ALANA NARRANDOEu perdi minha virgindade com o Hanner. Por Deus, o que eu fiz? Primeiro, ele é um criminoso. Ele é lindo, mas ainda assim, é um criminoso. Ele é gentil comigo... Até considero ele um cavalheiro, mas me questiono os motivos dele. Ele sente pena de mim? Eu não sei, ele me confunde. Ao mesmo tempo que quero beijá-lo, tenho medo do que pode fazer comigo. Quando ele me carregou nos braços... Eu fiquei surpresa. Não esperava que faria isso, não esperava que me beijaria de volta hoje. Mas ele beijou. E isso me confundiu mais ainda.Já era noite, Eu me arrumei um pouco melhor. Coloquei uma camiseta preta, uma calça jeans escura e o tênis mais bonito que eu tinha. Passei um pouco de maquiagem e sorri para o espelho. Eu me senti bonita até, sabe? Fazia tempo que não me sentia bonita assim.Quando saí do quarto, Hanner estava de moletom preto, dos pés a cabeça, cabelo bem penteado, me esperando sentado no sofá.— Está bonita. — Disse.— Obrigada. — Sorri de forma sincera.— Você
HANNER NARRANDOAcordei desse maldito sonho com meu passado. Eu odeio sonhar com meu passado, odeio. Odeio me lembrar de tudo que houve comigo, me faz mal. Levantei mais uma vez para trabalhar e assim fui, apressado, era o jeito.Trabalhar já não me deixa feliz, na verdade, me incomoda. Eu tinha uma missão a cumprir, tinha que eliminar alguém, e eu não queria fazer isso, mas... Fiz o que tinha que fazer. Coloquei a mensagem que Alexander pediu e quando ia sair, ouvi um barulho. Eu andei pela casa procurando o barulho. Ouvi que vinha do armário embaixo da escada e quando eu abri, era só um gato idiota.Fui embora sem olhar para trás. A parte mais difícil foi entrar em casa de novo, eu arranquei o sobretudo, as luvas, a máscara eu já havia tirado no carro. Comecei a socar a parede com ódio. Eu soquei tanto, tanto, mas tanto, que abriu um buraco ali e também um buraco na minha mão. Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos, tentando me controlar.— Hanner... — Ouvi a voz suave de Ala
ALANA NARRANDOHanner parece triste e desanimado hoje. Eu nunca o vi tão nervoso. Ele quebrou um pedaço da parede, parecia muito bravo. Eu havia o deixado sozinho por um tempo, e quando voltei, vi que ele estava na sacada do apartamento, olhando para o lado de fora. Eu fui até ele e me encostei no parapeito, com os cotovelos ali, como ele fazia. A noite estava bem bonita.— Oi. Quer conversar? — Questionei.— Não sei o que falar. Só estou tendo um dia difícil. — Ele fechou os olhos e suspirou. — Vou sair pra beber um pouco.— Fica comigo, vai. — Pedi. Eu me enfiei entre ele e o parapeito, e o olhei nos olhos. Ele encostou as mãos no parapeito, uma de cada lado do meu corpo.— O que quer, Alana? — Levei as duas mãos até o peitoral dele e o acariciei. Eu me inclinei o suficiente para alcançar os lábios dele, e os selei. Ele me retribuiu e empurrou o rosto para me beijar, do jeito bruto dele. Eu gosto, de qualquer forma.— Quero que fique comigo. — Sussurrei contra os lábios dele.— Não
HANNER NARRANDOAlana adormeceu nos meus braços. Eu não acredito que permiti que ela fizesse isso. Bom, para um homem que queria desistir da vida algumas horas atrás, isso é... Inacreditável. Enquanto ela dormia, me permiti olhá-la. Acariciei seu cabelo, o cheirei, beijei sua testa de leve... Segurei sua mão em meu peitoral. Ela é tão bonita, tão doce. Não deveria estar em meus braços, não mesmo.Eu fechei meus olhos e encostei o nariz no cabelo dela mais uma vez, mas dessa vez, iria tentar dormir. Eu segurava sua mão em meu peitoral, já estava cansado.Quando acordei com meu celular despertando, percebi que ela não estava mais ali. Eu me levantei, me vesti e fui pegar minhas coisas. Quando olhei para a mesinha, vi que a chave de casa não estava. Aquilo me deixou nervoso. Eu abri minha carteira e uns vinte euros haviam sumido, e então, eu passei a mão no meu próprio cabelo.Puta que pariu, a Alana fugiu.Saí do quarto e realmente, ela não estava. A porta estava destrancada, e eu estav
HANNER NARRANDO— Hanner! — Alana entrou no meu apartamento, sorridente, depois de ter voltado de mais um passeio. — Eu tentei te ligar mas você não atendeu, então eu vim aqui. — Ela veio até mim. Eu estava sentado no sofá e ela segurou minhas duas mãos. — Hanner, vamos comigo na pizzaria? Os amigos da Sarah... Bom, todos vão, e eles parecem ser legais pelo que ela disse. É um pessoalzinho da igreja que eu fui aquele dia, não os conheço, mas a Sarah vai e... Eu queria que você fosse comigo.— Sério, Alana? Você vai me levar no meio de um monte de crente? Eles vão olhar pra mim e pensar que eu sou o que? — Ela deu risada.— Que você é meu noivo que não é crente. — Eu a olhei surpreso.— Noivo? — Ela concordou.— Noivo. Não sabia o que falar, afinal, eu moro com você... Eu acabei dizendo que você é meu noivo e que vamos nos casar em breve. — Eu ri e neguei com a cabeça.— Alana, você é doida. Mas... É importante pra você, ir nesse negócio aí? — Eu me levantei do sofá e ela continuava se
ALANA NARRANDOAcordei e Hanner estava saindo do banheiro apenas de toalha. Aquele corpo malhado cheio de tatuagens me deixou sem ar. Eu sentei na cama, o olhando de cima a baixo. Ele ficou parado, me olhando também.— Por que está olhando tanto pra mim? — Questionou.— Porque você é lindo, Hanner. — Ele sorriu de forma maliciosa.Foi até o guarda-roupa e terminou de se secar, colocou a toalha pendurada no fecho do guarda-roupa enquanto se trocava na minha frente sem nenhum pudor. E eu o olhava.— O que foi? Você já me viu sem roupa antes. Não faz o menor sentido me esconder.— É, tem razão. — Eu me levantei. Ele já estava vestindo uma cueca branca e estava de costas. Coloquei as mãos em suas costas e as deslizei ali. — Eu gosto do que vejo.Ele virou de frente para mim, e eu coloquei minhas mãos em seu peitoral. Eu posso ser tímida, doce, mas eu sei o que quero. E apesar de não ter coragem de atacar ele, eu confesso que gostaria.Ele apoiou as mãos em meus cotovelos, passou os polega
HANNER NARRANDOEu fiquei dias fora de casa. O compromisso demorou muito mais do que imaginei. Por sorte, deixo um bolo de dinheiro escondido dentro de uma gaveta, e liguei para a Alana, mandando que ela se cuidasse. Ela disse que faria isso, e pediu que Sarah ficasse com ela no meu apartamento. Mantive minha regra: Sem entrar no meu escritório e sem entrar no meu quarto. Meu escritório está trancado, de qualquer forma. Eu não quero que ela entre e veja a quantidade de arquivos e papeladas... Ou encontre alguma foto que a deixe assustada.É domingo. Estou indo para casa, no carro, sujo, cansado e muito decepcionado comigo mesmo. Cada dia que passa, eu odeio mais fazer o que faço. Eu não sei dizer se a culpa é de Alana, que tem quebrado meus muros, ou se é culpa minha, mesmo. Meu coração de pedra está amolecendo e para o emprego que tenho, isso é horrível. Eu fiquei triste de carregar tanta gente sem vida pra lá e pra cá nesses dias que estive fora.Enquanto eu dirigia, comecei a dar s
HANNER NARRANDOAlana começou a tirar a roupa que usou na igreja, ficando apenas com um top de academia e um short também de academia. Os dois eram brancos, deduzi que era para não aparecer por baixo da roupa que ela estava vestida antes. Deixou a roupa em cima da mesa, para guardar depois.— Senta aqui comigo, Alana. Quero conversar com você sobre meu trabalho e sobre... O que sentimos um pelo outro. — Eu suspirei, de forma pesada, e olhei para baixo. Como a gente dá más notícias depois de algo como isso? Eu realmente me senti amado hoje, com o que a amiga dela disse, com o que ela mesma confessou... É muito difícil pensar que agora eu preciso jogar um balde de água fria e mostrar no que ela está se metendo e no tipo de cara que eu sou.— Pode falar, eu já estou preocupado.— Você sabe as pessoas que eu trabalho? Elas jamais me deixariam sair. A máfia alemã é cruel, Alana. Não é como um clube que você entra e sai a hora que quer. Temos compromisso com isso, entende? Eu... Eu meio que