Capítulo Seis

Anny Celik

Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o quarto. Quando abri os olhos, encontrei Miguel dormindo ao meu lado. Era estranho estar tão perto dele, como nunca estive em anos, mas decidi não pensar muito sobre isso. Levantei da cama sem fazer barulho, tomei um banho quente e me vesti com um vestido azul simples, que acentuava meu tom de pele. Passei uma maquiagem leve para esconder qualquer sinal de cansaço e desci para a cozinha.

Marc já estava lá, sentado à mesa, com um café na mão e um sorriso caloroso no rosto.

— Bom dia, Anny. Dormiu bem? — ele perguntou.

— Dormi, sim. Obrigada. E você?

— Melhor agora — respondeu, com um brilho nos olhos que me fez desviar o olhar.

Antes que eu pudesse dizer algo, ouvi os passos de Miguel descendo as escadas. Ele apareceu na sala de estar com uma expressão séria, mas seus olhos me analisaram rapidamente antes de se sentar ao meu lado.

— Onde vocês vão? — perguntou ele, a voz carregada de curiosidade e uma pitada de irritação.

Levantei-me, pegando minha bolsa e sinalizando para Marc que era hora de irmos.

— Não precisa se preocupar, Miguel — respondi, com um tom mais frio do que eu pretendia.

Marc se levantou também, lançando um olhar de provocação para Miguel antes de me acompanhar até o carro.

Dentro do carro, o silêncio era confortável, mas Marc quebrou-o com uma pergunta gentil.

— Você está bem, Anny?

Olhei para ele e forcei um sorriso.

— Estou, Marc. Vai ficar tudo bem.

Ele assentiu, mas parecia preocupado. Em pouco tempo, chegamos ao hospital. Ao entrarmos, Ferman, o pai de Marc, nos recebeu com um abraço caloroso.

— Anny, a melhor nora de todas! — exclamou ele, sorrindo.

Marc riu, balançando a cabeça.

— Pai, você só tem uma nora. Não precisa exagerar.

Ferman lançou um olhar divertido para o filho antes de continuar.

— Talvez, mas ela é a melhor!

Lion, o tio de Marc, entrou na brincadeira.

— Parece que você também queria uma esposa como a Anny, hein, Marc?

Eu fiquei instantaneamente envergonhada. A ideia de ser o centro dessas brincadeiras me incomodava mais do que eu gostaria de admitir, mas Marc apenas riu.

— Talvez eles tenham razão — brincou Marc, piscando para mim.

Seguimos para o consultório recém-inaugurado de Marc. Era um espaço moderno e elegante, refletindo a dedicação e o talento dele. Ele olhou para mim com uma mistura de orgulho e vulnerabilidade que me surpreendeu.

— Sabe, Anny, você é a única pessoa no mundo que eu gostaria que estivesse comigo neste momento.

Fiquei em silêncio, surpresa pela sinceridade de suas palavras. Ele continuou.

— Depois de anos viajando, finalmente sinto que estou em casa. E estar ao seu lado faz isso ainda mais especial.

Meu coração apertou. Marc sempre foi meu melhor amigo, alguém que eu podia confiar, mas ouvir essas palavras trouxe uma intensidade inesperada.

— Eu também senti sua falta, Marc. Você sempre foi meu melhor amigo.

Ele sorriu, mas havia algo mais em seu olhar.

— Parece loucura dizer isso, mas nos últimos anos tentei encontrar alguém como você. Percebi que não tem como. Você é única, Anny. Incrivelmente linda.

— Marc...

— Nunca tive inveja de Miguel. Mas, se alguma vez senti algo parecido, foi por ele ter sido casado com você.

A sinceridade dele me deixou sem palavras. Meu coração estava uma bagunça, dividido entre as memórias de Miguel e a presença constante de Marc.

Olhei para ele, sem saber o que dizer, e então sorri, um sorriso pequeno, mas honesto.

— Obrigada, Marc. Isso significa muito para mim.

O dia passou, mas as palavras dele ficaram gravadas em minha mente. Eu sabia que precisava enfrentar meus sentimentos, mas naquele momento eu só pensava em uma única coisa, e era ter a empresa do meu pai de volta, nem estava me importando em estar fingindo ser esposa do maldito Miguel, eu só queria ter de volta a única lembrança quee restou do meu pai e eu aguentaria duas semanas, mesmo que cada vez que via o Miguel me causava desgosto e repulsa por sua mediocridade, mas infelizmente não escolhemos quem amar, mas eu estava transformando esse amor em raiva.

O Ferman nos convidou para jantar com ele e a senhora Leyla, fomos até a mansão da família, assim que cheguei lá o Miguel já estava, abracei a Leyla e logo todos jantamos, foi então que o meu ex-sogro disse:

—Neste natal um de vocês irá ter todo o poder das redes hospitalares Aksoy.

—Meu sogro, o senhor é sábio, mas se me permite dar uma opinião gostaria de dizer algo.

—Claro minha nora, você sempre pode dizer tudo que pensa.

Miguel olhou para mim, parecendo um cachorrinho com medo, eu fingi que ele não estava lá e continuei:

—O Marc é a melhor opção para o cargo, ele já é médico, ama o que faz, tem diversas especializações na área e tenho certeza de que ele é o mais apto para o cargo.

—Nossa querida, mas e quanto ao seu esposo?—disse a senhora Leyla.

—Ele é ótimo como advogado e acredito que essa profissão cai bem nele, não o vejo comandando uma rede de hospitais, não é mesmo querido?

continua...

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