Com rapidez a noite recaiu sobre delmar, e com a mesma rapidez o dia surgiu. Mas não era uma manhã alegre, o sol estava escondido atrás de grandes nuvens carregadas. E havia um grande silêncio mortal por todo o castelo. Eu já estava de pé há muito tempo, já me preparando para me vestir. Quando Lizibeth adentrou no quarto. - bom dia minha senhora. - a fitei. - olá Lizibeth. - ela tinha uma expressão impassível, lentamente a moça se aproximou. - que o luto possa ser consolado. - ela disse baixinho próxima a mim, Franzi o cenho. - obrigada, para você também. - é um costume minha senhora, dizer isso aqui em delmar quando algo assim acontece. - assenti em seguida. Eu continue a encarando, enquanto ela me ajudava a pôr o vestido. - ele era um bom rei? - alguns instantes de silêncio se passaram. - já fazia muito tempo que o rei estava debilitado, majestade. Não só por sua saúde, mas... - rapidamente ela se calou, me voltei para ela. - mas? - não é nada minha senhora. - Lizibeth vo
Naquela noite, Elder adentrou no quarto e montou em cima de mim como se eu fosse algum tipo de cavalo. Ele mal conseguia se mover, ficava oscilando quase caindo. Mas não parava seus movimentos, o ato todo foi muito estranho. E novamente ele acabou, soltou alguns gemidos entre cortados e deitou-se na cama ao meu lado. Eu engoli em seco, eu nunca conseguia sentir nada. Será que apenas os homens sentiam? Olhei para ele, já estava roncando. Eu sequer entendia como ele havia tido disposição para o ato, mesmo depois da morte de seu pai. **** Quando me levantei, ele ainda estava adormecido. Roncando alto, era uma das únicas vezes que eu havia acordado e ele ainda estava ali. Apenas pus um vestido preto qualquer, deixei meus cabelos soltos e sai. Os criados não andavam pelos corredores, e tudo estava em silêncio. Cheguei até o grande salão real, o trono estava coberto com um grande pano preto. me aproximei, era tão... Estranho. - minha senhora, já de
Naquela semana, as preparações para a coroação começaram. Aquilo ainda me deixava confusa, o corpo do rei falecido mal havia esfriado. E a comoção por sua morte, agora parecia algo distante. Tudo estava estranho naquele castelo, ou eu estava ficando maluca. Eriel, havia sido outra coisa estranha. Ele tinha desaparecido, eu não o havia visto em nenhum canto do castelo. - prenda a respiração princesa. - uma das criadas ordenou, enquanto tirava as medidas. Logo o fiz. - a senhora sabe onde se encontra a criada Lizibeth? - ela não veio trabalhar hoje minha senhora, aparentemente teve alguns problemas pessoais. - problemas, sabe quais? - antes que ela pudesse me responder, Gadriela adentrou no quarto. A criada abaixou a cabeça, enquanto a rainha viúva se aproximava. - nos deixe. - ela o fez de imediato. - Gadriela. - fiz um leve aceno de cabeça, ela sorriu. - está pronta para lidar com o que vem pela frente, minha querida? - minha mãe me ensinou tudo o que eu precisava saber desde
Após muitas delongas, o dia da coroação finalmente chegou. Eu estava ansiosa, desesperada. Não sabia se seria uma boa rainha. Estava acabando de arrumar uma parte do meu cabelo, quando Lizibeth se aproximou adentrando no quarto. - deixe que eu faço isso. - sorri a fitando. - você tinha sumido. - coisas pessoais princesa. - assenti sem demora. - animada? - não é bem a palavra que eu usaria. - o que gostaria de estar fazendo Então? - eu sorri de relance. - ah vamos... O que a senhora gostaria de fazer se não fosse uma princesa? - escrever poemas. - ela sorriu de relance. - eu amava quando liam para mim poemas de veraneio, histórias longínquas de lugares distantes. Sempre foi meu sonho conseguir fazer aquilo. - apertei as mãos, Lizibeth franziu o cenho. - eu gostaria de ler algo feito pela senhora. - mas é algo impossível, princesas não podem pensar demais. Isso seria errado de todas as formas. - a expressão dela se tornou triste, distante. - sinto muito. - tudo bem, não...
- NÃO! - meus olhos se abriram de repente, uma das criadas que estava no canto se aproximou em um salto.- minha senhora, está tudo bem. - não... Eu... Onde estou? - a senhora está no castelo. - estava tentando me pôr de pé, sair correndo dali o mais rápido possível. Mas ela me manteve onde eu estava. - não, a criatura... Lizibeth, ela... Ela está bem?- aparentemente ela acordou. - Elder adentrou no quarto, meu coração estava disparado. Sua expressão era de tédio, e confusão. - o que aconteceu com você?- a criatura Elder. - consegui me manter de pé. - estávamos na floresta, quando ele surgiu... Grande, feroz... Olhos vermelhos. Não... Não era humano. - ele continuou me encarando, e eu pude jurar ter visto uma pontinha de nervosismo em seu rosto. - você deve ter visto um urso negro, é sorte que esteja viva. - não! Não era um urso, não era um maldito animal! Era... Era algo maligno. - a criada que estava no quarto se encolheu, Elder a fitou. - saia. - ela o fez de imediato, len
Eu me mantive imóvel, meu corpo rígido. Enquanto uma música lenta era tocada, e eu não parava de ouvir os gemidos das pessoas ali. Senti as mãos de Eriel em meus ombros, e depois puxando meu capuz mais para frente. - vamos sentar ali. - ele me puxou para um canto do bordel, uma mesa que ficava na escuridão. E para nossa sorte, não haviam muitas pessoas ao redor. Rapidamente, ele sentou na cadeira. E antes que eu pudesse fazer o mesmo, ele me puxou para o seu colo. Eu arregalei os olhos, E me virei de forma que pudesse olhar para ele. - me solte. - você não pode simplesmente sair assim, está cheio de homens aqui que só querem uma mulher. E não sei se você notou, mas você é uma mulher. Revirei os olhos brava, enquanto tentava ver Elder novamente. Ele sorriu, e pôs uma mão em minha cintura. - sabe o que é curioso? Você aqui. - não era minha intenção vir até aqui. - ah não? - o encarei. - você acha que eu sou o que? - só estou curioso, princesa. - sussurrou. - pare de me chamar
Eriel continuou comigo em seus braços, enquanto andávamos pela estrada de terra da aldeia. Eu tentei me concentrar, e olhar ao redor. Tentar ver o maior número de casas que eu pudesse, mas aquela posição. A forma como ele estava me segurando, tornava isso impossível. E o efeito da bebida, parecia cada vez mais forte. - eu gostaria de andar. - tem certeza? - assenti com a cabeça, lentamente ele me pôs no chão. Ele manteve sua mão em minhas costas, me apoiando. Mas minhas pernas estavam trêmulas. - venha aqui. - logo ele me puxou para um beco entre duas casas, eu me recostei contra a parede. Ele se aproximou tirando o capuz da minha cabeça. - você só bebeu duas taças, e está assim? - foi a primeira vez que eu bebi, não me julgue. - não estou julgando, apenas achando inesperado. - revirei os olhos. - sabe vir até a aldeia sozinha, foi uma loucura. Mas entrar naquele bordel... - eu já sei, não precisa repetir a mesma coisa várias vezes. - ele sorriu de canto. Eu me empertiguei.
Ao voltar para meu quarto naquela noite, tudo no que eu conseguia pensar era em Eriel. No toque de suas mãos, o calor de sua língua em meu pescoço. Me joguei naquela cama, suspirando. Faminta, com calor. Eu queria ele, Deus como eu queria. Tentei adormecer, parar de pensar. Mas era impossível, ele estava em minha mente, em meu corpo. Comecei a acariciar minhas pernas, tentando suprir sua lembrança. Mas não era a mesma coisa, eu queria as mãos dele. Bufei brava. - não, não... Eu preciso dormir. - logo deitei a cabeça no travesseiro, e adormeci. ****No café da manhã, eu mal ouvia o que estava sendo falado ao meu redor. Me sentia culpada, e distante. Mas ao mesmo tempo, curiosa e pensativa. - sim, não se preocupe. Eu cuidarei disso. - Gadriela disse para uma das criadas algo, me despertando de meu transe. A encarei. - terá algo importante hoje no castelo?- os aldeões serão recebidos para os pedidos mensais. - assenti brevemente. - eu posso cui