Anny CeliK Ele não se casou comigo por amor. Ele fez isso por conveniência e respeito ao meu pai que havia implorado para Miguel cuidar de mim. Eu era uma promessa, um fardo que ele carregava por obrigação. Mesmo assim, eu continuei tentando. Por quatro anos fui uma esposa dedicada, mesmo quando ele me ignorava. Eu acreditava que o amor poderia nascer com o tempo, mas Miguel era uma parede de gelo que eu nunca conseguia derreter. Então, naquele dia fatídico, decidi surpreendê-lo em seu escritório. Preparei um almoço especial e fui até lá, imaginando que talvez, por uma vez, ele pudesse me olhar com carinho. Mas o que encontrei me destruiu. Diana a mulher que ele nunca havia esquecido, estava lá. Ela estava sentada em sua mesa, rindo de algo que ele disse. Seus olhos, que nunca haviam me olhado com amor, estavam fixos nela como se fosse o centro do universo. Meu coração quebrou naquele momento. Eu sabia que nunca poderia competir com aquele amor. — Anny, o que você está fazendo aqui? — A voz dele era fria, e a irritação em seu tom fez meu peito apertar ainda mais. Sem dizer nada, tirei a aliança do dedo e a joguei sobre a mesa. — Quero o divórcio. Ele sorriu, um sorriso amargo que cortou minha alma. — Os papéis já estão prontos. Estava esperando que você pedisse. — Você nunca me amou, não é? — Minha voz tremeu, mas mantive a cabeça erguida. — Não! As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas eu me recusei a deixá-las me dominar. Ele apenas me olhou com aqueles olhos que nunca me viram de verdade, e naquele momento, soube que estava livre. Livre dele, mas ainda presa à dor de amá-lo.
Ler maisIsabella Duarte Ricci O barulho suave dos motores do avião particular preenchia o silêncio enquanto eu subia as escadas, cada degrau ecoando mais alto do que eu gostaria. O vento da manhã bagunçava meus cabelos, mas minha mente estava distante demais para me importar. Luara estava logo atrás de mim, falando ao telefone com Anthony, enquanto eu entrava na cabine luxuosa do avião. Poltronas de couro impecáveis, cortinas finas balançando levemente e uma mesa de vidro ao centro tudo tão sofisticado e frio, como se o luxo ao meu redor não combinasse em nada com o turbilhão que acontecia dentro de mim. — Gostou? — Luara perguntou ao entrar, jogando sua bolsa em um dos assentos e desabando ao meu lado. — Não é a primeira vez que você voa em um avião, mas sempre parece surpresa. Eu não respondi. Apenas deslizei a bolsa pelo meu colo e retirei o envelope que, até agora, parecia queimar meus dedos. O papel timbrado ainda estava impecável, como se nada pudesse manchar a seriedade do q
Isabella Duarte Ricci O sol da manhã filtrava-se através das cortinas da sala de estar, banhando o chão frio de mármore com um brilho dourado. O silêncio da mansão era quebrado apenas pelo som ritmado dos meus saltos contra o piso, cada passo ecoando de forma quase solene. Eu não costumava acordar tão cedo, não por escolha, pelo menosas hoje era diferente. Hoje, eu estava pronta para partir. A mala de couro preta estava ao meu lado, elegante, discreta, mas pesada o suficiente para fazer qualquer um pensar que eu estava fugindo do país ao invés de apenas viajando para a Espanha. Respirei fundo, ajustando a alça e logo comecei a puxar a mala de carrinho, quando ouvi o som familiar da porta da frente se abrindo. —Isabella! — A voz de Luara soou animada demais para aquele horário. Virei-me e lá estava ela: Luara, com os cabelos loiros levemente desalinhados, ainda com uma expressão de quem mal dormiu. Provavelmente passou a noite toda na casa de Anthony,o que não era nenhu
Dimitri Carter As palavras de Isabella ecoavam na minha mente como um eco cruel, repetindo-se sem trégua. Cada sílaba, cada palavra, estava em minha pele como uma lâmina afiada, reabrindo feridas que eu acreditava já estarem cicatrizadas. Que tolo. A dor nunca tinha me deixado, ela só estava adormecida, esperando o momento certo para ressurgir. Sentei-me na poltrona de couro do meu escritório, uma garrafa de vinho já vazia ao meu lado, enquanto a segunda já estava sendo aberta. O líquido vermelho escorria pela borda da taça, tingindo meus lábios com uma cor que me lembrava sangue. Um símbolo perfeito da minha alma: manchada, suja, irreparável. A noite lá fora parecia tão fria quanto o vazio dentro de mim. As estrelas brilhavam em um céu negro, indiferentes ao meu sofrimento, exatamente como o mundo foi quando tudo desmoronou há sete anos atrás. Eu bebi. Engoli o vinho como se fosse água, esperando que anestesiasse a dor, mas tudo o que ele fez foi avivar as lembranças. Lembra
Isabella Duarte Ricci Saí da mansão de Dimitri sem olhar para trás. Meus passos eram firmes, mas dentro de mim tudo parecia desmoronar As palavras dele ecoavam na minha mente como facas cravadas na pele. "Você não vai me ter e não te desejo nem como uma submissa.” A raiva se queimava dentro de mim como fogo. Eu nunca fui de aceitar menos do que merecia.E naquele momento, eu percebi que merecia algo muito melhor do que Dimitri Carter. A noite estava fria quando cheguei ao meu carro. As luzes dos postes projetavam sombras longas no asfalto, e o motor do Bugatti rugiu quando eu o liguei. Mas, antes que pudesse acelerar, uma mão forte segurou meu braço. — Isabella.— Reconheci o toque antes mesmo de olhar. Era ele. Dimitri estava ali, os olhos tempestuosos, o maxilar travado, os punhos cerrados ao lado do meu corpo. — Tire as mãos de mim.— Minha voz saiu cortante, fria como o metal da minha arma. Mas ele não soltou. — Você atirou dentro da minha casa. Você destruiu um m
Isabella Duarte Ricci A noite estava fria, mas eu não sentia nada além da tempestade dentro de mim. Peguei as chaves do meu Bugatti, um dos carros mais caros e potentes do mundo. Meu pai me ensinou que poder não era apenas dinheiro, mas presença. E a minha presença sempre precisava ser marcante. O motor W16 com quatro turbo rugiu quando liguei o carro. O ronco grave ecoou pela garagem, vibrando nas paredes como uma fera despertando. O interior de couro preto com costuras vermelhas se moldava ao meu corpo, enquanto o painel digital brilhava com os detalhes prateados, exibindo a potência absurda daquele monstro sobre rodas. Acelerei, sentindo o volante esportivo se encaixar perfeitamente em minhas mãos. A estrada se abriu à minha frente como um convite à velocidade. A cada troca de marcha, o motor respondia com precisão, e a cidade se tornava apenas um borrão de luzes enquanto eu cruzava as ruas escuras da Itália. Meu destino? A mansão de Dimitri Carter.Ele era um mistério. Um
Isabella Duarte Ricci A raiva ainda fervia em minhas veias quando entrei em casa, jogando a bolsa no sofá com mais força do que o necessário. O cheiro de café fresco e madeira polida me envolveu, mas nem isso foi suficiente para acalmar a tempestade dentro de mim. Lorenzo, meu pai, estava sentado em sua poltrona de couro, lendo um livro. O jornal do dia estava dobrado ao lado da xícara de café. Quando me viu, ergueu os olhos perspicazes, que sempre pareciam enxergar além do óbvio. — O que está acontecendo, Bella? Soltei um suspiro pesado e afundei no sofá, cruzando os braços. Não queria falar sobre Dimitri Carter. Não queria admitir que aquele homem estava começando a mexer comigo mais do que deveria. Mas Lorenzo era meu pai. Meu porto seguro. Ele sempre soube quando algo me incomodava, mesmo quando eu tentava esconder. — Eu… estou gostando de alguém. — murmurei, sentindo minha garganta secar. Meu pai fechou o livro lentamente e se inclinou para frente, apoiando os cotov
Dimitri Carter Eu não deveria estar aqui. Definitivamente, eu não deveria estar aqui. Mas aqui estava eu, sentado à minha própria mesa, comendo um almoço que ela trouxe para mim. Como se isso fosse normal. Como se eu não tivesse passado os últimos dias tentando convencê-la e a mim mesmo de que não haveria nós. — Está gostando? — Isabella perguntou, sorrindo enquanto girava o vinho na taça. — O prato é bom. — Dei de ombros, levando mais um pedaço à boca. — Mas você ainda é irritante. Ela riu. — E você ainda age como se eu fosse uma pedra no seu sapato. — Porque você é. Ela inclinou a cabeça, apoiando o cotovelo na mesa e me observando como se estivesse tentando desvendar um mistério. — Você se apega rápido demais, Isabella. Isso não é viável para alguém como eu. Seus olhos brilharam com desafio. — Não me apego rápido. Só sei o que quero. E eu quero você. Engoli um gole de vinho e me recostei na cadeira, sorrindo. — O que você quer é um conto de fad
Isabella Duarte Ricci Me sentei no banco de couro do carro,observando a cidade pela janela enquanto pensava no que acabou de acontecer. Eu sabia que Dimitri viria atrás de mim por causa daquela foto. Estava esperando por isso desde o momento em que vi o choque em seu rosto ao perceber que eu não entregaria facilmente.A verdade é que eu nunca me senti assim por nenhum homem, e não tinha experiências amorosas, sem contar que ele deveria ser mais velho, talvez ter dez anos a mais que eu.Só que isso não importava para mim, apesar de importar para ele, toda vez que ele abria aquela boca que eu desejava meus lábios tocar, para me chamar de garota, eu sentia uma pontada de dor no meu coração, eu queria que ele me visse como eu o via, como alguém que ele poderia conhecer e se interessar. Mas o que me intrigava de verdade era a história por trás daquela imagem. O garoto ao lado de Dimitri na foto tinha um olhar familiar. Não sabia seu nome, não sabia nada sobre ele, mas algo naquilo m
Isabella Duarte Ricci Eu nunca gostei de ser subestimada. Talvez tenha sido esse o maior erro de Dimitri Carter ao achar que poderia simplesmente me convocar ao seu escritório e me dar ordens. Ele queria a foto? Ótimo. Eu poderia entregá-la. Mas não sem antes me divertir um pouco com isso. Sentei na poltrona e cruzei as pernas lentamente, observando-o do outro lado da mesa. Ele sustentava meu olhar, mas havia algo ali, algo que poucos homens tinham ao me encarar. Dimitri não parecia intimidado. Não parecia se impressionar facilmente. E isso, de alguma forma, me intrigava. —Se quer tanto sua foto de volta, Dimitri, há um preço. Ele arqueou uma sobrancelha, encostando-se na poltrona de couro com um meio sorriso. —Um preço? Inclinei-me levemente para frente, apoiando os cotovelos na mesa entre nós. —Me convide para jantar. Por um breve momento, o silêncio se instalou no escritório, denso como fumaça. Dimitri manteve o rosto impassível, os olhos frios e calculistas analisan