O ladrão continou me segurando pelos cabelos, enquanto o outro puxava Elder. Mais a frente, haviam outros com os pais dele como reféns. Meu coração estava acelerado.
- onde está o dinheiro? - o ladrão mais velho gritou para Elder. - não há dinheiro Aqui! - quer que eu acredite que a realeza anda sem dinheiro? Ele gargalhou de forma alta e sonora. - sim, nós estamos voltando de longe. Gastamos o resto do dinheiro que havíamos levado, nas paradas que fizemos, agora nos deixem em paz! E talvez vivam! - o outro ladrão pôs uma adaga em meu pescoço, todo o meu sangue gelou. - CADÊ O DINHEIRO? - você é surdo cac*te! Não há dinheiro aqui. - ele deu um soco forte em Elder, eu estava tremendo. - levem... Levem os colares, as jóias. Elas valem muito, por favor... Só não façam nada conosco! - implorei, o ladrão mais velho olhou para mim. - sua mulher tem mais atitude do que você majestade. - uma risada cheia de escárnio, ele se aproximou de mim. Ainda segurando Elder. - sabemos que tem mais do que isso. - não há, apenas as jóias. E até mesmo nossas peças de roupas, são de ceda pura. Podem levar. - o que está falando? - Elder esbravejou, o encarei desesperada. O ladrão apertou a adaga em meu pescoço. - fale onde está o resto do dinheiro, ou mataremos sua mulher. - meu coração quase saiu pela boca, Elder franziu o cenho. - NÃO TEM MAIS DINHEIRO! o ladrão mais velho sorriu de forma grotesca, e fez um gesto para o outro que me segurava. E logo pude sentir o homem me apertando contra si. - ótimo, já que não ama sua mulherzinha. Vamos aproveitar com ela, e depois vamos matá-la na sua frente. - não... Não por favor! Por favor! - gritei enquanto me debatia contra aquele meu opressor. - ELDER SOCORRO! - mas ele se manteve imóvel, enquanto o outro me agarrava. Todo o meu corpo estava tremendo, eu não acreditava que iria passar por aquilo. Até que, uma flecha atingiu a cabeça daquele que me segurava. Em seguida dos dois que prendiam os pais de Elder. Eu caí de joelhos no chão, em completo choque. Aquele que segurava Elder, se desesperou e começou a correr. Mas não foi muito longe, pois logo uma flecha o atingiu bem no coração. Tudo ficou lento para mim, eu não escutava vozes. Apenas via Elder gritando alguma coisa, enquanto seus pais se aproximavam. Me mantive caída no chão, meu corpo tremendo. Até que, de dentro da floresta. Eriel surgiu, segurando o arco e flecha. Elder gritou algo para ele, mas ele apenas passou por todos. E veio em minha direção, se agachando de frente para mim. Estava tremendo, quando senti sua mão em meu queixo. Erguendo-o para que pudesse olhar em seus olhos. Algumas lágrimas molhavam meu rosto, eu arfei. - eu disse que se precisasse era só gritar. - um leve sorriso de canto surgiu em seus lábios, e sua voz grave me despertou do que parecia ser um transe de medo. - está tudo bem princesa, você está bem. - pisquei algumas vezes, nunca desviando o olhar do seu. Lentamente, ele pôs sua mão em minha cintura de forma delicada e respeitosa para que eu pudesse ficar de pé. Nunca me afastando dele, apenas olhando em seu rosto. Ele passou o dedo por minha bochecha, limpando o que parecia ser uma mancha de sangue. - aonde você estava? - Elder esbravejou, lentamente Eriel se voltou para o irmão. - eu estava vindo mais atrás, avistei o que estava acontecendo e logo tratei de pegar meu arco e flecha. - a mãe dele se aproximou, e o fitou de cima a baixo. - muito bem Eriel, pelo menos fez algo útil. - disse meio prepotente. Eriel não sorriu, ou demonstrou qualquer emoção. - podem continuar a viagem agora. - todos assentiram, mas eu não queria me afastar de Eriel. Não agora, eu sentia que precisava estar perto dele. - vamos lá Amerie. - Elder me estendeu a mão, mas eu fiquei onde estava. Minha garganta oscilou, eu quase estava indo até ele quando... - ela vem comigo, meu cavalo está ali na frente. - Elder franziu o cenho. - não, nem pensar. - ela está nervosa, ficar dentro dessa carruagem só vai piorar as coisas. Deixe que eu a leve. - sua voz ficou grave novamente, Elder se empertigou. - deixe que seu irmão a leve meu filho, será melhor. - sua mãe disse rapidamente, mas Elder pareceu pensar por um bom tempo. Até que logo, adentrou na carruagem. Eriel segurou minha mão. - vamos lá, meu cavalo está ali na frente. - assenti, logo ele me guiou até o animal que estava na floresta. - sabe montar? - não eu... Eu não sei. - ele assentiu sem demora, e logo se aproximou de mim. - eu ajudo a montar. - de forma lenta e respeitosa, ele segurou minha cintura. Colocando-me no animal. Rapidamente, ele montou atrás de mim. - segure aqui nas rédeas, é melhor para se equilibrar. - acenei com a cabeça, obedecendo prontamente. Sem que eu me desse conta, estávamos cavalgando entre a floresta vermelha de delmar. Era estranho aquilo, tê-lo atrás de mim. Com as mãos ao meu redor, me mantendo próxima dele. Engoli em seco, aquilo era tão errado. - você está fria, acalme-se. Não tem mais nenhum perigo nessa floresta, a não ser eu. - franzi o cenho. Ouvi uma risadinha. - aliás, era uma brincadeira. Assenti com a cabeça, olhando ao redor. - você e Elder, aparentemente são muito diferentes. - sim, eu sou mais bonito. - fiquei quieta, bem... Não era mentira. Eriel era um homem fora do comum, fiquei vermelha. Eu não podia ficar pensando aquelas coisas. Continuamos a cavalgar por mais algum tempo, até chegarmos a aldeia. Que ficava aos pés do castelo, era linda. Adorável, cheia de casas para todo canto. Subimos um pouco mais a montanha, e logo chegamos aos portões do castelo. Entramos no pátio, Eriel desceu prontamente. E em seguida, logo estendeu os braços tirando-me do cavalo. Olhei ao redor, e logo ele me fitou e se empertigou. - conhece o inferno Amerie? Olhei para ele sem demora. Ele sorriu sem felicidade. - seja bem vinda a ele.Fiquei ali, no pátio do castelo. Observando ao meu redor, era muito maior do que minha antiga casa. Um pouco sombrio até, mas havia certa beleza ali. Notei que tinham muitos serviçais, e cavaleiros para todo canto. Já estava quase indo até às portas do castelo, quando a carruagem de Elder adentrou pelos portões. Resolvi esperar até que ele estivesse ao meu lado. Prontamente ele saiu de dentro, e logo se aproximou com seus pais ao seu encalço. - o que achou da paisagem querida Amerie? - sua mãe me questionou. - é... Um lugar muito lindo, realmente encantador. - ela sorriu sem demora. - espero que se sinta confortável, afinal está é sua casa agora. - engoli em seco, mas acenei com a cabeça. - Elder, leve Amerie para dentro. Ela deve estar muito cansada, e nervosa por conta de tudo o que aconteceu. - ele me encarou de relance, e logo me entendeu a mão. - vamos lá. - me despedi de seus pais, e segui com ele para dentro. O salão de entrada era enorme, com várias colunas brancas post
Voltei para o quarto minutos depois, mas a visão de Eriel daquela forma não saia de minha cabeça. O modo como seus olhos estavam, como ele estava... Parecia ser outra pessoa. Cheguei no quarto, Elder ainda não estava lá. Deitei na cama grande e vazia, e encarei o teto. - será que ele está bem? - sussurrei para mim mesma, pensei em sair do quarto. Tentar encontra-lo, mas isso não seria normal. Apenas fechei os olhos, e adormeci. Minha noite havia sido péssima, tive vários pesadelos. Um deles chamou minha atenção, eu era perseguida por uma criatura de olhos vermelhos e brilhantes. Acordei atordoada, o dia já havia nascido. As camareiras estavam abrindo as persianas, me sobressaltei. - bom dia senhora. - uma jovem se aproximou. - ah... Bom dia. - a rainha a espera para o desjejum. - sim, claro. - tratei de pôr meus pés para fora da cama. A jovem me fitou. - irei ajudá-la a se vestir. - sim, certo. - ela me vestiu em um vestido azul escuro, e penteou meus cabelos para trás de for
Voltei ao meu quarto naquela tarde, fiquei andando de um lado para o outro. Tentando pensar em algo para fazer, ter alguma ideia. Mas nada me vinha à mente, e todas as vezes que eu andava pelos corredores me sentia estranha. Era como se aquelas pessoas não me quisessem ali. Suspirei, e logo andei até a sacada. Avistei a aldeia mais a baixo. Eu as entendia, afinal eu era de um reino distante. Elas não tinham obrigação de gostar de mim, mas ainda sim... Era confuso para mim. Ouvi a porta sendo aberta, e me sobressaltei imaginando ser Elder. Mas era aquela jovem camareira que havia me acordado mais cedo, me voltei para ela. - olá. - a moça se sobressaltou, parecia não ter me visto. - senhora, me perdoe. Pensei que o quarto estava vazio. - não, não precisa se desculpar. - lhe lancei um sorriso amigável, ela me fitou. - eu sou Amerie guileard, e você? - eu sei quem a senhora é. - ela sorriu, mas logo parou como se tivesse feito algo errado. - ah perdoe-me pela falta de educação, eu.
Naquela noite, Elder havia me tocado novamente. Eu não tinha sentido dores, ou desconfortos. Mas também não senti mais nada, enquanto ele fez sons e depois se despejou dentro de mim. Meu corpo não esboçou nenhum sinal de desejo, eu não sabia se para as mulheres era daquela forma. Mas me senti extremamente confusa, e desanimada. Quando o dia chegou, olhei para o lado da cama novamente. Ele não estava lá, eu bufei. Mas as palavras de Eriel voltaram à minha mente, e rapidamente eu me pus de pé. Coloquei um vestido azul claro, prendi meus cabelos em um simples rabo de cavalo e desci as escadas. Haviam poucos criados andando pelo castelo, talvez porque ainda fosse muito cedo. Olhei ao redor no grande salão de entrada, era tão lindo pela manhã. A luz do sol entrava na grande sala escura, contrastando com o brilho. Andei um pouco mais, me aproximando do trono. Era lindo, marrom, cheio de detalhes esculpidos. Mas algo me chamou a atenção, haviam desenhos de figuras do que pareciam ser... L
Após sair de dentro da água, Eriel me fitou de cima a baixo e sorriu. - não vai dar nenhum mergulho? - isso não seria apropriado. - assim como respirar não é apropriado para você. - zombou enquanto andava até o cavalo, bufei já brava com suas provocações. - para você é fácil zombar do meu modo de pensar, você é um príncipe. É homem, tem total direito de fazer qualquer coisa sem receber punições ou reclamações, agora eu... Sou uma princesa. É totalmente diferente para mim, e você sabe disso. - ele me encarou rapidamente, e sorriu de relance. Mas não havia felicidade naquele gesto. - acho que você não me conhece. - assim como você não me conhece. - ele se aproximou, eu me encolhi. - e gostaria que eu conhecesse? - eu franzi o cenho, não havia entendido seu tom de voz. O jeito como ele havia me dirigido a palavra, tinha sido tão... Intenso. - ora mas isso... - é uma brincadeira princesa, agora por favor... Vamos embora? - me estendeu a mão, que prontamente eu segurei. Sem dificu
Quando os aplausos cessaram, Gadriela tomou a frente sorrindo. - é um prazer ter cada um de vocês reunidos em nosso baile está noite, são todos bem vindos. - mais aplausos. - mas este baile, nada mais é do que uma celebração... Para que conheçam nossa querida Amerie aladian, esposa de meu filho mais velho, Elder. Venha até aqui querida. - ela me estendeu a mão, suspirei e prontamente me aproximei. Cada olho naquele grande salão, estava em mim. - vejam como ela é linda. - alguns sorriram, outros cochicharam. - gostaria que todos em nosso reino a tratassem com carinho e afeição, vamos todos mostrar a querida Amerie como somos um povo receptivo, para que ela se sinta sempre em casa. - abri um sorriso gentil, alguns outros me retribuíram. Outros, apenas se mantiveram impassiveis. Gadriela apertou minha mão, trazendo-me ainda mais para frente. - diga alguma coisa querida. Eu sempre havia me considerado uma pessoa tímida, que não gostava de falar ou estar no meio de grandes multidões.
Alguns dias desde o baile, se passaram rapidamente. Minha apresentação ao reino, havia sido muito comentada. Mas eu ainda notava olhares estranhos de algumas pessoas para mim de vez em quando, era algo que me incomodava. Mas eu não queria pensar sobre isso. Elder continuava deixando-me sozinha no quarto na maioria das vezes e sumia por horas, sendo minha única opção ficar trancada no quarto. Mas eu me recusava a fazer aquilo, então passei a andar mais pelos arredores do castelo. Conhecendo melhor o lugar, mesmo que sempre sozinha ou acompanhada de alguma dama de companhia. Eriel, também havia desaparecido. Eu o via de vez em quando pelos corredores, mas ele parecia cada vez mais distante e estranho comigo. Tentei pensar em alguma justificativa para aquela mudança abrupta, muitas coisas me vieram à mente. Eu estava na floresta próxima do jardim, colhendo algumas Flores. Quando avistei Lizibeth, aparentemente ela estava indo até a aldeia. Me aproximei dela sem demora. - Olá Lizibeth
Era uma bela tarde ensolarada, o sol raiava alto no céu. Enquanto os pássaros cantavam, eu estava sentada no banco do pátio do castelo. Observando a beleza do dia, quando avistei Elder se aproximando para passar pelos portões. Me pus de pé em em um salto, e logo segui em sua direção. - está indo até a aldeia?- sim. - irá demorar? - talvez. - me empertiguei, já muito nervosa.- poderia me levar com você? Eu gostaria muito de conhecer. - ele parou subitamente, se voltando para mim em seguida. - é melhor não, sua apresentação ao reino foi um fiasco. Não quer que seja ainda mais envergonhada, quer? - engoli em seco, e o fitei confusa. - mas... Mas como assim um fiasco?- você sequer conseguiu formular uma palavra para os aldeões Amerie, seria melhor ficar aqui e se poupar de mais vergonha. - seu tom era sutil, quase reconfortante. Dei alguns passos para trás, já sentindo uma pontada em meu coração. - certo, tudo bem. - ele continuou a olhar em meu rosto de forma singela, até que s