Era uma bela tarde ensolarada, o sol raiava alto no céu. Enquanto os pássaros cantavam, eu estava sentada no banco do pátio do castelo. Observando a beleza do dia, quando avistei Elder se aproximando para passar pelos portões. Me pus de pé em em um salto, e logo segui em sua direção. - está indo até a aldeia?- sim. - irá demorar? - talvez. - me empertiguei, já muito nervosa.- poderia me levar com você? Eu gostaria muito de conhecer. - ele parou subitamente, se voltando para mim em seguida. - é melhor não, sua apresentação ao reino foi um fiasco. Não quer que seja ainda mais envergonhada, quer? - engoli em seco, e o fitei confusa. - mas... Mas como assim um fiasco?- você sequer conseguiu formular uma palavra para os aldeões Amerie, seria melhor ficar aqui e se poupar de mais vergonha. - seu tom era sutil, quase reconfortante. Dei alguns passos para trás, já sentindo uma pontada em meu coração. - certo, tudo bem. - ele continuou a olhar em meu rosto de forma singela, até que s
Fiquei em minha cama grande, revirando-me de um lado para o outro enquanto encarava o teto. Meu encontro recente com Eriel, ainda estava fresco em minha memória. Olhei em direção a porta, e em seguida para a sacada. A lua estava alta no céu, brilhante. Elder estava lá se sabia onde, bufei. Jogando meus pés para fora da cama, em seguida andando lentamente até a sacada. Observei a vastidão da floresta que cobria a montanha, suspirei por alguns instantes. Até que meus olhos avistaram algo estranho, parecia ser alguém saindo pelos portões do castelo. Mas estava usando um capuz, e estava cambaleando. - Elder? - sussurrei para mim mesma, pensando ser ele. Olhei para a porta novamente, se fosse ele. Ele poderia estar precisando de ajuda, corri até a comoda da cama. Pegando um roupão, colocando-o em seguida e seguindo em direção a porta. Desci as escadas em um salto, e já estava quase chegando até as portas do castelo quando avistei vários criados seguindo para fora. Mas aquilo me deixou a
- isso, está perfeita agora. - mamãe disse toda animada, após a serviçal terminar de colocar o terceiro vestido em mim. Era lindo, rosa, longo e apenas um pouco justo na cintura. - tem certeza que está bom? Me encarei no espelho, meus olhos verdes me encararam de volta. - sim, Elder irá gostar muito. Sorri de relance, eu estava muito nervosa. Mas tentava não transparecer. - se tudo ocorrer bem, o casamento acontecerá logo querida filha. Você sabe como essa união será benéfica para nós. - assenti olhando para ela pelo reflexo do espelho. - sim mamãe, eu estou pronta para cumprir meu dever. - ela se aproximou tocando meu ombro. - boa menina querida filha, agora... Vamos descer. Minha mãe partiu na frente, seguida por mim. Eu estava nervosa, era óbvio. Mas não assustada, Pelo total contrário. Eu era a princesa de alestia, um reino lindo e primaveril. E desde a infância conhecia o príncipe Elder aladian, de delmar. Praticamente crescemos juntos, com o propósito de um dia nos casar
Me mantive encolhida no canto do quarto, enquanto encarando aquele homem que havia chamado Elder de irmão. Ele estava usando uma roupa dourada, entre aberta. Seus cabelos estavam bagunçados, e ele não parecia nada contente. Ele se aproximou um pouco mais, estendendo a mão para mim. Fiquei olhando para sua mão ainda meio confusa, mas logo aceitei. Ele manteve seus olhos em mim, e eu fiz o mesmo. Parecia impossível desviar o olhar dele. - você não tem o direito de entrar no meu quarto assim p*rra! Ainda mais na minha noite de núpcias. - o homem se voltou para Elder. - eu ouvi uma discussão, e aparentemente você está bêbado como um porco. - é meu casamento, eu tenho o direito de beber. - você se esquece que também é o casamento dela. Meu coração acelerou, ele voltou a me fitar. - você está bem? - ah eu... - é claro que ela está bem, o que você acha que eu iria fazer? - Elder se pôs de pé, se aproximando. Mas o homem não se afastou de mim. - ela não respondeu minha pergunta. -
O ladrão continou me segurando pelos cabelos, enquanto o outro puxava Elder. Mais a frente, haviam outros com os pais dele como reféns. Meu coração estava acelerado. - onde está o dinheiro? - o ladrão mais velho gritou para Elder. - não há dinheiro Aqui! - quer que eu acredite que a realeza anda sem dinheiro? Ele gargalhou de forma alta e sonora. - sim, nós estamos voltando de longe. Gastamos o resto do dinheiro que havíamos levado, nas paradas que fizemos, agora nos deixem em paz! E talvez vivam! - o outro ladrão pôs uma adaga em meu pescoço, todo o meu sangue gelou. - CADÊ O DINHEIRO? - você é surdo cac*te! Não há dinheiro aqui. - ele deu um soco forte em Elder, eu estava tremendo. - levem... Levem os colares, as jóias. Elas valem muito, por favor... Só não façam nada conosco! - implorei, o ladrão mais velho olhou para mim. - sua mulher tem mais atitude do que você majestade. - uma risada cheia de escárnio, ele se aproximou de mim. Ainda segurando Elder. - sabemos que tem
Fiquei ali, no pátio do castelo. Observando ao meu redor, era muito maior do que minha antiga casa. Um pouco sombrio até, mas havia certa beleza ali. Notei que tinham muitos serviçais, e cavaleiros para todo canto. Já estava quase indo até às portas do castelo, quando a carruagem de Elder adentrou pelos portões. Resolvi esperar até que ele estivesse ao meu lado. Prontamente ele saiu de dentro, e logo se aproximou com seus pais ao seu encalço. - o que achou da paisagem querida Amerie? - sua mãe me questionou. - é... Um lugar muito lindo, realmente encantador. - ela sorriu sem demora. - espero que se sinta confortável, afinal está é sua casa agora. - engoli em seco, mas acenei com a cabeça. - Elder, leve Amerie para dentro. Ela deve estar muito cansada, e nervosa por conta de tudo o que aconteceu. - ele me encarou de relance, e logo me entendeu a mão. - vamos lá. - me despedi de seus pais, e segui com ele para dentro. O salão de entrada era enorme, com várias colunas brancas post
Voltei para o quarto minutos depois, mas a visão de Eriel daquela forma não saia de minha cabeça. O modo como seus olhos estavam, como ele estava... Parecia ser outra pessoa. Cheguei no quarto, Elder ainda não estava lá. Deitei na cama grande e vazia, e encarei o teto. - será que ele está bem? - sussurrei para mim mesma, pensei em sair do quarto. Tentar encontra-lo, mas isso não seria normal. Apenas fechei os olhos, e adormeci. Minha noite havia sido péssima, tive vários pesadelos. Um deles chamou minha atenção, eu era perseguida por uma criatura de olhos vermelhos e brilhantes. Acordei atordoada, o dia já havia nascido. As camareiras estavam abrindo as persianas, me sobressaltei. - bom dia senhora. - uma jovem se aproximou. - ah... Bom dia. - a rainha a espera para o desjejum. - sim, claro. - tratei de pôr meus pés para fora da cama. A jovem me fitou. - irei ajudá-la a se vestir. - sim, certo. - ela me vestiu em um vestido azul escuro, e penteou meus cabelos para trás de for
Voltei ao meu quarto naquela tarde, fiquei andando de um lado para o outro. Tentando pensar em algo para fazer, ter alguma ideia. Mas nada me vinha à mente, e todas as vezes que eu andava pelos corredores me sentia estranha. Era como se aquelas pessoas não me quisessem ali. Suspirei, e logo andei até a sacada. Avistei a aldeia mais a baixo. Eu as entendia, afinal eu era de um reino distante. Elas não tinham obrigação de gostar de mim, mas ainda sim... Era confuso para mim. Ouvi a porta sendo aberta, e me sobressaltei imaginando ser Elder. Mas era aquela jovem camareira que havia me acordado mais cedo, me voltei para ela. - olá. - a moça se sobressaltou, parecia não ter me visto. - senhora, me perdoe. Pensei que o quarto estava vazio. - não, não precisa se desculpar. - lhe lancei um sorriso amigável, ela me fitou. - eu sou Amerie guileard, e você? - eu sei quem a senhora é. - ela sorriu, mas logo parou como se tivesse feito algo errado. - ah perdoe-me pela falta de educação, eu.