Capítulo Dois

Miguel Ylmaz Aksoy

Diana havia chegado de Paris naquela tarde e me visitou após quatro anos, após ela ter se casado, decidi me casar com Anny, apesar de nunca sentir nenhum tipo de amor por ela.

Anny apareceu no meu trabalho no começo da tarde e pediu o divórcio, ao me ver com Diana, era o que eu sempre esperava, toda minha indiferença diante dela, só a fazia continuar tentando se aproximar de mim, até hoje, ela pedir o divórcio.

Levei a Diana para minha casa, ela ficaria hospedada lá por um tempo, finalmente eu teria uma chance de estar ao lado da mulher que amei por muito tempo, e a conheço desde a minha infância, deixei Diana no quarto de hóspedes e fui até o meu quarto, tomei um banho e depois desci, foi então que todo caos começou.

Eu nunca achei que uma noite pudesse explodir em tamanha confusão, mas ali estava eu, segurando Diana no chão da sala. Ela soluçava, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto eu a ajudava a se levantar. Meu coração disparava, uma mistura de raiva e preocupação tomando conta de mim.

Quando olhei para Anny, minha esposa, ela estava parada, os braços cruzados, com aquele maldito sorriso debochado nos lábios.

— Você perdeu a cabeça, Anny? — gritei, incapaz de conter a ira.

— Eu? — Ela arqueou uma sobrancelha, um tom de falsa inocência na voz. — Por que não pergunta para sua preciosidade aí? Foi ela quem caiu.

— Não se faça de santa! — disse Miguel — Eu sei que você a empurrou.

Ela soltou uma risada seca, cheia de desprezo, como se eu tivesse acabado de contar a maior piada da noite.

— Claro, Miguel, claro. Porque tudo o que sai da boca dela é verdade absoluta, não é?

Minha paciência estava no limite. Eu apontei o dedo para ela, tentando manter o controle da situação, mas cada palavra dela me corroía.

— Anny, não comece com isso. Eu estou falando sério. Você não tinha o direito de machucá-la!

Ela deu um passo à frente, me enfrentando de frente, como sempre fazia. Seus olhos estavam cheios de algo que eu não conseguia decifrar — raiva, talvez, ou mágoa.

— Vocês dois realmente foram feitos um para o outro — disse ela, cada palavra carregada de veneno. — Você acredita cegamente em tudo o que ela diz. Como é patético que ame uma mulher que mais parece uma fruta podre: linda por fora, mas por dentro... bom, por dentro ninguém pode desfrutar de nada, porque não há nada que preste.

— Miguel, não se zangue — Diana interrompeu, sua voz doce e carregada de modéstia. — Ela está apenas com ciúmes do nosso amor. Deve ser difícil para ela não ter o seu amor.

Eu senti algo explodir dentro de mim. Anny sempre foi difícil, mas Diana... Diana sabia exatamente o que dizer para inflamar o ego da Anny.

— Você agora fala? — gritei para Anny. — Sempre foi calada, sempre evitou confrontos. Mas agora ousa dizer que Diana é uma fruta podre?

Ela me encarou sem desviar os olhos, sem piscar, e por um momento, eu vi algo ali — não era apenas raiva, era dor. Mas Anny, sendo Anny, não cederia.

— Não me calo mais, Miguel— ela respondeu, firme. — Eu já engoli muito. Já me rebaixei mais do que deveria. Mas me humilhar? Isso eu não vou aceitar.

Eu senti meu corpo tremer de tanta raiva. Antes que pudesse pensar, minha mão se ergueu. Não para ela, mas a proximidade fez com que Anny fechasse os olhos, esperando... esperando que eu fizesse algo que nunca faria.

Ao invés disso, eu dei um soco na parede ao lado dela. O impacto foi tão forte que senti a dor irradiar pela minha mão.

— Você está se tornando insuportável, Anny.

Ela abriu os olhos lentamente, e o que vi me desarmou. Não havia medo ali. Apenas um olhar frio, cheio de mágoa e orgulho e tristeza,meu coração por um momento disparou ao vê-la com aquele olhar, algo dentro de mim, queria consolá-la.

— Eu te amo, Miguel. Mas não o suficiente para me destruir por você — ela disse, a voz baixa, mas firme. — E muito menos para assistir enquanto você se arrasta por alguém que nunca será capaz de te amar de verdade, alguém que finge ser inocente.

Antes que eu pudesse responder, ela deu as costas e saiu da sala. Eu fiquei parado ali, com Diana ainda ao meu lado, as palavras de Anny ecoando na minha cabeça.

Amor? Eu nunca a amei. Pelo menos, não do jeito que ela queria. Mas naquele momento, eu senti algo apertar meu peito, algo que não consegui identificar.

Diana se aproximou, tocando meu braço.

— Não se preocupe, querido. Ela só está tentando te manipular.

Eu não respondi. Porque, pela primeira vez, eu perguntei-me se não era eu quem estava errado o tempo todo.

continua...

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