No perigoso universo da máfia D’Angelis, onde lealdade e poder caminham lado a lado com traição e vingança, Vincenzo, herdeiro do império, vê sua vida controlada ruir quando uma inesperada revelação bate à sua porta: um filho que ele não sabia existir. Decidido a proteger sua linhagem e seu lugar como futuro capo, Vincenzo toma uma decisão ousada que desafia as tradições e alimenta rivalidades dentro do próprio conselho da máfia.Antonella, uma jovem de origem humilde, entra em sua vida como babá, mas logo se vê envolvida em um jogo perigoso de poder e paixão. Conforme segredos obscuros emergem e inimigos se revelam nas sombras, Vincenzo precisa lutar não apenas para manter sua posição, mas para proteger aqueles que ama.Em meio a conspirações, um casamento inesperado e uma intensa conexão que desafia as convenções, Vincenzo descobrirá que o verdadeiro poder não está apenas no controle, mas no que ele está disposto a sacrificar por sua família.
Ler maisVincenzo D'AngelisTrês meses depoisO salão da nossa casa estava repleto. Era minha festa de trinta anos, mas a celebração era muito mais do que um aniversário. Era o marco de um novo capítulo para nossa família, uma noite que ficaria gravada na história dos D'Angelis. Por todo lado, figuras proeminentes do nosso círculo estavam presentes, elegantemente vestidos, bebendo e conversando sob o brilho de lustres majestosos. As mulheres deslumbravam em vestidos finos, os homens trajavam smokings impecáveis. Eu observava tudo do canto do salão, sentindo o peso do momento.Antonella estava ao lado de Germana, Giulia e Camille, linda em um vestido azul que realçava a curva discreta de sua barriga de quatro meses. Mesmo com tudo o que havíamos passado, ela brilhava como sempre. Enrico, com dez meses, estava em seus braços, e os olhos dele pareciam iluminados pela mesma energia da festa. Meu filho. Minha vida.Meu pai, Alessandro, subiu ao palco erguido no centro do salão, chamando a atenção d
Vincenzo D'AngelisO peso do dia ainda estava em mim quando entrei em casa. Cada músculo do meu corpo doía, e minha mente ecoava as memórias das últimas horas. A sentença de Lionel havia sido executada, e o caos deixado para trás estava sendo resolvido por meu pai, meus homens e o conselho. Mas eu precisava me afastar. A única coisa que eu queria naquele momento era estar com Antonella. Ela era o meu refúgio, a única paz que eu conhecia.Subi as escadas lentamente, o cheiro de sangue seco ainda impregnado em mim, como uma lembrança vívida do que eu tinha feito. Ao abrir a porta do quarto, me deparei com o escuro confortável do espaço. Dei um passo adentro, tentando não fazer barulho.- Amore mio? - Sua voz veio suave, mas firme, cortando o silêncio como uma melodia.Meu peito apertou. Só de ouvi-la, a tensão diminuiu.- Oi, principesa, sou eu. - Minha voz saiu rouca, exausta. - Mas não venha até aqui. Estou... deplorável.Eu esperava que ela ficasse onde estava, mas deveria ter imagin
Vincenzo D' AngelisO sol estava começando a nascer quando chegamos em casa. Antonella estava exausta, seus passos lentos e inseguros enquanto a conduzi para dentro. O peso das últimas horas ainda pairava sobre nós, mas o fato de tê-la de volta era um alívio que eu não conseguia descrever.Fechei a porta atrás de nós e a puxei suavemente para perto.- Você está bem? - perguntei, minha voz mais baixa do que o habitual. - Eles fizeram algo com você?Ela balançou a cabeça, os olhos cansados, mas firmes.- Eu estou... - começou, mas sua voz falhou. Ela respirou fundo e tentou de novo. - Estou melhor agora, Vincenzo. Você me salvou.Acariciei seu rosto, sentindo a textura das pequenas marcas deixadas pelos desgraçados que ousaram machucá-la. Meu coração apertou ao imaginar o que ela havia passado.- Você é mais forte do que qualquer um deles, - disse, tentando tranquilizá-la. - Mas, agora, quero que descanse. Não há mais nada com que se preocupar.Ela assentiu, mas não se afastou.- Posso
Vincenzo D' AngelisQuando recebi a confirmação de que tínhamos um ponto de partida, uma localização para onde Antonella poderia estar, algo dentro de mim mudou. Não era alívio completo, não enquanto ela ainda estivesse nas mãos daquele desgraçado. Mas, pela primeira vez em dias, senti que a incerteza começava a se dissipar. Agora, era hora de agir.Reuni os homens de confiança da família na sala principal da mansão: Guilhermo, meu braço direito; Alessandro, meu pai; Leonardo, meu tio; e Giuseppe, um dos nossos melhores estrategistas. O clima era tenso, mas todos estavam focados. Ninguém ousava subestimar a gravidade da situação.- Temos uma localização, - comecei, olhando cada um nos olhos. - Uma fazenda em uma cidade pequena, cerca de trinta minutos de onde estávamos escondidos antes. As informações vêm de fontes confiáveis, mas precisamos ser meticulosos. Este homem não é tolo, e não podemos permitir nenhum erro.Leonardo foi o primeiro a se manifestar, a voz calma, mas com um peso
Vincenzo D'AngelisEu não sabia o que era pior: sentir que estava perdendo Antonella ou a angústia de não saber onde ela estava. Cada minuto que passava sem qualquer pista, sem qualquer sinal dela, aumentava o peso que eu carregava nos ombros. Fazia dias que tínhamos iniciado a busca, mas tudo parecia em vão. Não havia rastros, nem testemunhas, nada. A mulher que havia se tornado tudo para mim, a mãe do meu filho, simplesmente desaparecera.As palavras de Guilhermo ainda ecoavam na minha mente. "Não encontramos nada, Vincenzo. Nenhum indício." Isso só me deixava mais irritado. Estávamos à procura dela, dia e noite, sem descanso, e nem sequer um vestígio de onde ela poderia estar. Antonella desaparecera como uma sombra, sem deixar um único rastro.E Enrico... meu filho. Meu pequeno garoto estava com febre, a cabeça queimando com a temperatura alta. Eu sabia o que estava acontecendo. Ele sentia falta de Antonella. O olhar perdido dele, a maneira como ele procurava por ela quando acordav
Vincenzo D' AngelisO telefone vibrou sobre a mesa ao meu lado. O movimento de pegar o aparelho foi automático, mas o que senti ao ver o nome da mãe de Antonella na tela não foi. Um aperto gelado atravessou meu peito, um presságio que eu não consegui ignorar.- Signora Fontana? - atendi, tentando soar normal, mesmo que algo dentro de mim já soubesse que isso não seria possível.- Vincenzo... - A voz dela era quase um sussurro, quebrada, hesitante. - Antonella... ela desapareceu.Meu corpo travou.- O que você disse? - As palavras saíram mais como um rosnado.- Eu acordei com o Enrico chorando. Ele nunca chora assim... Quando fui pegá-lo no berço, percebi que ela não estava lá, então desci para procura-la, ela não estava em lugar nenhum - suspira tentando controlar o choro - Vincenzo, encontrei os seguranças mortos, todos eles.Meu coração, que já parecia prestes a explodir, parou por um segundo.- Mortos? Onde? - O controle na minha voz era ilusório, um disfarce fino cobrindo a tempes
Antonella D'AngelisAcordei com um puxão violento no braço. Meus olhos se abriram de repente, mas tudo que vi foi escuridão. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, uma mão pesada tapou minha boca. O gosto do couro do que parecia ser uma luva inundou minha língua, e meu corpo congelou.O instinto de sobrevivência tomou conta de mim, e tentei me debater, chutar, gritar, mas os braços que me seguravam eram fortes demais. Quem quer que fosse, sabia exatamente como me imobilizar. Meu coração batia tão rápido que parecia que ia explodir no meu peito.Pensei, desesperada. Onde estavam os guardas que vigiam a gente? Como alguém conseguiu entrar no esconderijo?Fui arrastada para fora do quarto, meu corpo quase flutuando entre o chão e o aperto brutal que me guiava pelos corredores. Cada tentativa de gritar era abafada pela mão firme em minha boca, e os sons ao redor - passos, o farfalhar de roupas - eram a única coisa que eu podia ouvir. Tudo parecia surreal, como se eu estivess
Vincenzo D'AngelisAcordei lentamente, o sol da manhã invadindo o quarto com sua luz suave. O som tranquilo da respiração de Antonella ao meu lado me fez sorrir. Ela estava ali, ao meu lado, com o rosto sereno e tranquilo, como se o mundo lá fora não existisse, como se fôssemos apenas nós, em nosso pequeno refúgio. O tempo parecia ter parado naquele momento, e eu desejei com todas as forças que pudéssemos continuar assim para sempre.Enrico estava ali, entre nós, ainda adormecido em seu pequeno berço, com a mãozinha delicadamente sobre o cobertor. Ele estava tão calmo, tão bonito, que eu mal conseguia acreditar que era meu filho. O vínculo que já existia entre nós era tão forte, tão profundo. Olhei para ele, depois para Antonella, e senti uma imensa gratidão por ter essas duas pessoas em minha vida.Levantei-me cuidadosamente para não acordar Antonella, sentindo a necessidade de fazer algo especial, algo que representasse o que ela significava para mim. A casa estava tranquila, a luz
Vincenzo D'AngelisColoquei Enrico na cama que minha sogra estava dormindo com cuidado, deixei o rodeado de travesseiros para que ele não caia, cada movimento meu sendo calculado para não perturbar o sono profundo do meu filho. Eu não queria sair dali, não queria deixá-lo, mas sabia que precisava. Meu peito apertava ao pensar que, em breve, ele poderia não ter o mesmo conforto, a mesma segurança.Quando me virei, Antonella estava ali, com seus olhos marejados, ainda absorvendo a conversa que acabamos de ter. Eu podia ver a dor no olhar dela, mas também a determinação, uma força silenciosa que sempre me fez amá-la ainda mais. Ela não disse nada, mas seus olhos me imploravam para que eu não a deixasse. Que eu não os deixasse.Ela se aproximou de mim, seus dedos gelados tocando levemente o meu ombro, e eu não resisti. A dor da despedida, o medo do que viria, fez meu coração acelerar. Eu sabia que o perigo estava lá fora, mas neste momento, aqui, com Antonella, eu queria me esquecer disso