Uma princesa perdida. Sua existência só vem a tona quando seu pai, um rei ambicioso, precisa de uma moeda de troca para oferecer ao reino antigo. Esmen é entregada como noiva do rei anunciado como sanguinário.
Ler mais(Esmen) Me encontrava no salão vazio, na sala do trono, onde muitas coisas aconteceram durante os anos. Como a morte de um homem que seria justo e faria um reino prosperar. A morte de seu assassino por alguém que conviveu e sentiu a dor da perda pelo homem que deveria ter sido o rei e construído uma aliança de paz entre reinos. As lideranças ruins que se sentaram ali, assim como decisões egoístas e medíocres tomadas pelos homens cuja cabeça carregava a mesma coroa que agora eu insistia em ignorar, sobre o trono. Encarava a paisagem fora da imensa janela aberta. O tempo não era tão frio lá fora como era no reino de Tauron, era uma mistura de fim de inverno com início da próxima estação. "Eu adoraria ter minha mãe aqui." Apertei minha palma fechada sobre a outra mão, dentro dela. "Eu cuidaria de você. Você seria a rainha deste lugar. Mandaria em todos esses cretinos que a expulsaram e a fizeram baixar a cabeça mais vezes do que poderia contar." Como queria que minha mãe tivesse vi
(Esmen) A minha estadia no reino I não foi a melhor. Diziam que era assim como se era chamado, não porque foi o primeiro, mas por ser governado apenas por um. Um homem ambicioso, tanto que não se casou para não dividir o trono ou a palavra e não quis sua princesa, eu. O antecessor de Vitorian foi praticamente a mesma coisa, mas este sabia da importância dos herdeiros. — O pai de Vitorian, seu avô, foi mais sábio. Se me perdoar dizer! — disse o homem que estava entre os soldados no dia da morte de Vitorian. Deixei que ele continuasse a história, eu queria apagá-la mais tarde, mas era impossível, então mudaria a forma que as pessoas viam o presente. — Seu avô deu um dos filhos para o reino de Tau, onde você agora é rainha. Pois nenhum poderia ser rainha, só tinha garotos. — Ele o quis de volta? — fiquei curiosa. Preocupada de ter alguma aliança sanguínea com Tauron. — Não, mas o garoto teve de retornar, pois o primeiro filho quase morreu em batalha, batalha essa que deveria ter si
(Himal) A longe avistei a loira que sempre vinha me visitar, antes da partida de sua rainha. Ernest usava um vestido azul oceano, suas camadas pareciam mais pesadas com cada passada que ela dava, pois o tecido balançava e ela vacilava com o esforço. “Ela não parece bem.” Parei o que fazia, observando a loira de cabelos trançados para um lado, de olhos baixos e expressão abatida, perdendo o brilho habitual. Seus dias na presença da rainha eram repletos de luz e sorrisos, os quais pensei serem impossíveis de serem apagados. Mas a alguns metros do pátio, estava essa mesma lady, usando uma coleira invisível. Minhas mãos ficaram de cada lado das ferramentas que usava, enquanto prestava atenção na loira. Seu vestido não tinha mangas longas, eram curtas e redondas, mostrando a sua pele clara. Sua vestimenta ressaltava seu desinteresse em conversar comigo, pois não sairia na neve sem casaco ou capa. Levantei os olhos para o céu, quase nunca visível pela queda da neve. Um floco caiu quas
(Esmen) Minhas mãos tremiam, tive que escondê-las embaixo das mangas longas do vestido. Me virei para tentar respirar melhor, pois de repente tudo ficou muito sufocante e estranho. No entanto, avistei a cortina manchada e recordei-me o que estava a apenas alguns passos para me horrorizarem com a imagem. Meu corpo ficou rígido, baixei a cabeça me voltando para quem apenas me observava, sem mover um músculo sequer. “Do que estou tentando escapar?” — E-eu fico feliz que esteja vivo… — fiquei desconcertada pela situação. — Pois não me parece. — diz ele, com a voz calma mas perigosa. Tive de levantar os olhos para encontrar os seus. Não havia julgamento ou raiva neles, traziam algo mais, algo desconhecido. — Me sentia culpada pelo que aconteceu. — estendi o assunto. — Sentia? — parecia estar se perguntando em voz alta. Compreendi que eu era a pessoa deslocada ali. — Ainda sinto! Ainda se vê muito machucado. — Corri rapidamente os olhos por seu corpo, não querendo ser intrometida
(Esmen) A raiva me moldava, a decepção por Rupher era clara. — E eu que pensei que estava sendo justa quando disse à Tauron que ele não estava em condições de batalhar. Mas você estava apenas tentando ganhar a confiança de todos. Seu…! — mordi a língua para não me rebaixar. — Você me usou de novo. — Minha decepção foi sentida por todos. Um drama estava se desenrolando na frente de todos por minha causa, eu ficaria enjoada se eu não fosse quem o causou em primeiro lugar. Não percebi o quanto aquilo divertia Tauron em outro ângulo. — Eu não usei você… — o interrompi com chateação. “Como ousa tentar mentir assim?” — Como não? Antes de empurrar meu marido pelo penhasco, eu gritei, atraindo a atenção dele, e você se aproveitou. Não foi uma luta justa! — revelei o quão covarde ele pareceu até para seus soldados. “Marido. O chamei de marido, demonstrando meus sentimentos à sua frente.” “Que se dane!” Ainda estava furiosa. — Aquilo foi uma oportunidade. — Rupher devia ter ficado cal
(Tauron) Ela daria a sua resposta e eu sabia que havia perdido a guerra antes mesmo dela iniciar. Bastava suas palavras e eu aceitaria, aceitaria desta vez. Porque ela ainda era minha mulher, minha rainha e agora, a pessoa que eu mais me importava no mundo, pois meu coração palpitava com receio de sua resposta. Mas ela impressionou nós dois com suas ações: — Tauron. Tire a espada dele! — deu alguns passos para perto. Rupher sorriu com triunfo, eu por outro lado, bufei com raiva, baixando a espada. — Você viu como ele é um monstro? — incentivou o ódio dela por mim. Apertei a mandíbula com raiva, frustração e nervosismo; sem controle algum de minhas emoções. Mesmo assim, olhei na sua direção, ela me lançou um olhar de dúvida, parecendo querer respostas sobre os sentimentos passando pelo meu rosto. — Seja sincera! Diga o que pensa, que eu aceitarei! — me contive para soar calmo e prudente. — É o momento da escolha, querida. — fuzilei Rupher por sua forma de tratamento com minha
(Esmen) — Claro que se importaria, por mais que ele tenha errado, ainda é o seu pai! — Rupher interrompeu minha fala antes que eu pudesse terminar. O rosto de Tauron se contorceu de irritação, seus olhos passando rapidamente entre os soldados presentes e nós. — Não sabia que tinha casado com uma raposa macho. — desdenhou. Não consegui me conter. Por mais insolente que fossem suas palavras, elas me fizeram prender os lábios para não soltar uma gargalhada histérica. "Ernest deve ter dito várias vezes a ele como Rupher a lembra de uma raposa." Essa era a única razão para ver Tauron insultando-o daquela forma. — Você está mesmo procurando uma guerra comigo? — o ruivo indagou, com a mandíbula cerrada. — Vamos brincar, esposa! — ironizou. Seu olhar passou para mim, e meu coração deu um salto no peito, interrompendo o sorriso que se formava em minha face com suas provocações. — Não está em condições de uma luta justa. — Rupher, visivelmente irritado, falou, tentando manter o contro
(Tauron) — Mas o território não ficará para sua filha? Ela é a esposa de Tauron. — Era. Ela é viúva do sanguinário. Ele está morto, não ouviu? Rupher o matou. — gargalhou. O outro ficou confuso por alguns segundos. — Então, o reino é dele, sua majestade. — Rupher já tem Esmen, ele não precisa de nada mais. “E novamente ele j**a sozinho.” — Quer enganá-lo novamente, meu rei? — o homem murmurou, preocupado. — Enganar Rupher é fácil. Difícil foi enganar Tauron, quando minha cabeça estava quase sob uma bandeja. — Passou as costas da mão esquerda sobre a testa, tirando um suor invisível. Sua roupa ridícula de guepardo, seu trono e sala com cortinas vermelhas, sua ostentação na coroa gigante sobre a cabeça, seus traços de velho trapaceiro, eram uma mistura arrogante, que me causava irritação. Alguém bateu na porta. Esta foi aberta imediatamente, e um soldado surgiu. — Sua filha chegou! — anunciou o homem. — Ótimo! Traga-os para cá! — pediu, sem remorso pelos planos sujos de trapa
(Gideon) — Abstende-vos de pronunciar o nome dela. Suas mãos fechadas em punho, seu olhar, sua rigidez, sua pronúncia diferente. Tudo indicava o sentimento sobrepondo os demais. “Ele tem ciúmes?” apertei o caderno aberto, mas não deixaria assim. Levei para perto do rosto e inalei o aroma que vinha das folhas abertas. — Sentiu o mesmo? O cheiro que a pele dela carrega? — Tauron pisou duro se aproximando, me acertou o rosto. Eu caí gargalhando dele. Doía, o corpo e a alma doía muito, mesmo assim, era a única maneira de acertá-lo. — Por acaso desejais a morte neste instante? Me forcei a levantar, o encarando de baixo, parei de gargalhar. — Meu desejo não será realizado. Eu quero apenas expor seu belo fantasma do amor cego. Tauron não tremeu, ou, balançou, ele parecia ter conseguido controlar seus sentimentos quanto a ser enganado, assim que leu o caderno. — Se não quer sentar, não precisa. — digo limpando o sangue da boca. — Explique como planejaram tudo isso! — ordenou. — E