Nial pegou a minha mão e me tirou de toda aquela bagunça no bar, a cena toda pareceu em câmera lenta na minha cabeça. Quando saímos algumas meninas na porta o observavam, acontece que ele era muito mais bonito do que parecia, os olhos eram cinza e não havia um pelo sequer em seu rosto, a mandíbula parecia ter sido esculpida por anjos e os cabelos aloirados com um corte quiff lhe deixavam com mais cara de um deus grego. Era um perfeito deus grego.
Seu carro era um belíssimo conversível preto. No estacionamento ele abriu a porta do carona para pegando na minha costa para eu entrar. O contato da sua mão na parte nua da minha costa me fez arder em tensão.Assim que ele entrou, deu partida. Eu não sabia para aonde íamos. O contato da sua mão na parte nua da minha costa me fez arder em tensão.— Caramba, você é algum magnata ou algo do tipo? — Pergunto olhando tudo no carro.Nial sorriu enquanto aumentava o som, tocava Head Hot Chilli Pepers, Californication na rádio.— Adoro essa música. — Começo a cantar um trecho da música estalando os dedos, paro quando sinto seu olhar sobre mim. — Desculpe.Ele olhava para mim com desejo eminente.— Você é mais linda do que eu imaginei.Minha respiração falhou, como esse cara me passava tanta intensidade sendo que nos conhecemos agora?Olhei para frente puxando a barra do meu vestido apertado para baixo quando percebi seu olhar inflamando na minha coxa.— Para aonde vai me levar, senhor magnata? — Pergunto.— Surpresa.— Vai me sequestrar e me manter em um cativeiro? — Zombo.— Talvez, se você se comportar ainda pode ganhar um beijo. — Rebateu no mesmo tom.O caminho pela cidade estava deserto, apesar de ser uma sexta a noite. Ele ficou em silêncio enquanto eu cantava as músicas que passavam na rádio, meu corpo inteiro irradiava adrenalina, me sentia como nos tempos da faculdade.Nial apertou um botão, a capota do carro levantou, o vento levava meus cabelos para trás enquanto eu me senti maravilhada. Me levantei por alguns instantes, o vento rude bagunçou minha franja e levou meus cabelos para trás, mas a sensação foi única, levantei mais uma vez, dessa vez ergui os braços para cima com os olhos fechados.Der repente eu não era a Cassandra, a garota ridicularizada na escola ou a que dependia de um texto para seguir a profissão que ama. Era apenas uma garota com um homem bonito do lado.Sentei no banco do carona de volta, Nial olhava para mim como se eu fosse seu maior objeto de desejo.Nós saímos da cidade, fiquei tranquila, pois o percusso não parecia perfeito para uma desova, pelo contrário, era um condomínio fechado de frente para o mar.— Ok, talvez eu seja a ladra. — Digo observando a mansão que entrávamos pelo portão.A casa ficava de frente para o mar, em um penhasco, toda de vidro, parecia estar vazia por dentro. Do lado de fora tinha uma piscina com borda infinita enorme com luzes dentro.Nial abriu a porta para mim, dentro não tinha nada além de algumas caixas e as luzes acesas.Minhas sobrancelhas se juntaram.— Está vazia. — Indago.Ele coloca as mãos nos bolsos da calça.— A casa não é sua?— Sim, mas vou me mudar dentro de alguns dias.Dei de ombros indo em direção à sacada.— Ela é linda, mas parece triste sem nada dentro. — Abro a porta de vidro, uma varanda nos separava do mar.Pela visão periférica vejo Nial se encostar no batente da porta de vidro.Olho para o horizonte, podia ouvir apenas o som das ondas quebrando no mar. Estava um silêncio absurdo, eu podia ouvir o som da minha respiração.— Por que vai se mudar desse lugar? — Pergunto.— Me faz sentir sozinho.Solto um sorriso nasal.— Tudo o que eu mais queria.— Eu também, mas depois de um tempo vira um veneno. Fecho os olhos quando sinto a respiração dele atrás de mim, suas mãos agarram a grade me deixando entre a parapeito e seu corpo quente.— Sabe por que te trouxe aqui?Balanço a cabeça lentamente ainda inebriada com a sensação de ter seu hálito mentolado acariciar minhas bochechas.— Imagino, mas não sei.O ouço rir baixinho.— Porque você é tão especial quanto esse lugar. — Sussurrou.Meu coração salta disparado, mas não segurei o riso.— Nos conhecemos há algumas horas, não pode simplesmente dizer isso.— É verdade — ele remove o cabelo do meu ombro com a costa da mão —, mas sou bom em dedução.Seus lábios tocam minha nuca em um beijo calmo, tão suave que pareceu nem ter sido dado, porém, foi o suficiente para acarrancar arrepios em todo o meu corpo e me fazer apertar as pernas contendo minha excitação.Nial pressiona seu corpo contra o meu, pude sentir seu pau duro roçando na minha bunda, mas não de maneira que me fizesse sentir vontade de fugir, na verdade, eu queria estar bem ali, sentindo ele relar cada vez mais em mim.Ele encosta sua testa na minha nuca.— Estou louco por você desde o momento em que te vi, o que você fez comigo? — Grunhiu ele.Eu não conseguia dizer absolutamente nada, não queria estragar aquele momento.Não me contive, rebolei meu quadril em busca de sentir mais o seu toque, mais da sua rigidez, deduzi que ele era um dos maiores que já tive, o tamanho ideal. Ele era alto, talvez fosse coisa de dinamarquês ter um pau absurdo. Ele segurou a barra no meu vestido, percebi que ele estava hesitando para levantá-lo, eu estava pronta, por sorte peguei minha melhor calcinha fio dental de renda.— Quer vinho ou champanhe? — Perguntou ele desgrudando nossos corpos.Senti falta do seu contato assim que ele o desfez, Nial estava brincando comigo?— Vinho.Ele volta para dentro, o ouço revirar algumas caixas, provavelmente atrás do vinho.— O que você faz da vida, Cass?— Cass? — Minhas sobrancelhas se contraem.Ele dá de ombros.— Sai da casa dos meus pais depois do ensino médio, mesmo tento dinheiro preferi não ter ajuda deles. Trabalho como editora na New moon — vejo ele arquear as sobrancelhas rapidamente —, nem sei se ainda trabalho. Minha chefa quer que eu escreva qualquer coisa boa.— E qual o problema?— Não escrevo nada há anos. — Encosto minhas costas na parede atrás de mim.— Já tentou escrever um livro?Maneio a cabeça.— Só sou editora, não sei nada sobre isso.Ele tira duas taças e uma garrafa de vinho da caixa.— Se trabalha para uma revista tão importante, tenho certeza que consegue sim.Nial mal me conhecia e já estava me incentivando mais que meus pais nos dezoito anos que passei com eles.— E você?O canto dos seus lábios se contraem.Ele me entrega uma taça de vinho, eu bebo um gole.— Não é nada tão mirabolante, sou herdeiro de uma firma. Meu pai é um grande magnata na Dinamarca e vou seguir os passos dele. — Nial dá de ombros como se não fosse nada de mais.Meu queixo cai.— Eu deveria ter aceitado a bebida antes, senhor empresário.Ele rir.— Nada disso é meu, tudo do meu pai — pareceu lembrar de algo. — A única coisa que conquistei são as minhas memórias das viagens e aprendi a escalar montanhas, mas subir em morros não traz dinheiro ou sucesso.Ele se encosta na parede de frente para mim, fito seu rosto, seus olhos cinza cheios de alguma emoção que desviavam para o meu decote sempre que podia. Meu corpo ardia, eu observava como suas veias eram bem saltadas, a pele branca dele deixava isso ainda mais evidente.— Não parece ser suas palavras.— Não são. — Ele umedece os lábios. — Não sou tão corajoso como você, Cass.— Meu pai sempre diz que para sabermos se realmente não gostamos de algo devemos provar duas vezes, quem sabe isso não se encaixe a você? Aposto que consegue um equilíbrio entre os dois Ele pareceu pensar, mas não o bastante para tirar seus olhos pecaminosos de cima de mim.Olhei para a piscina, a água parecia perfeita para um mergulho.Tirei minha jaqueta, percebi conseguir sua atenção, segurei a barra do vestido e puxei para cima ficando apenas de sutiã e calcinha, a lingerie que coloquei mais cedo. Parecia que eu sabia que iria encontrá-lo.Nial desceu o olhar por todo o meu corpo, descaradamente, com a boca seca.— Você se importa se eu entrar na piscina?Ele demorou um pouco para responder, me olhava dos pés a cabeça, quase babando no chão. Vi seu punho cerrar, deixando assim as veias de seu antebraço saltarem ainda mais e a palma de suas mãos ficar em um tom rosado. Me perguntava se seu pau tinha aquela mesma tonalidade, como um picolé de morango.Fui até a área tirando o coturno, coloquei primeiro o pé para ver se a água estava fria, mas temperatura ideal. Meu corpo pegava fogo, a água fria ajudaria a equilibrar a temperatura.Entrei pela escada, Nial me observava com duas taças na mão e uma garrafa de vinho.Mergulhei, submergi olhando para ele ma borda da piscina. Ele me entregou uma taça de vinho para mim e serviu outra para si, virei a taça nos lábios fitando seus olhos.Podia ver seu volume em sua calça ficando ainda maior.— Não vai entrar?Ele olha para os lados.— Gosto de observar primeiro.— Percebi. — Deixo a taça na borda. — Vai se mudar para onde?Ele pensa um pouco antes de responder, como se estivesse hesitando.— Ainda não sei, talvez eu volte a viajar como antes. Percebo que esse assunto parecia desconfortável para ele.— Gosto das surpresas da vida. — Animou. Seus olhos escorregavam para o meu decote. — Essa noite é uma delas.Estávamos a polegadas de um beijo, mas eu tive uma ideia mais interessante.— Pode
Segui Nial até o andar de cima, tudo estava vazio também.Ele abriu uma porta que dava acesso ao quarto com vista para o mar e uma cama king size, mesmo com apenas a cama dentro era maravilhoso.Olhei ao redor e fui para a cama, sentei apoiando as mãos para trás.— Por que você parece confusa? — Perguntou se aproximando de mim.— Porque estou. — Olho ao redor. — Caras como você, não dormem com garotas como eu.Ele suspira e caminha na minha direção, ficando de frente para mim, não pude evitar notar o volume na sua cueca. Ele passa a costa da sua mão no meu rosto suavemente, meus olhos se fecham por impulso, mas se abrem quando ele aperta minha mandíbula com delicadeza, erguendo meu queixo na sua direção.— Caras como eu, sonham em foder garotas como você todos os dias. — Ele morde o lábio inferior. — Preciso provar uma coisa duas vezes para ter certeza que gostei, não é? Vou tornar essa a melhor noite da sua vida, pode apostar.Engoli a seco.Nial se curvou a minha altura e me beijou,
Terminamos o banho, voltamos para o quarto, visto a camisa que Nial me deu e me jogo na cama, ele faz o mesmo em seguida, mas me puxa para seus braços.A ponta de seu dedo roça meu braço com carinho, parecíamos um casal, talvez as pessoas costumam fazer isso, porém todos os caras com quem transei iam embora após gozar, então ninguém poderia me julgar por estar tão desconfiada.— Sinto que pulamos uma cinco etapas.— Etapas?— Você sabe, encontros, primeira transa, apelidos, tomar banho e dormir juntos... — Digo.— A vida é muito inconstante, você sabe.Pisco algumas vezes.Eu não podia me dar ao luxo de me apaixonar, Nial era muito mais do que pedi, mas também poderia ser doloroso, assim como André foi e todos os outros antes dele.Viro para o lado oposto.— Boa noite, Nial.— Boa noite, Cass.Demorei para dormir, na minha cabeça ainda passava cenas dessa noite, talvez eu nunca mais esqueceria.No outro dia, acordei com os primeiros raios de sol, deveria ser cedo.Olhei para a varanda
Respirei fundo, estralei os dedos e encarei a tela do computador, o aplicativo Word estava aberto há horas, esperando que qualquer palavra fosse digitada, mas nem me espremendo conseguiria sair algo bom.Passei as mãos no rosto.Tento recordar do que pensei quando escrevi aquele primeiro artigo, lembro de estar com os olhos cheios de lágrimas e o peito em ódio puro, odiando minha irmã mais que qualquer outra pessoa no universo.Ódio era o melhor combustível, mas tudo o que eu sentia eram as borboletas no meu estômago, o calafrio na espinha e as mãos do Nial em mim.Massageio minhas têmporas com um pouco de força.Já passou dois dias, porém a minha memória parecia mais vivida que nunca.Olhei para o computador novamente, o ponto de início piscando, implorando para eu escrever algo.Fecho o notebook com força, apertando meu pescoço.— Quer comer pizza hoje? — Aysha invade meu quarto. — Ficou o dia inteiro aí?Assenti batendo a cabeça na mesa.Aysha senta na minha perna, agarro sua cintu
Voltei para casa segurando a foto, de vez enquanto olhava, mas tentei não parecer tão melosa ao lado da Aysha. Fora a foto, não encontramos mais nada.Chegando em casa fui para meu quarto, coloquei a foto dele apoiada em porta canetas e abri o computador. Passei a madrugada escrevendo um texto sobre paixões platônicas, pessoas passageiras que conseguem ser intensas e marcar alguém em tão pouco tempo. Reli aquele artigo mais de dez vezes, me certificando se estava da maneira exata que queria, se consegui transpassar todos os meus sentimentos para o papel. Estava ótimo. Na manhã seguinte me arrumei, tomei um banho de lavar a alma, coloquei uma roupa bonita para tentar recuperar meu emprego. Aysha fez um café reforçado, me senti confiante.Servi um pouco de cereal com leite em uma tigela e li mais uma vez o artigo.— Está bom, Cassie. — Aysha afirma.— Não precisa só estar bom, precisar ser impecável. — Vejo um erro ortográfico e corrijo.Aysha suspira e vai olhar o bacon da frigideira.
Guardei algumas camisas, calças, calcinhas na mala, faltava apenas as meias que estavam na máquina e meu computador. Aysha observava me movimentando pelo quarto atrás do que faltava, a primeira coisa que ela disse após eu dizer que iria viajar para Nashville foi: "vadia, você está louca?", ela sabia de tudo que aconteceu antes de nós conhecemos na universidade; odiava minha irmã sem nem conhecê-la, não a julgava por isso.— Acha que deveria levar? — Coloco o óculos de grau no rosto, a vejo fazer careta. — Não consigo ler nada sem eles.— Acho que você não deveria ir.Olho para ela pelo rabo do olho.— Sério mesmo, quer ver sua irmã perfeita se gabando da vida perfeita e do futuro marido perfeito dela? — Ela se senta na cama largando a revista.— Sei como lidar com egocentrismo da minha irmã, afinal trabalho para a Miranda. — Observo o óculos fundo de garrafa, definitivamente não. Coloco de volta na mesa de cabeceira.Pego alguns livros jogando na mala também, olho para Aysha, com as m
O silêncio se estabeleceu na sala, todos olhavam para mim sem entender o que estava acontecendo ali. Eu olhava fixo para ele, pergunta-lhe o que diabos era aquilo, talvez ele não fosse o noivo da minha irmã, mas o que estaria fazendo aqui? Me procurando que não seria. Nial, o cara com quem transei e tive uma paixão platônica estava em carne e osso a minha frente, com os olhos azuis disparados e a boca semiaberta, tão surpreso quanto eu.— Vocês se conhecem? — Amanda perguntou olhando para mim e depois para ele.Ele franziu os lábios, se acovardando o suficiente para me deixar explicar sozinha. Minha boca secou, porém a medida que o silêncio aumentava mais estranha a situação ficava.— N-não, óbvio que não. — Bato a mão na testa — você falou tanto sobre ele...— Ah, é verdade. — Amanda sorrir. — Bem, mas apresentando vocês formalmente, querido, essa é minha irmã Cassandra.Por sorte ela não ouviu ele falar meu nome, acho que somente eu vi seus lábios pronunciarem. Amanda o puxou. Vendo
Olhei para Nial esperando pela minha resposta tanto quanto ela, mas ele parecia tão desesperado quanto eu. Se eu dissesse não seria estranho, Amanda iria fazer um interrogatório do porquê odeio seu noivo, e ela odiava ser odiada.Dou de ombros.— Claro.Saí em disparada para fora, assim que passei pelo portão comecei a correr, mesmo ouvindo ele batendo a porta de casa atrás de mim.Aumentei a velocidade quando percebi que ele estava mais próximo de mim, mesmo com minhas canelas ardendo, fazia anos que eu não corria.— Cass! — Gritou ele atrás de mim. — Podemos conversar?Continuei correndo. Saímos do condomínio, agora era apenas uma longa rua com poucos carros passando a quilômetros de nós.— Caramba, poderia me escutar?Meu peito ardia em raiva, pura e genuína, mas eu continuava a correr como se minha vida dependesse daquilo.Ele fez eu me apaixonar por aquela noite, me fez acreditar que eu era especial, quando na verdade ele iria se casar daqui há poucos dias com a minha irmã. Nial