Caminhei em direção ao quarto que Amanda estava, sentindo o nó na minha garganta só crescer e ficar num ponto insuportável de respirar. Eu queria dizer a ela tudo que estava entalado, gritar aos quatro cantos todos as merdas que ela já me fez passar. Amanda merecia isso, merecia saber de todo ódio que eu guardava dele durante esses anos. Ela de algum jeito conseguia tomar tudo que era meu, até mesmo Liam. Eu estava cansada daquilo.Dobrei a esquina do corredor, já conseguia ver a porta do quarto que ela estava. Continuei caminhando em passos largos e apressados, mas algo me chamou atenção, a porta do quarto do Nial aberta e um homem conversando com ele. Eles tinham a mesma altura, o homem tinha cabelos aloirados e grisalhos, um sotaque forte na voz e olhos extremamente azuis. Parecia uma versão mais velha do Nial. Eles pareciam discutir em outro idioma, então me esgueirei até a fresta da porta, observando a cena.Nial estava apoiado em uma penteadeira, com a gravada casualmente ao r
Procurei por ele em todos os lugares possíveis, mas parecia que ele havia simplesmente sumido. Gritava por seu nome desesperada, sem nem sequer saber o porquê de tê-lo seguido, mas eu estava simplesmente ignorando minha parte racional, só queria encontrá-lo. Procurei dentro da casa, mas ele não estava lá, no jardim onde aconteceria a festa, porém nem sinal dele. Pensei que talvez ele tivesse ido embora, mas os carros ainda estavam lá. Decidi ir para uma parte do jardim que mais parecia um labirinto, já estava escurecendo então minha visão estava pouco limitada. Gritei por ele, correndo por aquele maldito labirinto de arbustos, segurando a barra do vestido que a essa altura já estava arruinado. Quando finalmente o encontrei, Nial estava debruçado a beira de um chafariz, com seu blazer e a gravata arrancada de sua camisa. Caminhei lentamente até ele, o mesmo estava de cabeça baixa olhando para seus pés. — Nial? — O chamo. Seus olhos vão imediatamente até mim. — Está tudo bem? — Não,
Meu pai me levou de volta para casa com meu avô, ficamos em silêncio o percusso inteiro. Ele não sabia o que dizer e eu queria me afundar no banco do carona. Assim que chegamos fui direto para o banheiro, tirei o vestido sujo de lama e debaixo do chuveiro pude chorar todas as lágrimas entaladas que se misturaram com a água e em dado momento eu já não sabia o que era o que. Estava magoada, machucada, porém leve.Eu não sabia o que aconteceria agora, mas queria ir embora dali imediatamente. Saí do banho e vesti roupas confortáveis, terminei de arrumar minhas malas e peguei minha bolsa. Eu dormiria em um hotel, mas não ficaria ali. Chamei um táxi por aplicativo.Ouço duas batidas na porta do quarto, e aberta, então avistei meu avô. — Vai mesmo embora hoje? — Não acho que deveria ficar. Ele vem até mim e senta na borda da cama ao meu lado. — Você gosta mesmo dele? Solto um suspiro. — Mais do que deveria. — Eu vi algo entre vocês, mas pensei que fosse coisa da minha cabeça. — É, ta
Não consegui pregar os olhos após ter enviado o artigo por e-mail a Miranda.Dessa vez eu não estava tão preocupada com meu emprego, mas sim se minha crianção era tão boa quanto antes. Era uma merda se comparar com alguém que você já foi.Fingi estar dormindo quando Aysha entrou no meu quarto antes de ir trabalhar, mas eu a vi sorrir quando viu o PDF enviado ao e-mail da Miranda.Agora era esperar, talvez ela não visse, mas fiquei satisfeita com o que escrevi. Assim que tive coragem de colocar os pés para fora da cama, fui direto para a cozinha. Peguei uma caixa de leite na geladeira e virei inteira na boca. Era deprimente pensar em tudo que aconteceu em Nashville, mesmo com tantas coisas ao meu redor para me preocupar, era impossível esquecer como arruinei o casamento ou como os olhos de Nail me negaram no nosso último contato. Olhei pela primeira vez meu celular, não havia absolutamente nada, sequer uma mensagem. Bloqueei o Nail e a Amanda. Não queria saber se naquela noite eles
Bato mais uma vez na porta, faltava apenas meia hora para eu conseguir me atrasar pela segunda vez só essa semana. Ouço a música aumentar do lado de dentro, ela sabia bem como me irritar todas as manhãs. Aysha sempre acordava mais cedo e se apossava do banheiro como se não fosse meu também.Meu punho já estava vermelho de tanto esmurrar aquela porta, mas era inútil.Ouço a porta sendo destrancada e por fim ela finalmente abre, quase passei por cima dela para entrar no banheiro.— Calma, gata! — Aysha reclama — não precisa passar por cima de mim.Olho a bagunça de cremes que ela deixou em cima da pia, hoje eu não tinha tempo para limpar, então co tranco a porta e começo a me maquiar, não restava mais tempo para tomar banho.— Estou atrasada, para variar. — Resmungo.Limpo os olhos, passo um batom qualquer nos lábios e um lápis debaixo da marca d'água, hoje seria um dia importante, eu merecia estar pelo menos arrumada.Saí do banheiro bagunçando os cabelos para ver se conseguia disfarça
Tomei um longo banho, na tentativa de tirar o fracasso de mim. Aysha me ajudou na maquiagem, passou uma sombra que ressaltou meus olhos castanhos redondos, um batom vermelho sangue e fez alguns cachos no meu cabelo escuro. O vestido escolhido foi um vermelho e uma jaqueta de couro opaca e um coturno. Já me sentia melhor, apesar de não esquecer do André e que minha vida profissional dependia da minha escrita medíocre.Olhei para meu reflexo, baguncei os cachos para me deixar ainda selvagem, não procurava sexo essa noite, mas se algum homem com o mínimo de intelecto se aproximasse não negaria transar no banheiro do bar.Aysha estava linda com um vestido curto que ressaltaram suas curvas, o cabelo cacheado e as argolas a deixavam ainda mais bela, fora a pele negra bem iluminada, ela era linda da cabeça aos pés.A mesma chamou um táxi para o bar que costumava ir e nós fomos.— Estou louca para dançar — Aysha diz passando o gloss em seus lábios volumosos — e transar!— Quero encher a cara.
Nial pegou a minha mão e me tirou de toda aquela bagunça no bar, a cena toda pareceu em câmera lenta na minha cabeça. Quando saímos algumas meninas na porta o observavam, acontece que ele era muito mais bonito do que parecia, os olhos eram cinza e não havia um pelo sequer em seu rosto, a mandíbula parecia ter sido esculpida por anjos e os cabelos aloirados com um corte quiff lhe deixavam com mais cara de um deus grego. Era um perfeito deus grego.Seu carro era um belíssimo conversível preto. No estacionamento ele abriu a porta do carona para pegando na minha costa para eu entrar. O contato da sua mão na parte nua da minha costa me fez arder em tensão. Assim que ele entrou, deu partida. Eu não sabia para aonde íamos. O contato da sua mão na parte nua da minha costa me fez arder em tensão. — Caramba, você é algum magnata ou algo do tipo? — Pergunto olhando tudo no carro.Nial sorriu enquanto aumentava o som, tocava Head Hot Chilli Pepers, Californication na rádio.— Adoro essa música.
Fui até a área tirando o coturno, coloquei primeiro o pé para ver se a água estava fria, mas temperatura ideal. Meu corpo pegava fogo, a água fria ajudaria a equilibrar a temperatura.Entrei pela escada, Nial me observava com duas taças na mão e uma garrafa de vinho.Mergulhei, submergi olhando para ele ma borda da piscina. Ele me entregou uma taça de vinho para mim e serviu outra para si, virei a taça nos lábios fitando seus olhos.Podia ver seu volume em sua calça ficando ainda maior.— Não vai entrar?Ele olha para os lados.— Gosto de observar primeiro.— Percebi. — Deixo a taça na borda. — Vai se mudar para onde?Ele pensa um pouco antes de responder, como se estivesse hesitando.— Ainda não sei, talvez eu volte a viajar como antes. Percebo que esse assunto parecia desconfortável para ele.— Gosto das surpresas da vida. — Animou. Seus olhos escorregavam para o meu decote. — Essa noite é uma delas.Estávamos a polegadas de um beijo, mas eu tive uma ideia mais interessante.— Pode