Capítulo 05.

Se esse homem soubesse que na minha vida passada as pessoas imploraram para ser detidas por mim, e ainda assim pagavam caro para ser adepto, um ou dois anos depois.

Não estaria falando essas merdas.

-- Não quero nada. Você não tem nada que eu queira, mas olha. -- esperei pelas frestas da porta.—A tuberculose é facilmente transmissível, e você tem crianças em casa. Olhando para ti vejo que já foi enfeitado. Além de querer morrer com sua esposa, quer que seus filhos morram. Você não tem nada a perder. Não sou santa, nem Deus. Mas, tenho o meu conhecimento sobre medicina.

Resultante o homem me deixou entrar, sua esposa está em estado avançado, tuberculoso milenar, perigosa e  mortal, já afeta o fígado, os pulmões e a medula óssea. Tenho minhas dúvidas sobre a certeza de sua melhora. Mas, quanto ao seu marido e suas crianças que descobri terem, estão na fase inicial, tenho 100% de certeza de sua melhora.

Em outras residências, recebi a mesma resistência e desconfiança, e antes de ir para as novas casas passava para ver como estão meus pacientes.

Ter amor pelos meus pacientes, e não lhes tratar como renda, ou objeto de ostentação.

Quando mais eu avanço mais situações que me fazem lembrar da guerra aqui vive, algumas pessoas são os ossos, sua mente teimosa, não lhes deixa morrer, mas já não existem chances de melhora.

Acredito que seja doloroso, sentir nada além de dor, ver seu corpo apodrecer, não poder fazer nada, e aguardar pela hora que sua mente irá se desligar.

-- Eu posso administrar alguns medicamentos neles, mas...eles não vamos sobreviver...temos duas opções: prolongar o sofrimento deles, ou lhes conceder descanso.

Poucas famílias corajosas aceitaram a eutanasia.

O ano acabou, e eu já me sento, como nos termos de serviço.

-- Tule, você deve descansar,não sabia que concordando em te deixar ajudar os outros, ia te sobrecarregar tanto.

-- Mãe...—instalou o meu pescoço tomando o nosso café da mãe. -- Temos que ajudar os outros com aquilo que podemos. Se o senhor feudal fosse mais participativo na vida de seu próprio povo, ele iria criar abrigos para os menos desfavorecidos.

-- O senhor feudal é um fantoche do rei regente, um brinquedo. Ele não fará nada para nos ajudar.-pai.

-- Se ele não fará. Nós devemos nos ajudar. Queremos todos a mesma coisa, o nosso bem estar.

-- Se as coisas fossem assim tão fáceis, Tule. -- mãe lamenta. -- Há boatos que dizem que a família real, está envolvida com magia negra. E que todos os seus subordinados, têm de passar por um tal de ritual. Por isso, por mim, Tule, você não sai mais de casa e nem fica se arriscando. Quando eles descobrirem que tem alguém aí salvado o povo, vão mirar na nossa família. Falo-o não só por nós mas por ti.

Heresia, o corpo de Tulipa não tem muita informação relevante sobre esse mundo, apenas o fundamental. Ela, por exemplo, classificou a família real como todo vilão da história, mas, não há informações sobre o que eles fazem, ou qual é a história deles.

- Mãe, tem razão, estou nos colocando em perigo. Deixe-me sair hoje uma última vez. Já me comprometi com muitas vidas, então devo no mínimo justificar-me antes de parar.

- Tudo bem, eu entendo.

--  Mas, pai.—ele olhou para minha direção se o senhor me permite, eu tenho uma ideia.—ele fez sinal para que eu continuasse.—se não temos quem nos defenda. Devemos nos defender. Eu estive aqui, pensando, como combater a água. A água, a água contra água, dificilmente há solução, vence quem tem mais habilidade. Mas, todos sabem que a cavalaria real, tem livros, e dispõem de conhecimentos superiores. Quanto a nós. Nada. Os homens usam conforme seu instinto, e isso não é o suficiente para fazer frente ao exército.

-- Tuli, já te disse para não pensar nesses assuntos. -- mãe me repreendeu.

-- Deixe ela continuar. -- pai.

-- Então. Eu estive pensando numa arma de fogo, composta por um cano, carregador, o guarda mato, o cabo, o gatilho e a trava do gatilho, entre outros detalhes. Esses são mais eficazes que uma espada, uma lança, ou uma flash, e não há nenhum humano imune a elas. -- tirei uma folha e uma caneta, e fiz um rabisco para minha mãe ver.

-- Uau. Onde você viu isso?—mãe. Eu dei de ombros.

- A vantagem é que qualquer um pode usar. Basta treinar. Gostaria que o pai pudesse ver. Para dar sua opinião. O Pai é perfeito para fazer isso.

Ficamos em silêncio, pois todos sabemos que seria difícil meu pai fazer algo que nunca viu. Principalmente por conta de sua cegueira.

-- Eu posso não ser capaz, mas conheço outra pessoa que é, só que vivi em outro vilarejo.

-- Está falando de seu irmão marido?

--Sim. O Natus. Ele vive em outro vilarejo. --Este corpo não tem lembranças desse homem, chamado Natus, não faço ideia de quem seja. -- você não se lembra dele, porque nao o vejo já faz anos, desde que saí da guerra. Seu tio é um ferreiro, tal como eu, mas a diferença é que ele não foi a guerra.

-- Marido...-vejo que os dois ainda querem decidir se me deixam ir atrás dele ou não. Então decidi me levantar para lhes deixar a sós.

-- Ja, vou indo.

Respiro fundo assim que saiu para fora. Espero que minha mãe aceite.

Esse é o único jeito eficaz que consegui pensar. Por que de outra forma, precisaríamos de alguém que dominasse o fogo para nos ajudar, mas como o madlito rei fechou o país, e cortou as relações com outras nações, não tem como eles nos ajudarem. E isso de atravessar o mar, assim que há hereges, vai lá saber, se o facto de Heydrich ser apelidado de Leviatã, não é porque o próprio monstro marinho, está a ajudar a família real, e suas perversidades.

O que será que Heydrich está fazendo? Eu sei que ele fica em silêncio por três anos, e quando aparece, mata toda sua família, e afunda o país sobre o dilúvio.

O que será que ele está fazendo , porque o exército ele não tem. Ele por si só vale por uma legião de demônios.

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