Reencarnei como a Esposa do Tirano- Imperador da água
Reencarnei como a Esposa do Tirano- Imperador da água
Por: Nicolle
Capítulo 01.

Não consigo me manter em pé. Esta tarde. Minha visão durante a noite ainda é péssima. Escorro-me num arbusto e fico inconsciente, e também, não é como se eu pudesse continuar, tenho muitas feridas abertas. Nessa noite não posso fazer muito por mim, e se eu sair ao vilarejo, voltarei a ser a caça e não sobreviverei.

Tudo fica escuro. Talvez seja por outras, ou ainda por muito poucos minutos;

Desperto. Olho em volta e me vejo num quarto simples sem muitas mobílias. O teto, está todo comido por furões, a janela ao lado de mim, dá espaço para ver o lado de fora, cheio de flores das mais diversas cores. O ar frio vem do mar, e entra pelas frestas da janela.

-- PAI. ELE ACORDOU.-viro-me para poder encarar a voz feminina que me grita ao ouvido. E ela é pequena de cabelos loiros encaracolados, e olhos azuis como o céu. -- Você se sente bem?—cutuca minha bochecha.—Meu pai te encontrou desmaiado na floresta e te trouxe para cá. Você lembra? Acredito que nao ne? Não estava acordado.

-- Tulipa, não incomode o hóspede.-um homem de provavelmente um metro e setenta. De cabelos loiros, encaracolados e olhos azuis. Afasta a garota de mim.—deixe-o respirar.—a garota dá de ombros, ela é pequena, deve ter doze ou quinze anos. -- diga sua mãe, para trazer algo para este homem comer.

A garota se retirou.

-- Meu senhor, em que minha pobre família pode lhe servir?—o homem disse se ajoelhando diante de mim.

- Quem te enviou?

-- Ninguém senhor, te achei por acaso.—disse com a voz trêmula.

- Então como conheci minha identidade?

-- Não conheço senhor. Seu cabelo é azul como as profundezas do mar, uma marca particular da família real. Se eu estiver enganado. Por favor ignore, esse homem velho e inculto.

Ouço as vozes femininas se aproximando.

- Levante-se. Não conte nada a sua família, caso não terei que silencia-los.

-- Aqui, está a comida.—uma mulher parecida com a garota, mas de cabelos pretos de olhos azuis, me entregou o prato de comida.

-- Agradeça.

-- Tulipa. -- o homem repreendeu a filha pelo comportamento audacioso.

-- Agradeça pela comida. -- disse me encarando seriamente. -- A comida é sagrada.

-- Tulipa. Saia. Já te falei sobre impor seus ideais nos outros, isso é errado.—Ela abaixou a cabeça para o pai e se retirou.

-- Desculpe pelo comportamento da minha filha, desde criança que ela é assim, um pouco avançada para sua idade.—disse a mãe.

Não lhes respondi, e me foquei em comer. Vai ser uma pena se a comida estiver envenenada vai atrasar a cicatrização das minhas feridas. Mas preciso comer algo, a dias que não descanso. Se eu sair nesse estado, serei morto.

Contra três membros de uma família eu posso lutar, até se estiver inconsciente, mas não contra as pessoas do meu sangue.

Vou ficar aqui alguns dias até que esteja totalmente curado.

Durante o resto do dia, a mulher mais velha apenas me trouxe refeições, mas aquela criança não apareceu. Esse lugar cheira a flores, é um cheiro diferente do que estou habituado e um pouco enjoativo. Estou mais familiarizado com o cheiro do sangue.

No segundo e no terceiro dia também não sai do quarto, muito menos levantei da cama. Apenas recebia as refeições. Não vi a criança, mas consigo ouvir a voz dela por toda casa. Ela grita demais. Deve ser, felicidade.

 No quarto dia me levantei. Dei algumas voltas pelo quarto, sai do mesmo e fui para sala onde encontrei o dono da casa, no qual nem sequer perguntei o nome.

- Estou mal. Quero me banhar.

-- Claro. Vou providenciar imediatamente.

Sentei-me numa das cadeiras esburacadas, cruzando os pés.

-- Não gosto que trate meu pai como um escravo.—a garota puxa uma cadeira se sentando à minha frente—ele é um homem incrível que nada mais faz do que lhe ajudar.

-- Porque está falando comigo?—apoiei minha cabeça com minha mãe, a encarando com desdém. -- teu pai não te falou para não me incomodar.

-- Se se sente incomodado devia ir embora. Ninguém está obrigado a permanecer aqui. E aliás, está acabando nossa comida, e aumentando o trabalho em casa. Não sabemos quem é. Às tantas é um assassino, não gosto de estranhos na minha casa.

-- Você me conhece?—ela emudeceu e desviou o olhar. -- sabe o que eu faço com pessoas irritantes?—abaixou o olhar.—estranhamente você sabe. Tem medo que eu mate seus pais?

-- Independentemente de quem quer que você seja. Lembre-se das pessoas que o ajudam sem pedir nada em troca.—se levantou e saiu.

Fiquei encarando a direção que ela levou. Será que essa família me dará problemas futuros?

(...)

Depois de uma semana aqui, já me sinto completamente recuperado. Devo voltar.

Esse lugarzinho é calmo, está distante da maior parte das casas. Quase nenhuma vizinhança ao redor. Eles tem um imenso jardim com as mais diversas flores. De tanto que fiquei aqui, acabo cheirando flores também.

-- O cheiro de flores de enjoa.—Ouço a voz atrás de mim. -- você faz uma cara de nojo nada discreta, sabia?

-- Do mesmo que fico quando você aparece. -- arranco uma Tulipa amarela, e a entrego, ela estala a língua e pega a flor.

-- Não fique arrancando as flores do jardim do meu pai.

-- Quantos anos você tem quinze?—nao responde. -- se você se casasse seria uma péssima esposa. Fala demais. Se continuar assim vai morrer antes dos dezoito.

-- Você fala em morte como se ela nada fosse.—ela se aproxima e aponta o dedo para mim, seu rosto ficou sério. E as palavras que pronuncia, é como se fosse de um adulto que já passou pela guerra.—E se você morresse já imaginou? Já imaginou como seria se fosse fraco?? Devia usar seus poderes para salvar as pessoas ́ para as proteger. É dever dos mais fortes protegerem os mais fracos.

-- A espécie que não se adapta à natureza morre.

-- Não. Você não é mais do que ninguém só porque tem sangue nobre. Ops. Merda.—arqueou as sobrancelhas. -- escutei sua conversa com meu pai. Mas, esse não é o foco. Você não sente. Seu coração não dói quando vê homens e mulheres, crianças, morrendo pelas suas mãos. Você não consegue sentir a agonia deles. O desespero. Isso não te perturba? Não te tira o sono? Você é humano também. Todos fazemos parte da mesma espécie, porque olhar para uns como se não fossem nada?

-- Se quer saber. Eu não sinto. Mas, isso não é algo que você entenderia. E não é só porque somos da mesma espécie que significa que todos somos humanos. Está com raiva de mim, por algo que eu ainda nem fiz. Imagina eu te fizer. Vai se revirar dos mortos e me assombrar? Quer se salvar? Fure  a fronteira e vá embora. Ou nasça num mundo que não existam tiranos. O que eu claramente duvido existir.

Eu tenho vinte anos e escutei aqui trocando farpas com uma criança. Que desperdício. No mesmo dia peguei minhas coisas sem me despedir. Tenho de recuperar o que é meu ou afundar nos confins do mar.

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