Para ler este livro, é preciso ler antes A paixão do traficante 1 que está nesta plataforma também. Fernanda e Carioca se amam, isso é incontestável. Um amor possessivo e ardente. O casamento deles foi lindo, e teve como testemunhas o sol, o mar e as pessoas que eles amam, incluindo o filho Gabriel. Mas o caminho será árduo e obscuro. O relacionamento será posto a prova por um possível filho fora do casamento e por pessoas com o coração cheio de ódio, querendo vingança, colocando em risco a felicidade que eles haviam conquistado. Segredos guardados virão a tona. E os fantasmas do passado? Será que estão mesmo no passado? Carioca continua possessivo e implacável. Fernanda precisa entender que sua posição agora é outra. Ela é a primeira dama da comunidade. Será que nosso casal vai aprender a conviver com suas diferenças e passar por cima de tantos obstáculos impostos a eles? Toda pessoa tem seu lado negro, sua parte obscura. O bem e o mal coexistem no ser humano. O verso e o reverso, o chão e o teto, o puro e o insano, o preto e o branco são certezas irrefutáveis e cada indivíduo é o comandante de duas escolhas. É o que vamos conferir nessa segunda parte de a paixão do traficante.
Ler maisÂngela — Nunca! — ele responde e nos beijamos. Um beijo intenso e demorado. Após alguns minutos, pego sua mão e o faço entrar. — E então? Foi muito difícil fazer com que meus filhos te liberassem para largar o bando? — Um pouco com o Japah, com o Carioca foi mais tranquilo. — Eles não poderiam te negar isso. — falo. — Fiz isso porque amo você! Sorrio ao ouvir isso. — E você acha que eles desconfiam pra onde você veio? — O Japah talvez não, inventei uma história de problemas na família. Mas o Carioca talvez desconfie, acho que tem quase certeza, na verdade. — Sou adulta e já perdi muito tempo da minha vida! — falo colocando minhas mãos em volta de seu pescoço e ficando na ponta dos pés. Robertão então me agarra com força, cheira meu pescoço, me pega no colo e me leva até a cama para matarmos a saudade de alguns meses. Estamos juntos outra vez, vivendo o agora, pois é isso que importa, amar, sentir e viver, sem se importar com o depois, pois o depoi
LCFicamos em alerta total após o aviso de invasão, mas nada aconteceu na Penha e nem na VK.Carioca então avisa que tá indo pro Cascata, pois os vermes desgraçados invadiram lá.Sem pensar duas vezes, coloco meu bonde na pista, armado até os dentes, de armas, munição e ódio. Não vou deixar na mão meu irmãos. Irmãos de vida e de sangue.Chegamos pelo mesmo local onde o helicóptero nos buscou quando fomos resgatar a Fernanda, na época do sequestro.É difícil acessar o morro por ali, tem muito mato, pedras e praticamente precisa escalar, mas nós conseguimos.Chegamos metendo bala em todos os fardas que apareciam na nossa frente, mas a baixa de homens do nosso comando foi grande também.Depois de muita troca de tiros, consigo chegar até onde estão o Japah, Carioca e o Barreto.Não tomo nenhuma atitude precipitada. Tenho o Barreto na minha mira e com a calma necessária, aguardo.No meu campo de visão tenho os dois fardas e o Japah, mas o Carioca não. Mas sei que ele tá ali.Assi
BarretoLevanto novamente o fuzil que eu havia baixado pra atender o telefone, mas meu soldado não baixou em nenhum segundo, estava pronto pra acabar com o marginal.— Eu já sei que você invadiu o Cascata pra pegar o Felipe, mas ele está na Penha! — ela diz do outro lado da linha.— Aí que você engana! Tô com meu fuzil apontando pro Japah nesse momento, e o Carioca, com o dele mirando na minha direção. — Carioca havia acabado de entrar pela porta, até parecia meu aniversário hoje, ganhei de presente de acabar com os dois de uma única vez.— Baixa a porrä da arma agora e solta o meu irmão! — Carioca fala grosso, e eu percebo que ele está sangrando.Sorrio outra vez, ignorando o que ele disse.— E por que não posso fazer isso? — pergunto irônico no telefone, continuando a chamada.— Porque o Eduardo é seu filho! — Ângela diz do outro lado da linha, desesperada ao ouvir a voz do Carioca.Meu olhar se volta outra vez para ele, que continua me encarando. Carioca faz a mesma coisa.
JapahDia de receber carregamento no Cascata e era pro Carioca ter ido, mas achei melhor ele ficar curtindo esse momento com a filha dele que acabou de completar 01 mês, afinal, com o Gabriel ele não teve nada disso.Quero ver esse morro bombando, mas o faturamento não tá bom e eu acho que pode melhorar muito. Eu vou meter a cara nisso aí.Assim que recebemos e vimos que estava tudo certo com a carga, Doca e eu, trocamos uma ideia do que deve ser melhorado e ajustado.Pouco depois, o fogueteiro mandou o alerta, estava tendo invasão.Que porrä é essa?Aqui é uma comunidade pequena, nunca tem invasão.Isso não podia estar acontecendo. Estávamos em menor quantidade, tanto no número de soldados quanto no armamento.Mais fogos são estourados, Doca e eu nos olhamos.Não havia dúvida, os fardas estavam entrando.Atravesso o fuzil no peito, Doca também.Viro a aba do boné pra trás, jogo fora o cigarro que eu recém tinha acendido.Saímos dali o mais rápido que pudemos, e minutos de
ÂngelaAcordo da pancada que levei, olho ao redor, sentindo tudo girar e minha cabeça doer.— Acordou a nossa doce Ângela?Ao escutar a pergunta irônica de Luciana, tento levantar e percebo que estou com os pés e as mãos amarrados com fitas.— O que você está fazendo, Luciana?— Você acreditou mesmo na minha historinha da esposa que com medo do marido, fugiu do país? Você realmente continua a mesma tonta da época da escola.— Sim, eu sou uma tonta para você, mas essa tonta aqui se casou e teve filhos com o Jorge. E você? Se contentou em ficar com o Juninho, um homem que mesmo após eu estar casada, seguiu me perseguindo. — cuspi as palavras, pois senti uma raiva tão grande por ter acreditado na mentira dela.Luciana se aproxima e dá um tapa na minha cara.— Não diz nem mais uma palavra ou então passo a fita na sua boca também!— Por que você está fazendo isso? Eu estava disposta a te ajudar!— Me ajudar? — ela pergunta rindo —Você quase destruiu a minha vida!— Você me odeia
CariocaA experiência de ter a Antonela nos meus braços pela primeira vez foi algo surreal e sem explicação, exatamente como no dia em que conheci o Gabriel. Meus filhos, com certeza, são a melhor parte de mim, talvez a única parte boa que eu tenha.Quando a Fernanda chegou do hospital com ela tão pequena nos braços, eu não sabia se beijava o rosto da minha filha ou a boca da minha mulher, tamanha felicidade que eu sentia.Antonela parece tão frágil e indefesa, mas sei que será forte e guerreira como sua mãe, inclusive, mesmo ainda tão pequena, os traços são todos, claramente da Fernanda. Minha filha vai ser linda assim como a mãe é, a mini-Fernanda, assim como o Gabriel é o mini-Carioca.Sorrio com esse pensamento.Que família linda a gente construiu junto. Porrä...Ao pegar Antonela no colo, eu sentia medo de derrubar, machucar ou qualquer coisa assim. Quando conheci o Gabriel ele já era grande e nunca o tive em meus braços quando era bebê. Foi uma emoção tão forte que não con
ÂngelaO nascimento da Antonela veio para selar a união da nossa família, estamos todos radiantes e muito felizes.Ver meus filhos felizes em seus relacionamentos e construir família, é minha maior alegria.Estou lançando mais uma franquia da minha loja de cosméticos e inclusive, estou patrocinando o projeto que a Fernanda ajudou a fundar na Penha.O projeto de capoeira foi uma ideia genial e está tendo uma repercussão muito positiva em toda a comunidade. Minha nora me enche de orgulho, aliás, minhas noras. Meus filhos escolheram muito bem as suas parceiras.Meu celular toca, número que não está salvo em meus contatos.— Alô!— Alô, Ângela?— Quem está falando? — Não confirmei que eu sou.— Sou eu, a Luciana!— Ah, é você? Oi, Luciana!— Você disse que eu poderia te ligar...— Claro, falei sim! Aconteceu alguma coisa? Você precisa de algo?— Eu recebi ameaças telefônicas, não sei como descobriram meu número e tem um carro passando diversas vezes ao dia em frente à minha c
FernandaO nascimento da Antonela foi um momento incrível.Ela ali, tão pequena e frágil, mas ao mesmo tempo tão forte, afinal, aguentamos juntas, muitos momentos de angústia durante a gravidez. Mas ali estava ela, saudável, forte e linda diante dos meus olhos que choravam de emoção ao sentir seu toque pela primeira vez.— Nós conseguimos filha. Eu te amo! — Foram minhas primeiras palavras a ela.Seria pretensão de minha parte dizer que ela parece ser moreninha, assim como eu? Muito cedo ainda para saber, só tempo vai dizer.Durante o parto, me senti acolhida e muito amada por todos que me rodeiam e, principalmente pelo Felipe. Mesmo longe durante o parto, eu o senti muito perto o tempo todo.Para comemorar o nascimento de nossa filha, ele mandou fazer um churrasco na associação para toda a comunidade participar, e eu adorei isso. A paz e a felicidade finalmente estão reinando para todos nós e eu espero que os fantasmas do passado fiquem por lá e não voltem nunca mais.Após doi
Carioca Eu saí da endola feito um doido com a moto, indo pra minha casa. Mas na metade do caminho, vi o carro da Fernanda descendo e quem dirigia era minha mãe. Eu nem sabia que ela vinha pra Penha hoje. Dei uma freada brusca com a moto, levantando poeira do chão e fui até elas que frearam também. Fernanda estava no banco do passageiro visivelmente sentindo dor. Dei um beijo rápido nela, pela janela do carro. — Vai dar tudo certo, amor! Fica calma, tá? — falei, mas na real ela tava calma, eu é que não tava. Fernanda só gesticulava a cabeça positivamente, concordando e abrindo um meio sorriso. — Eu queria te acompanhar, morena, você sabe que eu queria, mas não posso! — Ela sabe disso, Felipe, agora deixa a gente ir porque a sua filha está nascendo!— Minha mãe me deu um esporro. Eu queria muito estar segurando a mão da Fernanda quando a Antonela nascer, mas por conta de todos os meus crimes e tudo mais que sou envolvido, não posso ir pra pista. Mas um exército de soldad