Khadija Zahrah Abdala perdeu seus pais quando tinha dez anos de idade. Seu pai era árabe, sua mãe inglesa. Ela nunca precisou seguir os costumes rígidos, seus pais eram mais liberais. Mas com a morte deles, tudo mudou e Khadija foi morar com seu velho tio, irmão mais velho de seu pai e que por muito tempo morou no Marrocos e que segue a tradição ao pé da letra. Ela passa então, a ser criada para casar, seguindo a tradição, pois segundo seu tio, essa era a função da mulher no mundo árabe. Um pretendente lhe é arranjado. Zafir Youseef Xarif. Um CEO, lindo, charmoso e rico...ela se casa com ele. Zafir se mostra tudo que uma mulher deseja ver em um homem. Romântico, cuidadoso, carinhoso. Logo ela se apaixona por ele e deixa de se sentir como um cordeirinho sacrificado. Mas Khadija não sabe, ela será a SEGUNDA ESPOSA. Que reviravolta c***l! Eu tinha que compartilhar meu marido. Não era um sapato, não era um vestido, ou um colar, mas sim o homem que eu amava. Como esquecer tudo que vivemos? Como não me importar? Como deixar de sofrer? Essa era eu. Eu tinha tudo, mas num único momento tudo mudou.
Ler maisUm ano depois... Jamile Triste, cansada e acalorada, me sentei no banco. Fitei o pátio, a simetria dominava tudo. Rodeado por uma galeria de arcos, sustentado por quatro colunas em cada um dos cantos. Azulejos azuis e brancos reproduziam como um espelho os desenhos da fonte que ficava no meio dele. Enxuguei minhas lágrimas.... Sequências indesejadas de fatos me levaram a muitos erros. Estava no meu sangue ser conquistada e venerada. Jamais passou pela minha cabeça que eu teria que conquistar o amor do meu marido. Ryan fez aquilo que eu esperava de Zafir, me olhou com paixão, me desejou. Agora tentava alcançar um estado de ânimo humilde e aceitar meu destino. Aprendi que a transgressão só leva ao arrependimento e à infelicidade. Passei o limite, fui atrás do proibido por ser orgulhosa. Burra! —Jamile! Por que está sentada aí? —Minha tia rabugenta disse no árabe. —Vamos! Quero esse pátio todo limpo! Resp
Seis meses depois...Dei uma checada rápida na minha aparência no espelho do banheiro, peguei a escova de cabelos e os escovei até ficarem brilhantes. Zafir apareceu no reflexo dele sorrindo. Me abraçando por trás colocou a mão na minha barriga.—Você está cada dia mais bonita. Radiante.Eu me virei para ele.—É a felicidade.Ele me beijou e foi o suficiente para logo nossas bocas se procurassem famintas. Como era bom tê-lo assim, só para mim. Sem recriminações, sem lutas...A felicidade que eu sentia era tanta, que parecia não caber dentro de mim.—Vamos? Papai e mamãe já devem ter chegado.—Seu pai ficará alucinado por saber que é estou esperando gêmeos. Quem diria, para quem não tinha filhos. Dois? Um menino e uma menina. Para não brigarmos na preferência dos sex
Dia do conselho...Eu quase não dormi a noite. Percebi Zafir agitado também. Ele se levantou muitas vezes da cama. O semblante dele era de um encarcerado. Eu me sentia como ele. Não era fácil assistir à queda de Jamile. Eu não queria estar na pele dela nessa hora.Antes das oito horas da manhã estávamos já em pé para receber nossos familiares, homens e suas esposas, das três famílias envolvidas, a minha, de Zafir e de Jamile.Para tudo ficar mais trágico, Zafir vestiu uma roupa típica árabe, o Dishdasha. Ele me olhou com a expressão carregada, estava tenso.—Vista algo bem sóbrio.Eu nem consegui ouvir ele direito e corri para o banheiro, e vomitei. A mistura do meu nervosismo e a gravidez contribuíram para isso. Zafir se agachou ao meu lado.—Se eu pudesse te pouparia de tudo isso.
Dois dias depois....ZafirAllah! Fechei minhas mãos.Eu estava parado em frente ao monitor na sala de segurança que ficava no subsolo da minha casa.Jamile estava se agarrando com o jardineiro. A imagem era bem nítida, mais que isso era impossível. O sol refletindo nos cabelos negros dela e nos loiros dele. Seu sorriso enquanto conversavam depois veio o beijo cinematográfico.Tudo muito claro...O funcionário me olhou sem graça, evitando meus olhos. Eu aprumei meu corpo. No fundo eu estava feliz por finalmente conseguir as imagens, mas isso não tirava a dor de ter sido enganado por todo esse tempo.—Faça uma cópia.—Sim, senhor Xarif.—Agora...Saí da sala segurança com o pen drive no bolso do paletó. Nem falaria com Khadija nesse momento, agora eu ligaria para todos. Os p
Khadija— Estamos preocupados com a relação de Zafir e Jamile. —Foi à primeira coisa que ela me falou depois de me cumprimentar.Eu encarei o rosto altivo e sério dela.Ela me culpava?—Eu não gostaria de falar esse assunto com a senhora. Quem deve explicar tudo é o próprio Zafir.Eu disse me sentando no sofá grande e florido. A casa era enorme. Tão grande quanto a minha.—Khadija, você tem atrapalhado o casamento dos dois?Passei de examinadora para examinada. Ela me olhava sem perder meus movimentos.—Não, Jamile não me aceitou.Ela me olhou desconfiada.—Mas como não se foi ela que propôs a segunda esposa?Eu respirei fundo. Não queria falar sobre isso, mas pelo visto ela não pensava assim.—Senhora X
No dia seguinte eu abri meus olhos e dei com os olhos negros de Zafir me observando.—Sabah el khair. (Bom dia) —Ele disse lentamente.Eu lhe dei um sorriso.—Sabah el khair.Olhei o relógio. Era cedo, 8:00 hrs.—Você disse que queria falar comigo na mensagem que me enviou.Eu suspirei.—Eu conversei sobre Jamile com Zamira. E ela me fez sentir pena dela. Me passou a imagem de uma mulher apaixonada que não viu nos olhos do marido o amor que ela esperava, mas o orgulho e suas reservas, fez com que ela se afastasse cada vez mais de você.Ele balançou a cabeça lentamente.—Você acredita mesmo nisso? Quem ama, não trai.—Eu pensei em você dar a oportunidade dela confessar tudo. E se ela confessar, você lhe ajudaria como disse. Com a casa, o dinheiro.Ele me olhou como se estivesse surpreso com a minha obse
KhadijaZamira quando não me viu no café da manhã surgiu no quarto com um carrinho cheio de frutas e coisas gostosas.―Você não apareceu para tomar café, então tomei a liberdade de te trazer algumas coisas. ―Ela disse tirando tudo do carrinho e distribuindo em uma mesa perto da janela.―Obrigada. ―Eu lhe dei um sorriso. ―Eu estava sem fome. Mas, vendo tudo isso agora, abriu meu apetite.―Está certo. Vou indo.Eu adorava conversar com Zamira. Ela era adorável, a voz dela era sempre calma. E tranquilizante. Estranhei ela querer sair do meu quarto correndo.―Fique um pouco para conversarmos.Ela balançou a cabeça negando.―Não posso, estou de saída.―Não pode sair mais tarde?―Vou sair com Jamile.Eu que enchia a minha xícara de café parei e a olhei curiosa.―Sair
ZafirNão era fácil encarar que eu estava sendo enganado. Que ela me odiava a ponto de não querer a minha felicidade para manter a sua vida dupla sugando o otário aqui.Eu não era do tipo que ficava parado, esperando as coisas acontecerem. Não via a hora de agir. Rolei a noite inteira na cama. Toda hora me levantava, tomava água e me deitava de novo. Quando consegui dormir já eram umas cinco horas da manhã.Quando acordei, percebi que estava sozinho na cama, o relógio marcava oito horas. Um barulho no banheiro me fez aguçar os ouvidos.Khadija estava vomitando? Senti um frio na boca do estômago. Me levantei da cama e vesti minhas roupas. Coloquei a cabeça dentro do banheiro para ver o que estava acontecendo. Ela estava ajoelhada em frente ao vaso, agarrada a ele, vomitando, os espasmos sacudindo seu corpo com força. Me aproximei
ZafirQuando o rosto dela se esfregava no meu peito, as minhas mãos começaram a se mover sobre ela como se tivessem vida própria. A apertei nos braços, cheirando-a, sentindo-a.Eu a afastei para dizer:— Acabou nosso jejum. Não fico mais um minuto sem você. Que se dane o resto. Ela já deu sua resposta e ela fará minha caveira mesmo para eles.— Então me ame, Zafir...Minhas mãos tocam todos os cantos do seu corpo. Ela continuava passando o rosto em mim, sentindo meu cheiro.Allah! Ela me deixava louco.Ela aos poucos foi cortando minhas preocupações, meu passado e firmando meu agora.Só importava o agora...Eu apoiei as mãos nos seus ombros.—Vamos nos livrar dessas roupas.khadijaEu parei de respirar, seu braço estava apertado em volta do meu ombro. Eu queria me aconchegar nele, e