- Bom te ver filho.- Não digo o mesmo.-- Espero que você saiba que o nosso reino não é aqui, neste mundo, mas sim num lugar mais vasto. Que nos represente.-- Se soubesse disso não teria matado seu próprio irmão.-- Foi necessário. Do mesmo jeito que você matou o seu.-- Não me compare consigo. Eu não sou que nem você. Que foi capaz de estuprar sua própria sobrinha. Uma mulher que você viu crescer.-- Tulio sabia que eu a amava, se ele tivesse aceitado que eu me casasse com ela nada disso teria acontecido.- Amor e obsessão são coisas diferentes. Você a magoou, e a deixou para morrer. Você condenou a mim e a ela a morte, em troca de poder.- Se vocês tivessem aceitado passar para o meu lado, a maldição não avançaria.—levantou-se, se aproximando de mim.- E você chama isso de escolha? Nos condenar e nos obrigar a ficar consigo.—falei enfurecido.—ASHIR.As correntes escuras ao redor deles se agitam, refletindo a tensão no ar.Meus olhos brilham como a noite sem estrelas, manipulo as á
Sua pele, escura como o ébano polido, brilha suavemente sob a luz, destacando-se com um brilho quase etéreo. Os traços de seu rosto são esculpidos com perfeição divina; suas maçãs do rosto altas e bem definidas, olhos profundos como poços de sabedoria, capazes de ver através das camadas da realidade. Seus olhos, grandes e expressivos, são de um tom que lembra os céus noturnos, cintilando com estrelas infinitas de conhecimento e compaixão. Os cabelos de Fariya, longos e ondulantes, caem como uma cascata azul e brilhante sobre seus ombros, envolvendo-a em uma espécie de véu natural. Decorados com ornamentos de prata e pérolas, que acentuariam ainda mais sua beleza celestial.Suas vestes são dignas de sua divindade; um manto fluido de tons profundos e ricos, como púrpura ou azul-marinho, adornado com bordados intrincados que contam histórias antigas e misteriosas. O manto flutua graciosamente ao seu redor, como se estivesse sempre em movimento, refletindo a fluidez da água, o elemento de
-- Os mares e oceanos conectam mundos. Por isso foi fácil te puxar para essa dimensão. Os mares são portais. Basta estar nos locais certos. Nas profundezas de um antigo lago, há um portal desconhecido para os humanos, onde a água não é apenas um líquido vital, mas um elemento temporal, tecendo o tecido do tempo e das dimensões. Este lago, em sua tranquilidade, guarda segredos que transcendem a compreensão humana. Suas águas claras e frias são, na verdade, um véu fino que separa o presente do passado e do futuro.--ela estalou os dedos, como se uma bolha estivesse sendo estourada. Entao me vi diante de uma outra realiade, onde passado, presente e futuro coexistiam em uma dança caótica e harmônica. Observei o mundo da minha infância fundindo-se com vislumbres de um futuro desconhecido. Vi pessoas que já se foram andando ao lado de gerações que ainda não nasceram. E, em meio a esse turbilhão, dimensões alternativas se revelaram. Em uma delas, vi uma versão de mim mesmo que escolheu um cam
HEYDRICH BARUCHEm meio a luta contra Lamech, depois que consegui arrancar sua cabeça. Minha marca começou a doer. Minha visão ficou turva, e sem que me dê conta. Toda a marca estava me cobrindo. Tentei controlá-la para mandá-la voltar. Mas aí, o castelo foi puxado para as águas negras, o poder das marcas ficou mais forte.Fui perdendo minha consciência, e sendo embriagado por uma escuridão inexplicável. Mas, eu tenho que voltar, não posso ficar aqui. Tulipa, está me esperando. E a conhecendo, como a conheço, se eu demorar mais, ela vai ser impulsiva e vai entrar do mar. E tudo que eu menos quero é que Netuno a capture.Mesmo inconsciente, ainda, tenho controle da minha mente. Mas não consigo me mover, como se estivesse preso, dentro da paralisia do sono.Droga.Que ao menos Tulipa esteja segura.É pensando nela, que a escuridão em minha mente, foi clareada, por um vasto jardim, cheio de Tulipas amarelas.TULIPA.A montanha, é só um disfarce, ou talvez, um aviso da área proibida. Assi
TULIPA.Possamos de frente a casa, onde deixamos Jasmim.-- Acabou!—disse aliviada com os pés na terra—finalmente acabou. Meu deus, eu nunca mais entro no mar.Ele começou a rir. E ainda é uma surpresa para mim lhe ver rindo.-- Como assim acabou?—lhe encarei com incrédula. -- Você me fez, tomar responsabilidade de todo esse país, e você vai me ajudar. Não vai?Seu tom é de ameaça, mais do que de pedido.-- Claro. -- ele sorriu para mim.-- E quando você crescer, nós iremos nos casar.—o encarei com desdém me sentindo ofendida.-- Está me chamando de criança.-- Se sente criança?—respirei fundo lhe dando as costas, ele segurou minha mão e me fez virar para si. E seus lábios ficaram próximos dos meus, uma onda de nostalgia passou pelo meu corpo. Me senti tímida sobre seu olhar intenso. E ele faz isso de propósito, para me deixar corada. Agarrei, pela gola de sua camisa.-- Não sou uma criança.—aproximei mais nossos rostos, nossa respiração se fundio. Seus lábios são rosados e carnudos.
Não consigo me manter em pé. Esta tarde. Minha visão durante a noite ainda é péssima. Escorro-me num arbusto e fico inconsciente, e também, não é como se eu pudesse continuar, tenho muitas feridas abertas. Nessa noite não posso fazer muito por mim, e se eu sair ao vilarejo, voltarei a ser a caça e não sobreviverei.Tudo fica escuro. Talvez seja por outras, ou ainda por muito poucos minutos;Desperto. Olho em volta e me vejo num quarto simples sem muitas mobílias. O teto, está todo comido por furões, a janela ao lado de mim, dá espaço para ver o lado de fora, cheio de flores das mais diversas cores. O ar frio vem do mar, e entra pelas frestas da janela.-- PAI. ELE ACORDOU.-viro-me para poder encarar a voz feminina que me grita ao ouvido. E ela é pequena de cabelos loiros encaracolados, e olhos azuis como o céu. -- Você se sente bem?—cutuca minha bochecha.—Meu pai te encontrou desmaiado na floresta e te trouxe para cá. Você lembra? Acredito que nao ne? Não estava acordado.-- Tulipa, n
Desde que aquele homem foi embora, o clima aqui em casa voltou ao normal. Meus pais andam menos tensos. E não tem como não estar tenso, não quando o homem apelidado de Leviatã, descansava em nossa casa. Meus pais não me contaram nada sobre esse homem mais eu sei. Bom, não exatamente eu, mas sim, são as lembranças desse corpo.-- Meu pai, não acha que devíamos ir para outro país.—pergunto durante o jantar.-- Tuli, não é como se fosse fácil atravessar todo o oceano marítimo.-- Mas, meu pai consegue controlar a água. Acho que não teria assim tantas dificuldades. -- minha mãe ri, e meu pai sacode a cabeça.-- Ela tem razão. Nunca expliquei sobre o poder elementar. –Natanael, é um homem bom, durante sua juventude serviu o exército real, mas quando ganhou deficiência visual, foi descartado, e foi lhe dada essa terra onde vivemos como indemnização. Meu pai é cego, mas vê muito melhor do que nós que temos visto. Meu pai sente as energias, e com isso facilmente se locomover.--O mundo é compo
Surgiu assim o partido da esquerda, para lutar contra o governo. Isso em 1944, e na época eu tinha vinte nove anos, já com muito sangue em minhas mãos. Conheci Aleandro, um homem pelo qual me apaixonei, eu gostava dele, era um homem inteligente e divertido. Nosso romance não durou muito. Pois, em 1945, em Malvo, começou uma crise de mortes sem explicação. Eu estive a frente a investigação, e isso era por causa de paraquate. Paraquat, é um ingrediente ativo utilizado na produção de herbicidas, a exposição do ingrediente levou à falência de múltiplos órgãos, em especial, os rins, pulmões e fígado.Danzo Guimel, líder do governo, proibiu o uso do ingrediente. Mas por baixo das cortinas, mandou modificar o paraquete, para que fosse usado contra os do partido da direita, em formato de gás. Eu e os meus colegas fizemos isso, tendo noção, dos efeitos desse ingrediente.Muito rapidamente, Danzo conseguiu neutralizar os da esquerda, tendo exposto seus corpos mortos como troféus. Imagina, como