POV ETHANEu estava no bar, bebendo uísque com meu melhor amigo ítalo-russo, Yuri Conti. Meu irmão de outra mãe.Éramos vizinhos quando crianças na Itália e juntos fizemos muitas besteiras. O pai dele também estava envolvido com a máfia e morreu junto com meus pais durante um atentado terrorista-mafioso.Queríamos mudar nosso futuro. Fazer o bem, não o mal. Yuri agora se dedicava à venda de carros extremamente caros pelo mundo, do tipo que apenas multimilionários podiam comprar.— Ela é bonita? — perguntou Yuri enquanto tomava um gole de uísque e se recostava na cadeira.— Se fosse bonita, eu não teria assinado um contrato com ela. Mas... — dei de ombros, lembrando do cabelo azul dela —, ela é ok.— Ah, então você escolheu alguém que não é seu tipo. Bem diferente da Grace, certo?— Exato — sorri satisfeito.Eu não conseguia me imaginar apaixonado por Alicia. Sua beleza não me atraía. Qualquer que fosse a cor do cabelo dela, castanho ou azul... ela simplesmente não era meu tipo. Era mu
POV ETHANFome, sede e medo.Estou enterrado debaixo da terra, encolhido em uma posição insuportavelmente desconfortável. Ao meu lado há armas, drogas e uma sacola de dinheiro. Os "grandes homens" vão dividir esse dinheiro mais tarde. Como sempre, as noites de festa para eles parecem intermináveis: bebem, fumam, cantam e dançam. Contratam mulheres, prostitutas, para entretê-los. Gastam sem remorso o dinheiro que roubam dos ricos.Eles estão demorando demais para voltar. Já dormi três vezes. E se esquecerem que estou aqui? E se algo acontecer com o papai e a mamãe? Só de pensar nisso, o medo aperta meu peito.Sei que mamãe nunca me esqueceria. Arriscaria sua vida por mim, se fosse necessário. Ela me ama mais do que qualquer coisa no mundo.Mas não consigo evitar chorar. O desconforto é insuportável. Os insetos arranham minha pele, a escuridão parece me sufocar, e a fome e a sede estão me deixando sem forças.— Mamãe! Mamãe! — grito com todas as minhas forças. Mais uma vez empurro a por
POV ETHANNo domingo de manhã, fui sozinho à igreja. Minha nonna, Anastasia, costumava me acompanhar, mas agora passava mais tempo na Itália.Não sou um homem particularmente religioso, mas sempre procuro assistir à missa todos os domingos. Minha mãe me ensinou a acreditar e a ter fé em Deus, que tem sido minha força, meu protetor e meu guia, especialmente desde que perdi meus pais.Depois da missa, voltei a sentir-me sozinho. Fui a uma cafeteria e pedi um café macchiato. Sentei-me numa mesa para dois e abri o jornal que havia pegado perto do balcão. Depois de ler alguns artigos da primeira página, larguei-o. Alguma bobagem sobre Brad Pitt e sua suposta reconciliação com Jennifer Aniston ocupava as manchetes, em vez de falar sobre o que realmente importa no mundo. Balancei a cabeça com incredulidade e olhei para os meus seguranças, que esperavam do lado de fora da cafeteria. Sempre precisava deles. Os inimigos do meu avô e do meu pai ainda estavam vivos, e, à medida que eu crescia no
POV ETHAN—Onde está a Vanessa?Olhei para o meu relógio; eram sete da noite. Reno me mandou uma mensagem dizendo que já tinha pegado Alicia e a deixado no saguão do hotel.Tudo o que pude ver foi um grupo de jovens homens num canto, um casal de meia-idade tomando café, outro casal que parecia recém-casado, sempre se beijando, e uma família com quatro crianças barulhentas que tinham acabado de chegar para fazer o check-in.Eu tinha uma reunião rápida no hotel com um cliente muito importante, para entregar pessoalmente o contrato assinado e selado de um enorme investimento. Era um cliente mais velho que fez o investimento para os filhos.Soltei um suspiro pesado e fui até o recepcionista masculino.—Você viu uma mulher que acabou de entrar com cabelo azul?—Não, senhor.Droga! Onde ela está?—Tem certeza?—Tenho certeza, senhor —ele assentiu e olhou de lado—. A única mulher que vi foi aquela moça linda ali.Segui o olhar dele e vi os mesmos três homens latinos cercando uma mulher num c
POV ALICIAUma ruiva muito bonita abriu a porta para nós. Seus olhos brilhavam enquanto olhava para o Sr. Miller e depois para mim.— Olá!— Olá, mamãe Jade — o Sr. Miller a abraçou e deu um beijo em sua bochecha.— Achei que você não viria. Todos já estão aqui — a mulher deu um tapinha nas costas dele e o soltou.— Tive uma reunião rápida. De qualquer forma, quero te apresentar a Alicia. Alicia Montenegro. Ela é minha... minha... — disse o Sr. Miller enquanto tocava meu braço, me puxando para perto dele.— Sua acompanhante — a mulher respondeu por ele.— Não... não... é minha amiga. Na verdade, minha garota... amiga — acrescentou o Sr. Miller.— Ahh... nunca pensei que você tivesse namorada — a mulher se voltou para mim e apertou minha mão. — Prazer em te conhecer, Alicia, sou Jade Pedrosa, tia de Ethan.— Olá, Sra. Pedrosa, como vai? — perguntei timidamente.— Estou bem, Alicia. Me chame de Jade — ela foi muito simpática enquanto nos conduzia para dentro de sua mansão. Conheci seu m
POV ALICIA—Precisamos nos esforçar e convencer todo mundo de que temos um relacionamento— disse o Sr. Miller quando saímos para a varanda. —Dillan percebeu que estamos apenas fingindo.—Isso foi o que Kimberly disse também.— Contei a ele sobre meu encontro com sua prima no banheiro.Ele parecia muito decepcionado.O que ele esperava? Que eu interpretasse o papel e ele não? São necessários dois para dançar tango. Seria muito estranho eu agir como uma namorada grudenta enquanto ele ficasse frio como gelo. Além disso, estava esperando seu sinal de “vá em frente”.—Vamos fazer isso, ok? Vamos agir como se tivéssemos um relacionamento de verdade. Precisamos arrasar, Alicia.—Claro, é para isso que estou aqui.— Dei de ombros. —Apenas me diga o que fazer.— Estava realmente preparada. Na noite anterior, pratiquei minhas habilidades de atuação no espelho, e acho que não sou uma atriz tão ruim assim.—Podemos começar... você sabe, com o básico: tocar... acariciar...— disse o Sr. Miller.Tocar?
POV ETHANA mão dela era áspera e parecia tão seca. Olhei e vi que a pele de sua mão estava descascando. Me perguntei se ela teria um spa para as mãos ou algo que as meninas fazem para se mimar no salão de beleza.Ela seguiu meus olhos e respondeu à minha pergunta.— Sou alérgica ao sabão em pó. Se isso te incomoda...— Não. De forma alguma — respondi e agarrei sua mão com firmeza. Suas mãos eram pequenas e, se eu não segurasse com força, facilmente escorregariam.Os primeiros trinta minutos foram muito desconfortáveis. Minha mão estava fria em comparação com a dela, que estava quente. Eu estava nervoso e tremendo com essa nova experiência, enquanto ela parecia tão relaxada.A razão pela qual eu não segurava sua mão antes era... as palmas se tocando e esfregando, era como se estivéssemos nos comunicando afeto e apego um ao outro, confiando e prometendo cuidar um do outro.— O que você sente? — perguntei a Alicia quando o avô Markos nos deixou.— Sobre o quê?— Sobre isso — apontei par
POV ETHANEra segunda-feira e cheguei ao escritório às onze da manhã. Visitei nossa recém-inaugurada filial e tive uma reunião com os funcionários.Encontrei a senhora Ali-mongo ou como quer que se chame, sentada em frente à mesa de Alicia, enquanto ela estava ocupada com seu laptop.—Bom dia, Sr. Miller.—Bom dia, senhora...— Limpei a garganta e me dirigi a Alicia. —Posso vê-la em minha sala?Não deixei de notar os olhos maliciosos da senhora Ali-mango enquanto olhava para Alicia e depois novamente para mim.Peguei a mão de Alicia, esperando que ela colocasse a sua na minha. Nossos olhares se encontraram enquanto ela se levantava e imediatamente segurava minha mão. Boa garota!Já estávamos dentro da minha sala, e soltei sua mão imediatamente.—O que diabos você está vestindo?Ela olhou para sua roupa. O mesmo terno conservador e folgado de negócios que usava todos os dias no escritório.—Sempre uso isso. Eu adoro.—Seu ex-namorado adora. Ele é um cara inseguro que não quer que você p