07

ALANA NARRANDO

Eu recebi os legumes e frutas, a carne e coloquei tudo em cima da bancada. Fiz uma sopa bem reforçada para Hanner, eu devia odiá-lo, mas eu senti que devia cuidar dele. Quando a sopa estava pronta, servi em uma tigela e levei até ele.

— Está aqui. Espero que goste. — Ele se sentou, respirando fundo, e colocou a tigela por cima de uma almofada que colocou no colo.

— Obrigado, menina. Não precisava disso.

— Eu sei. Mas tecnicamente você está cuidando de mim, então eu posso ser útil a você. — Ele pegou a colher e não respondeu nada ao que eu disse.

Ele começou a comer a sopa. Fechou os olhos e sentiu o sabor, como se estivesse apreciando. Não sei há quanto tempo ele não come comida de verdade ou comida feita especialmente para ele, mas ele pareceu gostar muito.

— Está delicioso. Parabéns. — Elogiou. Isso me fez sorrir.

— Fiz bastante. Pode comer o quanto quiser. — Ele concordou com a cabeça e continuou comendo.

Três dias depois, Hanner parecia estar novo. Estava tomando os antibióticos de forma oral agora, sua ferida já estava seca e ele andava para lá e para cá com ligações, ordenando pessoas, afinal, ele não podia sair por enquanto. Uma semana de repouso, o médico pediu e ele estava obedecendo... Até hoje.

Hanner se trocou, eu o vi colocando as luvas de couro e arregalei os olhos.

— Não. — Eu corri em direção a ele e o empurrei pelo peitoral para trás. Ele é tão bruto que nem se mexeu. Eu me senti empurrando uma parede. Ele riu da minha cara.

— Não o quê?

— Você não vai sair de casa, Hanner! Você não pode. — Protestei, tentando empurrar Hanner para longe da porta. Ele alcançou o sobretudo preto e começou a vestir. — Hanner, por favor!

— Olha, é melhor você ficar na sua. Você não manda em mim, e sabem o que dizem, se você quer algo bem feito, faça sozinho. — Eu não sabia o que fazer.

Ele não podia sair de casa ou o tratamento dele poderia ir todo pelo ralo, e aí, ele poderia morrer de novo, eu correria risco de voltar para as mãos daquelas pessoas e eu não quero. Eu até que gosto dele. Não temos nenhum problema, cada um fica na sua e está tudo bem.

— Hanner. — Eu o abracei, com força, tentando prendê-lo. — Por favor. Não vai. Eu não quero que você morra.

— Todo mundo vai morrer um dia. E, tanto faz. — Neguei com a cabeça. Ele nem se mexeu, não tocou em mim.

— Hanner, por favor, eu imploro. Você estava quase morto três dias atrás. Se você for, pode por todo o tratamento a perder e ter que começar do zero. Manda alguém... Por favor. — Ele evitava olhar em meus olhos, e até em meu rosto. Que cara frio! Meu Deus!

Eu levei as duas mãos até o rosto dele, e o fiz olhar para mim.

— O que você quer, Alana? — Ele me chamou pelo nome. Na maioria das vezes, me chama de menina ou outra coisa.

— Eu sei que você não vai acreditar, mas eu me importo com você. — Ele finalmente me olhou nos olhos. Não, definitivamente, Hanner não tem o olhar de um assassino. Ele não é um assassino, ele virou um assassino, o que é completamente diferente e o que significa que ele poderia parar. — Eu dependo de você, Hanner... Eu só tenho você.

— Tem medo de me perder? — Ele questionou, me olhando nos olhos. Os olhos dele são lindos.

— Tenho. Você é bom comigo. — Era verdade. Mesmo nessa situação de merda, ele me trata bem melhor do que qualquer um me trataria.

— Eu não acredito que vou mandar outra pessoa no meu lugar porque alguém pediu para eu ficar. — Senti um calafrio na espinha. Tirei as mãos do rosto dele e sorri, satisfeita. — Vou obedecer o médico.

— Isso é bom. Isso é muito bom. Muito obrigada. — Eu o vi tirar o sobretudo, e pendurar no local onde sempre pendurava. Retirou as luvas e as guardou.

Hanner pegou o telefone, ligou para alguns contatos e resolveu a situação. Eu evito prestar atenção no que ele fala no telefone, porque é constrangedor. São coisas das quais eu não quero ouvir, de qualquer forma.

Ele passou o dia entre telefonemas e notebook. Eu fiquei lendo, de forma tranquila, até que uma música alta no vizinho começou a tocar. Hanner começou a massagear as têmporas.

— Que ódio. — Resmungou.

— É só música. — Falei, apesar de estar incomodada também.

Quinze minutos depois, eles aumentaram ainda mais o som. Estava tão alto, que o quadro da parede começou a se mexer com as batidas. Hanner respirou fundo, tentando se acalmar, mas acho que o instinto animal dele estava quase se soltando.

Ele se levantou e foi até a porta, a abriu com pressa e eu fui atrás. Ele bateu na porta do vizinho e assim que ele abriu, o vi falando educadamente.

— Pode abaixar o som, por favor? Está derrubando os quadros da minha parede. — Hanner sorriu de forma irônica. O homem retribuiu com o mesmo tipo de sorriso.

— Claro, imediatamente. — Respondeu. O homem entrou no apartamento, com a porta ainda aberta, e pegou um controle remoto. Ele aumentou ainda mais o volume do som e sorriu de forma irônica, indo até Hanner.

— Assim está melhor? — Disse, e eu sabia que o pior aconteceria. Hanner fechou o punho e acertou um soco tão forte na cara do rapaz que ele caiu para trás com tudo.

— Não sei, assim está melhor? Quer mais um soco ou vai abaixar essa merda? — Quando o rapaz levantou, seu nariz estava sangrando. Hanner quebrou o nariz do cara com um soco.

— Você é louco? — Ele gritou. Acho que foi a gota d’água.

Hanner entrou na casa dele, que se levantou rapidamente, e o pegou pelo pescoço. Ele literalmente arrastou o cara, o enforcando com uma mão, enquanto alcançava o controle com a outra. Eu estava apavorada do lado de fora, mas ele simplesmente desligou o rádio e o empurrou para longe. E após desligar, arremessou o controle remoto pela janela do apartamento.

— Eu estava disposto a ouvir uma musiquinha baixa. Mas agora, eu quero silêncio, porque você me irritou um bocado. — Ele ergueu uma das sobrancelhas. — Se ligar o rádio de novo, hoje, eu vou vir aqui e socar você até você morrer. E não adianta chamar a polícia, eles são meus amigos. — O homem estava apavorado. Eu juro que vi xixi saindo da calça dele.

Eu fui até Hanner e o segurei pelo braço, tentando o puxar para fora da casa do homem, e ele veio. Entramos no apartamento, eu estava assustada com tudo que havia acontecido.

— Hanner, você devia ter sido mais amigável! — Eu falei e ele riu com deboche.

— Ele devia ser menos babaca, já matei pessoas por muito menos. — Bufei. E para o meu azar... O cara ligou o rádio de novo. Hanner havia se sentado no banquinho em frente a bancada da cozinha, mas se levantou imediatamente. Eu corri em direção a ele.

— Não, por favor. Está muito baixo o som, Hanner.

— Eu avisei. — Neguei com a cabeça, me colocando na frente dele pela segunda vez no dia.

— Não. Eu não vou deixar você sair. — Eu o olhava nos olhos. — Não vou. Não precisa disso. Não precisa se meter em uma confusão por tão pouco.

— Alana, me dá licença. — Deus, me ilumina.

— Hanner... — Eu segurei a camiseta dele, na região do peitoral. — Por favor...

Ele me empurrou contra a parede e bateu as duas mãos nela.

— Ele me desafiou, Alana. — Ele fechou os olhos, como se estivesse tentando se controlar. E depois, os abriu, olhando diretamente para mim.

Nós estávamos perto demais. Estar entre a parede e ele, olhando em seus olhos, teve um efeito em mim do qual eu não gostaria. Não conseguia controlar meus olhos, e eu olhei para os lábios dele. Era como se eu tivesse dado permissão para que ele me beijasse.

Hanner aproximou a testa da minha. Eu apertei as duas mãos em sua camisa, e eu tinha ansiedade para ser tocada, para que ele me beijasse.

Tudo foi muito rápido. A mão forte dele alcançou a minha nuca, a boca dele alcançou a minha e ele me beijou. Passou o braço livre ao redor da minha cintura e me puxou para perto, colando nossos corpos, enquanto sua língua invadia minha boca de forma ávida... O beijo dele é definitivamente o melhor beijo do mundo.

Ele me arrastou pela casa, me segurou pela cintura com as duas mãos e me colocou sentada na bancada da cozinha, se encaixando entre minhas pernas logo em seguida. Em nenhum momento ele separou a boca da minha, mesmo quando queria respirar, deixava a boca próxima.

Suas mãos, agora, passeavam por minhas coxas. Eu sentia seus dedos me apertarem e acariciarem ali, enquanto ele aumentava a intensidade do beijo. Hanner é bruto, muito bruto. Depois de explorar minhas coxas, uma das mãos alcançou meu cabelo e separou minha boca da dele ao puxá-lo. Minha cabeça pendeu para trás com o puxão, o que expôs todo o meu pescoço para ele, e ele o atacou com a boca. Ele não tinha dó. Chupava, mordia, e eu apertava minhas unhas em seus ombros, aproveitando aquilo. Minha respiração foi ficando ofegante, era difícil não ficar com todo aquele estímulo.

— Hanner, Hanner... — Eu queria falar, lembra-lo do pequeno detalhe entre minhas pernas...

— O que foi, bonequinha? — Perguntou contra o meu pescoço. Ele continuava segurando meu cabelo com uma mão, mas invadiu meu short com a outra, e passando a mão por cima da minha região íntima completamente úmida.

— Não esquece que eu sou... Sou virgem. — Ele riu contra meu pescoço. Invadiu minha calcinha com a mão, passando os dedos no meu ponto mais sensível, o que me fez gemer.

— Cala a boca, vai. — Bruto. Mas por que eu gosto tanto disso?

Ele me massageava. Eu me agarrava nele, e sem querer, rebolava meu quadril contra seus dedos. Eu nunca senti tanto prazer na vida, é óbvio que eu já mexi em mim com minha mão, explorei meu corpo, mas todas aquelas sensações misturadas, o cheiro do perfume dele, a boca em meu pescoço, sua mão em meu ponto mais sensível, os ombros largos, a temperatura de sua pele... Tudo aquilo me deixava completamente extasiada.

Hanner colocou um dedo para dentro de mim. Eu gemi um pouco mais alto, sem querer. Era gostoso sentir aquilo, isso é uma coisa que nunca fiz. À medida que ele mexia o dedo, eu me sentia mais e mais confortável. Até que, ele colocou o segundo dedo, e mais uma vez, foi ficando mais gostoso conforme o tempo. Eu tava ensopada, por Deus.

Hanner tirou a mão de dentro do meu short, agarrou minhas coxas e eu entendi que ele me pegaria no colo, então passei meus braços ao redor de seu pescoço e me segurei ali. Ele me levou, no colo, até o quarto dele, onde ele me arremessou com certa brutalidade na cama. Arrancou a própria camiseta, revelando o corpo tatuado e também o curativo na lateral do corpo, da ferida que quase o matou. Ele não falava nada, eu estava com medo, mas me calei. Ele é tão bonito, tão gostoso... Ah, meu Deus, eu só quero um pouco de prazer nessa vida idiota que levo.

Ele arrancou meu short e calcinha juntos, jogando para fora da cama. Eu estava exposta pela primeira vez para um homem. Hanner puxou minha camiseta para cima, se livrando dela, e agora sim, eu estava sem nenhuma peça de roupa sequer. Ele abriu a gaveta da mesinha de cabeceira dele, tirou uma camisinha e a rasgou com os dentes. Abaixou o short junto com a cueca e vestiu a camisinha, e eu só conseguia pensar que, meu Deus, ia acontecer e, bom, minha primeira vez seria com um assassino. Eu não acredito no que eu mesma estou fazendo.

Ele se deitou por cima de mim, no meio das minhas pernas, e me olhou nos olhos. Me beijou mais uma vez, enquanto acariciava minhas coxas com as duas mãos. Eu sentia seu membro rígido roçar em minha entrada úmida, o que me fazia ofegar contra os lábios dele, em meio ao beijo. Ele se empurrou contra mim, me penetrando vagarosamente, até que estivesse totalmente dentro. Eu apertei as unhas em suas costas e dei um gritinho contra seus lábios.

Ele deixava o meu corpo guiar. Era como se ele soubesse o que eu estava pensando, então, não trocava uma palavra sequer comigo. Quando eu me acostumei com ele ali dentro, ele começou a se mexer, vagarosamente, mas logo foi aumentando o ritmo. Eu estava muito molhada, o que facilitou minha vida e eu dei graças a Deus.

Em determinado momento, eu já não sentia mais dor. Uma pequena ardência, mas o prazer era infinitamente maior. Ele já se mexia em um ritmo acelerado, eu olhava seus ombros e os beijava enquanto ele destruía o meu pescoço.

Eu senti que eu não aguentaria mais e meu quadril começou a rebolar mais rápido sem que eu pudesse controlar. Ele percebeu. Esse cara sabe transar, que droga, ele é muito bom nisso.

Hanner aumentou os movimentos ainda mais e apertou uma das mãos em minhas coxas. E aí, eu me senti chegar ao ápice, e aquilo me deixou louca. Eu gemia, sem me importar se ele iria se incomodar. Era incontrolável. E então, ele respirou de forma mais alta e parou de se mexer, fechando os olhos. Ele respirou fundo algumas vezes, eu o sentia pulsar dentro de mim. Ele soltou um palavrão, e depois se retirou de dentro de mim.

Hanner foi direto para o banheiro da suíte dele. Eu me sentei na cama, sem saber o que fazer. Quando olhei para o lençol, ele estava manchado com sangue. Não era muito, mas era sangue.

— Hanner... Eu sujei sua cama. — Falei. Ele saiu do banheiro, sem a camisinha, olhou para a cama e depois me olhou.

— Não se preocupe com isso. Acho melhor você tomar uma ducha. — Disse. Eu concordei.

Me levantei, muito constrangida pelo que fiz e por estar completamente nua na frente dele. Eu agi por impulso, em um momento que eu não devia. Não que eu esteja arrependida, eu gostei, foi muito bom, mas eu estou constrangida do que fiz.

Eu entrei no chuveiro. Deixei a água cair sobre a minha cabeça fechei meus olhos e na minha imaginação, tudo que eu via era ele. As tatuagens, o corpo, a boca. Os olhos esverdeados... Que droga.

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