trinta minutos. Não tinha vendido muito. As pessoas passavam direto e a ignoravam.Ela estava muito pálida e magra. Sua franja grossa e o cabelo preto e liso quase cobriam seu rosto. Eu conseguia ver a tristeza em seu semblante e como seus ombros afundavam de vez em quando. Parecia desesperada por dinheiro.Fiquei com pena. Lembrei de mim mesma quando meu pai morreu. As dificuldades que enfrentei para ajudar minha família a pagar as contas mensais, o aluguel, os remédios da mamãe, a comida, tudo.Ela percebeu que eu estava encarando. Fiz um gesto com a mão para que entrasse.Seu rosto se iluminou e ela entrou no café imediatamente.— Bom dia, senhora. Estou vendendo biscoitos.— Olá, querida. Sente-se — eu disse.A menina sentou-se timidamente à minha frente e colocou a caixa de biscoitos sobre a mesa. Parecia mais jovem do que
POV CELESTE—Estamos esperando visitas para o jantar? —me perguntou Eros quando chegou em casa depois do trabalho. Ele encostou meu corpo ao peito duro dele e me beijou no pescoço.—Não —respondi, virando-me para ele e dando-lhe um beijo nos lábios.—Por que preparou tanta comida? Quem vai comer tudo isso? —Seus olhos percorreram os diferentes pratos em cima da bancada da cozinha: carbonara, frango adobo, maki californiano, uma tigela de ramen e frango na manteiga com pão.—Nós.—O quê? Amor... você sabe que não janto muito. Um sanduíche já me basta —ele disse, fazendo uma careta.—Não se preocupe. As crianças e eu damos conta disso tudo.—A Esmeralda mal come, e você sabe que o Wade também não come muito. Ele está magrinho demais.—Para de reclamar. Estou com desejo desses pratos... e morrendo de fome. —Peguei um prato e coloquei na mão dele. —Seja bonzinho e me ajuda a levar isso pra mesa de jantar. Tô faminta.Ele sorriu.—Uau, isso é novidade. Achei que só tinha fome de mim.—De n
POV CELESTE—Vamos para as Filipinas.—Quando? — Fiquei surpresa e animada ao mesmo tempo quando Eros chegou tarde uma tarde e anunciou que iríamos para as Filipinas por um assunto de negócios.—Neste fim de semana — Ele me segurou pela cintura com os dois braços e me levantou até que nossos rostos ficassem no mesmo nível. Me beijou demoradamente e me fez derreter.Enlacei meus braços em volta do pescoço dele e retribuí os beijos com igual fervor. A mão de Eros deslizou por baixo da barra da minha saia e subiu até a parte interna da minha coxa quando a porta se abriu de repente.—Mãe! Você viu meus tênis novos da Nike? Aqueles que compramos na semana passada? — disse Wade, invadindo o nosso quarto.Me assustei e me soltei dos braços de Eros.—Olá, rapazinho. Eu te disse para bater antes de entrar no nosso quarto — disse Eros a Wade.—Eu bati — respondeu Wade, com uma expressão confusa.Eros e eu nos entreolhamos. Ele bateu mesmo? Não ouvimos.—Da próxima vez, bate mais forte — disse E
POV CELESTEEu me sentia muito deprimida. Infeliz. Nada conseguia me fazer sorrir naquele momento. Eros estava bravo comigo e isso pesava no meu coração. Eu odiava essa sensação. Era uma mistura de tristeza, preocupação e arrependimento.Queria tanto ter uma máquina do tempo para voltar ao momento em que esse conflito começou. Eu poderia ter lidado melhor com a situação.Estava torcendo para que Eros e Theodore se tornassem amigos. Achei que, depois de sete anos, era tempo suficiente para que Eros perdoasse e esquecesse o que havia acontecido no passado. Mas eu estava errada. Não teria feito diferença se tivesse passado um ano, dez ou cem... Eros continuaria odiando Theodore.Suspirei fundo. Meu espírito estava em caos e minha mente, confusa. O que eu vou fazer para resolver esse problema?Comunicação. Os especialistas dizem que é a chave para um casamento bem-sucedido.Mas Eros não queria falar comigo. Eu entendia que ele ainda não estava pronto e que precisava de espaço.Dirigi até