capítulo 03: seja bem vinda

O ladrão continou me segurando pelos cabelos, enquanto o outro puxava Elder. Mais a frente, haviam outros com os pais dele como reféns. Meu coração estava acelerado.

- onde está o dinheiro? - o ladrão mais velho gritou para Elder.

- não há dinheiro Aqui!

- quer que eu acredite que a realeza anda sem dinheiro?

Ele gargalhou de forma alta e sonora.

- sim, nós estamos voltando de longe. Gastamos o resto do dinheiro que havíamos levado, nas paradas que fizemos, agora nos deixem em paz! E talvez vivam! - o outro ladrão pôs uma adaga em meu pescoço, todo o meu sangue gelou.

- CADÊ O DINHEIRO?

- você é surdo cac*te! Não há dinheiro aqui. - ele deu um soco forte em Elder, eu estava tremendo.

- levem... Levem os colares, as jóias. Elas valem muito, por favor... Só não façam nada conosco! - implorei, o ladrão mais velho olhou para mim.

- sua mulher tem mais atitude do que você majestade. - uma risada cheia de escárnio, ele se aproximou de mim. Ainda segurando Elder.

- sabemos que tem mais do que isso.

- não há, apenas as jóias. E até mesmo nossas peças de roupas, são de ceda pura. Podem levar.

- o que está falando? - Elder esbravejou, o encarei desesperada. O ladrão apertou a adaga em meu pescoço.

- fale onde está o resto do dinheiro, ou mataremos sua mulher. - meu coração quase saiu pela boca, Elder franziu o cenho.

- NÃO TEM MAIS DINHEIRO!

o ladrão mais velho sorriu de forma grotesca, e fez um gesto para o outro que me segurava. E logo pude sentir o homem me apertando contra si.

- ótimo, já que não ama sua mulherzinha. Vamos aproveitar com ela, e depois vamos matá-la na sua frente.

- não... Não por favor! Por favor! - gritei enquanto me debatia contra aquele meu opressor.

- ELDER SOCORRO! - mas ele se manteve imóvel, enquanto o outro me agarrava. Todo o meu corpo estava tremendo, eu não acreditava que iria passar por aquilo. Até que, uma flecha atingiu a cabeça daquele que me segurava. Em seguida dos dois que prendiam os pais de Elder.

Eu caí de joelhos no chão, em completo choque. Aquele que segurava Elder, se desesperou e começou a correr. Mas não foi muito longe, pois logo uma flecha o atingiu bem no coração.

Tudo ficou lento para mim, eu não escutava vozes. Apenas via Elder gritando alguma coisa, enquanto seus pais se aproximavam. Me mantive caída no chão, meu corpo tremendo. Até que, de dentro da floresta. Eriel surgiu, segurando o arco e flecha.

Elder gritou algo para ele, mas ele apenas passou por todos. E veio em minha direção, se agachando de frente para mim.

Estava tremendo, quando senti sua mão em meu queixo. Erguendo-o para que pudesse olhar em seus olhos. Algumas lágrimas molhavam meu rosto, eu arfei.

- eu disse que se precisasse era só gritar. - um leve sorriso de canto surgiu em seus lábios, e sua voz grave me despertou do que parecia ser um transe de medo.

- está tudo bem princesa, você está bem. - pisquei algumas vezes, nunca desviando o olhar do seu.

Lentamente, ele pôs sua mão em minha cintura de forma delicada e respeitosa para que eu pudesse ficar de pé. Nunca me afastando dele, apenas olhando em seu rosto.

Ele passou o dedo por minha bochecha, limpando o que parecia ser uma mancha de sangue.

- aonde você estava? - Elder esbravejou, lentamente Eriel se voltou para o irmão.

- eu estava vindo mais atrás, avistei o que estava acontecendo e logo tratei de pegar meu arco e flecha. - a mãe dele se aproximou, e o fitou de cima a baixo.

- muito bem Eriel, pelo menos fez algo útil. - disse meio prepotente. Eriel não sorriu, ou demonstrou qualquer emoção.

- podem continuar a viagem agora. - todos assentiram, mas eu não queria me afastar de Eriel. Não agora, eu sentia que precisava estar perto dele.

- vamos lá Amerie. - Elder me estendeu a mão, mas eu fiquei onde estava. Minha garganta oscilou, eu quase estava indo até ele quando...

- ela vem comigo, meu cavalo está ali na frente. - Elder franziu o cenho.

- não, nem pensar.

- ela está nervosa, ficar dentro dessa carruagem só vai piorar as coisas. Deixe que eu a leve. - sua voz ficou grave novamente, Elder se empertigou.

- deixe que seu irmão a leve meu filho, será melhor. - sua mãe disse rapidamente, mas Elder pareceu pensar por um bom tempo. Até que logo, adentrou na carruagem. Eriel segurou minha mão.

- vamos lá, meu cavalo está ali na frente. - assenti, logo ele me guiou até o animal que estava na floresta.

- sabe montar?

- não eu... Eu não sei. - ele assentiu sem demora, e logo se aproximou de mim.

- eu ajudo a montar. - de forma lenta e respeitosa, ele segurou minha cintura. Colocando-me no animal. Rapidamente, ele montou atrás de mim.

- segure aqui nas rédeas, é melhor para se equilibrar. - acenei com a cabeça, obedecendo prontamente.

Sem que eu me desse conta, estávamos cavalgando entre a floresta vermelha de delmar. Era estranho aquilo, tê-lo atrás de mim. Com as mãos ao meu redor, me mantendo próxima dele. Engoli em seco, aquilo era tão errado.

- você está fria, acalme-se. Não tem mais nenhum perigo nessa floresta, a não ser eu. - franzi o cenho. Ouvi uma risadinha.

- aliás, era uma brincadeira.

Assenti com a cabeça, olhando ao redor.

- você e Elder, aparentemente são muito diferentes.

- sim, eu sou mais bonito. - fiquei quieta, bem... Não era mentira. Eriel era um homem fora do comum, fiquei vermelha. Eu não podia ficar pensando aquelas coisas. Continuamos a cavalgar por mais algum tempo, até chegarmos a aldeia. Que ficava aos pés do castelo, era linda. Adorável, cheia de casas para todo canto. Subimos um pouco mais a montanha, e logo chegamos aos portões do castelo. Entramos no pátio, Eriel desceu prontamente. E em seguida, logo estendeu os braços tirando-me do cavalo. Olhei ao redor, e logo ele me fitou e se empertigou.

- conhece o inferno Amerie?

Olhei para ele sem demora. Ele sorriu sem felicidade.

- seja bem vinda a ele.

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