POV ALICIA
— Eu te odeio! Trapaceiro! Mentiroso! — As lágrimas embaçavam meus olhos e sufocavam minha voz. Oh, Deus... Uma dor esmagadora apertava meu coração enquanto eu pensava em Jay.
Como ele pôde fazer isso comigo? Fui leal, doce, carinhosa e amorosa com ele. Durante dois anos, ele foi tudo para mim: meu sol, minha lua e minhas estrelas. O que eu fiz de errado?
Eu sempre estive lá quando ele precisava de ajuda. Levava as compras para a mãe dele quando ele estava fora da cidade. Uma vez, até fui buscar o pai dele no aeroporto, apesar de estar com uma tremenda ressaca. Fiz o traje da irmã dele para a semana internacional. Até emprestava dinheiro quando ele não tinha nada…
Por quê?
Vi sua postagem no I*******m esta manhã. Ele estava na cama com sua colega repórter, Vanessa. Procurei nossas fotos juntos. Todas tinham sido apagadas.
Ele vinha me enganando e mentindo por meses. Saía em segredo com essa garota, Vanessa, há dois meses. Descobri isso graças à prima dele, que não suportava sua arrogância.
Observei nossas fotos nas paredes, acima da mesa, no meu quarto, até mesmo no banheiro. Tantas lembranças juntas, e agora tudo se foi. Desapareceu para sempre.
Rrrriiinngggg!!! Rrrriiinngggg!!! Rrrriiinngggg!!!
A campainha tocou de novo. Aquele novo vizinho não entendia a palavra "NÃO". Eu disse que não estava interessada na oferta de seguro de vida dele, mas ele insistia desde ontem.
Caminhando com raiva, fui até a porta e a abri irritada.
— Já disse que tenho seguro de vida!
— Calma — disse o homem do outro lado.
Senti meu queixo cair. Não era o meu vizinho corretor de seguros, mas sim meu chefe, Ethan Miller. Uma onda de vergonha me invadiu por ter gritado com ele; eu queria me enfiar no buraco mais próximo. Estava certa de que na segunda-feira já não teria mais emprego.
Ele estava tão bonito, intimidador, aristocrático e poderoso como sempre, vestido com seu caro terno cinza sob medida e seus sapatos italianos brilhantes. Eu, em contrapartida, parecia um desastre, com meu velho roupão de bolinhas verdes e brancas, uma camiseta larga e calça de pijama vermelha. Meu cabelo estava uma bagunça, depois de três dias sem tomar banho, e meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Eu me sentia patética. Só queria ficar na cama e continuar chorando.
— Senhorita Montenegro — ele me cumprimentou com uma leve inclinação de cabeça.
— Senhor Miller… O que faz aqui? — Tentei pentear o cabelo com os dedos, mas parei ao ver a caspa caindo.
— Vim ver se você está bem — me surpreendeu o tom de preocupação em sua voz. Nunca imaginei que ele se importasse com seus funcionários. Ele esfregou as mãos e acrescentou —: Posso entrar? Está frio aqui fora.
— Claro... Entre — corri para o sofá de couro vermelho e, com a almofada, tentei tirar a poeira e a caspa visíveis.
O Sr. Miller fechou a porta e entrou. Sua presença parecia enorme no meu pequeno apartamento de cinquenta metros quadrados. Seus olhos percorriam meu lar, observando os quadros nas paredes, a cozinha, tudo. Depois, seus olhos encontraram os meus.
— Sente-se, senhor.
— Obrigado — disse ele, sentando-se no meu pequeno sofá.
Eu me acomodei na poltrona em frente a ele. Estar sentada assim, frente a frente, com a mesa entre nós, me deixava nervosa.
Por que ele está aqui? Será que vai me demitir por faltar três dias? Liguei para o Departamento de Recursos Humanos; tenho direito a usar minha licença médica, não? Mas, será que estou realmente doente? Bem… meu coração está partido, em pedaços. Isso conta, não é?
— Você está bem agora? — ele perguntou com simpatia. Será que sabia o que tinha acontecido comigo?
Balancei a cabeça.
— Então… Não vai se apresentar amanhã no escritório? — perguntou calmamente.
Balancei a cabeça novamente.
Ouvi ele suspirar enquanto se levantava. Observou as fotos sobre a mesa do balcão.
— Bonita foto. Essa é no Disney World Orlando, certo? — perguntou, voltando a me olhar.
Não consegui me segurar e comecei a chorar. Aquela foto foi tirada quando Jay e eu oficializamos nosso relacionamento.
— Mas, o que…? — murmurou o Sr. Miller, se aproximando de mim —. Pare de chorar, quer? Esse cara é um idiota. Um imbecil! Ele é quem perde ao terminar com você. Você é uma garota doce, agradável, jovem, bonita e trabalhadora…
— Eu o odeio. Ele é um trapaceiro, um mentiroso.
— Exato! É bom que saiba disso — ele se sentou na mesa de madeira, me olhando fixamente —. Você não merece alguém como ele. Você merece alguém melhor, alguém que te ame e cuide de você. Você é linda, Alicia. Não perca seu tempo chorando por ele.
Ele me chamou de Alicia? Sabia meu nome?
— Não sei, Sr. Miller. Sim, o odeio pelo que fez, mas não posso negar que ainda o amo muito. Sinto como se o mundo tivesse acabado agora que terminamos. Sei que parece estúpido, mas eu faria qualquer coisa para tê-lo de volta.
— Não, não faça isso. Ele já te traiu, e vai fazer de novo.
— Sério?
— Sim, acredite em mim. Ele só vai brincar com suas emoções. Você devia agradecer por ter se livrado dele — ele sorriu levemente.
Percebi que era a primeira vez que ele sorria para mim. A primeira vez que realmente me olhava.
— Mas não é fácil esquecê-lo, Sr. Miller. Estivemos juntos por dois anos. Nesses dois anos, compartilhamos tanto…
— Você tem sorte de ter estado apenas dois anos com ele. Eu estive com Grace por oito anos, e ainda é difícil superá-la.
— O que quer dizer? — a curiosidade me invadiu.
— Estamos na mesma situação. Eu também estou com o coração partido. Terminei com ela no fim de semana passado. Não foi fácil, mas precisava esquecê-la e evitar cair no jogo dela novamente.
— Ainda a ama?
— Infelizmente… sim. Eu a amo muito. Queria não amá-la. Ela já está casada.
— Sério? Isso é muito ruim… — eu sabia de quem ele falava.
— Eu sei. Mas dizem que você não escolhe quem ama.
— Sim. Quem dera pudéssemos parar de amá-los. Quem dera pudéssemos apagá-los de nossos corações e mentes. Quem dera pudéssemos seguir em frente e voltar a ser nós mesmos, para encontrar o nosso próprio amor verdadeiro — eu disse, desejando que um dia isso se tornasse realidade.
— A desilusão pode levar até seis meses para passar — disse ele com um tom despreocupado.
— Sim, pesquisei no G****e ontem à noite. Alguns até demoram seis anos para superar, e outros… a vida inteira — informei, sentindo o peso de minhas próprias palavras.
— Isso é terrível. Estamos condenados por causa desses dois idiotas — ele se levantou e começou a andar pelo quarto, como se procurasse respostas em cada canto. Depois parou, me olhou fixamente e acrescentou —: Tenho uma sugestão, Alicia.
— Qual é? — perguntei, tentando soar desinteressada, embora algo em seu tom tenha captado minha atenção.
— Podemos seguir em frente facilmente se nos ajudarmos mutuamente. Vamos mostrar para eles que não somos vulneráveis à separação e que não nos importamos.
— Como? — minha curiosidade cresceu, embora eu soubesse que sua ideia, seja qual fosse, estaria cheia de complicações.
— Vamos fingir que estamos juntos, que estamos saindo. Mostraremos ao mundo o quão felizes somos juntos. Vamos fazer com que esses dois fiquem com ciúmes por terem nos magoado.
Pensei por um momento e respondi:
— Bem… isso soa como uma boa ideia… mas…
— Vamos, precisamos seguir em frente. Vamos fazer isso juntos e nos divertir com isso. Seu namorado vai se arrepender de ter te deixado, vai implorar para você voltar. Embora, se me permite opinar, acho que não é uma boa ideia voltar com ele. Ele te traiu.
— E você? Vai acabar perdendo Grace…
— Esse é o ponto. Quero superar o que sinto por Grace Hills. Você a conhece, certo?
Assenti, lembrando daquela imagem perfeita que ele sempre tinha dela.
— Quero acabar com esse sentimento absurdo que tenho por ela. Ela não passa de uma manipuladora tóxica na minha vida.
Olhei para ele, duvidando de nossa capacidade de fazer algo assim e expressei minha insegurança:
— Não acho que possamos conseguir. Vivemos em dois mundos diferentes. É impossível que alguém goste de mim. Não sou uma mulher sofisticada nem elegante, e você é... mundano… Todos sabem que não sou o tipo de mulher com quem você costuma sair.
Ele sorriu com uma mistura de tristeza e desafio.
— Não existem barreiras no amor, Alicia. Vamos lá, vamos fazer isso. Dois anos, vamos fingir que estamos juntos.
— Dois anos? De jeito nenhum. É tempo demais.
— Ok, um ano. Não podemos ir menos do que isso. Se não, seremos perdedores. Vão rir de nós. Além disso, talvez ainda não tenhamos superado tudo até lá.
— Ainda não estou convencida.
Ele me olhou, determinado.
— Sério? E se eu oferecer uma mesada mensal equivalente ao seu salário, a oportunidade de morar na minha cobertura em Manhattan por um ano e um carro novo?
Senti que o tempo parou. Sua proposta era tentadora, para dizer o mínimo. Inspirei fundo, tentando não me deixar levar.
— Você parece desesperado para superá-la.
— Estou. Não consigo tirá-la da cabeça. Toda vez que a vejo, fico louco. Eu quero… — ele parou e limpou a garganta —. Ela está casada com Louis e não quer se divorciar por mim. Ela quer ficar com todo o dinheiro dele. Sei que ela é uma mulher materialista e não é boa para mim, mas, mesmo assim, não consigo esquecê-la e seguir em frente.
Olhei para ele com compaixão. Estava claro que ele estava preso em seus próprios sentimentos, assim como eu nos meus.
— Isso é muito ruim — disse, sentindo sua frustração como se fosse minha.
— É — ele assentiu, passando a mão pelo cabelo em um gesto de derrota —. Trabalhei duro por anos para construir minha própria empresa. E agora, estou perdendo o foco por causa dela.
Eu não podia acreditar que ele estava me mostrando esse lado tão vulnerável. Não era o chefe forte, arrogante e controlador que todos conheciam; era alguém ferido, assim como eu.
— Sofremos o mesmo, Alicia. Aqueles idiotas nos rejeitaram. Precisamos nos ajudar para seguir com nossas vidas — continuou, com um tom quase suplicante.
Sua proposta continuava sendo complicada para mim. Primeiro, não sou boa em atuar; segundo, seria mentir para o mundo; terceiro, significaria estar presa a ele por um ano. E, claro, tinha a situação da minha família: em breve vou precisar de um segundo emprego para poder economizar para a cirurgia no joelho do meu pai e a dentadura da minha mãe, além da matrícula universitária do meu irmão…
Finalmente, reuni coragem e respondi:
— Não. Não posso fazer isso, Sr. Miller. Procure outra pessoa que possa.
Vi a decepção em seus olhos. Ele me sustentou o olhar e, com firmeza, disse:
— Um milhão de dólares a mais, Alicia. Com um contrato. Cinquenta por cento de adiantamento na assinatura e o restante ao cumprir o ano. Aceita ou deixa.
Arquejei, atônita com a oferta, e, quase sem perceber, disse que sim.
POV ETHANO que está acontecendo com ela? O apartamento dela parece um museu dedicado ao namorado! As paredes estão cheias de fotos daquele loiro, a mesa tem porta-retratos dourados com imagens dele, e há velas grandes ao lado. Está venerando ele?Olhei para a cozinha. O que diabos? Havia uma grande foto do mesmo cara bem acima do fogão. Provavelmente ele a observa até quando ela cozinha. Ela é obcecada por ele.Franzi os lábios. A senhorita Montenegro, obviamente, está pior do que eu com relação à Grace.— Sente-se, senhor.Sentei-me e a observei enquanto ela se acomodava na poltrona à minha frente. Era a primeira vez que a olhava de verdade. Ela era incrivelmente bonita. Tinha o cabelo despenteado, como se tivesse acabado de ter uma noite apaixonada, e lábios carnudos, como se tivesse terminado um...Ela usava um robe verde com bolinhas brancas e um pijama vermelho. Que fofa. Me lembrou o Natal. Eu quase conseguia ver flocos de neve em seu cabelo. Pisquei algumas vezes para clarear
POV ALICIA O que eu estou fazendo? Não consigo acreditar que acabei de aceitar ser sua namorada falsa.Fiquei olhando para o meu reflexo no espelho do banheiro. Meu cabelo estava um desastre, e as escamas de caspa estavam visíveis no meu couro cabeludo. Meu Deus, que vergonha. O Sr. Miller deve ter visto tudo isso.Meus ombros caíram. Eu estava com dúvidas. Será que tomei a decisão certa? Eu me sentia vulnerável neste momento, e tomar decisões apressadas não era prudente.Mas a oferta do Sr. Miller de um milhão de dólares era boa demais.Meu pai precisava de uma cirurgia de substituição total dos dois joelhos. O custo da operação seria em torno de cem mil dólares, sem contar os remédios e as despesas de recuperação. Quase duzentos mil dólares seriam necessários para cobrir todos os seus gastos médicos. Mamãe poderia expandir o negócio de padaria dela, e papai poderia ajudá-la novamente. Eu também poderia pagar a faculdade de medicina do meu irmão. Liam era muito inteligente e sempre
POV ETHANJá eram onze da manhã quando estacionei minha Ferrari vermelha no subsolo do edifício. Saí do carro, observei o lugar ao meu redor, ajeitei a gravata e me dirigi ao elevador.— Bom dia, senhor Miller — cumprimentou-me o segurança ao lado da porta do elevador.— Bom dia, Dan.Esta manhã eu tinha me levantado tarde; na noite anterior, não dormi bem. Grace havia me mandado uma mensagem me convidando para uma bebida em sua cabine. Eu sabia perfeitamente o que isso significava: uma longa noite de sexo apaixonado e desenfreado. O marido dela, Louis, estava em Brunei e não voltaria por uma semana.Eu estive a um passo de cair na tentação de ir até ela. Se não fosse pelo meu acordo com a senhorita Montenegro… digo, Alicia, teria ido ver Grace sem hesitar. Mas eu tinha compromissos importantes com clientes hoje e não podia me dar ao luxo de perdê-los.Não entendo por que fico tão fraco quando se trata de Grace, se eu sei perfeitamente que ela não me convém!Entrei no elevador e press
POV ALICIALi o contrato cuidadosamente, uma e outra vez, enquanto o advogado e o Sr. Miller esperavam. Queria ter certeza de que entendia perfeitamente o que estava prestes a assinar. Não queria acabar na cadeia no dia seguinte.Olhei para o Sr. Miller, que estava recostado em sua cadeira com uma mão apoiada na mesa de conferências. Nossos olhares se encontraram imediatamente.— Não se preocupe, Alicia. Tome seu tempo — assegurou-me ele, mas o advogado tamborilava os dedos enrugados na mesa e olhava para o relógio de vez em quando.Li atentamente a cláusula que especificava que seríamos namorados exclusivos por um ano. Não seria permitido nenhum vínculo romântico com outra pessoa. Deveríamos ser fiéis um ao outro e nos apresentarmos como um casal para o mundo.Então, isso significava que o Sr. Miller ficaria celibatário por um ano? Isso me parecia impossível, especialmente depois de vê-lo em ação com a Sra. Hills. Duvidava muito disso.O contrato também estipulava o que eu receberia.
POV ETHANEu estava no bar, bebendo uísque com meu melhor amigo ítalo-russo, Yuri Conti. Meu irmão de outra mãe.Éramos vizinhos quando crianças na Itália e juntos fizemos muitas besteiras. O pai dele também estava envolvido com a máfia e morreu junto com meus pais durante um atentado terrorista-mafioso.Queríamos mudar nosso futuro. Fazer o bem, não o mal. Yuri agora se dedicava à venda de carros extremamente caros pelo mundo, do tipo que apenas multimilionários podiam comprar.— Ela é bonita? — perguntou Yuri enquanto tomava um gole de uísque e se recostava na cadeira.— Se fosse bonita, eu não teria assinado um contrato com ela. Mas... — dei de ombros, lembrando do cabelo azul dela —, ela é ok.— Ah, então você escolheu alguém que não é seu tipo. Bem diferente da Grace, certo?— Exato — sorri satisfeito.Eu não conseguia me imaginar apaixonado por Alicia. Sua beleza não me atraía. Qualquer que fosse a cor do cabelo dela, castanho ou azul... ela simplesmente não era meu tipo. Era mu
POV ETHANFome, sede e medo.Estou enterrado debaixo da terra, encolhido em uma posição insuportavelmente desconfortável. Ao meu lado há armas, drogas e uma sacola de dinheiro. Os "grandes homens" vão dividir esse dinheiro mais tarde. Como sempre, as noites de festa para eles parecem intermináveis: bebem, fumam, cantam e dançam. Contratam mulheres, prostitutas, para entretê-los. Gastam sem remorso o dinheiro que roubam dos ricos.Eles estão demorando demais para voltar. Já dormi três vezes. E se esquecerem que estou aqui? E se algo acontecer com o papai e a mamãe? Só de pensar nisso, o medo aperta meu peito.Sei que mamãe nunca me esqueceria. Arriscaria sua vida por mim, se fosse necessário. Ela me ama mais do que qualquer coisa no mundo.Mas não consigo evitar chorar. O desconforto é insuportável. Os insetos arranham minha pele, a escuridão parece me sufocar, e a fome e a sede estão me deixando sem forças.— Mamãe! Mamãe! — grito com todas as minhas forças. Mais uma vez empurro a por
POV ETHANNo domingo de manhã, fui sozinho à igreja. Minha nonna, Anastasia, costumava me acompanhar, mas agora passava mais tempo na Itália.Não sou um homem particularmente religioso, mas sempre procuro assistir à missa todos os domingos. Minha mãe me ensinou a acreditar e a ter fé em Deus, que tem sido minha força, meu protetor e meu guia, especialmente desde que perdi meus pais.Depois da missa, voltei a sentir-me sozinho. Fui a uma cafeteria e pedi um café macchiato. Sentei-me numa mesa para dois e abri o jornal que havia pegado perto do balcão. Depois de ler alguns artigos da primeira página, larguei-o. Alguma bobagem sobre Brad Pitt e sua suposta reconciliação com Jennifer Aniston ocupava as manchetes, em vez de falar sobre o que realmente importa no mundo. Balancei a cabeça com incredulidade e olhei para os meus seguranças, que esperavam do lado de fora da cafeteria. Sempre precisava deles. Os inimigos do meu avô e do meu pai ainda estavam vivos, e, à medida que eu crescia no
POV ETHAN—Onde está a Vanessa?Olhei para o meu relógio; eram sete da noite. Reno me mandou uma mensagem dizendo que já tinha pegado Alicia e a deixado no saguão do hotel.Tudo o que pude ver foi um grupo de jovens homens num canto, um casal de meia-idade tomando café, outro casal que parecia recém-casado, sempre se beijando, e uma família com quatro crianças barulhentas que tinham acabado de chegar para fazer o check-in.Eu tinha uma reunião rápida no hotel com um cliente muito importante, para entregar pessoalmente o contrato assinado e selado de um enorme investimento. Era um cliente mais velho que fez o investimento para os filhos.Soltei um suspiro pesado e fui até o recepcionista masculino.—Você viu uma mulher que acabou de entrar com cabelo azul?—Não, senhor.Droga! Onde ela está?—Tem certeza?—Tenho certeza, senhor —ele assentiu e olhou de lado—. A única mulher que vi foi aquela moça linda ali.Segui o olhar dele e vi os mesmos três homens latinos cercando uma mulher num c