Dimitri Carter Uma semana depois, sentado em minha cadeira de couro no escritório, observava o relógio impaciente. O detetive que contratei chegaria a qualquer momento. Passei dias remoendo a mentira de Derick e, quanto mais o tempo passava, mais eu sentia que algo estava errado. O clique da porta interrompeu meus pensamentos. — Senhor Carter, eu passei a semana inteira observando seu irmão e a esposa dele — disse o detetive, colocando uma pasta sobre minha mesa. — E ela não pode estar grávida, não como me disse que seria uma gestação de mais de oito meses. Além disso, ela não se consulta no hospital em que sua esposa Natasha também faz consultas. Minha mandíbula se contraiu. Apertei os punhos sobre a mesa enquanto ele continuava. — Mas a Isabella Duarte Ricci, é quem tem ido com frequência ao hospital. Consegui com um amigo meu, segurança de lá, alguns vídeos. Uma enfermeira também me confirmou. O ar pareceu fugir dos meus pulmões. Peguei a pasta, folheando as imagens de vídeos
Isabella Duarte Ricci Uma semana depois daquele jantar com o Tomas, eu saí para ir ao aniversário do meu sobrinho. A noite estava perfeita. As luzes douradas brilhavam suavemente, iluminando cada canto do enorme jardim onde a festa acontecia. Balões coloridos flutuavam no ar, enquanto crianças corriam animadas, rindo e brincando ao redor das mesas decoradas com tons de azul e dourado. Eu observava tudo com um sorriso terno nos lábios. Sentada em uma cadeira confortável, acariciava minha barriga já evidente, sentindo os leves chutes dos meus filhos. Era uma sensação mágica, como se suas pequenas vidas estivessem comemorando junto com a família naquele dia especial. — Eles estão chutando? — perguntou Aurora, minha irmã, ao se sentar ao meu lado. — Sim — respondi, levando a mão dela até minha barriga. — Estão animados, acho que sentem a felicidade no ar. Aurora sorriu emocionada. Estava tão feliz com minha presença na festa do pequeno Theo.O meu sobrinho estava radiante, cercad
Anny CeliK Quando acordei naquele hospital, o rosto dele foi a primeira coisa que vi. Miguel Ylmaz. Tão perfeito e imponente quanto um deus grego, com olhos profundos que pareciam ler minha alma. Ele segurava minha mão, mas seu toque era frio. Não parecia o toque de alguém que amava, mas eu não sabia disso na época. Naquele momento, acreditei que ele era meu tudo. — Sou seu noivo, Anny. Você sofreu um acidente, mas vai ficar bem. — Suas palavras soaram gentis, mas vazias, como se fossem ensaiadas. Eu não percebi. Minha memória havia sido apagada pelo impacto do acidente, e a ideia de que esse homem era meu noivo parecia perfeita demais para questionar. O casamento veio rápido, quase como uma formalidade. Eu mal conhecia minha nova vida, mas estava cega pela ideia de amor. Miguel, o homem mais poderoso da Turquia, estava se casando comigo. Era uma história digna de um conto de fadas, ou assim pensei. Na verdade, era uma tragédia em formação. Durante a cerimônia, ele não sorriu
Miguel Ylmaz Aksoy Diana havia chegado de Paris naquela tarde e me visitou após quatro anos, após ela ter se casado, decidi me casar com Anny, apesar de nunca sentir nenhum tipo de amor por ela. Anny apareceu no meu trabalho no começo da tarde e pediu o divórcio, ao me ver com Diana, era o que eu sempre esperava, toda minha indiferença diante dela, só a fazia continuar tentando se aproximar de mim, até hoje, ela pedir o divórcio. Levei a Diana para minha casa, ela ficaria hospedada lá por um tempo, finalmente eu teria uma chance de estar ao lado da mulher que amei por muito tempo, e a conheço desde a minha infância, deixei Diana no quarto de hóspedes e fui até o meu quarto, tomei um banho e depois desci, foi então que todo caos começou. Eu nunca achei que uma noite pudesse explodir em tamanha confusão, mas ali estava eu, segurando Diana no chão da sala. Ela soluçava, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto eu a ajudava a se levantar. Meu coração disparava, uma mistura de raiva
Anny Celik Ele vai me bater? Naquele momento, eu fechei os olhos com tristeza, e esperava a tapa chegar. Mas não. E no segundo seguinte, o tom soou, ele deu um soco na parede, ao meu lado. Abri os olhos, e vi o homem na minha frente, ele é meu marido, o homem que amo por quatro anos. Meu coração pareceu cair no gelo.Nao tinha mais forças para dizer mais nada.Voltei para o meu quarto com o coração pesado, um vazio enorme que parecia me engolir. Eu queria ser forte, mas quando vi meu vestido de noiva pendurado lá, como um lembrete cruel de tudo que perdi, minhas forças me abandonaram. Minhas pernas cederam, e eu caí de joelhos no chão, segurando o vestido com tanta força que os dedos doíam. As lágrimas vieram sem controle, uma torrente que eu não conseguia parar. Enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, prometi a mim mesma que seria a última vez que choraria por Miguel. Amanhã, eu sairia daquela casa. Amanhã, eu começaria a reconstruir minha vida. Mas eu não tinha re
Miguel Yılmaz Aksoy Eu não estava esperando visitas naquela manhã. Eu tinha acabado de me sentar no escritório, revisando documentos sobre as clínicas que a rede de hospitais planejava adquirir, quando ouvi a campainha soar. Antes que o mordomo pudesse atender, eu mesmo me levantei, intrigado. Quando fui até a porta, encontrei Marc. Meu sobrinho, que crescemos juntos como irmãos. Vestido em um terno impecável, carregava aquele sorriso confiante que sempre o acompanhava. Ele estava com uma mala ao lado, claramente vindo direto do aeroporto. — Marc? O que faz aqui tão cedo?— perguntei, surpreso, mas genuinamente feliz.. — Cheguei mais cedo para o Natal! — respondeu ele, abraçando-me brevemente. — E tenho boas notícias. Mas antes de tudo... onde está Anny? O nome dela foi como um soco. Meu sorriso vacilou por um instante, mas recuperei a compostura rapidamente. — Ela deve estar no quarto. Vou chamá-la.— Não era mentira, mas a situação era bem mais complicada do que ele ima
Miguel Ylmaz Aksoy Desci com a Anny e logo nos juntamos a Diana e Marc para o café da manhã que parecia um estranho, apesar de nós quatro nos conhecermos desde a infância, já que Diana e Anny eram nossas vizinhas por muito tempo. Marc estava sentado à mesa comigo, Diana e Anny. Havia algo nele, em como olhava para ela, que me incomodava profundamente, embora eu não conseguisse entender exatamente o porquê. — Você está linda hoje, que bom que consegui passar o natal com vocês, podemos ir juntos Anny até a casa da nossa família, tenho algo para lhe dar que está lá na mansão dos meus pais— ele disse para Anny, com um sorriso que me irritou imediatamente. Anny agradeceu, sem dar muita importância, mas aquilo me fez cerrar os dentes. Não era como se ela estivesse errada por aceitar o elogio, mas o tom casual de Marc me provocava de um jeito que eu não sabia explicar. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Marc a convidou para sair. — Vamos até a casa da minha família.Te
Anny CelikAcordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto. Quando abri os olhos, encontrei Miguel dormindo ao meu lado. Era estranho estar tão perto dele, como nunca estive em anos, mas decidi não pensar muito sobre isso. Levantei da cama sem fazer barulho, tomei um banho quente e me vesti com um vestido azul simples, que acentuava meu tom de pele. Passei uma maquiagem leve para esconder qualquer sinal de cansaço e desci para a cozinha. Marc já estava lá, sentado à mesa, com um café na mão e um sorriso caloroso no rosto. — Bom dia, Anny. Dormiu bem? — ele perguntou. — Dormi, sim. Obrigada. E você? — Melhor agora — respondeu, com um brilho nos olhos que me fez desviar o olhar. Antes que eu pudesse dizer algo, ouvi os passos de Miguel descendo as escadas. Ele apareceu na sala de estar com uma expressão séria, mas seus olhos me analisaram rapidamente antes de se sentar ao meu lado. — Onde vocês vão? — perguntou ele, a voz carregada de curiosidade e uma pitada de ir