LCRobertão chegou na VK e de perto ele é ainda maior do que parecia ser pelas chamadas de vídeos que fizemos, o cara é enorme, tipo 4x4 mesmo, parece aqueles seguranças de celebridade. Se ele vestir um terno, tenho certeza que fica idêntico.Ele era segurança de carro forte na cidade onde morava e após ser demitido do emprego, sem conseguir outro trabalho, começou a se envolver aos poucos no mundo do crime, participando inclusive, a assaltos a carros fortes em estradas, já que ele conhecia bem como funcionava o esquema.Robertão é um cara muito na dele. Calado, discreto, bastante observador e que entende absolutamente tudo de armas, ele tem um perfil excelente para termos no nosso bonde, e ficaria, a princípio, aqui na VK, mas o Carioca quer ele na Penha, então ele vai pra lá.Japah tá junto e assim como o Carioca, ele tem o hábito de avaliar cada movimento das pessoas, e foi o que ele fez com o Robertão. Japah ainda não tinha entendido porque o irmão queria que o cara fosse leva
FernandaFalei ao Felipe que quero o divórcio, porque é exatamente essa a minha vontade agora.— NUNCA! — Ele fala firme e grosso.— Felipe, não tem mais sentido continuarmos casados, o divórcio é inevitável, aliás, podemos pedir a anulação desse casamento!— Eu nunca vou te dar o divórcio, tá entendendo? Nunca! Você é minha mulher e vai continuar sendo! — Ele se aproximou, me empurrando até a parede e ficou ali, me pressionando, apontando o dedo indicador para a minha cara. — Você pode até ficar viúva, mas divorciada jamais! — falou e nós nos olhamos olho no olho.— Qual o sentido disso tudo, hein? Esse relacionamento acabou, você fez as suas escolhas, Felipe!— Você é quem fez essas escolhas!— Eu fiz? A única escolha que fiz foi ir falar com você hoje quando acordei. Mas para minha surpresa, ou não, você estava comendo a primeira put* barata que foi lá se oferecer! Então não venha me dizer que eu fiz escolhas, porque quem as fez, aliás, sempre faz, é você.— E você acha que
CariocaSaio da minha casa, ou melhor, casa da Fernanda agora, putä pra carälho. Ela consegue me tontear legal, mas chega de ser palhaço na mão dela.Ela fod€ com psicológico, na moral. O mês todo sem falar comigo, sem nem olhar na minha cara, aí quando resolvo dar uma aliviada com uma piranha, ela vê, só pode ser coisa do demônio uma parada dessas.Tudo que eu queria era estar com ela, fazer logo outro moleque. Eu sou louco por essa mulher e não entra na minha mente ela ser apenas a mãe do meu filho. Não que isso seja pouco, muito pelo contrário, ela ocupa o posto de mulher mais importante pra mim por esse motivo. Mas não consigo imaginar ela sequer pensando em outro, ficando então? Jamais, sem chance, ela é minha e pronto.Parto com minha moto no pique corrida de fórmula 1 e em poucos minutos tô na boca da 12.O Japah tá do lado de fora conversando com alguns soldados e um cara diferente, provavelmente o homem que o LC trouxe de outro estado.— Fala tropa! — chego fazendo o to
CariocaTô dando um giro pelo morro com o Robertão pra ele conhecer tudo, eu na minha moto e ele numa que foi fornecida pra ele fazer os corres de agora em diante. Ele é caladão, mas pega tudo muito rápido, pouca conversa e muita ação, isso me agrada.Paro no bar da subida do morro, com esse calor de 34 graus antes das 11 da manhã, só uma cerveja estupidamente gelada pra amenizar.Nem preciso chamar o pessoal que tá atrás do balcão, logo vem uma mina com short curto, cabelo preso num coque, brincos enormes nas orelhas e rebolando, enquanto traz na bandeja dois copos e as duas cervejas. Robertão ia beber comigo, dei essa moral a ele.A mulher serve a mesa se inclinando de uma maneira que seus peitos fiquem diante dos meus olhos, sem cerimônia alguma. Claramente com segundas e terceiras intenções, ela pergunta me olhando:— Mais alguma coisa?— Só isso mesmo! Por enquanto... respondi, enquanto olhava pra ela de cima a baixo, analisando que ela é bem gostosa.Nos encaramos.— Pr
LCSilêncio entre Rebeca e eu.— De overdose Rebeca! — repito. — Morreu enchendo o corpo de droga, ela não tinha mudado nada! — Eu ria alto e acho que também chorava ao mesmo tempo, afinal, não era engraçado.— Você podia ter perdoado ela. Era sua mãe e você não estaria nesse estado agora.— Cala a boca! — gritei.— Não é vergonha amar a sua mãe, mesmo ela tendo errado tanto, Lucas!— Eu não amava ela porrä! — gritei e joguei a garrafa na parede, deixando Rebeca apavorada.— Pra quê tanto ódio? — pergunta.— Esse sou eu. E quer saber? Eu não ligo, não tô nem aí! Nunca precisei dela pra nada! — Rebeca tenta me abraçar. Empurro ela novamente e saio feito maluco pela porta, batendo com força.Vou até a boca principal e lá uso várias paradas. Misturei tudo, não sou de misturar, não costumo usar pó, mas hoje eu precisava. Eu queria não sentir dor, queria não sentir a consciência pesada, queria não lembrar...E fico nessa onda por horas, viajando em tudo que já passei, lembrando d
Fernanda A noite está tranquila, hoje o Felipe não veio ver o Gabriel, e eu achei isso estranho, afinal, ele vem diariamente. Estou assistindo uma série quando o Andrey me liga e ficamos falando sobre o boy italiano que ele conheceu pela internet, enquanto desço para preparar o leite para o Gabriel. Andrey fala sem parar e eu rio do jeito dele, que está muito empolgado com o seu pretendente europeu. Abro a geladeira e procuro algo gelado para tomar, pois com o calor de hoje, eu preciso. Pego uma caixinha de suco de soja, sirvo e vou tomando, enquanto continuo ouvindo as coisas que o Andrey conta. Após desligarmos, me viro para voltar para o quarto e ali está ele, o Felipe. Sorrateiro e lindo como sempre, silencioso como nunca. Me pergunto mentalmente quantas vezes ele já deve ter feito isso, entrar aqui à noite sem que eu perceba. Ele se aproxima e vai jogando aquele charme que só ele tem, aquela mistura de cafajestagem com cara de bravo que me enlouquece. Ele sabe o que
FernandaPela manhã, lembro vagamente do Felipe beijando a lateral do meu rosto, dizendo que tinha coisas a resolver. Devia ser muito cedo, eu estava cansada, então voltei a dormir.Acordo horas depois, tomo um banho, passo pelo quarto do Gabriel que ali não está. Desço e uma mesa linda de café estava posta. Josefa me olha com um sorriso largo.— Bom dia dona... Quero dizer, bom dia Fernanda! Fico muito feliz que estejam se entendendo.Devolvo o sorriso a ela, que havia percebido que aconteceu algo entre o Felipe e eu.— Vamos com calma, tudo no seu tempo! Onde está o Gabi? — falei gesticulando, afinal, foi apenas uma noite e há muitos problemas ainda entre nós.— Está lá fora com o Felipe, já tomaram café.Comi um pão de queijo e tomei um copo de iogurte natural, com banana e mel e depois fui até o jardim.Chego lá, eles estão sentados no gramado. Gabriel está brincando com um jogo de lego e o Felipe falando ao celular.— Como assim, mãe? Ela devia estar aí a quase 01 hora a
DaniNão tive dificuldade em passar, afinal, não iam querer arrumar confusão com a mulher de um dos chefes e também o Japah nunca me proibiu de ir e vir em qualquer lugar que fosse. Óbvio que os soldados devem ter tentado avisá-lo, mas ele estava com o rádio e os celulares desligados, então até conseguirem contato de outra forma, eu já estaria lá.Segui indo pelo caminho que o GPS indicava e também pedi informações a algumas pessoas pelo caminho.Chegando lá, vi que estava no local certo, era uma casa bonita com muros altos e a cor batia com a informação que recebi. Saía fumaça e o cheiro de churrasco exalava até onde eu estava. Havia música alta e alguns soldados que faziam a segurança, vieram até mim.Mais uma vez me identifiquei e permaneci dentro do carro, um deles entrou pelo portão, e alguns minutos depois apareceu o Japah.A imagem me enoja.Eduardo estava com os pés descalços, somente de bermuda e sem camisa. Aliás, a camisa estava amarrada na cintura, no cós da bermuda.