me apaixonei pelo irmão errado: um conto romântico e inesque
me apaixonei pelo irmão errado: um conto romântico e inesque
Por: Lívia_V
capítulo 01: amor ou ilusão?

- isso, está perfeita agora. - mamãe disse toda animada, após a serviçal terminar de colocar o terceiro vestido em mim. Era lindo, rosa, longo e apenas um pouco justo na cintura.

- tem certeza que está bom?

Me encarei no espelho, meus olhos verdes me encararam de volta.

- sim, Elder irá gostar muito.

Sorri de relance, eu estava muito nervosa. Mas tentava não transparecer.

- se tudo ocorrer bem, o casamento acontecerá logo querida filha. Você sabe como essa união será benéfica para nós. - assenti olhando para ela pelo reflexo do espelho.

- sim mamãe, eu estou pronta para cumprir meu dever. - ela se aproximou tocando meu ombro.

- boa menina querida filha, agora... Vamos descer.

Minha mãe partiu na frente, seguida por mim. Eu estava nervosa, era óbvio. Mas não assustada, Pelo total contrário. Eu era a princesa de alestia, um reino lindo e primaveril. E desde a infância conhecia o príncipe Elder aladian, de delmar. Praticamente crescemos juntos, com o propósito de um dia nos casarmos. E eu aprendi a amá-lo conforme crescia, e agora mal podia esperar para me casar com ele. Para ser sua mulher, sua rainha. E isso era uma sorte para nós, pois se casar com alguém amado na realeza era uma benção.

Chegamos até o grande salão principal, Elder estava com meu pai. Lindo como sempre, trajado em uma roupa azul. Cabelos loiros claros, olhos castanhos. Me aproximei lentamente, logo seus olhos me encontraram.

- querida Amerie. - ele fez uma breve reverência.

- príncipe Elder, é um prazer como sempre. - lhe lancei um leve sorriso, meus pais se entroalharam. Ele se aproximou, e se empertigou.

- gostaria de fazer isso de uma forma mais convencional, mas tenho que voltar rapidamente para delmar, para resolver umas coisas. E já falei com seu pai, querida Amerie... Aceita se casar comigo? - meu coração acelerou, eu esperava aquilo há anos. Mas tentei me conter, afinal eu era a princesa.

- sim, sim eu aceito meu príncipe. - um largo sorriso surgiu em seus lábios, ele pegou minha mão e deu um leve beijo.

- voltarei para delmar, para tratar de outros assuntos. Mas no próximo mês estarei de volta, para nosso casamento. Até lá, lhe mandarei cartas. - sorri contente.

- claro, estarei ansiosa por sua volta.

                      ****

Elder mandava-me cartas constantemente, falando de nosso casamento. E como logo seríamos um casal, eu sempre respondia com tamanha intensidade e ansiedade. Até que, em uma semana qualquer ele parou de me mandar as cartas, o que me deixou confusa. Mas como se nada tivesse acontecido, ele voltou a manda-las, apenas me fazendo ignorar o ocorrido.

Logo, a semana de nosso casamento chegou. O castelo foi preparado, os convidados, nosso reino. E meu vestido.

Eu estava pronta, olhando-me pelo espelho. O vestido abraçava meu corpo, haviam alguns detalhes de flores bordadas, que o deixava ainda mais lindo. Meus cabelos castanhos claros longos e ondulados, estavam soltos, o que dava um contraste ainda melhor para o vestido. Suspirei me encarando, eu estava feliz. Era o dia do meu casamento, o dia no qual tanto sonhei.

- pronta minha filha? - minha mãe adentrou no quarto, olhei rapidamente para ela.

- sim, acho... Que sim.

- ótimo querida, seu noivo a espera. - andei até minha mãe, prontamente chegamos até a capela da igreja. Meu pai, estava a minha espera. Sorri de relance, ao olhar para frente e avistar Elder. Ele estava tão lindo, trajando preto. Mas algo me chamou atenção, seu rosto estava sério. Sério como jamais o vira na vida, franzi o cenho. Mas apenas andei com meu pai até o altar.

Avistei meus sogros na fileira da frente, sorri de relance para eles. Me surpreendi ao ver o pai de Elder ali, ele já era um homem velho e doente.

Enfim, chegamos até o altar. Meu pai me entregou para Elder, que logo segurou minha mão. Mas mal olhou para mim, cerrei os olhos.

A cerimônia aconteceu rápida, sem muitas delongas. Elder parecia ansioso, apressado. Quando enfim aceitamos um ao outro, ele apenas me trouxe para perto. Dando-me um beijo rápido e se afastando em seguida.

Aquilo me deixou confusa, mas resolvi não pensar tanto em sua atual indiferença. A celebração estava bonita, mas todas as vezes que eu tentava conversar com meu marido. Eu era ignorada, ou apenas deixada falando sozinha. Apertei as mãos, estava sozinha no canto pensando. Quando senti suas mãos em minha cintura.

- vamos deitar. - ele sussurrou em minha orelha, podia sentir o cheiro forte de vinho. Mal pude retrucar, enquanto ele me levava para cima. Chegamos até o quarto, ele me jogou para dentro. Fechando a porta atrás de si, o encarei nervosa.

- espere, Elder... Está tudo bem? - ele se aproximou rapidamente, segurando-me pela cintura e me beijando. Mas ele estava bêbado, muito bêbado.

- Elder!

- você é tão linda. - senti suas mãos tocando meu corpo, engoli em seco. Eu sabia que ele era meu marido, mas... Não queria que nossa noite de núpcias fosse assim.

- Elder não, espere!

- esperar? Sou seu marido! - ele começou a tentar tirar meu vestido, mesmo comigo tentando me desvencilhar.

- por favor... Elder! - acabei empurrando ele sem querer, o homem cambaleou.

- me... Me perdoe eu...

- cale-se. - ele começou a tirar seu terno, eu engoli em seco.

- você sabe o que casais fazem? Pois bem... Tem a obrigação de me dar isso! Agora chega. - eu me encolhi no canto do quarto, aquele não parecia em nada com Elder que eu conhecia desde a infância.

- não, eu... Eu não quero assim! - ele sorriu sem felicidade.

- você não tem que querer. - ele voltou a me agarrar, eu acabei soltando um gritinho nervosa.

- Elder por favor! - já estava quase chorando, quando então, alguém entrou no quarto. Fazendo Elder se afastar de mim, e se chocar contra a parede. Eu me sobressaltei, nervosa com tudo aquilo. E pude olhar para aquele alguém. Era um homem alto, cabelos negros, ombros largos e pele bronzeado.

- mas que...

- é melhor ficar aí, irmão! - meu coração quase saiu pela boca, aquele homem chamou Elder de irmão? E lentamente se voltou para mim.

- tudo bem, princesa? - sua voz grave me atingiu de uma forma diferente.

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