TULIPA.Possamos de frente a casa, onde deixamos Jasmim.-- Acabou!—disse aliviada com os pés na terra—finalmente acabou. Meu deus, eu nunca mais entro no mar.Ele começou a rir. E ainda é uma surpresa para mim lhe ver rindo.-- Como assim acabou?—lhe encarei com incrédula. -- Você me fez, tomar responsabilidade de todo esse país, e você vai me ajudar. Não vai?Seu tom é de ameaça, mais do que de pedido.-- Claro. -- ele sorriu para mim.-- E quando você crescer, nós iremos nos casar.—o encarei com desdém me sentindo ofendida.-- Está me chamando de criança.-- Se sente criança?—respirei fundo lhe dando as costas, ele segurou minha mão e me fez virar para si. E seus lábios ficaram próximos dos meus, uma onda de nostalgia passou pelo meu corpo. Me senti tímida sobre seu olhar intenso. E ele faz isso de propósito, para me deixar corada. Agarrei, pela gola de sua camisa.-- Não sou uma criança.—aproximei mais nossos rostos, nossa respiração se fundio. Seus lábios são rosados e carnudos.
Não consigo me manter em pé. Esta tarde. Minha visão durante a noite ainda é péssima. Escorro-me num arbusto e fico inconsciente, e também, não é como se eu pudesse continuar, tenho muitas feridas abertas. Nessa noite não posso fazer muito por mim, e se eu sair ao vilarejo, voltarei a ser a caça e não sobreviverei.Tudo fica escuro. Talvez seja por outras, ou ainda por muito poucos minutos;Desperto. Olho em volta e me vejo num quarto simples sem muitas mobílias. O teto, está todo comido por furões, a janela ao lado de mim, dá espaço para ver o lado de fora, cheio de flores das mais diversas cores. O ar frio vem do mar, e entra pelas frestas da janela.-- PAI. ELE ACORDOU.-viro-me para poder encarar a voz feminina que me grita ao ouvido. E ela é pequena de cabelos loiros encaracolados, e olhos azuis como o céu. -- Você se sente bem?—cutuca minha bochecha.—Meu pai te encontrou desmaiado na floresta e te trouxe para cá. Você lembra? Acredito que nao ne? Não estava acordado.-- Tulipa, n
Desde que aquele homem foi embora, o clima aqui em casa voltou ao normal. Meus pais andam menos tensos. E não tem como não estar tenso, não quando o homem apelidado de Leviatã, descansava em nossa casa. Meus pais não me contaram nada sobre esse homem mais eu sei. Bom, não exatamente eu, mas sim, são as lembranças desse corpo.-- Meu pai, não acha que devíamos ir para outro país.—pergunto durante o jantar.-- Tuli, não é como se fosse fácil atravessar todo o oceano marítimo.-- Mas, meu pai consegue controlar a água. Acho que não teria assim tantas dificuldades. -- minha mãe ri, e meu pai sacode a cabeça.-- Ela tem razão. Nunca expliquei sobre o poder elementar. –Natanael, é um homem bom, durante sua juventude serviu o exército real, mas quando ganhou deficiência visual, foi descartado, e foi lhe dada essa terra onde vivemos como indemnização. Meu pai é cego, mas vê muito melhor do que nós que temos visto. Meu pai sente as energias, e com isso facilmente se locomover.--O mundo é compo
Surgiu assim o partido da esquerda, para lutar contra o governo. Isso em 1944, e na época eu tinha vinte nove anos, já com muito sangue em minhas mãos. Conheci Aleandro, um homem pelo qual me apaixonei, eu gostava dele, era um homem inteligente e divertido. Nosso romance não durou muito. Pois, em 1945, em Malvo, começou uma crise de mortes sem explicação. Eu estive a frente a investigação, e isso era por causa de paraquate. Paraquat, é um ingrediente ativo utilizado na produção de herbicidas, a exposição do ingrediente levou à falência de múltiplos órgãos, em especial, os rins, pulmões e fígado.Danzo Guimel, líder do governo, proibiu o uso do ingrediente. Mas por baixo das cortinas, mandou modificar o paraquete, para que fosse usado contra os do partido da direita, em formato de gás. Eu e os meus colegas fizemos isso, tendo noção, dos efeitos desse ingrediente.Muito rapidamente, Danzo conseguiu neutralizar os da esquerda, tendo exposto seus corpos mortos como troféus. Imagina, como
Apreender medicina sozinha, sem ajuda de nenhum manual, vai exigir muito de mim, e do meu estoque de memórias. Quero começar o quanto antes possível, mas, no inverno, é difícil estudar ao ar livre.-- Pai.—Corri para o alcançar na porta. Ele se virou para me encarar.—Bom, dia.—Tive de acordar cedo para o encontrar antes dele sair. -- Pode por favor, trazer para mim, tinta e papéis?Ele me encarou com a sombra da queda, e depois assentiu.Meu pai é ferreiro, ele fabrica enxadas, anzóis, vassouras de ferro, entre outros instrumentos e vende no mercado, que fica a alguns quilômetros de distância. Antes ele só fazia espadas, mas quando ele viu que as espadas que ele fabricava eram as mesmas que eram usadas para ferir seu povo, ele parou.Ele saiu bem cedo, poderia dizer que ele sai, por volta das 4h e até às 12h ele está de volta. Então ele passa algum tempo conosco, quando não está trabalhando. Ansiosa, fiquei esperando ele chegar com aquilo que eu havia lhe pedido.-- Filha, o que quer
Se esse homem soubesse que na minha vida passada as pessoas imploraram para ser detidas por mim, e ainda assim pagavam caro para ser adepto, um ou dois anos depois.Não estaria falando essas merdas.-- Não quero nada. Você não tem nada que eu queira, mas olha. -- esperei pelas frestas da porta.—A tuberculose é facilmente transmissível, e você tem crianças em casa. Olhando para ti vejo que já foi enfeitado. Além de querer morrer com sua esposa, quer que seus filhos morram. Você não tem nada a perder. Não sou santa, nem Deus. Mas, tenho o meu conhecimento sobre medicina.Resultante o homem me deixou entrar, sua esposa está em estado avançado, tuberculoso milenar, perigosa e mortal, já afeta o fígado, os pulmões e a medula óssea. Tenho minhas dúvidas sobre a certeza de sua melhora. Mas, quanto ao seu marido e suas crianças que descobri terem, estão na fase inicial, tenho 100% de certeza de sua melhora.Em outras residências, recebi a mesma resistência e desconfiança, e antes de ir para
- São três dias de viagem. E esse é o endereço.—meu pai, me entrega um papel, que ele mesmo desenhou os caminhos escrevendo algumas referências.-- Três dias, Tulipa. Volte o mais rápido possível, assim que fizer a arma de fogo, não se coloque em risco. Você só tem 16 anos, ainda é um bebe.—abraço minha mãe.- Tomarei cuidado. Deixei alguns medicamentos já preparados e suas funcionalidades. -- Ano passado ensinei minha mãe a ler e escrever, foi uma experiência incrível. -- a dosagem e todos os detalhes, caso alguém venha e precise.Meus pais levaram uma semana para decidir se me deixam ir ou não. Acho até que já havia decidido, só estavam me matando aqui.-- Pai.—Ele coloca sua mão em minha cabeça.-- Benção. Que Deus em qual acredito te ajude, porque naqueles que depositei minha fé, me abandonaram faz tempo.—ele segura suas mãos.--as almas têm cores, e as pessoas em geral a cor de sua alma é branca, quando a pessoa é muito perversa mas ao mesmo tempo tem um requisito de bondade, a au
Me coloco de pé, mesmo sentindo zumbido em meu ouvido, pego nas minhas coisas e devolvo na sacola. Olho para o corpo morto do homem e não sinto culpa. Como se meu coração estivesse gelado.Me aproximo de seu corpo, e começo a lhe revistar. Ele tem algumas moedas de bronze e de prata, pego para mim, como o pagamento da comida que ele comeu.Me faço alguns curativos, e tomo analgesico.Na outra margem vejo uma pequena lagoa. Não tenho forças para caminhar e me sinto suja com o sangue desse homem grudado em mim. Caminho em direção a lagoa. Que nem levou vinte minutos, mas me afastou da minha trilha. Caiu de frente a ela, olho para o meu reflexo na água, e tem sangue colado em meu pescoço e minha bochecha. Primeiro bebo a água e depois limpo meu rosto.Me sinto fraca e tonta. Me escorro até outra árvore. Abraço ao que restou da lâmina da espada e apago.(...)Lá fora é tão barulhoÉ como se meus ouvidos estivessem sangrandoO que eu estou sentindo?A luz é tão brilhanteÉ como se eu es