HEYDRICH BARUCHTulipa, é sempre racional, e confiante. Ela é sincera até quando é para explicar o inexplicável. Ela diz que matou muitas pessoas, mas tenho a certeza que se o fez não foi com intenção assassina. Quando fui acolhido pela família dela, ela fez questão de me dar um sermão de como a vida humana é importante. Quando matei aquela criança possuída no vilarejo, seus olhos se abriram num horror, e não foi por ter medo de sangue ou de cortes. Era como se quem tivesse matado aquela criança tivesse sido ela. Como se suas mãos estivessem sujas de sangue, e quando se afastou de mim, era como se estivesse tentando limpar as manchas de sangue.Mas, uma vez vi esse olhar.Ela se vê como se fosse um monstro sanguinário. Mas, eu não a vejo assim, ela é um tulipa de pétalas amarelas que brilha com o calor do sol.-- Não foi sua culpa.—eles estão mortos já faz alguns dias, pelo estado de decomposição em que se encontram. Não é culpa dela porque quem fez isso não fez questão de apagar se
Manhã seguinte, durante o café da manhã.- Vou te deixar com minha mãe. Já não há nada que te prenda nessa casa. E de seguida, eu vou resolver esse assunto.- Resolver como?-- Matar a família real, e todos os hereges que lhes servem.-- Mas, porque?- Estou seguindo o roteiro. Mas, não se preocupe, não afundarei o reino. Não enquanto você e minha mãe estiverem aqui.-- Mas, se você for sozinho e acontecer algo. Como sabermos? Deixe-me ir contigo.-- Não. Você está ferida e só vai me atrapalhar.-- Não nego. Mas ainda assim. Se tiver algum gatilho que te faça afundar tudo. Quero estar lá. Quero ver o fim. Aliás, eu sozinha com sua mãe. Netuno pode aparecer e me capturar nos sonhos, e você sabe que ele não aparece quando você está perto de mim.-- Certo. Mas, vai fazer tudo que eu te disser sem reclamar.(...)Mesmo que ela tenha concordado ainda me sinto meio receoso de a levar comigo. Ela ainda está ferida. E a turbulência que nos aguarda pode acabar abrindo sua ferida, que mal cica
Eu saí querendo ficar.Mas seria uma jogada arriscada. A colocar no meio dessa luta.O castelo está no mar por um motivo óbvio, apenas pessoas nascidas com habilidade de se mover sobre a água podem entrar. Então, muito dificilmente, um ataque estragueiro seria possível. Porque para isso eles teriam de ser capazes de se pôr em pé no mar. Mas, nós, somos o único povo capaz de realizar tal feito.Ao redor do palácio, vários soldados me aguardam.A manipulação da água, é um poder de gerar, moldar e controlar água. É uma variação da manipulação líquida, e elementar. E a partir do momento que um homem, consegue interpretar essas fases, estará pronto para realizar suas manifestações.Uso a Hidrocinética, para evitar e passar pelos soldados evitando uma luta desnecessária. Pulando para dentro do castelo. Assim que se apercebem eles batem retaguarda, e correm sobre a água. Destruo os portões, impedindo que eles entrem. Se eles fossem habilidosos o suficiente era só usar a hidrocinética para e
- Bom te ver filho.- Não digo o mesmo.-- Espero que você saiba que o nosso reino não é aqui, neste mundo, mas sim num lugar mais vasto. Que nos represente.-- Se soubesse disso não teria matado seu próprio irmão.-- Foi necessário. Do mesmo jeito que você matou o seu.-- Não me compare consigo. Eu não sou que nem você. Que foi capaz de estuprar sua própria sobrinha. Uma mulher que você viu crescer.-- Tulio sabia que eu a amava, se ele tivesse aceitado que eu me casasse com ela nada disso teria acontecido.- Amor e obsessão são coisas diferentes. Você a magoou, e a deixou para morrer. Você condenou a mim e a ela a morte, em troca de poder.- Se vocês tivessem aceitado passar para o meu lado, a maldição não avançaria.—levantou-se, se aproximando de mim.- E você chama isso de escolha? Nos condenar e nos obrigar a ficar consigo.—falei enfurecido.—ASHIR.As correntes escuras ao redor deles se agitam, refletindo a tensão no ar.Meus olhos brilham como a noite sem estrelas, manipulo as á
Sua pele, escura como o ébano polido, brilha suavemente sob a luz, destacando-se com um brilho quase etéreo. Os traços de seu rosto são esculpidos com perfeição divina; suas maçãs do rosto altas e bem definidas, olhos profundos como poços de sabedoria, capazes de ver através das camadas da realidade. Seus olhos, grandes e expressivos, são de um tom que lembra os céus noturnos, cintilando com estrelas infinitas de conhecimento e compaixão. Os cabelos de Fariya, longos e ondulantes, caem como uma cascata azul e brilhante sobre seus ombros, envolvendo-a em uma espécie de véu natural. Decorados com ornamentos de prata e pérolas, que acentuariam ainda mais sua beleza celestial.Suas vestes são dignas de sua divindade; um manto fluido de tons profundos e ricos, como púrpura ou azul-marinho, adornado com bordados intrincados que contam histórias antigas e misteriosas. O manto flutua graciosamente ao seu redor, como se estivesse sempre em movimento, refletindo a fluidez da água, o elemento de
-- Os mares e oceanos conectam mundos. Por isso foi fácil te puxar para essa dimensão. Os mares são portais. Basta estar nos locais certos. Nas profundezas de um antigo lago, há um portal desconhecido para os humanos, onde a água não é apenas um líquido vital, mas um elemento temporal, tecendo o tecido do tempo e das dimensões. Este lago, em sua tranquilidade, guarda segredos que transcendem a compreensão humana. Suas águas claras e frias são, na verdade, um véu fino que separa o presente do passado e do futuro.--ela estalou os dedos, como se uma bolha estivesse sendo estourada. Entao me vi diante de uma outra realiade, onde passado, presente e futuro coexistiam em uma dança caótica e harmônica. Observei o mundo da minha infância fundindo-se com vislumbres de um futuro desconhecido. Vi pessoas que já se foram andando ao lado de gerações que ainda não nasceram. E, em meio a esse turbilhão, dimensões alternativas se revelaram. Em uma delas, vi uma versão de mim mesmo que escolheu um cam
HEYDRICH BARUCHEm meio a luta contra Lamech, depois que consegui arrancar sua cabeça. Minha marca começou a doer. Minha visão ficou turva, e sem que me dê conta. Toda a marca estava me cobrindo. Tentei controlá-la para mandá-la voltar. Mas aí, o castelo foi puxado para as águas negras, o poder das marcas ficou mais forte.Fui perdendo minha consciência, e sendo embriagado por uma escuridão inexplicável. Mas, eu tenho que voltar, não posso ficar aqui. Tulipa, está me esperando. E a conhecendo, como a conheço, se eu demorar mais, ela vai ser impulsiva e vai entrar do mar. E tudo que eu menos quero é que Netuno a capture.Mesmo inconsciente, ainda, tenho controle da minha mente. Mas não consigo me mover, como se estivesse preso, dentro da paralisia do sono.Droga.Que ao menos Tulipa esteja segura.É pensando nela, que a escuridão em minha mente, foi clareada, por um vasto jardim, cheio de Tulipas amarelas.TULIPA.A montanha, é só um disfarce, ou talvez, um aviso da área proibida. Assi
TULIPA.Possamos de frente a casa, onde deixamos Jasmim.-- Acabou!—disse aliviada com os pés na terra—finalmente acabou. Meu deus, eu nunca mais entro no mar.Ele começou a rir. E ainda é uma surpresa para mim lhe ver rindo.-- Como assim acabou?—lhe encarei com incrédula. -- Você me fez, tomar responsabilidade de todo esse país, e você vai me ajudar. Não vai?Seu tom é de ameaça, mais do que de pedido.-- Claro. -- ele sorriu para mim.-- E quando você crescer, nós iremos nos casar.—o encarei com desdém me sentindo ofendida.-- Está me chamando de criança.-- Se sente criança?—respirei fundo lhe dando as costas, ele segurou minha mão e me fez virar para si. E seus lábios ficaram próximos dos meus, uma onda de nostalgia passou pelo meu corpo. Me senti tímida sobre seu olhar intenso. E ele faz isso de propósito, para me deixar corada. Agarrei, pela gola de sua camisa.-- Não sou uma criança.—aproximei mais nossos rostos, nossa respiração se fundio. Seus lábios são rosados e carnudos.