O amor pode surgir de uma união forçada? Para Amerie essa resposta sempre foi sim, desde a infância. Até que… de repente, essa verdade mudou. E uma paixão avassaladora e errada, surgiu de um lugar que ela mal poderia esperar. Mas nem tudo são flores, e logo a jovem descobrirá que por trás de certas verdades existem segredos sobrenaturais e inumanos. Enquanto ela tenta lutar contra seu coração, e seu desejo.
Ler maisAlguns dias desde o baile, se passaram rapidamente. Minha apresentação ao reino, havia sido muito comentada. Mas eu ainda notava olhares estranhos de algumas pessoas para mim de vez em quando, era algo que me incomodava. Mas eu não queria pensar sobre isso. Elder continuava deixando-me sozinha no quarto na maioria das vezes e sumia por horas, sendo minha única opção ficar trancada no quarto. Mas eu me recusava a fazer aquilo, então passei a andar mais pelos arredores do castelo. Conhecendo melhor o lugar, mesmo que sempre sozinha ou acompanhada de alguma dama de companhia. Eriel, também havia desaparecido. Eu o via de vez em quando pelos corredores, mas ele parecia cada vez mais distante e estranho comigo. Tentei pensar em alguma justificativa para aquela mudança abrupta, muitas coisas me vieram à mente. Eu estava na floresta próxima do jardim, colhendo algumas Flores. Quando avistei Lizibeth, aparentemente ela estava indo até a aldeia. Me aproximei dela sem demora. - Olá Lizibeth
Quando os aplausos cessaram, Gadriela tomou a frente sorrindo. - é um prazer ter cada um de vocês reunidos em nosso baile está noite, são todos bem vindos. - mais aplausos. - mas este baile, nada mais é do que uma celebração... Para que conheçam nossa querida Amerie aladian, esposa de meu filho mais velho, Elder. Venha até aqui querida. - ela me estendeu a mão, suspirei e prontamente me aproximei. Cada olho naquele grande salão, estava em mim. - vejam como ela é linda. - alguns sorriram, outros cochicharam. - gostaria que todos em nosso reino a tratassem com carinho e afeição, vamos todos mostrar a querida Amerie como somos um povo receptivo, para que ela se sinta sempre em casa. - abri um sorriso gentil, alguns outros me retribuíram. Outros, apenas se mantiveram impassiveis. Gadriela apertou minha mão, trazendo-me ainda mais para frente. - diga alguma coisa querida. Eu sempre havia me considerado uma pessoa tímida, que não gostava de falar ou estar no meio de grandes multidões.
Após sair de dentro da água, Eriel me fitou de cima a baixo e sorriu. - não vai dar nenhum mergulho? - isso não seria apropriado. - assim como respirar não é apropriado para você. - zombou enquanto andava até o cavalo, bufei já brava com suas provocações. - para você é fácil zombar do meu modo de pensar, você é um príncipe. É homem, tem total direito de fazer qualquer coisa sem receber punições ou reclamações, agora eu... Sou uma princesa. É totalmente diferente para mim, e você sabe disso. - ele me encarou rapidamente, e sorriu de relance. Mas não havia felicidade naquele gesto. - acho que você não me conhece. - assim como você não me conhece. - ele se aproximou, eu me encolhi. - e gostaria que eu conhecesse? - eu franzi o cenho, não havia entendido seu tom de voz. O jeito como ele havia me dirigido a palavra, tinha sido tão... Intenso. - ora mas isso... - é uma brincadeira princesa, agora por favor... Vamos embora? - me estendeu a mão, que prontamente eu segurei. Sem dificu
Naquela noite, Elder havia me tocado novamente. Eu não tinha sentido dores, ou desconfortos. Mas também não senti mais nada, enquanto ele fez sons e depois se despejou dentro de mim. Meu corpo não esboçou nenhum sinal de desejo, eu não sabia se para as mulheres era daquela forma. Mas me senti extremamente confusa, e desanimada. Quando o dia chegou, olhei para o lado da cama novamente. Ele não estava lá, eu bufei. Mas as palavras de Eriel voltaram à minha mente, e rapidamente eu me pus de pé. Coloquei um vestido azul claro, prendi meus cabelos em um simples rabo de cavalo e desci as escadas. Haviam poucos criados andando pelo castelo, talvez porque ainda fosse muito cedo. Olhei ao redor no grande salão de entrada, era tão lindo pela manhã. A luz do sol entrava na grande sala escura, contrastando com o brilho. Andei um pouco mais, me aproximando do trono. Era lindo, marrom, cheio de detalhes esculpidos. Mas algo me chamou a atenção, haviam desenhos de figuras do que pareciam ser... L
Voltei ao meu quarto naquela tarde, fiquei andando de um lado para o outro. Tentando pensar em algo para fazer, ter alguma ideia. Mas nada me vinha à mente, e todas as vezes que eu andava pelos corredores me sentia estranha. Era como se aquelas pessoas não me quisessem ali. Suspirei, e logo andei até a sacada. Avistei a aldeia mais a baixo. Eu as entendia, afinal eu era de um reino distante. Elas não tinham obrigação de gostar de mim, mas ainda sim... Era confuso para mim. Ouvi a porta sendo aberta, e me sobressaltei imaginando ser Elder. Mas era aquela jovem camareira que havia me acordado mais cedo, me voltei para ela. - olá. - a moça se sobressaltou, parecia não ter me visto. - senhora, me perdoe. Pensei que o quarto estava vazio. - não, não precisa se desculpar. - lhe lancei um sorriso amigável, ela me fitou. - eu sou Amerie guileard, e você? - eu sei quem a senhora é. - ela sorriu, mas logo parou como se tivesse feito algo errado. - ah perdoe-me pela falta de educação, eu.
Voltei para o quarto minutos depois, mas a visão de Eriel daquela forma não saia de minha cabeça. O modo como seus olhos estavam, como ele estava... Parecia ser outra pessoa. Cheguei no quarto, Elder ainda não estava lá. Deitei na cama grande e vazia, e encarei o teto. - será que ele está bem? - sussurrei para mim mesma, pensei em sair do quarto. Tentar encontra-lo, mas isso não seria normal. Apenas fechei os olhos, e adormeci. Minha noite havia sido péssima, tive vários pesadelos. Um deles chamou minha atenção, eu era perseguida por uma criatura de olhos vermelhos e brilhantes. Acordei atordoada, o dia já havia nascido. As camareiras estavam abrindo as persianas, me sobressaltei. - bom dia senhora. - uma jovem se aproximou. - ah... Bom dia. - a rainha a espera para o desjejum. - sim, claro. - tratei de pôr meus pés para fora da cama. A jovem me fitou. - irei ajudá-la a se vestir. - sim, certo. - ela me vestiu em um vestido azul escuro, e penteou meus cabelos para trás de for
Fiquei ali, no pátio do castelo. Observando ao meu redor, era muito maior do que minha antiga casa. Um pouco sombrio até, mas havia certa beleza ali. Notei que tinham muitos serviçais, e cavaleiros para todo canto. Já estava quase indo até às portas do castelo, quando a carruagem de Elder adentrou pelos portões. Resolvi esperar até que ele estivesse ao meu lado. Prontamente ele saiu de dentro, e logo se aproximou com seus pais ao seu encalço. - o que achou da paisagem querida Amerie? - sua mãe me questionou. - é... Um lugar muito lindo, realmente encantador. - ela sorriu sem demora. - espero que se sinta confortável, afinal está é sua casa agora. - engoli em seco, mas acenei com a cabeça. - Elder, leve Amerie para dentro. Ela deve estar muito cansada, e nervosa por conta de tudo o que aconteceu. - ele me encarou de relance, e logo me entendeu a mão. - vamos lá. - me despedi de seus pais, e segui com ele para dentro. O salão de entrada era enorme, com várias colunas brancas post
O ladrão continou me segurando pelos cabelos, enquanto o outro puxava Elder. Mais a frente, haviam outros com os pais dele como reféns. Meu coração estava acelerado. - onde está o dinheiro? - o ladrão mais velho gritou para Elder. - não há dinheiro Aqui! - quer que eu acredite que a realeza anda sem dinheiro? Ele gargalhou de forma alta e sonora. - sim, nós estamos voltando de longe. Gastamos o resto do dinheiro que havíamos levado, nas paradas que fizemos, agora nos deixem em paz! E talvez vivam! - o outro ladrão pôs uma adaga em meu pescoço, todo o meu sangue gelou. - CADÊ O DINHEIRO? - você é surdo cac*te! Não há dinheiro aqui. - ele deu um soco forte em Elder, eu estava tremendo. - levem... Levem os colares, as jóias. Elas valem muito, por favor... Só não façam nada conosco! - implorei, o ladrão mais velho olhou para mim. - sua mulher tem mais atitude do que você majestade. - uma risada cheia de escárnio, ele se aproximou de mim. Ainda segurando Elder. - sabemos que tem
Me mantive encolhida no canto do quarto, enquanto encarando aquele homem que havia chamado Elder de irmão. Ele estava usando uma roupa dourada, entre aberta. Seus cabelos estavam bagunçados, e ele não parecia nada contente. Ele se aproximou um pouco mais, estendendo a mão para mim. Fiquei olhando para sua mão ainda meio confusa, mas logo aceitei. Ele manteve seus olhos em mim, e eu fiz o mesmo. Parecia impossível desviar o olhar dele. - você não tem o direito de entrar no meu quarto assim p*rra! Ainda mais na minha noite de núpcias. - o homem se voltou para Elder. - eu ouvi uma discussão, e aparentemente você está bêbado como um porco. - é meu casamento, eu tenho o direito de beber. - você se esquece que também é o casamento dela. Meu coração acelerou, ele voltou a me fitar. - você está bem? - ah eu... - é claro que ela está bem, o que você acha que eu iria fazer? - Elder se pôs de pé, se aproximando. Mas o homem não se afastou de mim. - ela não respondeu minha pergunta. -