Para ler este livro, é preciso ler antes A paixão do traficante 1 que está nesta plataforma também. Fernanda e Carioca se amam, isso é incontestável. Um amor possessivo e ardente. O casamento deles foi lindo, e teve como testemunhas o sol, o mar e as pessoas que eles amam, incluindo o filho Gabriel. Mas o caminho será árduo e obscuro. O relacionamento será posto a prova por um possível filho fora do casamento e por pessoas com o coração cheio de ódio, querendo vingança, colocando em risco a felicidade que eles haviam conquistado. Segredos guardados virão a tona. E os fantasmas do passado? Será que estão mesmo no passado? Carioca continua possessivo e implacável. Fernanda precisa entender que sua posição agora é outra. Ela é a primeira dama da comunidade. Será que nosso casal vai aprender a conviver com suas diferenças e passar por cima de tantos obstáculos impostos a eles? Toda pessoa tem seu lado negro, sua parte obscura. O bem e o mal coexistem no ser humano. O verso e o reverso, o chão e o teto, o puro e o insano, o preto e o branco são certezas irrefutáveis e cada indivíduo é o comandante de duas escolhas. É o que vamos conferir nessa segunda parte de a paixão do traficante.
Leer másAntonelaNa janela do meu quarto, olhando para fora enquanto a chuva fina pinta seus desenhos nas vidraças. Alessandro brinca alegremente no tapete, alheio ao turbilhão de emoções que toma conta de mim. Ao nosso redor, as malas e pertencesorganizados meticulosamente para nossa viagem.Minha mãe dá uma leve batida na porta que está aberta e entra no quarto, com um olhar preocupado e os olhos marejados. Ela e meu pai já insistiram diversas vezes para que eu não vá, mas eles sabem o quanto essa viagem significa para mim.Eles se preocupam, pois Alessandro ainda é muito pequeno, e eu sei que eles têm certa razão. Mas, desde que voltei para o Brasil e principalmente após o nascimento do meu filho, eu me sinto forte e capaz para tomar as rédeas da minha vida e saber me impor, se preciso for.— Antonela, meu amor, você tem certeza sobre essa viagem? Eu entendo que era o sonho do Alexandre conhecer esses lugares, mas viajar com Alessandro nessa idade... — ela não precisou terminar a frase, po
AntonelaEste ano foi, sem dúvida, um dos mais incríveis da minha vida. Desde o momento em que Alessandro chegou, cada dia ao seu lado foi uma nova descoberta, uma nova lição. Eu me vi aprendendo a cada sorriso, a cada passo, a cada gargalhada dele. Tudo era novo, tudo era um aprendizado. E ainda é.Ao longo desses 12 meses, descobri uma força dentro de mim que eu nem sabia que existia. Aprendi a ser mãe de verdade, com todas as seus desafios e seu contemplamento.Passei a ver o mundo de um jeito diferente, mais colorido e cheio de sentido, através dos olhos do meu filho. Cada olhar curioso, cada movimento, cada palavra balbuciada, me fazia ver o quanto a vida é preciosa.Mas, mesmo com todas as alegrias e maravilhas que ele trouxe para minha vida, a saudade do Cold nunca me deixou. A dor pela perda dele ainda pulsa forte, mas, de alguma forma, a maternidade foi um bálsamo que ajudou a amenizar a dor. A cada dia com Alessandro, um pouco daquela dor parecia se tornar suportável. Tentei
1 ANO DEPOIS…ANIVERSÁRIO DE ALESSANDRO:MilenaAqui, na casa do meu tio Carioca e da tia Fernanda, estou me entupindo de docinhos e salgados da festa linda do meu afilhado Alessandro, me sentindo em um estado de pura felicidade. Não há nada mais delicioso do que o típico brigadeiro brasileiro e estar junto de pessoas que amamos.Alê, como carinhosamente chamamos o príncipe da Nélis, cresce forte, saudável e sendo muito amado por todos. O único ponto negativo de morar fora do Brasil é não poder estar perto fisicamente para acompanhar o crescimento dele, mas as fotos, mensagens e chamadas de vídeo com a Antonela são praticamente diárias, para acompanhar o máximo possível de cada etapa da vida dele.Após esses meses morando em outro país, Thierry e eu viemos especialmente para a comemoração do primeiro aninho de Alessandro e ficaremos alguns dias. Mas logo retornaremos. Nossa vida agora é lá.Enquanto Thierry foi conversar com o Gabriel, meu pai e o tio Carioca, dei uma passadinha na me
ThierryFoi tudo tão rápido naquele instante. Num minuto, estou saindo às pressas do carro do Carioca, indo em direção à minha irmã e, no outro, estou tomado por uma dor lancinante que irrompeu em meu corpo. Tudo ao meu redor se transformou em um borrão lento e arrastado e, enquanto eu lutava para manter os olhos abertos, tudo foi ficando distante, inclusive a voz da Thayla chamando pelo meu nome.A próxima coisa de que lembro é acordar em um quarto de hospital, sem saber quanto tempo depois, rodeado por aparelhos modernos zumbindo e luzes claras e fortes sob meus olhos, me causando certo incômodo. Minha mente estava confusa, minha visão um pouco turva e eu mal conseguia me mexer. Senti uma dor muito forte no abdômen. A sensação foi extremamente ruim.Minha visão focou gradualmente, e lá estavam elas, lado a lado. Minha irmã, com os olhos vermelhos, nitidamente de tanto chorar, e a minha gata, a Milena, segurando minha mão com força.A preocupação delas transparecia, e meu coração se
AntonelaJá estávamos há um tempo ali na sala da casa da Thayla e do Gabriel, mas parecia impossível desgrudar os olhos do Alessandro. Eu, ela e minha mãe babávamos nele, completamente encantadas. Ele estava quietinho no meu colo, dormindo com aquela carinha serena, como se todo o caos dos últimos dias nunca tivesse existido. Graças a Deus, meu filho vivia imune à tragédia que quase aconteceu com Thayla, Thierry, Gabriel e meu pai. Aliás, meu irmão e o “senhor Carioca” fizeram minha mãe quase infartar quando ela soube do resgate da Thayla.Minha cunhada não conseguia parar de sorrir. Era a primeira vez que ela via o meu filho de perto, e eu podia sentir a emoção dela só de olhar.— Meu Deus, ele é perfeito... — ela murmurou, abaixando o rosto para ver Alessandro mais de pertinho, analisando cada pedacinho dele.Eu sorri, sentindo o peito se encher de um amor tão grande que parecia que ia transbordar. Depois de tudo o que a gente passou, ver minha amiga ali, bem, segura, e ainda encant
G4Eu me aproximei de casa com o coração batendo mais forte do que nunca. O momento em que a Thayla saiu do cativeiro ficou marcado na minha cabeça, pois o que era para ser apenas o resgate dela desmoronou quando Thierry foi atingido.Thayla, a mulher que conquistou meu coração e minha mente desde o momento em que a conheci, estava segura agora. Eu a havia salvado daquele maldito que ousou tocar nela. Mas o irmão dela lutava pela vida.Ao entrar, encontrei minha loira deitada no sofá e, ao se virar, seus olhos encontraram os meus, e neles pude ver o misto de emoções que passaram por eles. Raiva, medo, gratidão... Tantas coisas que eu não sabia como interpretar.Thayla tinha olheiras escuras abaixo dos olhos, mas ainda irradiava aquela beleza que sempre me deixava sem palavras. O medo de que ela não me quisesse mais por conta do que aconteceu ao irmão dela entrou na minha mente com mais um monte das minhas inseguranças mais profundas, transformando-se em um nó apertado no meu peito.—
MilenaApós um bom tempo tentando reconfortar uma à outra, Thayla e eu sentamos nas cadeiras de assentos macios, revestidos de couro preto da sala de espera do hospital. Agora, ela estava inundada com um silêncio carregado de ansiedade. Eu olhava fixamente para um mural com recados hospitalares, sem prestar atenção alguma no que dizia neles, enquanto Thayla segurava minha mão trêmula, que eu tentava manter firme, mas os comandos do meu cérebro não eram obedecidos.Meu coração batia descompassado no peito, cada batida refletindo o medo que se instalara desde o momento em que recebi a ligação que, por ironia do destino — ou não —, era do Leco, me avisando o que havia acontecido com o Thierry.Minha mãe, que também viera quando soube, está agora sentada ao meu lado, me dando apoio, segurando um copo descartável de café em uma das mãos, numa tentativa falha de me fazer tomar um pouco. Ela olha para mim de um jeito compreensivo, enquanto sua mão livre e reconfortante acaricia meu ombro. Th
G4O ar tá impregnado de tensão e a escuridão do início da noite, discretamente começa a tomar conta do pequeno cômodo, que antes era o cativeiro da Thayla e agora é o abatedouro do Sérgio. Os galhos das árvores balançavam lá fora e, por alguns momentos, batiam nas paredes de madeira, acompanhando os batimentos acelerados do meu coração, que pulsava na cadência do ódio e da adrenalina.Ele já apanhou muito, eu já bati, meu pai também. Mas ele precisa apanhar mais, embora já esteja destruído.Sérgio já tomou muitos socos, coronhadas, chutes, um tiro no pé, dado por mim, e outro na barriga, desferido pelo meu pai, e agora tá sangrando igual a um animal sendo abatido. Ele é torturado não só pelo sequestro da Thayla, o que já seria suficiente pra cada um dos machucados em sua pele agora, mas também por ser cúmplice do tal policial Barreto no passado e pela morte da mãe do Thierry.Porrä, o Thierry...Por ser bastante sagaz e estar na Penha no momento em que meu pai se preparava pra vir a
G4Meu propósito era um só: meter uma bala bem no meio da cabeça daquele filho da putä. Mas eu precisava manter o sangue frio e esperar o momento certo, até porque acabar com tudo tão fácil assim é pouco. Ele precisa sofrer antes de chegar no inferno.Ele quer sair daqui com Thayla, achando que a Bruna o espera do lado de fora... vai vendo.Será que ele acha que eu sou tão burrö assim?Óbvio que a Bruna continua lá na Penha. Deixei tudo no esquema com o Leco. Ele se encarregou de fazer a Bruna dizer exatamente o que era para dizer, e ela fez certinho. Caso não fizesse, sofreria as consequências.Como um cara tão tapado assim, achou que podia executar um plano de vingança?Ele quer sair da minha mira, mas lá fora meus homens o aguardam com armamento muito mais pesado. Não tem chance pra ele. Só não posso dar bobeira porque ele pode disparar contra a Thayla. Só por isso ainda tô na calma, mas logo vai lombrar pro lado dele.Quando Sérgio passar por essa porta, vai saber que a Bruna não