Alana estava sentada em sua poltrona no quarto, olhando a janela. Seus olhos estavam cheios de lágrimas pela falta que seu ex-namorado fazia. Os dois terminaram por uma exigência de seu pai, porque Harry era pobre demais para a sua “princesa”, segundo ele. Ela limpou os olhos e respirou fundo, levantando da poltrona e descendo as escadas de sua casa de classe média em Berlim. Seu pai estava usando o celular na frente da televisão, ela o olha e balança a cabeça de forma negativa.— Por que você fez isso comigo, pai? Você não se importa com meus sentimentos? — Disse, chorosa. Ela cruzou os braços como se estivesse com frio. — Eu achei que era sua princesa, mas pelo visto, sou sua refém.— Me poupe, Alana. Me poupe. — Reclamou e girou os olhos. — Você saiu duas vezes com esse rapaz e já acha que é o amor da sua vida? Ele só estava interessado em entrar no meio das suas pernas, e você sabe disso.— Por que é tão difícil acreditar que alguém gosta de mim, pai?A moça triste subiu as escada
ALANA NARRANDOMantenho meus braços cruzados, mostrando minha insatisfação. Estou triste e decepcionada com tudo, mas ao mesmo tempo, não consigo raciocinar. Estou estarrecida de dor. É um sentimento intenso, coisa que nunca tive antes.Hanner vez ou outra me olha como se estivesse me avaliando. Está dando um preço pra mim?— Olha... — Hanner rompeu o silêncio mais uma vez. — Não quero seu mal, menina.Meus olhos pousaram sobre a mão dele, tatuada. Parecia um tigre. A verdade é que ele tem tantas tatuagens que não posso contar. Seus braços são fortes, e a regata evidencia todas elas. Ele é um homem branco, alto, ombros largos e pernas bem fortes. Por algum motivo pensei que devia ter um tanquinho tatuado embaixo da camiseta. Acho que o sol está tão forte que estou delirando.— Estou com muito calor. Muito calor mesmo. — Avisei.— Está se sentindo mal? — Concordei com a cabeça. — Tenho água no porta-malas. Vou estacionar no acostamento.Ele logo entrou no acostamento e parou o carro. E
ALANA NARRANDOUm vestido florido até o pé. Estou com uma lingerie minúscula por baixo, branca, porque segundo Lexie, eu sou “virgem”. Eu ouvi tanto essa palavra que estou com vontade de enfiar essa garrafa dentro da minha vagina e acabar com isso.— Lexie, terminei o exame. — O médico disse. Ele assinou o papel, entregou para Lexie, que sorriu. — Virgem e apertadinha. Aliás, você é bem bonita lá embaixo. Se eu não fosse casado... — Ele riu de forma maliciosa. Meu Deus, que nojo.— Se controla, doutor Hope. — Ela riu de nervoso.— Agora que está tudo pronto, é só aguardar o horário do leilão. — Uma assistente disse, e eu me sentei na cama. Estava me sentindo ridícula. Tudo bem, o vestido era lindo, me fizeram uma maquiagem linda, a lingerie era linda... Mas minha alma estava destruída. Como vão me vender como um objeto? Que grande merda!Eu não consigo me imaginar na cama com um homem qualquer que mal conheço, mas duvido que ele não queira tirar minha maldita virgindade na primeira no
HANNER NARRANDOOnde já se viu presentear um amigo com uma mulher? Isso é ridículo. Primeiro porque eu detesto pessoas, se eu pudesse, matava todas elas. Segundo porque não acho que mulheres sejam objetos, eu não compraria uma. Mas por que diabos eu iria querer uma mulher que está comigo obrigada? É muita palhaçada.Mandei aquela garota para o quarto sobrando, eu não faço ideia do que fazer com ela. Eu poderia sim, soltá-la, mas o preço seria perder um monte de serviços para a máfia. O meu amigo Ryan é um cara extremamente influente, e com esse presente, ele basicamente estava dizendo: Ei, Hanner, venha acompanhado às minhas festas. Agora eu basicamente tenho um cachorro de estimação, só que é uma garota. É, isso é ridículo mesmo.Massageei as têmporas para aliviar a tensão. Pensa, Hanner, o que fazer agora? Eu vou ter que conversar com ela, fazer combinados, cada um fica na sua, ela não enche meu saco e vivemos como se fôssemos colegas de apartamento. E aí, quando eu precisar ir a al
ALANA NARRANDOEu não sei o que pensar em relação a tudo que aconteceu. Quando entrei no quarto que Hanner me mandou, eu pensei muito em tudo, em toda minha vida, em tudo que já fiz e no que deixei de fazer, enquanto colocava a única roupa que eu tinha tirando aquele vestido sensual: Uma calça jeans e uma camiseta branca, que me deram no leilão. Sabe, eu não sou uma péssima pessoa nem mereço nada disso, mas aconteceu e cabe a mim aceitar. Só que o que eu vou fazer com isso? Hanner é um homem muito bonito, sexy, ele tem um caráter horrível e é um assassino. Poucos prós. Pensei que talvez, se eu fosse para a cama com ele, tivesse alguns benefícios. Ele é bem bonitão. Mas... Depois de tanto refletir, eu decidi mudar de caminho e pensar em outra forma de resolver a minha vida.Eu orei a Deus, mesmo não sendo muito cristã. Orei e pedi assim: Jesus, me ajuda. Eu não sei o que fazer. Me dá um sinal do que fazer, por favor.Depois que saí do quarto e ouvi tudo que o Hanner disse, fiquei alivi
ALANA NARRANDOTranquei a porta do quarto para dormir. Eu tinha medo, obviamente, vai que o Hanner fica doido e decide fazer algo comigo? É melhor prevenir.Eu estava tão cansada que apaguei. Na manhã seguinte, acordei de forma tranquila, escovei meus dentes, me troquei e penteei meu cabelo. Era hora de ir para o lado de fora ver o que estava acontecendo. Hanner estava na cozinha, com a mão aonde levou um tiro. Percebi que estava com a boca branca, como se estivesse passando mal. Ele pegou um comprimido no armário e tomou no seco.— Você tá legal? — Questionei, o olhando. Era óbvio que havia algo errado.— Tô. — Afirmou. Mas aí, os olhos dele foram se fechando e ele cambaleou até a bancada da cozinha, se apoiando ali. Eu corri até ele e tentei ajudar.— Vem, vem sentar no sofá. Você não tá legal não, dá pra ver no seu rosto. — Eu tentei o segurar da forma que conseguia, mas ele é muito pesado.Ele foi caminhando com minha ajuda até o sofá, e se deitou ali. Eu coloquei a mão na testa d
ALANA NARRANDOEu recebi os legumes e frutas, a carne e coloquei tudo em cima da bancada. Fiz uma sopa bem reforçada para Hanner, eu devia odiá-lo, mas eu senti que devia cuidar dele. Quando a sopa estava pronta, servi em uma tigela e levei até ele.— Está aqui. Espero que goste. — Ele se sentou, respirando fundo, e colocou a tigela por cima de uma almofada que colocou no colo.— Obrigado, menina. Não precisava disso.— Eu sei. Mas tecnicamente você está cuidando de mim, então eu posso ser útil a você. — Ele pegou a colher e não respondeu nada ao que eu disse.Ele começou a comer a sopa. Fechou os olhos e sentiu o sabor, como se estivesse apreciando. Não sei há quanto tempo ele não come comida de verdade ou comida feita especialmente para ele, mas ele pareceu gostar muito.— Está delicioso. Parabéns. — Elogiou. Isso me fez sorrir.— Fiz bastante. Pode comer o quanto quiser. — Ele concordou com a cabeça e continuou comendo.Três dias depois, Hanner parecia estar novo. Estava tomando os
HANNER NARRANDOPasso as duas mãos por meus próprios cabelos, depois coço minha nuca e respiro fundo. Acabei de tomar banho no outro banheiro, fora do quarto, porque Alana estava tomando no meu. Eu troquei os lençóis, para que ela não ficasse envergonhada, e os coloquei para lavar. Eu acabei de tirar a virgindade de uma menina de dezoito anos, que não merecia ir para a cama com um assassino. Ela é uma boa menina, e eu tenho pena. Não deveria estar comigo, não mesmo. O motivo dela estar nessa situação eu não sei...Me sentei no meu quarto, em uma cadeira no canto, e me servi um copo de uísque. Eu a esperava tomar banho e sair do banheiro. Logo que saiu, enrolada na toalha, sorriu de leve.— Vou para o meu quarto. — Balancei a cabeça positivamente e ela saiu. Que droga.Eu decidi que era melhor sair de casa, fazer alguma coisa, não sei. E foi o que eu fiz. Antes que ela pudesse ver, eu saí. Só queria beber um pouco, e fui até o bar sozinho. Me sentei em frente ao balcão de madeira e esp