Era uma bela tarde ensolarada, o sol raiava alto no céu. Enquanto os pássaros cantavam, eu estava sentada no banco do pátio do castelo. Observando a beleza do dia, quando avistei Elder se aproximando para passar pelos portões. Me pus de pé em em um salto, e logo segui em sua direção. - está indo até a aldeia?- sim. - irá demorar? - talvez. - me empertiguei, já muito nervosa.- poderia me levar com você? Eu gostaria muito de conhecer. - ele parou subitamente, se voltando para mim em seguida. - é melhor não, sua apresentação ao reino foi um fiasco. Não quer que seja ainda mais envergonhada, quer? - engoli em seco, e o fitei confusa. - mas... Mas como assim um fiasco?- você sequer conseguiu formular uma palavra para os aldeões Amerie, seria melhor ficar aqui e se poupar de mais vergonha. - seu tom era sutil, quase reconfortante. Dei alguns passos para trás, já sentindo uma pontada em meu coração. - certo, tudo bem. - ele continuou a olhar em meu rosto de forma singela, até que s
Fiquei em minha cama grande, revirando-me de um lado para o outro enquanto encarava o teto. Meu encontro recente com Eriel, ainda estava fresco em minha memória. Olhei em direção a porta, e em seguida para a sacada. A lua estava alta no céu, brilhante. Elder estava lá se sabia onde, bufei. Jogando meus pés para fora da cama, em seguida andando lentamente até a sacada. Observei a vastidão da floresta que cobria a montanha, suspirei por alguns instantes. Até que meus olhos avistaram algo estranho, parecia ser alguém saindo pelos portões do castelo. Mas estava usando um capuz, e estava cambaleando. - Elder? - sussurrei para mim mesma, pensando ser ele. Olhei para a porta novamente, se fosse ele. Ele poderia estar precisando de ajuda, corri até a comoda da cama. Pegando um roupão, colocando-o em seguida e seguindo em direção a porta. Desci as escadas em um salto, e já estava quase chegando até as portas do castelo quando avistei vários criados seguindo para fora. Mas aquilo me deixou a
Me pus de pé em um salto, Elder estava encarando Eriel como se o quisesse matar. E ele, não estava diferente. - sai de perto de mim p*rra! - apenas me diga que entendeu. - você acha que eu sou o que? - maldito covarde! - repita isso! - Elder estava pronto para se colocar de pé, quando Eriel o empurrou mais uma vez contra a parede. Sua cabeça se chocou, eu estremeci. - quer mesmo continuar com isso? - os dois estavam se olhando com o mais puro ódio, eu me aproximei. - eu estou bem Eriel, não precisa continuar com isso. - lentamente ele voltou seu rosto para mim. - ele iria machucá-la. - eu não iria fazer nada disso! - Elder exclamou, meu coração acelerou. É claro que ele iria fazer alguma coisa, eu vi em seu rosto. - acha que eu sou idiota? - já está tudo bem agora. - disse baixinho, seus olhos se voltaram para mim mais uma vez. - está mesmo tentando defender ele Amerie? - aquela havia sido a primeira vez que ele tinha dito meu nome. Tinha saído de forma tão suave, e ao me
Com rapidez a noite recaiu sobre delmar, e com a mesma rapidez o dia surgiu. Mas não era uma manhã alegre, o sol estava escondido atrás de grandes nuvens carregadas. E havia um grande silêncio mortal por todo o castelo. Eu já estava de pé há muito tempo, já me preparando para me vestir. Quando Lizibeth adentrou no quarto. - bom dia minha senhora. - a fitei. - olá Lizibeth. - ela tinha uma expressão impassível, lentamente a moça se aproximou. - que o luto possa ser consolado. - ela disse baixinho próxima a mim, Franzi o cenho. - obrigada, para você também. - é um costume minha senhora, dizer isso aqui em delmar quando algo assim acontece. - assenti em seguida. Eu continue a encarando, enquanto ela me ajudava a pôr o vestido. - ele era um bom rei? - alguns instantes de silêncio se passaram. - já fazia muito tempo que o rei estava debilitado, majestade. Não só por sua saúde, mas... - rapidamente ela se calou, me voltei para ela. - mas? - não é nada minha senhora. - Lizibeth vo
Naquela noite, Elder adentrou no quarto e montou em cima de mim como se eu fosse algum tipo de cavalo. Ele mal conseguia se mover, ficava oscilando quase caindo. Mas não parava seus movimentos, o ato todo foi muito estranho. E novamente ele acabou, soltou alguns gemidos entre cortados e deitou-se na cama ao meu lado. Eu engoli em seco, eu nunca conseguia sentir nada. Será que apenas os homens sentiam? Olhei para ele, já estava roncando. Eu sequer entendia como ele havia tido disposição para o ato, mesmo depois da morte de seu pai. **** Quando me levantei, ele ainda estava adormecido. Roncando alto, era uma das únicas vezes que eu havia acordado e ele ainda estava ali. Apenas pus um vestido preto qualquer, deixei meus cabelos soltos e sai. Os criados não andavam pelos corredores, e tudo estava em silêncio. Cheguei até o grande salão real, o trono estava coberto com um grande pano preto. me aproximei, era tão... Estranho. - minha senhora, já de
Naquela semana, as preparações para a coroação começaram. Aquilo ainda me deixava confusa, o corpo do rei falecido mal havia esfriado. E a comoção por sua morte, agora parecia algo distante. Tudo estava estranho naquele castelo, ou eu estava ficando maluca. Eriel, havia sido outra coisa estranha. Ele tinha desaparecido, eu não o havia visto em nenhum canto do castelo. - prenda a respiração princesa. - uma das criadas ordenou, enquanto tirava as medidas. Logo o fiz. - a senhora sabe onde se encontra a criada Lizibeth? - ela não veio trabalhar hoje minha senhora, aparentemente teve alguns problemas pessoais. - problemas, sabe quais? - antes que ela pudesse me responder, Gadriela adentrou no quarto. A criada abaixou a cabeça, enquanto a rainha viúva se aproximava. - nos deixe. - ela o fez de imediato. - Gadriela. - fiz um leve aceno de cabeça, ela sorriu. - está pronta para lidar com o que vem pela frente, minha querida? - minha mãe me ensinou tudo o que eu precisava saber desde
Após muitas delongas, o dia da coroação finalmente chegou. Eu estava ansiosa, desesperada. Não sabia se seria uma boa rainha. Estava acabando de arrumar uma parte do meu cabelo, quando Lizibeth se aproximou adentrando no quarto. - deixe que eu faço isso. - sorri a fitando. - você tinha sumido. - coisas pessoais princesa. - assenti sem demora. - animada? - não é bem a palavra que eu usaria. - o que gostaria de estar fazendo Então? - eu sorri de relance. - ah vamos... O que a senhora gostaria de fazer se não fosse uma princesa? - escrever poemas. - ela sorriu de relance. - eu amava quando liam para mim poemas de veraneio, histórias longínquas de lugares distantes. Sempre foi meu sonho conseguir fazer aquilo. - apertei as mãos, Lizibeth franziu o cenho. - eu gostaria de ler algo feito pela senhora. - mas é algo impossível, princesas não podem pensar demais. Isso seria errado de todas as formas. - a expressão dela se tornou triste, distante. - sinto muito. - tudo bem, não...
- NÃO! - meus olhos se abriram de repente, uma das criadas que estava no canto se aproximou em um salto.- minha senhora, está tudo bem. - não... Eu... Onde estou? - a senhora está no castelo. - estava tentando me pôr de pé, sair correndo dali o mais rápido possível. Mas ela me manteve onde eu estava. - não, a criatura... Lizibeth, ela... Ela está bem?- aparentemente ela acordou. - Elder adentrou no quarto, meu coração estava disparado. Sua expressão era de tédio, e confusão. - o que aconteceu com você?- a criatura Elder. - consegui me manter de pé. - estávamos na floresta, quando ele surgiu... Grande, feroz... Olhos vermelhos. Não... Não era humano. - ele continuou me encarando, e eu pude jurar ter visto uma pontinha de nervosismo em seu rosto. - você deve ter visto um urso negro, é sorte que esteja viva. - não! Não era um urso, não era um maldito animal! Era... Era algo maligno. - a criada que estava no quarto se encolheu, Elder a fitou. - saia. - ela o fez de imediato, len