O lindíssimo Príncipe Herdeiro de Marlenout é o homem mais revoltado do reino, com seu desejo de liberdade tomado desde o ventre ele tenta de todas as formas conquistar a independência. Impulsivo, arrogante, vaidoso e rude, verá a sua vida virar de cabeça pra baixo quando se apaixonar perdidamente pela camponesa que ele detestava com todas as forças e terá de lutar em favor de um amor proibido pelo rei, nessa luta ele irá amadurecer e descobrir coisas que antes lhe passavam despercebidas, e quando chega o felizes para sempre: é aí que o tormento começa... As Crônicas de Marlenout conta a história de um reino, um amor, uma tragédia, uma procura, várias reviravoltas e mistérios com uma pitada de clichê e um punhado de originalidade que com certeza vai te surpreender e te prender do início ao fim.
Ler mais"Por decreto do rei Willian Trento Rouis IV todos os meninos adotados na idade entre 11 e 13 meses devem ser apresentados à coroa real para receber tributos.*A família que possuir um menino adotado dentro desse padrão e não apresentar à coroa, será julgada como traidora do trono.P. M. Georgie Julius"TrentoEu não acordei no dia seguinte achando que era um pesadelo. Isso realmente aconteceu. Perdi a Hadassa, e para sempre. Sem esperanças.A vida pode ser muito cruel.Não vou gritar mais. Não vou espernear feito um menino de castigo, apesar de ser a minha vontade.A Hadassa mudou a minha vida, antes eu era um homem à toa, com pensamentos egoístas e sem sentido pra vida. Ela me ensinou que é gostoso amar, que é gostoso eu me preocupar... Me ensinou as piores dores, me ensinou os melhores prazeres...O amor da minha vida...E se há a
TrentoHadassa está no quarto. Preciso entrar lá e ver como ela está, mas o médico disse que ela precisa descansar bastante, ela não pode fazer o mínimo de esforço, a situação dela é muito delicada e eu custo a acreditar que algo assim esteja acontecendo.Não. Não com a Hadassa.O que irá me acontecer se algo de pior acontecer com ela?Maldição!Eu devo ter cometido muitos pecados para merecer passar por essas dores terríveis dos últimos tempos. Devo ser amaldiçoado, e a pobre Hadassa está pagando por isso. Isso, é tudo culpa minha. Eu sempre fui um homem mau, e agora a vida está me cobrando.— Majestade...— Agora não.— Vossa majestade deves julgar o caso...— EU JÁ DISSE QUE AGORA NÃO!— Do homem que atacou a rainha...— Leve-o até a sala do trono. — Peço cheio de ódio.Haian sai
TrentoOntem houve um banquete em homenagem à minha rainha. Um banquete especial apenas para os mais próximos à nós.O tio de Hadassa ficou extasiado, quase teve um ataque do coração. Minha mãe quase enlouqueceu de felicidade ao contemplar a Hadassa. Estranhou a aparência, mas ficou feliz. E é essa reação que o povo terá. Porque a Hadassa é o nosso sol. E agora nosso país irá ter o brilho de antes. Ainda mais forte que antes.Já faz dois dias que chegamos, estamos muito felizes... Ainda sinto uma leve tristeza mas estou sempre expulsando-a longe de mim, quero só a felicidade. Porque estou mesmo feliz.Às vezes me passa um pensamento negativo em minha cabeça de que ela não está aqui por vontade própria, ou que está fingindo me amar... Mas é pura insegurança, insegurança de alguém que foi castigado com a ausência dela.O que mais eu quero? Nada mais que a minha linda do
TrentoNão precisamos tomar o navio. Eis a minha grande surpresa: as próprias mulheres o tomaram de volta.O caminho até aqui foi muito mais fácil que antes, o navio havia acabado de encostar nas costas de Kahabe, os céus devem estar ao nosso lado. O mundo está girando de forma a nos favorecer.E aqui estamos nós: um pequeno grande grupo de homens vs um pequeno grande grupo de mulheres, os homens curiosos e zombeteiros, as mulheres raivosas e loucas para enfiar a espada em alguma coisa. Nunca imaginei que veria uma cena dessas.- Estou muito orgulhosa de vocês. - Ouço Hadassa dizer às mulheres que estão me olhando com curiosidade.- Então, ele é mesmo alguém importante? - Uma das mulheres perguntou com um tom zombeteiro.- Me desculpem, não lhes falei nada sobre a minha vida, mas, foi exatamente para não falar da minha vida que eu havia me tornado outra
Trento- Fico feliz demais por vocês dois.- Eu sei que fica, eu mesmo nem consigo acreditar que eu estou feliz novamente... Parece que saiu um peso dos meu ombros, sabe? Aquela sensação de angústia que eu sentia à todo momento, foi embora?- Você não sabe o quanto eu realmente fico feliz, você estava parecendo uma donzela de tanto que se lamentava.- Eu não me lamentava!- Se colocasse um vestido ninguém iria imaginar que era um homem.- Será que pode demonstrar mais respeito com o seu rei?Filipe apenas ri.Estou contando os últimos acontecimentos para o Filipe, eu não consigo demonstrar meu sentimento. Minha vontade é de dizer ao mundo todo o quanto estou feliz. Acabamos de ter uma breve reunião que era necessária.- Espero que tenhamos sucesso no resgate ao Masher... Precisa ouvir as baboseiras que eu
HadassaEnquanto o navio navega com uma boa velocidade, eu me perco em meus perturbados pensamentos observando a imensidão de azul que se unem, envolvendo céu e mar.Eu me distrai, e muito ainda. Também, eu não estava em condições de fazer alguma coisa. O Trento se meteu, eu não deveria deixar isso afetar a minha cabeça e minhas atitudes, mas está fora do meu controle! Não posso negar que eu o amo e que ele é o mundo para mim. Foi por isso que eu me distrai. E agora as minhas companheiras estão pagando por isso.Mas vamos lá. Foco. Vamos por tudo em ordem.E aqueles malditos criminosos?Vou jogá-los ao mar.Eles merecem morrer afogados.Mal vejo a hora de estar lá, expulsando-os do Masher.- Espero não ser o alvo da sua ira. - Trento se aproxima de mim por trás, ousando permitir que seu peitoral toque as minhas costas.
TrentoEstou em uma reunião improvisada de última hora com alguns de meus conselheiros.- Majestade, temo que o povo não queira receber a rainha de braços abertos. - Lenne diz assim que eu conto o acontecido.- Se o próprio rei decidiu perdoar a rainha, o povo precisará apenas aceitar, o rei é a lei. - Guedes diz encarando o Lenne.- Não há nada que perdoar, não há nada que aceitar, já existe alguém pagando por esse terrível mal entendido, minha prima criminosa já está onde ela merece.- Mas, Majestade, temo que...- Vou reforçar a ordem, esse assunto é totalmente confidencial, lá fora eu não quero que digam uma palavra do que está sendo dito aqui. - Interrompo.- Irei selecionar os nossos homens, os mais bravos e confiáveis. - Filipe.- Ótimo. - Digo me levantando. - Partiremos amanhã, ao amanhecer.Estou
HadassaEstou em Marlenout, não acredito que estou em Marlenout.Que vontade de ir até meu tio e abraçá-lo. Implorar perdão por tê-lo deixado. Abraçar minhas amigas, principalmente a Luara. Implorar por perdão.Dizer que não tive culpa, que eu fui obrigada a fugir.É muito estranho estar aqui. A sensação de estar de volta é forte, as vezes parece que nada mudou, por breves segundos eu me esqueço de tudo o que me atormenta.Seria tudo tão mais fácil se eu simplesmente tivesse que perdoá-lo.Afinal, quem teria agido de forma diferente? Todos cremos no que os nossos olhos veem, oh, se simplesmente eu pudesse perdoá-lo, mas, não, não posso me dar ao luxo de ousar tentar ser feliz.- Certo, vamos fazer isso. - Digo me encarando no espelho de um dos inúmeros aposentos que existe no castelo.Impl
HadassaNão consigo parar de pensar nas mulheres, no Masher... Preciso ajudá-las... Elas provavelmente estão sendo estupradas e espancadas, se é que ainda estão vivas...- Ei, minha rainha, não se preocupe, iremos ao resgate do Masher. - Ouço uma voz gentil me distraindo dos meus pensamentos.Droga.Será que ele não entende que eu não sou mais a rainha dele?- Trento, se você me deixar aqui mesmo onde estamos, já está fazendo muito por mim! Eu consigo muito bem fazer tudo sozinha. - Peço olhando para a paisagem de fora.Estamos em uma carruagem, ruma à Marlenout. Eu daria muito pra não ter que enfrentar tudo isso.Meu peito está muito apertado. É demais pra mim.Por isso eu não posso pensar em mim mesma, eu não aguentaria...Devo focar no que realmente importa, salvar o Masher e as mulheres.