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FernandaDepois que a Ângela foi embora, eu refleti muito, chorei muito, mas saber que o Felipe terá um filho com outra é algo que não vou conseguir passar por cima.Fico pensando, analisando cada detalhe para tentar saber quando foi que ele me traiu. Realmente eu sou muito masoquista. Que diferença faz? Ele traiu e pronto.Chego a conclusão de que só pode ter sido no período em que estive no hospital ou nos dias em que fiquei me recuperando no apartamento da Ângela. Era isso, enquanto eu me recuperava de ter quase morrido e ter perdido o nosso filho, ele estava na farra, sabe-se lá com quantas mulheres. Eu vivia o luto de ter perdido alguém que carreguei por tão pouco tempo dentro de mim, porque sim, foi um curto espaço de tempo e eu nem pude comemorar. E enquanto isso, ele se divertia com outras, pelo fato de ser um canalha que não consegue manter o pau sem funcionar.Felipe passou o dia todo fora de casa, anoiteceu e nada dele voltar. Gabriel já dormiu e eu não comi nada, não ten
Fernanda— O que você disse? — perguntei.Não acredito que estou passando por isso.Eu estava tão nervosa que pensei ter escutado errado. Não sei o que seria pior, um filho de 03 anos ou um que ainda não tenha nascido.— Deixa eu te explicar!— Sai daqui, Felipe! Não tem mais nada pra me explicar. — falei, levantando da cama e indo até o closet pegar um pijama e ele veio atrás.— Não tem exatamente 03 anos, vai fazer eu acho, eu não tenho certeza! Nasceu um pouco depois que o Gabriel, mas isso não importa. — ele falou me impedindo de sair do cômodo do closet.— Realmente não importa, Felipe! Até porque eu já entendi tudo e sai da minha frente que eu vou tomar um banho.— Não entendeu nada, caralh*! Eu não te traí! — Ele grita e eu tento passar por ele, que segurou meus braços, me impedindo.— Você tá percebendo as mentiras que está falando? Pode não ter me traído agora, mas traiu lá no passado! Presta atenção Felipe, o garoto tem a mesma idade do Gabriel!— Eu não tava com você nessa
LCMe aproximei e apontei o fuzil na testa da mulher, que se assustou com a minha reação.— CALA ESSA BOCA! Muito pior é uma mulher que abandona um filho por droga. Ninguém fala mal do meu velho na minha frente, ele foi um pai da hora.Nesse momento vinha entrando o carro da Rebeca, só me faltava essa. Ela tinha ido fazer compras e estava de volta, e vendo a situação, para o carro ao nosso lado.— Lucas? — Ela me chama assustada com o que está vendo.— Vai pra casa, Rebeca! — ordenei sem deixar de olhar pra tal mulher e sem baixar o fuzil. — Vai logo caralh*! — repeti, falando exaltado quando percebi que a Rebeca continuava ali! Ela ligou o carro e foi.— É a sua mulher? Ela é linda — A mulher fala.— Não é da sua conta! Tá fazendo o que ainda aqui? Mete o pé!— Seu pai me batia meu filho, por isso eu fui embora.— É? Você não acabou de dizer que ele te expulsou? Tá confusa você! — falei irônico.— Me batia e me expulsou de casa, me proibindo de me aproximar de novo de você.— Te bat
REBECA— Não me meti em nada, apenas passei por ali! Tá estressado assim por quê, Lucas? — falei, levantando o olhar enquanto estava sentada no sofá.— Porque você tá se metendo em algo que não te diz respeito, por isso. — Ele foi direto para o barzinho servir uma bebida.— Te conheço o suficiente pra saber que ali tinha coisa errada, não parecia assunto de trabalho, até porque se fosse, você não estaria resolvendo na entrada da comunidade. — falei e ele apenas me olhou, ficando um tempo calado. Depois, bebeu tudo em um único gole.— E tem alguma coisa que eu faça que não é errada? — disse sem me olhar e subiu para o quarto a passos pesados, e eu fui atrás.— O que está acontecendo, Lucas? Me fala, a gente sempre conversou sobre tudo.Ele tava muito nervoso, não respondeu nada e foi para o banho. Essa história está cheirando mal, o Lucas nunca perde o controle por absolutamente nada. Ele é muito frio e centrado, então é algo grave e eu vou descobrir o que é.CariocaFoi até bom o Gabr
Fernanda Nunca mais sai de casa, não sei nada do que está acontecendo no morro e essa história de filho com a Susana não sai da minha cabeça. Após mais uma noite mal dormida, levanto cedo, pois nos poucos momentos em que eu conseguia pegar no sono, tinha pesadelos com brigas, sangue e mortes, e em todos estes pesadelos estava o Felipe. Tomo um banho, me olho no espelho e percebo que minha cara está péssima aliás, eu estou péssima. Não dá mais, tomo uma decisão: vou falar com ele. Felipe é como uma droga, altamente viciante e destruidora, e eu sou uma viciada, daquelas que até tenta, mas não consegue ficar longe, prefiro ter a dose diária letal e perigosa do que sofrer de abstinência. E eu sofro.... minha crise de abstinência é ficar longe dele... Então decido ir até a boca, agora sei o caminho. Deixo a Josefa tomando conta do Gabriel, pego meu carro e vou para lá. Durante o caminho, fico com raiva das vielas estreitas e suas subidas intermináveis, precisei estacionar muito ante
Carioca Meu relacionamento com a Fernanda acabou, simplesmente não tem mais volta. Eu tentei de tudo, mas nem falar comigo ela quer. Então não vou insistir mais, se ela quiser assim, então assim vai ser. Ela é marrenta demais, e uma hora isso cansa, vou voltar pra minha vida de putari*. Mulher não falta, claro que ter o que a Fernanda teve de mim, nenhuma outra terá, essa coisa de pele e sentimento que a gente teve, eu sei que foi só com ela. Mas se ela quer ficar de c* doce, então eu vou viver a minha vida. Todos os dias vejo meu filho, ele tá cada dia maior e mais esperto, vai ser sagaz igual ao pai. Cada noite durmo em uma das minhas casas espalhadas pelo morro, faço esse rodízio por estratégia e somente os meus seguranças noturnos é que ficam sabendo onde vou dormir em cada noite e só sabem na hora que eu vou. Bobeira igual aquela vez em que fui preso, nunca mais. Acordo, tomo um banho e vou pra boca, muita coisa pra resolver hoje. Tô em contato direto com o Turco, meu f
FernandaChego em casa tentando esconder o choro que insistia em continuar. Josefa está com o Gabi no tapete da sala e quando percebe meu descontrole, ela levanta e vem até mim no primeiro degrau da escada, que dá acesso ao segundo andar da casa.— Aconteceu alguma, dona Fernanda?Já disse a ela milhares de vezes para me chamar apenas de Fernanda, sem nenhuma formalidade. Mas ela insiste em continuar me chamando assim, segundo ela, é por respeito.— Nada não, Josefa! Só fica mais um pouquinho com o Gabi, por favor?Terminei de falar, meus olhos lacrimejando.Ela entendeu, aliás, Josefa sabe tudo o que acontece, mas é uma pessoa muito discreta e confiável, sei que tudo que ela ouve ou presencia, não sai desta casa .— Claro, minha querida! Vou levar ele para brincar lá fora.Abro um sorriso forçado, agradecendo e subi para o quarto com a decisão tomada: eu pediria o divórcio e voltaria com o Gabriel para minha casa. Era isso, era o fim.RebecaHoje é mais um daqueles dias em
LCRobertão chegou na VK e de perto ele é ainda maior do que parecia ser pelas chamadas de vídeos que fizemos, o cara é enorme, tipo 4x4 mesmo, parece aqueles seguranças de celebridade. Se ele vestir um terno, tenho certeza que fica idêntico.Ele era segurança de carro forte na cidade onde morava e após ser demitido do emprego, sem conseguir outro trabalho, começou a se envolver aos poucos no mundo do crime, participando inclusive, a assaltos a carros fortes em estradas, já que ele conhecia bem como funcionava o esquema.Robertão é um cara muito na dele. Calado, discreto, bastante observador e que entende absolutamente tudo de armas, ele tem um perfil excelente para termos no nosso bonde, e ficaria, a princípio, aqui na VK, mas o Carioca quer ele na Penha, então ele vai pra lá.Japah tá junto e assim como o Carioca, ele tem o hábito de avaliar cada movimento das pessoas, e foi o que ele fez com o Robertão. Japah ainda não tinha entendido porque o irmão queria que o cara fosse leva