REI WILLIAN:
Estou com os dentes cerrados e as mãos grudadas no punho, irado. Não consigo entender como foi que meu plano deu tão errado.
— Explique bem para mim, general... como isso aconteceu?
O general respira fundo, é visível o pânico e arrependimento em suas expressões.
— Vossa majestade conhecia o príncipe Trento... ele era difícil... — ouvi-lo dizer sobre o meu filho no passado, me destrói por dentro, mas não deixo transparecer, infelizmente entramos em guerra contra Kahabe. — Ele desceu do navio com Filipe e foram resgatar os soldados sozinhos...
Levanto-me da cadeira chocado com tamanha incompetência de Haian.
— ESTÁ EXPLICADO, GENERAL! A CULPA É SUA! VOCÊ SABIA O QUE TINHA DE FAZER E SIMPLESMENTE O DEIXOU IR SOZINHO? — Questiono alterado, com lágrimas tristes escorrendo pelo meu rosto.
— Ma-majestade, ele não me ouvia! — exclamou apavorado.
— Ou talvez você quisesse que ele morresse, não é isso? você eatá preso, general! Desobedeceu uma ordem direta de seu rei! GUARDAS! — dois guardas que estavam de guarda do lado de fora do meu gabinete entram — Levem-no para as masmorras! — encari-o, ele me devolve um olhar de compreensão.
Depois do episódio perturbador no gabinete eu vim até os soldados que estavam reunidos do lado de fora do castelo aguardando minha conversa com o general:
— KAHABE DECLAROU GUERRA! ELES TIRARAM O HERDEIRO DE MARLENOUT DE NÓS, E TIRAREMOS TUDO DELES! — Grito com ódio e decisão.
— Éh! Éh! Éh! — esbravejam de volta com a mesma fúria que eu.
Meu teimoso amado filho... como isso foi acontecer? Garth me traiu... Garth não sabe o que arrumou para a cabeça! Antes que eu morra irei fazer minha última tarefa nesta terra... vingar o príncipe herdeiro de Marlenout!
QUARENTA DIAS ANTES...
TRENTO:
— Não deveríamos fazer isso, Trento! — Filipe choraminga atrás de mim.
Estamos sondando nosso navio, Haian está no local combinado... nas costas das ruínas abandonadas.
— Vá, soldado! — Digo para um dos cinco soldados que Filipe e eu resgatamos com a ajuda de kahabeanos companheiros meus... não foi difícil como eu pensei.
Filipe e eu sempre navegamos até Kahabe para nos divertir, o povo kahabeanos sabe muito mais da vida do que os marlenoutenos. Eu e Filipe participamos de um grupo de lutas aqui em Lusem, um grupo secreto e que vez ou outra faz serviços em benefício de cada integrante, como eu ainda nunca havia precisado de nada eu os contatei para ajudar-me a resgatar meus soldados e o mensageiro. Estavam todos em prisões de luxos e sendo bem tratados... estranho, muito estranho, entretanto eu não estou familiarizado com essas situações.
— M-mas, alteza... não virá conosco? — O soldado questionou, confuso.
— Soldado, como é o seu nome? — pergunto segurando em seus dois ombros.
— Matias, senhor — Respondeu olhando-me nos olhos.
— Bom, soldado Matias, infelizmente, o príncipe Trento e seu amigo Filipe morreram em combate heroicamente ao resgatar seus fiéis soldados... entenderam? — questiono, fitando um por um dos soldados presentes.
— Sim — todos assentiram nervosos e confusos.
— E não pense em me desmentir! se eu souber que alguém desconfia de que estou vivo eu irei procurar vocês seis! — ameacei empurrando o barco deles para a água.
Eu e Filipe ficamos rindo abanando as mãos em despedidas para os soldados que nos devolviam a despedida nervosos e aflitos.
— Eu acho que não deveríamos fazer isso! — Filipe repete atrás de mim.
— Eu lhe dei a escolha de decidir se ficaria comigo ou se iria com eles! — lembrei-o.
— Eu estarei com você para o que der e vier, você sabe... — respondeu e se afastou em direção ao cavalo.
Isso é necessário, infelizmente. Meu pai precisa entender que tudo tem consequências e eu não sou uma peça de xadrez que ele pode mover conforme a sua próxima jogada.
DIAS ATUAIS... REI WILLIAN: — Por que tinha de ser tão teimoso, meu filho? — estou lamentando sob a pintura do meu filho, em minhas mãos.Na pintura ele está sorrindo... um sorriso natural de livre e espontânea vontade, não um sorriso debochado o qual ele sorria na maioria do tempo. Ele está correndo em Rajão pelos jardins do castelo. Esta pintura foi tirada pelo pintor Juan Carlos, o melhor pintor de Marlenout, o melhor por que ele tem memória fotográfica e suas pinturas podem ser facilmente confundidas com uma imagem real. E agora Trento limitou-se à lembranças nem tão boas, não nos comunicávamos com muita frequência, fui muito duro com ele.Deposito o quadro de Trento em seu lugar e me encaminho até os aposentos da minha rainha, ela está desolada e não quer falar comigo, já se passaram dois dias desde que recebemos a notícia de que nosso amado filho morreu e ela ainda não
TRENTO: — Não quero nem estar presente! partirei para Óvlis hoje ainda! — Filipe comenta visivelmente amedrontado quando já estamos quase chagando nas areias de Marlenout.Alguns dias depois que o navio de Marlenout zarpou levando a notícia de nossa morte, nós zarpamos no navio do nosso grupo secreto, o navio Negro, que nos deixou com uma bússola em um barco há algumas horas das margens de Marlenout.Eu me arrependi! não vou negar que me pareceu muito atraente a ideia de ver meu pai se culpando pela minha morte, contudo... e a minha mãe? E todo o povo de Marlenout? o que pensariam de mim quando soubessem que tudo não passou de mais uma brincadeira do príncipe Trento? e o mais preocupante de todos... e se meu pai atacar Kahab
TRENTO:Ela está me encarando com olhos apreensivos, é perturbador o quanto está nervosa.— Por que não me entrega isso? — com um golpe habilidoso eu retiro a espada de suas mãos e ela rapidamente tenta correr, eu a seguro pelos cabelos fazendo-a parar de imediato.Oh, belos cabelos.— Solte-me! — tenta escapar,debatendo-se — seu fedido! Solte-me!Ela está claramente me insultando e dentro de seus olhos eu posso ver faíscas de raiva, quem essa insolente pensa que é para sentir raiva de mim? Seguro seus braços e prenso-a novamente contra a pedra, a moça me olha com um olhar de desafio, porém é notável o leve desespero.— Eu tenho que te agradecer por ter cabelos tão compridos! — Sorrio pegando em seu cabelo macio, são massagens para as minhas mãos — ou eu teria de correr atrás de você, — aponto o dedo indicador — é claro que eu teria te alcançado no terc
TRENTO:Estamos caminhando há uns vinte minutos, o castelo já esta à vista, estamos pelo caminho menos frequentado, não queremos ser reconhecidos, seria o maior falatório e pessoas atrás de mim.— Estão indo para o castelo real? o que vocês planejam fazer? por que vão me levar junto com vocês? seus malditos! Brando vai matar aos dois! — a jovem Hadassa tagareleia incansavelmente, se eu não tivesse arrancado a espada das mãos dela, eu seria atacado pelas costas.Eu tenho uma lista de coisas que planejo fazer com a minha volta, porém livrar-me dessa moça é prioridade.— Já lhe falei que serei seu rei, é normal que eu vá até o castelo, não concorda? — respondo sem olhar para trás, ela já tentou escalar algu
HADASSA:Eu estava morrendo de medo! Desde que o sujeito me segurou pelos cabelos eu me senti amedrontada, eu realmente achei que morreria e quando eu percebi que ele tinha a intenção de assassinar o rei Willian eu me desesperei, eu deveria ter dado ouvidos para o Brando. Entretanto, afinal quem era aquele desconhecido todo sujo e metido à charmoso? O ego dele era quase palpável e era isso que me deixava instigada em confrontá-lo.Eu quase tive um ataque cardíaco no momento em que os guardas se prostraram perante à ele, e a minha alma deve ter saído fora do meu corpo quando ele abriu a porta em que o rei estaria, não sei como eu não desfalecido... contudo, agora, não posso negar que fui surpreendida. Ele é o príncipe Trento! Agora entendo a arrogância e o ar de superioridade... Ele realmente é o príncipe.Como assim ele está vivo? Será que cumprirá sua promessa de me prender nas
LUARA:Estamos todas em expectativas, o rei Willian está prestes a nos passar a tarefa que teremos de cumprir para ser a vencedora.Até poucos dias eram bastante de nós, não sei de que forma restaram apenas nós quatro, acho que passamos em algum teste sem sabermos.Pelo que eu entendi, passaremos por exercícios e a vencedora será a escolhida. O rei pensa que não sabemos qual será o prêmio, entretanto, eu e Hadassa sabemos que será o casamento com o príncipe, já a Sara e a Daisi provavelmente não sabem.Minha mãe quase teve um ataque cardíaco quando soube que Hadassa é uma candidata, reclamou de como o primeiro ministro não tem noção alguma e falou que assim que a rainha por os olhos nela irá dispensá-lo pois tem m bom gosto. Já o meu pai, pediu para que eu me tornasse muito amiga da Hadassa, isso me traria vantagem caso ela fosse a rainha... e claro, também me instruiu a fazer de tudo par
HADASSA:Estamos eu, a Luara e a Sara nos preparando para irmos embora. Bom, a Sara está hospedada no castelo mesmo.- PAAAAAAAAAAAAI! - Um grito mais parecendo com um trovão chama a atenção de todas nós.- Ouviram isso? - Perguntei para as duas.- Quem não iria ouvir? - Sara.- É o príncipe. - Luara falou olhando para os lados, como se estivesse o procurando. - Na certa está com algum chilíque.Sara revirou os olhos. Pelo visto ela também não gosta dele.- PAAAAAI! - O príncipe repetiu e sua voz estava bem mais próxima de nós três agora.E ele passou pelo corredor, a porta do lugar onde estamos está aberta e ele olhou para nós.Segundos depois qu
SARA:Estou no jardim real admirando as belas rosas vermelhas que nunca vi tão belas, quando sinto alguém atrás de mim. Viro-me às pressas, pode muito bem ser o príncipe.- Está tranquila, senhorita Duarte? - O professor me pergunta e essa é a minha oportunidade para o repreender.Ele está vestindo seu típico blazer preto até o meio das coxas, seu cabelo penteado para trás brilha, e em seus olhos posso ver um pequeno reflexo de preocupação.- Professor Otávio, eu não irei perdoar o senhor por me apresentar como uma candidata. - Digo ressentida. - O senhor sabe muito bem o que eu penso sobre o príncipe!- E o que tem o príncipe com o concurso? - Aproximou-se alguns passos e eu recuei alguns e senti espinhos sobre minhas costas e l