ALANA NARRANDO
Eu recebi os legumes e frutas, a carne e coloquei tudo em cima da bancada. Fiz uma sopa bem reforçada para Hanner, eu devia odiá-lo, mas eu senti que devia cuidar dele. Quando a sopa estava pronta, servi em uma tigela e levei até ele.
— Está aqui. Espero que goste. — Ele se sentou, respirando fundo, e colocou a tigela por cima de uma almofada que colocou no colo.
— Obrigado, menina. Não precisava disso.
— Eu sei. Mas tecnicamente você está cuidando de mim, então eu posso ser útil a você. — Ele pegou a colher e não respondeu nada ao que eu disse.
Ele começou a comer a sopa. Fechou os olhos e sentiu o sabor, como se estivesse apreciando. Não sei há quanto tempo ele não come comida de verdade ou comida feita especialmente para ele, mas ele pareceu gostar muito.
— Está delicioso. Parabéns. — Elogiou. Isso me fez sorrir.
— Fiz bastante. Pode comer o quanto quiser. — Ele concordou com a cabeça e continuou comendo.
Três dias depois, Hanner parecia estar novo. Estava tomando os antibióticos de forma oral agora, sua ferida já estava seca e ele andava para lá e para cá com ligações, ordenando pessoas, afinal, ele não podia sair por enquanto. Uma semana de repouso, o médico pediu e ele estava obedecendo... Até hoje.
Hanner se trocou, eu o vi colocando as luvas de couro e arregalei os olhos.
— Não. — Eu corri em direção a ele e o empurrei pelo peitoral para trás. Ele é tão bruto que nem se mexeu. Eu me senti empurrando uma parede. Ele riu da minha cara.
— Não o quê?
— Você não vai sair de casa, Hanner! Você não pode. — Protestei, tentando empurrar Hanner para longe da porta. Ele alcançou o sobretudo preto e começou a vestir. — Hanner, por favor!
— Olha, é melhor você ficar na sua. Você não manda em mim, e sabem o que dizem, se você quer algo bem feito, faça sozinho. — Eu não sabia o que fazer.
Ele não podia sair de casa ou o tratamento dele poderia ir todo pelo ralo, e aí, ele poderia morrer de novo, eu correria risco de voltar para as mãos daquelas pessoas e eu não quero. Eu até que gosto dele. Não temos nenhum problema, cada um fica na sua e está tudo bem.
— Hanner. — Eu o abracei, com força, tentando prendê-lo. — Por favor. Não vai. Eu não quero que você morra.
— Todo mundo vai morrer um dia. E, tanto faz. — Neguei com a cabeça. Ele nem se mexeu, não tocou em mim.
— Hanner, por favor, eu imploro. Você estava quase morto três dias atrás. Se você for, pode por todo o tratamento a perder e ter que começar do zero. Manda alguém... Por favor. — Ele evitava olhar em meus olhos, e até em meu rosto. Que cara frio! Meu Deus!
Eu levei as duas mãos até o rosto dele, e o fiz olhar para mim.
— O que você quer, Alana? — Ele me chamou pelo nome. Na maioria das vezes, me chama de menina ou outra coisa.
— Eu sei que você não vai acreditar, mas eu me importo com você. — Ele finalmente me olhou nos olhos. Não, definitivamente, Hanner não tem o olhar de um assassino. Ele não é um assassino, ele virou um assassino, o que é completamente diferente e o que significa que ele poderia parar. — Eu dependo de você, Hanner... Eu só tenho você.
— Tem medo de me perder? — Ele questionou, me olhando nos olhos. Os olhos dele são lindos.
— Tenho. Você é bom comigo. — Era verdade. Mesmo nessa situação de merda, ele me trata bem melhor do que qualquer um me trataria.
— Eu não acredito que vou mandar outra pessoa no meu lugar porque alguém pediu para eu ficar. — Senti um calafrio na espinha. Tirei as mãos do rosto dele e sorri, satisfeita. — Vou obedecer o médico.
— Isso é bom. Isso é muito bom. Muito obrigada. — Eu o vi tirar o sobretudo, e pendurar no local onde sempre pendurava. Retirou as luvas e as guardou.
Hanner pegou o telefone, ligou para alguns contatos e resolveu a situação. Eu evito prestar atenção no que ele fala no telefone, porque é constrangedor. São coisas das quais eu não quero ouvir, de qualquer forma.
Ele passou o dia entre telefonemas e notebook. Eu fiquei lendo, de forma tranquila, até que uma música alta no vizinho começou a tocar. Hanner começou a massagear as têmporas.
— Que ódio. — Resmungou.
— É só música. — Falei, apesar de estar incomodada também.
Quinze minutos depois, eles aumentaram ainda mais o som. Estava tão alto, que o quadro da parede começou a se mexer com as batidas. Hanner respirou fundo, tentando se acalmar, mas acho que o instinto animal dele estava quase se soltando.
Ele se levantou e foi até a porta, a abriu com pressa e eu fui atrás. Ele bateu na porta do vizinho e assim que ele abriu, o vi falando educadamente.
— Pode abaixar o som, por favor? Está derrubando os quadros da minha parede. — Hanner sorriu de forma irônica. O homem retribuiu com o mesmo tipo de sorriso.
— Claro, imediatamente. — Respondeu. O homem entrou no apartamento, com a porta ainda aberta, e pegou um controle remoto. Ele aumentou ainda mais o volume do som e sorriu de forma irônica, indo até Hanner.
— Assim está melhor? — Disse, e eu sabia que o pior aconteceria. Hanner fechou o punho e acertou um soco tão forte na cara do rapaz que ele caiu para trás com tudo.
— Não sei, assim está melhor? Quer mais um soco ou vai abaixar essa merda? — Quando o rapaz levantou, seu nariz estava sangrando. Hanner quebrou o nariz do cara com um soco.
— Você é louco? — Ele gritou. Acho que foi a gota d’água.
Hanner entrou na casa dele, que se levantou rapidamente, e o pegou pelo pescoço. Ele literalmente arrastou o cara, o enforcando com uma mão, enquanto alcançava o controle com a outra. Eu estava apavorada do lado de fora, mas ele simplesmente desligou o rádio e o empurrou para longe. E após desligar, arremessou o controle remoto pela janela do apartamento.
— Eu estava disposto a ouvir uma musiquinha baixa. Mas agora, eu quero silêncio, porque você me irritou um bocado. — Ele ergueu uma das sobrancelhas. — Se ligar o rádio de novo, hoje, eu vou vir aqui e socar você até você morrer. E não adianta chamar a polícia, eles são meus amigos. — O homem estava apavorado. Eu juro que vi xixi saindo da calça dele.
Eu fui até Hanner e o segurei pelo braço, tentando o puxar para fora da casa do homem, e ele veio. Entramos no apartamento, eu estava assustada com tudo que havia acontecido.
— Hanner, você devia ter sido mais amigável! — Eu falei e ele riu com deboche.
— Ele devia ser menos babaca, já matei pessoas por muito menos. — Bufei. E para o meu azar... O cara ligou o rádio de novo. Hanner havia se sentado no banquinho em frente a bancada da cozinha, mas se levantou imediatamente. Eu corri em direção a ele.
— Não, por favor. Está muito baixo o som, Hanner.
— Eu avisei. — Neguei com a cabeça, me colocando na frente dele pela segunda vez no dia.
— Não. Eu não vou deixar você sair. — Eu o olhava nos olhos. — Não vou. Não precisa disso. Não precisa se meter em uma confusão por tão pouco.
— Alana, me dá licença. — Deus, me ilumina.
— Hanner... — Eu segurei a camiseta dele, na região do peitoral. — Por favor...
Ele me empurrou contra a parede e bateu as duas mãos nela.
— Ele me desafiou, Alana. — Ele fechou os olhos, como se estivesse tentando se controlar. E depois, os abriu, olhando diretamente para mim.
Nós estávamos perto demais. Estar entre a parede e ele, olhando em seus olhos, teve um efeito em mim do qual eu não gostaria. Não conseguia controlar meus olhos, e eu olhei para os lábios dele. Era como se eu tivesse dado permissão para que ele me beijasse.
Hanner aproximou a testa da minha. Eu apertei as duas mãos em sua camisa, e eu tinha ansiedade para ser tocada, para que ele me beijasse.
Tudo foi muito rápido. A mão forte dele alcançou a minha nuca, a boca dele alcançou a minha e ele me beijou. Passou o braço livre ao redor da minha cintura e me puxou para perto, colando nossos corpos, enquanto sua língua invadia minha boca de forma ávida... O beijo dele é definitivamente o melhor beijo do mundo.
Ele me arrastou pela casa, me segurou pela cintura com as duas mãos e me colocou sentada na bancada da cozinha, se encaixando entre minhas pernas logo em seguida. Em nenhum momento ele separou a boca da minha, mesmo quando queria respirar, deixava a boca próxima.
Suas mãos, agora, passeavam por minhas coxas. Eu sentia seus dedos me apertarem e acariciarem ali, enquanto ele aumentava a intensidade do beijo. Hanner é bruto, muito bruto. Depois de explorar minhas coxas, uma das mãos alcançou meu cabelo e separou minha boca da dele ao puxá-lo. Minha cabeça pendeu para trás com o puxão, o que expôs todo o meu pescoço para ele, e ele o atacou com a boca. Ele não tinha dó. Chupava, mordia, e eu apertava minhas unhas em seus ombros, aproveitando aquilo. Minha respiração foi ficando ofegante, era difícil não ficar com todo aquele estímulo.
— Hanner, Hanner... — Eu queria falar, lembra-lo do pequeno detalhe entre minhas pernas...
— O que foi, bonequinha? — Perguntou contra o meu pescoço. Ele continuava segurando meu cabelo com uma mão, mas invadiu meu short com a outra, e passando a mão por cima da minha região íntima completamente úmida.
— Não esquece que eu sou... Sou virgem. — Ele riu contra meu pescoço. Invadiu minha calcinha com a mão, passando os dedos no meu ponto mais sensível, o que me fez gemer.
— Cala a boca, vai. — Bruto. Mas por que eu gosto tanto disso?
Ele me massageava. Eu me agarrava nele, e sem querer, rebolava meu quadril contra seus dedos. Eu nunca senti tanto prazer na vida, é óbvio que eu já mexi em mim com minha mão, explorei meu corpo, mas todas aquelas sensações misturadas, o cheiro do perfume dele, a boca em meu pescoço, sua mão em meu ponto mais sensível, os ombros largos, a temperatura de sua pele... Tudo aquilo me deixava completamente extasiada.
Hanner colocou um dedo para dentro de mim. Eu gemi um pouco mais alto, sem querer. Era gostoso sentir aquilo, isso é uma coisa que nunca fiz. À medida que ele mexia o dedo, eu me sentia mais e mais confortável. Até que, ele colocou o segundo dedo, e mais uma vez, foi ficando mais gostoso conforme o tempo. Eu tava ensopada, por Deus.
Hanner tirou a mão de dentro do meu short, agarrou minhas coxas e eu entendi que ele me pegaria no colo, então passei meus braços ao redor de seu pescoço e me segurei ali. Ele me levou, no colo, até o quarto dele, onde ele me arremessou com certa brutalidade na cama. Arrancou a própria camiseta, revelando o corpo tatuado e também o curativo na lateral do corpo, da ferida que quase o matou. Ele não falava nada, eu estava com medo, mas me calei. Ele é tão bonito, tão gostoso... Ah, meu Deus, eu só quero um pouco de prazer nessa vida idiota que levo.
Ele arrancou meu short e calcinha juntos, jogando para fora da cama. Eu estava exposta pela primeira vez para um homem. Hanner puxou minha camiseta para cima, se livrando dela, e agora sim, eu estava sem nenhuma peça de roupa sequer. Ele abriu a gaveta da mesinha de cabeceira dele, tirou uma camisinha e a rasgou com os dentes. Abaixou o short junto com a cueca e vestiu a camisinha, e eu só conseguia pensar que, meu Deus, ia acontecer e, bom, minha primeira vez seria com um assassino. Eu não acredito no que eu mesma estou fazendo.
Ele se deitou por cima de mim, no meio das minhas pernas, e me olhou nos olhos. Me beijou mais uma vez, enquanto acariciava minhas coxas com as duas mãos. Eu sentia seu membro rígido roçar em minha entrada úmida, o que me fazia ofegar contra os lábios dele, em meio ao beijo. Ele se empurrou contra mim, me penetrando vagarosamente, até que estivesse totalmente dentro. Eu apertei as unhas em suas costas e dei um gritinho contra seus lábios.
Ele deixava o meu corpo guiar. Era como se ele soubesse o que eu estava pensando, então, não trocava uma palavra sequer comigo. Quando eu me acostumei com ele ali dentro, ele começou a se mexer, vagarosamente, mas logo foi aumentando o ritmo. Eu estava muito molhada, o que facilitou minha vida e eu dei graças a Deus.
Em determinado momento, eu já não sentia mais dor. Uma pequena ardência, mas o prazer era infinitamente maior. Ele já se mexia em um ritmo acelerado, eu olhava seus ombros e os beijava enquanto ele destruía o meu pescoço.
Eu senti que eu não aguentaria mais e meu quadril começou a rebolar mais rápido sem que eu pudesse controlar. Ele percebeu. Esse cara sabe transar, que droga, ele é muito bom nisso.
Hanner aumentou os movimentos ainda mais e apertou uma das mãos em minhas coxas. E aí, eu me senti chegar ao ápice, e aquilo me deixou louca. Eu gemia, sem me importar se ele iria se incomodar. Era incontrolável. E então, ele respirou de forma mais alta e parou de se mexer, fechando os olhos. Ele respirou fundo algumas vezes, eu o sentia pulsar dentro de mim. Ele soltou um palavrão, e depois se retirou de dentro de mim.
Hanner foi direto para o banheiro da suíte dele. Eu me sentei na cama, sem saber o que fazer. Quando olhei para o lençol, ele estava manchado com sangue. Não era muito, mas era sangue.
— Hanner... Eu sujei sua cama. — Falei. Ele saiu do banheiro, sem a camisinha, olhou para a cama e depois me olhou.
— Não se preocupe com isso. Acho melhor você tomar uma ducha. — Disse. Eu concordei.
Me levantei, muito constrangida pelo que fiz e por estar completamente nua na frente dele. Eu agi por impulso, em um momento que eu não devia. Não que eu esteja arrependida, eu gostei, foi muito bom, mas eu estou constrangida do que fiz.
Eu entrei no chuveiro. Deixei a água cair sobre a minha cabeça fechei meus olhos e na minha imaginação, tudo que eu via era ele. As tatuagens, o corpo, a boca. Os olhos esverdeados... Que droga.
HANNER NARRANDOPasso as duas mãos por meus próprios cabelos, depois coço minha nuca e respiro fundo. Acabei de tomar banho no outro banheiro, fora do quarto, porque Alana estava tomando no meu. Eu troquei os lençóis, para que ela não ficasse envergonhada, e os coloquei para lavar. Eu acabei de tirar a virgindade de uma menina de dezoito anos, que não merecia ir para a cama com um assassino. Ela é uma boa menina, e eu tenho pena. Não deveria estar comigo, não mesmo. O motivo dela estar nessa situação eu não sei...Me sentei no meu quarto, em uma cadeira no canto, e me servi um copo de uísque. Eu a esperava tomar banho e sair do banheiro. Logo que saiu, enrolada na toalha, sorriu de leve.— Vou para o meu quarto. — Balancei a cabeça positivamente e ela saiu. Que droga.Eu decidi que era melhor sair de casa, fazer alguma coisa, não sei. E foi o que eu fiz. Antes que ela pudesse ver, eu saí. Só queria beber um pouco, e fui até o bar sozinho. Me sentei em frente ao balcão de madeira e esp
HANNER NARRANDONa manhã seguinte, eu estava preparando meu café da manhã e Alana apareceu, com um sorriso no rosto. Estava trocada, com uma camiseta azul e calça jeans. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, e veio se sentar em frente ao balcão.— Bom dia. — Disse e depois suspirou.— Bom dia. Quer bacon? — Perguntei.— Não, obrigada. Não consigo comer de manhã. — Fiquei em silêncio.Servi meu café da manhã, que era uma tonelada de bacon, um pão e um suco de laranja de caixinha servido em um copo. Peguei a caixa do suco e empurrei em direção a ela, e ela se levantou para buscar um copo. Sentou novamente em seu lugar, serviu o suco e tomou.— Hanner... Eu queria te pedir uma coisa. — Eu a olhei, enquanto mordia o pão.— Fala.— É que eu queria ir a uma igreja que dá pra ver da janela. Ela tem uma placa bonita, é pintada de preto. Sei que você não quer que eu saia, mas... Você poderia ir junto, não sei. — Soltei uma gargalhada.— Você realmente tá me convidando para ir em uma igreja, A
ALANA NARRANDOEu perdi minha virgindade com o Hanner. Por Deus, o que eu fiz? Primeiro, ele é um criminoso. Ele é lindo, mas ainda assim, é um criminoso. Ele é gentil comigo... Até considero ele um cavalheiro, mas me questiono os motivos dele. Ele sente pena de mim? Eu não sei, ele me confunde. Ao mesmo tempo que quero beijá-lo, tenho medo do que pode fazer comigo. Quando ele me carregou nos braços... Eu fiquei surpresa. Não esperava que faria isso, não esperava que me beijaria de volta hoje. Mas ele beijou. E isso me confundiu mais ainda.Já era noite, Eu me arrumei um pouco melhor. Coloquei uma camiseta preta, uma calça jeans escura e o tênis mais bonito que eu tinha. Passei um pouco de maquiagem e sorri para o espelho. Eu me senti bonita até, sabe? Fazia tempo que não me sentia bonita assim.Quando saí do quarto, Hanner estava de moletom preto, dos pés a cabeça, cabelo bem penteado, me esperando sentado no sofá.— Está bonita. — Disse.— Obrigada. — Sorri de forma sincera.— Você
HANNER NARRANDOAcordei desse maldito sonho com meu passado. Eu odeio sonhar com meu passado, odeio. Odeio me lembrar de tudo que houve comigo, me faz mal. Levantei mais uma vez para trabalhar e assim fui, apressado, era o jeito.Trabalhar já não me deixa feliz, na verdade, me incomoda. Eu tinha uma missão a cumprir, tinha que eliminar alguém, e eu não queria fazer isso, mas... Fiz o que tinha que fazer. Coloquei a mensagem que Alexander pediu e quando ia sair, ouvi um barulho. Eu andei pela casa procurando o barulho. Ouvi que vinha do armário embaixo da escada e quando eu abri, era só um gato idiota.Fui embora sem olhar para trás. A parte mais difícil foi entrar em casa de novo, eu arranquei o sobretudo, as luvas, a máscara eu já havia tirado no carro. Comecei a socar a parede com ódio. Eu soquei tanto, tanto, mas tanto, que abriu um buraco ali e também um buraco na minha mão. Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos, tentando me controlar.— Hanner... — Ouvi a voz suave de Ala
ALANA NARRANDOHanner parece triste e desanimado hoje. Eu nunca o vi tão nervoso. Ele quebrou um pedaço da parede, parecia muito bravo. Eu havia o deixado sozinho por um tempo, e quando voltei, vi que ele estava na sacada do apartamento, olhando para o lado de fora. Eu fui até ele e me encostei no parapeito, com os cotovelos ali, como ele fazia. A noite estava bem bonita.— Oi. Quer conversar? — Questionei.— Não sei o que falar. Só estou tendo um dia difícil. — Ele fechou os olhos e suspirou. — Vou sair pra beber um pouco.— Fica comigo, vai. — Pedi. Eu me enfiei entre ele e o parapeito, e o olhei nos olhos. Ele encostou as mãos no parapeito, uma de cada lado do meu corpo.— O que quer, Alana? — Levei as duas mãos até o peitoral dele e o acariciei. Eu me inclinei o suficiente para alcançar os lábios dele, e os selei. Ele me retribuiu e empurrou o rosto para me beijar, do jeito bruto dele. Eu gosto, de qualquer forma.— Quero que fique comigo. — Sussurrei contra os lábios dele.— Não
HANNER NARRANDOAlana adormeceu nos meus braços. Eu não acredito que permiti que ela fizesse isso. Bom, para um homem que queria desistir da vida algumas horas atrás, isso é... Inacreditável. Enquanto ela dormia, me permiti olhá-la. Acariciei seu cabelo, o cheirei, beijei sua testa de leve... Segurei sua mão em meu peitoral. Ela é tão bonita, tão doce. Não deveria estar em meus braços, não mesmo.Eu fechei meus olhos e encostei o nariz no cabelo dela mais uma vez, mas dessa vez, iria tentar dormir. Eu segurava sua mão em meu peitoral, já estava cansado.Quando acordei com meu celular despertando, percebi que ela não estava mais ali. Eu me levantei, me vesti e fui pegar minhas coisas. Quando olhei para a mesinha, vi que a chave de casa não estava. Aquilo me deixou nervoso. Eu abri minha carteira e uns vinte euros haviam sumido, e então, eu passei a mão no meu próprio cabelo.Puta que pariu, a Alana fugiu.Saí do quarto e realmente, ela não estava. A porta estava destrancada, e eu estav
HANNER NARRANDO— Hanner! — Alana entrou no meu apartamento, sorridente, depois de ter voltado de mais um passeio. — Eu tentei te ligar mas você não atendeu, então eu vim aqui. — Ela veio até mim. Eu estava sentado no sofá e ela segurou minhas duas mãos. — Hanner, vamos comigo na pizzaria? Os amigos da Sarah... Bom, todos vão, e eles parecem ser legais pelo que ela disse. É um pessoalzinho da igreja que eu fui aquele dia, não os conheço, mas a Sarah vai e... Eu queria que você fosse comigo.— Sério, Alana? Você vai me levar no meio de um monte de crente? Eles vão olhar pra mim e pensar que eu sou o que? — Ela deu risada.— Que você é meu noivo que não é crente. — Eu a olhei surpreso.— Noivo? — Ela concordou.— Noivo. Não sabia o que falar, afinal, eu moro com você... Eu acabei dizendo que você é meu noivo e que vamos nos casar em breve. — Eu ri e neguei com a cabeça.— Alana, você é doida. Mas... É importante pra você, ir nesse negócio aí? — Eu me levantei do sofá e ela continuava se
ALANA NARRANDOAcordei e Hanner estava saindo do banheiro apenas de toalha. Aquele corpo malhado cheio de tatuagens me deixou sem ar. Eu sentei na cama, o olhando de cima a baixo. Ele ficou parado, me olhando também.— Por que está olhando tanto pra mim? — Questionou.— Porque você é lindo, Hanner. — Ele sorriu de forma maliciosa.Foi até o guarda-roupa e terminou de se secar, colocou a toalha pendurada no fecho do guarda-roupa enquanto se trocava na minha frente sem nenhum pudor. E eu o olhava.— O que foi? Você já me viu sem roupa antes. Não faz o menor sentido me esconder.— É, tem razão. — Eu me levantei. Ele já estava vestindo uma cueca branca e estava de costas. Coloquei as mãos em suas costas e as deslizei ali. — Eu gosto do que vejo.Ele virou de frente para mim, e eu coloquei minhas mãos em seu peitoral. Eu posso ser tímida, doce, mas eu sei o que quero. E apesar de não ter coragem de atacar ele, eu confesso que gostaria.Ele apoiou as mãos em meus cotovelos, passou os polega