Em uma pacata cidade cercada pelas montanhas de Vermont, Alex, uma jovem corajosa e decidida, vê sua vida desmoronar quando toda a sua família é brutalmente assassinada em um massacre sem explicação. Devastada e sem respostas, ela precisa enfrentar a dor e o luto enquanto tenta se manter um passo à frente de um mistério que a envolve completamente. Determinada a fazer justiça com as próprias mãos, Alex embarca em uma jornada de vingança que a levará a desvendar segredos sombrios e enfrentar inimigos implacáveis. Entre alianças inesperadas e reviravoltas traiçoeiras, ela descobre que sua busca por justiça poderá lhe custar mais do que estava disposta a sacrificar. Em um mundo onde o perigo está à espreita, Alex precisará descobrir se está preparada para encarar a verdade – e até onde está disposta a ir para honrar sua família.
Ler maisOlho em volta, tentando localizar algum ponto de referência na escuridão. A floresta à minha volta é um labirinto de sombras, mas sei que preciso continuar. Josh pode estar por perto, ou pelo menos é o que eu espero. A ideia de perdê-lo também, depois de tudo, é insuportável.Caminho lentamente, com os músculos tensos e os sentidos em alerta. Cada folha que se move com o vento parece um sussurro ameaçador. Minha mão instintivamente vai até a faca presa ao meu cinto – é tudo o que tenho para me defender.“Josh!” chamo, minha voz saindo mais alta do que eu pretendia, cortando o silêncio da noite. Nada. Nem um eco. Apenas o farfalhar das árvores e o som distante de um riacho. Tento de novo, dessa vez mais hesitante: “Josh, sou eu... Alex.”Por um momento, penso ter ouvido algo. Um estalo, como um galho se partindo. Congelo no lugar, segurando o cabo da faca com força.“Alex?” A voz é baixa, quase um sussurro, mas reconheço na hora. Meu coração dispara, e viro na direção do som.“Josh!” c
Cada passo é uma luta. Minhas roupas molhadas e pesadas grudam no corpo, e o frio da noite parece se infiltrar em meus ossos. Meus pés afundam na terra molhada enquanto continuo a caminhada, com o corpo exausto, mas a mente em alerta. A floresta, embora quieta, ainda guarda ecos dos gritos dos homens que deixei para trás. Não consigo evitar olhar por cima do ombro, sentindo que eles poderiam aparecer a qualquer momento. Depois de caminhar por quilômetros, vejo um brilho fraco no horizonte. Uma estrada. É uma visão surreal, quase inacreditável, e sinto uma pequena onda de alívio ao saber que estou perto de alguma forma de civilização. Me aproximo rapidamente e avisto, na beira da estrada, um telefone público. Sem hesitar, corro até ele e, com as mãos trêmulas, coloco algumas moedas que encontrei no bolso. Disco o número de Josh, e, após alguns segundos, ele atende. “Alô?” A voz dele soa cansada, mas familiar. Um alívio imediato me invade. “Josh… sou eu. Alex.” Minha voz sai quase co
Volto ao cômodo dos fundos e procuro o quadro de energia. Consigo religá-lo, e a luz da casa volta ao normal. Retorno para a cozinha para ver se minha família deixou algum recado. Assim que entro, noto alguns copos quebrados perto do corredor e quadros caídos no chão. Não tinha reparado nisso antes, por causa da escuridão. Meu coração dispara. Algo está errado. Objetos quebrados, fora do lugar… Minha cabeça está a mil com as informações sobre meus pais, e o fato de ninguém dar sinal de vida só aumenta minha ansiedade e medo. Me aproximo devagar do corredor, cada passo fazendo o chão ranger. Quando chego à sala de jantar, tudo parece fora do lugar, como se o tempo tivesse parado. Então, vejo o horror.Meu coração para por um instante. Ali, ao redor da mesa, estão todos — minha mãe, meu pai, meus irmãos e até meus sobrinhos. Estão imóveis, silenciosos, com os rostos pálidos e os olhos fechados. Todos mortos. Meu corpo se recusa a se mover. É como se minhas pernas tivessem sido a
— Não... não pode ser — murmuro, quase para mim mesma. — Meus pais sempre foram pessoas boas. Trabalhavam duro. Tudo o que temos é por causa disso... Josh me encara, e vejo um lampejo de compaixão em seus olhos. — Eu não estou dizendo que foi fácil pra eles — ele diz, lentamente. — Mas, Alex, às vezes as pessoas que mais amamos têm lados que nunca imaginamos. Fecho os olhos, sentindo as lágrimas começarem a se formar. — O que eu devo fazer agora, Josh? — minha voz sai fraca, quase quebrada. Ele se aproxima, colocando uma mão em meu ombro. — Precisamos descobrir o que realmente aconteceu, Alex. E a única maneira de fazer isso é encontrar as respostas que eles esconderam. Se você estiver disposta a me ajudar... talvez possamos descobrir toda a verdade.Eu sai rapidamente do bar em direção à floresta O céu estava nublado naquela tarde, e uma fina neblina cobria o ar enquanto eu me enfiava na floresta atrás de respostas. Cada passo no caminho coberto de folhas secas parecia
Assim que me visto, desço para o andar de baixo e pego as chaves do meu carro. Me despeço da minha família e, antes de abrir a porta da frente para ir trabalhar, escuto minha mãe falando: — Alex, a reserva do restaurante é às 21 horas. Não se atrase! — Okay, mãe, eu não vou me atrasar. Encontro vocês lá. Tchau, te amo. Só de pensar que terei que ficar devendo horas no meu trabalho para poder ir às bodas de casamento dos meus pais me dá uma raiva. Toda vez que eles resolvem comemorar à noite, acaba em conflito, porque nesta família a gente não sabe ser adulto o suficiente para se comportar em público. Mas, de toda forma, é tradição, então não posso fazer nada para mudar. Assim que chego perto do centro da cidade, vejo bastante movimento. Hoje tem a feira da cidade, então há muitos shows ao vivo e comida de graça. Uma pena eu ter que ir para o bar nessa hora; eu adoraria ficar aqui e comer tudo sem precisar pagar nada.Chego na rua de trás do bar e estaciono meu carro ali mesmo.
Às vezes me pergunto como eu, uma pessoa tão ambiciosa, ainda moro em Vermont. A cidade é bela, a natureza salva minha alma, mas aqui nada é diferente, é sempre a mesma coisa. Sou dançarina e estudo na Escola de Artes de Stowe. Quando não estou em aula, vou para o bar do Tobias, onde trabalho. Passo poucas horas em casa e, para ser honesta, prefiro assim. São tantas pessoas morando lá que me pergunto se é possível manter a sanidade mental com meus sobrinhos chorando o dia todo. A casa onde moro tem cheiro de madeira antiga e, ao mesmo tempo, de terra molhada — deve ser porque fica em frente ao Lago Richard. O lago é patrimônio da cidade, e é incrível a vibe que traz morar em frente a ele e viver praticamente dentro da maior floresta de Vermont. A casa tem dois andares, dez cômodos, e nela vivem nove pessoas, com nenhum espaço pessoal. Essa é a minha vida. Moro com meus pais, meus irmãos, meus sobrinhos e, de brinde, meu tio recém-divorciado. São seis adultos, três crianças e outros