Série Caminhos do Amor apresenta Isabela Saladino, uma intérprete fluente em árabe que trabalha para o Sheik Youssef. Ela se envolve com Zein, o filho mais novo do Sheik, e descobre estar grávida após sua morte. No funeral nos Emirados, Isabela é aprisionada no palácio, onde descobre o plano do Sheik de tomar seu filho após o nascimento. Sem conseguir escapar, ela enfrenta o controle do filho mais velho, Raed, que propõe um casamento inesperado para resolver a situação. Outro resumo: O enredo gira em torno de Isabela, que, após a morte de Zein, viaja para os Emirados Árabes para o funeral. Lá, ela se encontra presa em uma teia de costumes e convenções familiares que ameaçam sua liberdade e o direito de criar seu filho. A história mantém o leitor intrigado, especialmente com as ações inesperadas de Raed, que quebra sua postura rígida em momentos chave. Além disso, o próprio crescimento de Isabela como personagem traz reviravoltas emocionantes. No geral, a história atrai ao misturar a intensidade de um drama familiar com um romance proibido e complexo, enquanto revela os desafios e belezas de um mundo culturalmente rico. É uma jornada de descoberta, tanto para os personagens quanto para o leitor.
Ler maisEle franze a testa.—Por que foi embora? Insegurança?Eu respiro fundo.—Vi seu pai doente, e eu “o motivo” da discórdia entre vocês. Você infeliz, como se carregasse o mundo nas costas. Então perdi o bebê. Somando-se a isso, eu não tinha certeza de seus sentimentos. Tive medo de que seu passado o estivesse influenciando a ficar comigo.Raed funga e me olha com dureza nos olhos.—Por que se envolveu com Luke?Eu respiro fundo.—Era um acordo comercial. Ele é um homem volúvel e precisava de uma pessoa que estivesse sempre com ele, mas sem compromisso. Tudo isso para passar uma imagem de homem sério. Kate me contratou quando viu que eu era a pessoa ideal, pois eu não o olhava como a maioria das mulheres. Eu era totalmente imune ao charme dele.A feição de Raed não melhora.—Ela me contou. —Ele confessa. Então me olha. —Mas por que você não ficou com sua tia até tudo se resolver?Seus olhos continuam duros.—Minha tia não gosta de companhia. Ela tem suas manias. Adora sua vida independent
Raed funga.—Você era mulher difícil de se conquistar. Eu estava investindo nisso para te pedir em casamento. Sinto-me até frustrado, pois nunca parece ser um bom momento.Eu o abraço.—Eu? Difícil de conquistar?—Sim... —Ele me diz com o semblante triste.—Eu me caso.—O quê?—Raed, não sei como, mas eu te conheço. Eu posso não ter as lembranças, mas eu sei que nunca me sentirei bem com alguém como quando estou com você. Eu não tenho dúvidas que você é um homem maravilhoso. Não quero que esse acidente atrapalhe nossos planos. Eu acredito que eu queria me casar com você, não queria?Vejo, em alguns instantes, o conflito em seu rosto.—Acredito que sim. —Surpreendi-me com seu tom de voz, é como se ele não tivesse certeza. Algo acontecera. Sem sombra de dúvida. — Mas eu acho melhor você se lembrar. Aí sim, voltaremos a ter essa conversa. —Ele diz, parece inseguro ainda.—Bem, você é quem sabe. Se quer que sua mulher passe uma imagem errada...Raed me pega pelos ombros.—Eu te amo. Todos
Não acredito que ele tinha as fotos esse tempo todo com ele e não me mostrou!—Essas são da Itália.Eu sorrio.—Itália?As mãos de Raed parecem tremer e ele me entrega o celular.—Passe os dedos na imagem para avançar.Imagens de nós dois começam surgir. Em castelos, videiras, em oliveiras, paisagens ao fundo. E uma minha sozinha fazendo pose.—São lindas Raed. —Entrego para ele o celular.Kate quer ver também. Raed dá o celular para ela. Ela sorri para nós, seus olhos brilham com as lágrimas. Então ela o entrega para Raed.—Kate te ajudará a se trocar. Vou esperar lá fora.—Está certo.Quando ele saiu eu ri.—Você me parece feliz em ir com ele.—Como não estaria? Raed tem sido um amor. Seus olhos refletem isso. Parece que eu o conheço a vida toda. Estou mais surpresa do que amedrontada de ir com ele.—Você é uma garota de sorte! Esse homem te ama.—Verdade. Eu me sinto mesmo.Saio do hospital como se estivesse entrando em um mundo novo. Olho tudo, observo as pessoas. Raed sorri de me
IsabellaSinto uma leve pressão na minha mão, e, mesmo adormecida, isso me traz uma sensação de calor. Como se, no meio desse vazio em que me encontro, houvesse algo firme, algo real.Aquele homem... Raed. Seu nome ecoa na minha mente como uma melodia distante. Não sei quem ele é, mas, de alguma forma, sinto que posso confiar nele.Por que não consigo me lembrar? Por que minha mente está tão em branco, mas meu coração reage ao som da voz dele, ao toque suave de suas mãos?Mesmo sem respostas, me agarro a essa sensação. Por enquanto, é tudo o que tenho.RaedA madrugada passa lentamente. Não consigo sair de perto dela, mesmo quando as enfermeiras insistem que eu deveria descansar. Como posso descansar enquanto ela está aqui, lutando para se lembrar de quem é? De quem somos?Com o amanhecer, o médico entra no quarto, interrompendo meus pensamentos. Ele examina Isabella com cuidado enquanto faço perguntas rápidas, tentando controlar a ansiedade.— A perda de memória é comum em casos de t
Desligo o telefone com as mãos trêmulas, o coração batendo como se quisesse sair do meu peito. O mundo ao meu redor parece girar, e por um momento, sinto como se o chão fosse desaparecer sob meus pés.Isabella... Minha Isabella...A imagem dela saindo do quarto, destruída, com lágrimas nos olhos e segurando a alça rasgada do vestido, toma conta da minha mente. E agora, ela está lutando pela vida? Tudo por que eu não consegui controlar meu orgulho?Pego meu casaco apressadamente e desço para o saguão do hotel, cada passo mais rápido que o outro. Minhas mãos ainda tremem enquanto peço ao recepcionista para chamar um táxi. A espera é insuportável, mas logo o carro chega, e entro quase correndo.— Hospital São Marcos, o mais rápido que puder! — ordeno ao motorista.A viagem parece uma eternidade. Cada segundo perdido me consome, como se eu pudesse ouvir os ponteiros do relógio contando o tempo que resta. Tento controlar a respiração, mas minha mente está repleta de cenários horríveis. E s
Raed me encara, seu olhar como uma lâmina, cortando o que resta da minha dignidade. Ele cruza os braços, imponente e cruel, sem dizer uma palavra. O silêncio entre nós é pesado, sufocante.Eu caminho em direção à porta com a cabeça erguida, mas o peso das lágrimas ameaçando cair torna difícil manter a compostura. Quando minha mão toca a maçaneta, sinto sua voz atrás de mim, gelada e cortante:— Não volte.Paro por um segundo, meu coração implorando por qualquer sinal de que ele ainda se importe, mas eu sei que qualquer coisa que ele disser agora só vai me ferir ainda mais. Sem olhar para trás, abro a porta e saio.No corredor, a porta se fecha com força atrás de mim, um som que ecoa como o final de algo que não sei se algum dia poderá ser reconstruído. Respiro fundo, tentando me recompor, mas meu corpo treme.O elevador parece demorar uma eternidade para chegar, e quando finalmente entro, me vejo sozinha. Assim que as portas se fecham, a máscara de força que eu mantinha cai, e as lágr
A porta se abre, e lá está ele. Raed.Ele está sem o casaco usando apenas uma camisa social de seda desabotoada no topo, deixando à mostra um vislumbre sedutor de seu pescoço esculpido e o peito firme, marcando sua presença com a mesma aura de poder que sempre o acompanhou. Seu cabelo escuro, ligeiramente bagunçado, cai de forma elegante sobre a testa, e seus olhos, de um tom profundo e penetrante, carregam uma mistura de cansaço e surpresa, como se o mundo ao seu redor tivesse parado por um instante.Antes que ele feche a porta passo por ele como um tufão e entro. Raed ainda com a mão na porta fica a princípio sem reação ao me ver tão decidida. —Mas que palhaçada é essa? —Ele diz fechando a porta. —Esse hotel já foi melhor, agora deixam entrar qualquer pessoa. O jeito hostil que ele fala comigo e me olha me fazem estremecer, mas eu ergo meu queixo. —Precisamos conversar.Ele me observa por um momento, sua expressão intensa e intransigente, como se estivesse tentando ler cada movim
Os olhares se cruzam, e, por um instante, o tempo para. Tudo o que consigo ver são os olhos de Raed, cheios de sentimentos contraditórios que espelham os meus e eu desvio meu olhar.—Olha pra mim. —Ele diz de repente. Eu o encaro, triste. —Sabe que sua expressão contristada não me toca mais. Eu ergo meu rosto e dou com os intensos olhos de Raed. Ele pega a minha cintura e me traz junto a ele. Sinto o cheiro dele, parece uma droga e eu a drogada. Dançamos mais perto agora. Vejo a oportunidade de falar com ele. — Ana uHibbuka! — Digo eu te amo alto, o Ana usamos para confessar nossos sentimentos e todos saberem. Raed me puxa mais e abre meus braços e os fecha. —Ama? Ah, Isabella. Você não sabe o significado de amor. Ele me lança e me puxa, eu digo: —Eu e Luke não é o que está pensando. Eu sou sua namorada de mentira. Raed me afasta, e me olha ofegante então ele ri, um sorriso que não chega aos seus olhos. — Meus parabéns então, pela sua tão brilhante representação. O hábito d
Raed dá um passo à frente, e a proximidade me deixa tensa. Seu olhar escuro e penetrante é como um julgamento que pesa sobre mim.— Eu? Injusto? Você quer falar de justiça, Isabella? O tempo todo eu forcei situações, fiz de tudo para te conquistar. Levei você ao meu mundo, abri minha vida, minha casa e meu coração para você. E tudo o que recebi foi a sua partida. Sem explicações. Sem chance de lutar por nós.Sinto meu coração apertar com a verdade dura em suas palavras. Tento falar, mas ele não me dá chance.— E agora vejo você aqui, com Luke, sorrindo e sendo admirada. Sim, ele é perfeito para você. Rico, poderoso, do tipo que pode te colocar em um pedestal. É isso que você quer, não é? Ser admirada, invejada, enquanto esconde sua verdadeira essência.— Não! Você não sabe o que eu passei! — grito, sem conseguir mais conter as lágrimas. — Você acha que tudo foi fácil para mim? Que eu simplesmente decidi te deixar? Você não sabe nada!Raed se inclina ligeiramente para frente, e sua voz